26 de setembro de 2013

Metal Gear Rising: Revengeance [Limited Edition]


O grande caixote!
Desenvolvido por: Platinum Games
Publicado por: Konami
Director: Kenji Saito
Produtor: Atsushi Inaba
Argumentista: Etsu Tamari
Compositores: Jamie Christopherson
Motor Gráfico: Platinum Engine
Plataforma: PlayStation 3, Xbox360
Lançamento: 19-02-2013 (EUA), 21-02-2013 (EU/JP)
Género: Acção, Hack 'n Slash
Modos de jogo: Modo história para um jogador, VR Missions para um jogador
Media: Blu-Ray
Funcionalidades: Instalação obrigatória no disco rígido (2258MB), Gravação de progresso no disco rígido, Compatível com Função de Vibração, Suporte HD 720p, DLC adicional.
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o três vezes e mais se seguirão.

(Parece que o Verão já era...)

E a respectiva traseira.
Desde há muito tempo que me questionava como seria se fizessem um Metal Gear baseado nos ninjas que por lá habitam como por exemplo o Gray Fox ou o Raiden e eis que em 2013, finalmente, o desejo se viu concretizado sob a forma de Metal Gear Rising - Revengeance. Inicialmente quando se começou a falar sobre este jogo, as dúvidas e cepticismo eram algo que povoava a cabeça dos fãs. Como iria ser o jogo? Um Metal Gear meets Ninja Gaiden? Ou quem sabe um Metal Gear meets Devil May Cry? O resultado é uma mistura que vai buscar um pouco de ambos mas até se ter chegado lá, muita tinta e imagens correram as internetes, com diversas alterações ao longo do projecto. Mas já lá vamos pois isto hoje vai ser uma exposição longa. Este exemplar, mais concretamente a Limited Edition europeia do jogo, chegou-me à colecção em Março de 2013 como presente de aniversário das minhas duas meninas (leia-se mãe e irmã). Para além de trazer a edição normal do jogo, faz-se acompanhar de uma figura do Raiden com a White Armor (exclusiva desta edição) com cerca de 28cm de altura, produzida pela Play Arts. Embora o detalhe seja muitíssimo bom, a edição no geral carece dos conteúdos da americana que, por exemplo, vem com um steelbook exclusivo e a banda sonora em CD. Isto já para não falar no candeeiro com a réplica da espada. Felizmente consegui arranjar um dos steelbooks, graças ao Guess_Who do Collector's Corner a quem desde já agradeço imenso.


Caixa normal com steelbook a condizer.
Tal como os outros jogos da saga, este Revengeance goza de uma trama rica em vilões e planos maquiavélicos de conquista e subversão, onde o que não falta são twists e surpresas. Ainda assim não é nada que chegue à complexidade de alguns dos anteriores. A história como já perceberam, gira em torno de Raiden, essa personagem tão mal amada mas que no fundo é um badass de primeira ordem. Quatro anos após os eventos de Guns of the Patriots, muita coisa mudou no campo de batalha e as PMC's (Private Military Companies) viraram-se para o campo da cibernética, produzindo aquilo a que se podem chamar super soldados, graças à tecnologia existente. No meio disto tudo surgem rivalidades entre estas companhias, da qual se destaca a Desperado, que começa por apresentar mais como uma organização terrorista ao atacar e assassinar N'Mani, o primeiro-ministro de um país africano, deixando Raiden feito num farrapo no decorrer dos eventos. Após isto, Raiden é "reparado" pela sua companhia Maverick e volta de novo ao campo de batalha para ajustar contas com a Desperado e seus representantes, que se encontram a liderar um golpe de estado na nação de Abkhazia. E o resto descobrem vocês.

"Cut at will!" - Quase, diria eu.
Uma coisa que me agradou desde inicio foi o grafismo, que de certo modo me faz lembrar de títulos como por exemplo o Vaquinsh. A Platinum Games neste campo raramente deixa a coisa por mãos alheias e no caso de Revengeance esmerou-se. Visualmente o jogo é muito bom, desde as personagens, tanto as principais como as secundárias e claro, os inimigos que aparecem nas mais diversas formas e tamanhos. Os cenários apesar de não serem muito variados pois são quase sempre citadinos/industriais estão também muito bem conseguidos embora alguns pareçam grandes demais, na minha opinião. A velocidade e fluidez da acção é quase estonteante de tão rápida que é, mesmo quando nos encontramos a lutar contra um boss com quase 10 vezes o nosso tamanho. Contudo, apesar de correr a 60 frames quase constantes, por vezes podem ocorrer slowdowns quando há muita coisas no ecrã, sobretudo explosões, mas é muito raro. As cutscenes utilizam o motor de jogo e têm uma qualidade bestial, embora existam relatos que a qualidade destas na versão de Xbox360 seja inferior à de PS3.

Manual, papelada com DLC e disco.
A parte sonora de Revengeance é no mínimo brutal. A banda sonora a cargo de Jamie Christopherson e dirigida por Naoto Tanaka, é mais virada para a electrónica e metal, algo que nunca se ouviu na saga mas isto até vem a propósito visto este jogo ser orientado para acção e logo necessita de música à altura. Algumas contribuições incluem nomes como Logan Mader, ex-Machine Head e Ferry Corsten, um DJ bem conhecido na cena electro. Escusado será dizer que irão certamente procurar por algumas faixas no YouTube após as terem ouvido no jogo. O voice-acting é também excelente, com diálogos bem construídos e compostos pelas habituais nuances cómicas, características da saga. Embora seja orientado para a acção, existe muita conversa para ser ouvida, tanto nas cutscenes como no codec, portanto já sabem o que esperar. O resto do som em geral é igualmente excelente, à semelhança de outros jogos, mas penso que não é preciso entrar em pormenores neste campo.

O inlay da caixa normal.
O que realmente vos interessa saber é como Raiden se mexe nesta nova aventura que deixa para atrás o stealth e traz para o palco o hack 'n slash. Pois bem, neste campo tudo funciona surpreendentemente bem. Raiden é ágil, aliás, estupidamente ágil na minha mais modesta opinião pois a partir do momento em que o dominarmos fazemos coisas incríveis em combate. Inicialmente poderá parecer difícil mas ao longo de jogo vai-se aprendendo as nuances desta mecânica que assenta essencialmente em dois ataques (forte e fraco) e no Blade Mode. Esta é a base do combate em Revengeance pois permite-nos abrandar o tempo e cortar literalmente em qualquer direcção, seja o que for. Na realidade não podemos cortar tudo o que vemos mas um cyborg, um carro, uma árvore e até certas paredes, não se livram da nossa lâmina. E mais não conto.

O inlay do steelbook e cartão de DLC.
E com o Blade Mode vem o Zandatsu, que literalmente significa cortar e tirar, o que no jogo se traduz em cortar inimigos e tirar-lhes partes, sobretudo a sua fonte de energia. Ao fazermos isto, recuperamos tanto a nossa vida (caso tenhamos perdido alguma) bem como a energia que gastámos ao entrar no Blade Mode. Isto resulta em combates frenéticos, cinemáticos mas acima de tudo muito divertidos e gratificantes. Não existe nada mais giro que limpar dois ou três Geckos sem eles nos tocarem. Por outro lado, embora o combate frenético dê o seu ar de Ninja Gaiden, Revengeance destaca-se deste por não existir um botão de defesa. Existe sim uma mecânica de Parry, tal como em DmC, onde podemos contra atacar todo e qualquer inimigo se acertarmos com o timing, ou seja, pressionar na direcção do ataque em conjunto com o quadrado, mesmo que estejamos de costas. Se tudo correr bem, conseguimos poderosos contra-ataques, muitos deles resultantes num Ninja Kill, onde Raiden com um golpe desfaz literalmente o inimigo.

O nosso amigo confinado.
Raiden conta ainda com um pequeno arsenal para além da sua High Frequency Blade (HFB), que se resume a lança-rockets, granadas, kunais e as armas do bosses derrotados. Infelizmente não se pode usar a nossa HFB em conjunção com as armas dos bosses, limitando-nos a escolha à nossa favorita. Podemos ainda evoluir todo este equipamento, incluindo as armaduras de Raiden, tanto as que o jogo nos faculta como as dos DLC's. Cada uma tem uma habilidade específica como por exemplo levar mais itens de cura, ou mais granadas mas a normal faz bem o seu papel. Ainda em termos de mecânica, embora o jogo seja claramente vocacionado para a acção, o stealth característico da saga está presente e pode ser utilizado, resultando em Ninja Kills e uma pontuação mais elevada (dependendo da situação) no final do confronto. E sim, podemos usar a caixa à lá Snake!

Traseira da respectiva caixa.
Apesar de estar a dizer maravilhas acerca deste Revengeance, o jogo não é perfeito, como qualquer outro. Um dos defeitos que costumam ser apontados é a câmara mas essa é controlada pelo utilizador e portanto não me atrapalhei. Mas existe um, e nesse estou de acordo, que se prende com a longevidade. O jogo é demasiado pequeno! Em 5 ou 6 horas está terminado e o facto é que alguns níveis são grandes mas outros são tão pequenos que quase nem damos por eles. Para prolongar a nossa estadia existem as VR Missions, que apesar de divertidas e até complicadas, algumas delas, não são o mesmo que estar a desfrutar da história e da acção que advém desta. Sempre podemos optar por largar a nota e comprar os dois DLC's que saíram posteriormente sendo que um seguimos a história de um dos membros da Desperado, Jetstream Sam e no outro jogamos com o nosso sidekick, LQ-84i, um cão robot. Pode ser que futuramente o faça.

Pequeno almoço dos campeões!
Em jeito de curiosidade, o desenvolvimento deste jogo passou por um longo processo de experimentação e consequentemente imensos rumores. Quando o anunciaram, iria correr num novo motor de jogo desenvolvido pela Kojima Productions, que mais tarde viria a ser revelado como Fox Engine, utilizado agora pelo futuro MGS V. O nome também sofreu alterações, deixando de ser Metal Gear Solid: Rising - Lightining Bolt Action, o que era estranho q.b., mas a verdade é que traduz de facto aquilo que o jogo é actualmente. Outras alterações incluíram a remoção ou omissão de desmembramentos em humanos, pelo que no produto final só desmembramos robots e cyborgs (embora estes tenham a sua parte humana bem visível). A passagem para as mãos da Platinum Games deveu-se em parte devido a duas coisas: a primeira foi a incapacidade da Kojima Productions desenvolver o jogo em torno do conceito de "cortar qualquer coisa" pelo que cancelaram o que tinham já feito em 2010. A segunda foi a escolha deste estúdio ter sido feito com base de que apenas um estúdio japonês tinha a capacidade para fazer um jogo de acção com ninjas. De facto, até têm uma certa razão, os melhores jogos com ninjas são japoneses mas os ocidentais podem muito bem apanhar-lhes o passo. Tomem cuidado. Há ainda duas questões em aberto: o jogo não foi lançado na Xbox360 no Japão e a versão de PS3 não suporta Move, como inicialmente se falava. Também não faz grande falta.

Lembram-se deste bichinho?
Depois de todo este texto penso que já devem ter uma boa ideia do jogo e até vontade de o jogar. É um excelente exemplo de como um jogo de acção deve ser, com um sistema de combate muito bom e acima de tudo divertido. Como fã da saga, achei-o diferente mas tem aquilo que tornou a mesma tão boa e amada entre a comunidade. E por isso é um JOGALHÃO DE FORÇA.

Brevemente, vamos caçar vampiros uma vez mais, numa portátil da Nintendo. :)
 
MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

1 comentário:

  1. Boa análise, joguei apenas um pouco do demo, não me quis estar a alongar pois ainda quero comprar (e jogar) o MGS4 em primeiro lugar, o que deverá estar para breve.

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