26 de janeiro de 2013

Silent Hill: Shattered Memories


Creepy cover!
Desenvolvido por: Climax Studios
Publicado por: Konami Digital Entertainment
Director: Mark Simmons
Produtor: Tomm Hulett
Designer(s): Sam Barlow, Robert McLachlan, Mark Diggles, Sam Gage
Argumentista: Sam Barlow
Compositor: Akira Yamaoka
Plataforma(s): PlayStation Portable, PlayStation 2, Nintendo Wii
Lançamento: PS2/PSP - 19-01-2010 (EUA), 26-02-2010 (EU), 25-03-2010 (JP)
Género: Survival Horror
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Universal Media Disc (1.5GB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Stick (288KB minímo)
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o uma vez, futuramente sou capaz de o jogar novamente para obter um final diferente.

(Fevereiro está quase aí e muito jogo bom virá!)

O aviso é bem explícito.
O género Survival Horror é um dos meus favoritos de sempre. Penso que não há muitas dúvidas relativamente a isso, para quem é leitor/seguidor assíduo do blog. Mas como é do conhecimento de todos, este género tem andado um pouco pelas ruas da amargura, embora ainda saiam alguns títulos bastante bons para o manter vivo. Mas dentro deste género existe um subgénero particularmente interessante onde o objectivo não é apenas sobreviver mas sim fazê-lo sem hipótese de recorrer a armas e outros objectos para defesa pessoal. É este que me fascina particularmente e o jogo de hoje encaixa perfeitamente nesta descrição. Este exemplar foi adquirido na Amazon por cerca de 8 euros, mais cêntimo, menos cêntimo, algures em 2012.



Manual e UMD.
Silent Hill: Shattered Memories podia ser mais um jogo nesta já conhecida saga mas consegue ser mais que isso. Também se podia dizer que era um remake completo do primeiro jogo mas isso não é de todo verdade. Poderá dizer-se, isso sim, que é uma forma diferente de abordar a mesma história mas vista de outro prisma, aproveitando personagens, locais e alguns elementos chave da história original mas primando por ser bastante diferente ao longo da trama. Para quem conhece o original, a história deste começa com Harry Mason a ter um acidente, no carro onde seguia com a sua filha menor, Cheryl e é assim que se vê à procura da mesma em Silent Hill. Porém, este título começa antes, numa sessão de terapia em primeira pessoa, num consultório...

É melhor correres... e depressa!
Sendo um port da versão original que saiu para a Nintendo Wii, esta versão de PSP é nitidamente inferior em todos os campos sem no entanto perder pitada do seu encanto. Inferior não significa forçosamente que seja mau ou pior, atenção. Não é tão bom tecnicamente face à versão de Wii, só e apenas isso. Visualmente é um jogo bastante simples, com atenção ao detalhe em certas áreas mas noutras é completamente desprovido de cuidados extra. Isto nota-se especialmente em certos edifícios e ambientes com os quais não há necessidade de interagir. Por outro lado existe bastante flickering um pouco por todo o lado, com texturas e polígonos a piscar e surgir do nada, quando estamos sob determinados ângulos de câmara. O jogo também é escuro q.b. para esconder algumas imperfeições. Algo interessante é o jogo de sombras, que até resulta bem considerando as limitações de hardware da PSP. A frame rate é também um pouco instável em certas ocasiões mas no geral funciona de forma competente. Gostei de ver as personagens, que de um modo geral estão boas, com modelos sólidos, bem animados e expressivos.

Um dos melhores amigos de Harry.
A banda sonora ficou mais uma vez a cargo de Akira Yamaoka, já conhecido por ser veterano nesta saga mas infelizmente marca também a sua última contribuição para a saga após ter deixado a Konami para embarcar noutras aventuras. A qualidade sonora é inegavelmente boa, com faixas memoráveis e boa utilização do som ambiente, algo que é imperativo em qualquer Silent Hill. A tensão é criada em grande parte pelo modo como o som é utilizado e neste campo, este Shattered Memories não falha. O voice-acting apesar de não ser nada que sobressaia pelo seu brilhantismo, é bastante competente e está bem conseguido. O único defeito que encontro neste campo é o facto de por vezes tanto as vozes como a música poderem surgir com algum desfasamento, devido aos tempos de leitura e acesso do UMD. Neste jogo isso é algo que se destaca particularmente embora nem sempre aconteça.

Encontros imediatos...
O que mais me surpreendeu neste título foi sem dúvida a mudança radical na mecânica de jogo. A jogabilidade, essa, não é muito diferente dos anteriores, com a diferença que temos imensos controlos gimmicky, fruto da versão original ser para a Wii. Este port obrigou, à semelhança de outros jogos, a adaptarem algumas das funções possíveis de fazer com o Wii Remote, ao joystick e botões da PSP. O resultado não é mau mas temos noção que na Wii deve ser bem mais divertido, especialmente o controlo da lanterna. Contudo, nos jogos anteriores a nossa sobrevivência estava dependente também das armas que encontrávamos pelo caminho.

Vamos passar algum tempo nisto.
Ora bem, em Shattered Memories não existem armas nem health packs. Temos a nossa lanterna e o nosso telemóvel (sim, com muitas funções inerentes ao mesmo como por exemplo receber SMS, consultar o mapa no GPS, tirar fotos, fazer chamadas, gravar o nosso progresso em qualquer lado e afins) para nos ajudar nesta demanda pela sobrevivência. E sobreviver faz-se a fugir e a evitar o confronto com as estranhas criaturas que aparecem na dimensão alternativa conhecida por Nightmare, onde tudo fica congelado e o nosso objectivo é achar o caminho o mais rapidamente possível (e resolver puzzles para o efeito). É possível evitar os monstros se nos escondermos,  atirarmos armários para o chão ou usar flares para os abrandar, mas morrer para eles está fora de questão. Já nós, morremos se formos atacados bastante vezes, embora isso não me pareça influenciar o final. A cidade apesar de ser a mesma de sempre é bastante diferente, sobretudo porque foi atingida por um nevão e as obstruções em vez de serem buracos inexplicáveis no chão, são estradas e pontes cortadas devido à neve. É bem mais  verosímil, a meu ver. Porém, existe alguma actividade paranormal em certos locais que podemos identificar ao fotografar com o nosso telemóvel. Verosímil dizia eu...

Lembram-se da velha beata Dahlia?
Mas a novidade não é apenas e somente esta. Parte do jogo é passada num consultório, frente a uma personagem conhecida de jogos anteriores que dá pelo nome de Michael Kaufmann e é o nosso terapeuta. Num discurso calmo e coerente, com algumas nuances de lunatismo pelo meio, ele coloca-nos perguntas e puzzles, aos quais respondemos como bem entendermos, considerando que alguns são condicionados por opções. É aqui que reside a grande experiência deste Silent Hill e que o destaca de todos os outros. Podemos dar a entender que somos calmos e ponderados, ou simplesmente tresloucados e só queremos ver o mundo a arder. Numa perspectiva mais a fundo, até podemos ser tarados sexuais. Sim, é possível. E isto não se deve apenas a esta parte do jogo mas sim à parte de exploração, onde o nosso poder de observação tem uma enorme influência nos possíveis finais que existem. Observar um poster de uma miúda em bikini, neste jogo não é um mero acaso, tal como recolher certos itens aparentemente sem uso prático no jogo mas que Harry guarda numa caixa para poder observar mais tarde. A interacção com outras personagens também tem a sua influência, como não podia deixar de ser.

Embora preferisse a versão Wii, esta de PSP foi a que se arranjou tanto pelo preço como pela disponibilidade pois a original custa balúrdios e não é fácil de encontrar a preços de amigo. Seja como for, o jogo é o mesmo e a experiência é bastante agradável, sobretudo para que é fã da saga e ainda não tocou neste jogo. Um JOGALHÃO DE FORÇA destes, não deve passar ao lado de ninguém.

Brevemente, uma nova estirpe de vírus na PS3 vai aparecer por estas bandas. :)

MURRALHÕES DE FORÇA:
 

2 comentários:

  1. jogar esse jogo da um sentimento de haunting ground bem legal

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  2. Como já te tinha dito pessoalmente este é o SH que para já está em standby numa lista de compras, nunca lhe achei grande piada pelos vídeos que vi. De qualquer das formas, pelo que deste a entender dos discursos com o terapeuta acendeu-me um bocadinho mais o apetite, mas continua a ser de baixa prioridade. :P

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