5 de abril de 2011

Lylat Wars

Caixa enoooorme!
Desenvolvido por: Nintendo EAD
Publicado por: Nintendo
Director: Takao Shimizu
Produtor: Shigeru Miyamoto
Artista: Takaya Imamura
Argumentista: Mitsuhiro Takano
Compositor(es): Koji Kondo, Hajime Wakai
Plataforma(s): Nintendo 64, iQue Player, Virtual Console, Nintendo 3DS
Lançamento: 27-04-1997 (JP), 30-06-1997 (EUA), 20-10-1997 (EU)
Género(s): 3D Shoot 'em up, On Rail Shooter
Modos de jogo: Modo história para um jogador, Modo multiplayer local para até 4 jogadores.
Media: Cartucho de 96-megabit
Funcionalidades: Gravação de progresso no cartucho. Compatível com Rumble Pak.
Outros nomes: Star Fox 64 (EUA, JP)
Estado: Completo.
Condição: Impecável.
Viciómetro: Acabei-o muitas vezes mesmo.

(Temperatura agradável lá fora convida a uma saída.)

Mais um belo autocolante da Concentra...
A ideia de ter animais a fazerem o papel de pessoas nos jogos sempre foi algo muito recorrente neste mundo. Desde muito cedo vimos ouriços azuis supersónicos, tartarugas diabólicas e até macacos e gorilas, a fazerem de tudo e mais alguma coisa. A coisa parece ter sempre resultado bem, pois nem sempre achamos piada aos jogos serem com pessoas, coisa que hoje em dia é muito comum. Mas há dez ou quinze anos atrás, tudo tinha aspecto de boneco e era normalíssimo. Seguindo esta tradição, Shigeru Miyamoto e Takaya Imamura, decidiram usar animais para integrar o elenco de uma saga bem conhecida nas consolas Nintendo. O resultado não poderia ter sido melhor mas já lá vamos. Antes de mais nada, o meu exemplar foi adquirido pouco antes de ter sido lançado cá, uma semana ou assim, cortesia do meu contacto na Concentra. Foi coisa para me ter custado cerca de 40 euros, uma boa diferença face ao preço de venda ao público que devia ser coisa para rondar os 70/80 euros nessa época. Vem acompanhado do Rumble Pak, um acessório que permite activar a vibração do comando para os jogos que estejam programados para tal.


Cartucho e Rumble Pak.
Lylat Wars, ou Star Fox 64, é um jogo de naves que faz parte de uma saga que teve inicio na SNES, numa época em que o chip SuperFX fazia a sua primeira aparição, proporcionando-nos uma experiência completamente tridimensional, algo nunca antes visto nos 16-bit. Mais tarde, fomos presenteados com este remake do original, na N64, introduzindo também algumas novidades de Star Fox 2 que não chegou a ser lançado. A história de Lylat Wars, como o nome sugere, começa neste sistema solar, onde decorre uma guerra que teve origem uns anos antes quando a equipa original Star Fox, composta por James McCloud, Peppy Hare, e Pigma Dengar, foi enviada pelo General Pepper, líder supremo do Exército de Corneria, para investigar uma estranha actividade que decorria no planeta Venom, onde se encontrava exilado o maquiavélico cientista Andross. Chegados a Venom, Pigma trai os seus companheiros resultando no desaparecimento de James para que Peppy pudesse escapar com vida. Alguns anos mais tarde, após ter contado o que aconteceu a Fox, filho de James, a nova equipa Star Fox é chamada ao dever, agora composta por Fox McCloud, Falco Lombardi, Peppy Hare, e Slippy Toad, para impedir que Andross espalhe o terror pela galáxia, uma vez que já conseguiu invadir diversos planetas do sistema de Lylat. Pelo caminho, o nosso pessoal vai encontrar umas surpresas...

Os manuais, aquele papel também é.
Lembro-me que na altura em que foi lançado, Lylat Wars era um dos jogos visualmente mais bem conseguidos na N64. Graficamente fluido e sem quebras, consegue mostrar bem o poder deste hardware em gerir uma grande quantidade de objectos em simultâneo no ecrã, sendo que alguns apresentavam um tamanho considerável. Por outro lado, todas as cores e o próprio desenho de níveis criavam um ambiente fabuloso onde nós jogadores nos sentíamos realmente noutros planetas, visto a variedade ser muita. Desde planetas parecidos à Terra, a outros completamente submersos e claro, um completamente imerso em lava e fogo, Lylat Wars é um jogo bastante rico visualmente. Por outro lado, desde as nossas naves Arwing a todos os inimigos, o detalhe é algo que foi tido muito em conta pela equipa que o desenvolveu. Se há coisa de que há memória neste jogo, são as excelente batalhas contra qualquer um dos bosses. São épicas!

Bosses, Lylat Wars tem muitos.
Outro campo onde Lylat Wars triunfa é no som. A banda sonora é digna de um filme de ficção científica, com aquele tema da saga fabuloso que ainda hoje não me sai da cabeça e todas as restantes faixas que proporcionam um ambiente de batalha magnífico. Para melhorar as coisas, as nossas personagens têm agora voz, falando em inglês com uma clareza impecável, coisa que só acreditava ser possível em formato CD-ROM. Contudo, este cartucho é cheio de surpresas. Os diálogos estão bons, com algumas conversas um tanto clichés, claramente inspiradas em imensos filmes de ficção científica. Se forem saudosistas dos diálogos incompreensíveis do original, na versão PAL podemos mudar a voz para Lylat. É o delírio mas sinceramente, prefiro perceber o que é dito sem ter de ler as legendas, até porque no meio de uma rajada de tiros não dá muito jeito ler, seja o que for!

Uma frase épica!
E continuando a triunfar, entramos na jogabilidade a fundo. Lylat Wars leva as taças todas. A fluidez de controlo aliada à simplicidade, resulta numa óptima combinação que consegue agradar a todos, sejam fãs do original ou novos jogadores. Foram introduzidas novas ideias como se aproveitaram algumas que iriam ser novidade em Star Fox 2. Para começar podemos fazer charge ao nosso ataque e lock-on aos inimigos, vários em simultâneo o que nos permite obter sempre um bónus de +1 para cada esquadrão abatido. Para além dos power-ups, bombas e movimentos como o barrel roll, boost e air break agora podemos fazer loopings para contornar obstáculos ou ganharmos vantagem em relação aos inimigos. Para além dos níveis serem quase todos on rails, existem várias rotas a seguir que são determinadas por diversos elementos, como ajudar os nossos companheiros, acertar com tiros em certos objectos no cenário entre outras manhas. No original escolhíamos a rota que se traduzia na dificuldade, neste jogo somos nós que temos de descobrir tudo. Ainda relativamente aos níveis, alguns subitamente deixam de ser on rails para entrarem naquilo a que se chama All Range Mode, onde podemos voar livremente, confinados apenas pelo mapa pelo que se sairmos dos limites, entra em acção outro movimento conhecido neste jogo por U-Turn (ou manobra de Immelmann), que podemos também executar livremente numa dogfight.

A acrescentar, temos ainda o tanque Landmaster, usado num dos melhores níveis deste jogo e o Blue Marine, um submarino utilizado num dos níveis mais aborrecidos. Existe ainda um modo multiplayer, onde podemos jogar com mais três amigos, nos veículos ou a pé mas sinceramente os cenários são tão pouco inspiradores e vazios que se perde a vontade ao fim de 10 minutos. Podiam ter aproveitado este espaço para fazer mais um nível no modo história.

Os níveis terrestres são excelentes.
Curiosamente grande parte destas ideias eram para terem figurado em Star Fox 2, na SNES mas Miyamoto preferiu juntar o melhor de dois mundos e assim nasceu este remake do primeiro com tudo de bom que o segundo iria ter. Por outro lado, esta mudança de nome, já tinha acontecido com a versão de SNES e tudo se deve, mais uma vez, a direitos de autor na Europa, daí que passou a ser Lylat Wars. Se fosse Starwing 2 ia dar molho e ser uma valente confusão. Ainda a título de curiosidade, como já vem sendo hábito por aqui, este jogo foi buscar imensa inspiração a títulos como Star Wars, Star Trek e até Independence Day. Basta ouvir os diálogos e ter em atenção certos níveis.

E já ficaram com uma ideia de que Lylat Wars triunfa em todos os aspectos. É sem dúvida um excelente jogo e o melhor disto tudo é que actualmente o encontram na Virtual Console através do Wii Shop Channel. Se preferirem esperar e fazer um investimento a longo prazo, será lançada uma versão melhorada para a novíssima 3DS pelo que não há desculpa para não o jogarem. E mais palavras para quê? É um JOGALHÃO DE FORÇA!

Voltamos à SNES, amanhã e aqui, como é costume. Apareçam... :D

MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

1 comentário:

  1. É sem dúvida um grande clássico da Nintendo 64. Lembro-me perfeitamente de ver vídeos e vídeos no saudoso Templo dos Jogos que dava na SIC às 7 da matina e babar-me perante tal qualidade. Infelizmente nunca o cheguei a jogar no hardware original.

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