21 de setembro de 2017

Top 5 - Série Contra


Hoje em dia é comum os jogos serem fáceis. É um facto mais do que comprovado nos variados géneros que existem dentro deste universo. Mas o certo é que existem alguns que são propositadamente difíceis numa espécie de revivalismo para nos relembrar de tantos outros que jogámos no passado e que nos fizeram suar as estopinhas ou em última instância, proferir chorrilhos de palavrões para a televisão. São estes que se tornaram famosos, que nos fazem lembrar o longo trilho que percorrermos e o desafio que proporcionaram até que os conseguimos terminar, deixando-nos uma sensação de dever cumprido como nenhuma outra. E é aqui que entra uma das minhas sagas favoritas de todos os tempos: Contra. Uma saga que separa os meninos dos homens de barba rija e que testa os nossos reflexos e memorização como nenhum outro jogo do género bem como a nossa paciência. E se hoje existem jogos difíceis mas desafiantes, bem podem agradecer ao legado que Contra deixou neste campo. Mas o que interessa no meio desta introdução toda, é apresentar o meu Top 5 da série Contra com base na experiência que tive com cada um deles. Creio que o único que falhei foi mesmo o Neo Contra, tendo jogado todos os outros em diferentes plataformas e não contando com coisas como o Contra Evolution ou jogos mobile manhosos. Bom, vamos a isto!
 


 

Este boss cresceu!
Sem dúvida alguma o meu eleito para figurar no 1º lugar desta lista. Contra 4 é uma verdadeira carta de amor a todos os jogos da saga e sobretudo aos fãs conseguindo misturar praticamente tudo o que os jogos anteriores tinham de bom, com algumas novidades. Uma delas é o facto de usar os dois ecrãs da DS, o que faz com que a dificuldade seja acrescida pois os nossos reflexos e atenção são levados ao limite, sobretudo se formos valentes ao ponto de jogar logo em Hard onde tudo é mais rápido e com maior frequência. Outra é uma espécie de grappling hook que serve para nos içarmos para plataformas e afins, que é usado um pouco pelo jogo inteiro e até mesmo em alguns bosses. As armas optam por serem as tradicionais mas com power-up, ou seja, duas metralhadoras no mesmo slot é sinónimo de firepower acrescido. O jogo opta por uns visuais muito reminiscentes de Contra III na SNES mas com melhorias óbvias que tiram partido do hardware bem como uma banda sonora de luxo remisturando muitos dos temas que ainda hoje nos perduram na memória. Sozinho ou a dois, Contra 4 oferece imenso em termos de desafio e divertimento bem como extras pois existem imensos unlockables que vão desde artwork, comic books e até mesmo duas versões emuladas de Contra e Super C na NES! Ah, e o Konami code funciona mas é introduzido de uma maneira especial que não vou revelar.


Um velho conhecido...
Este jogo estar em 2º lugar não é surpresa para quem lê o blog pois é sem dúvida um dos meus favoritos. Desde os visuais excelentes à música que dificilmente é rivalizada, Contra III foi durante largos anos para mim o pináculo da série. Embora não seja dos mais longos nem dos mais difíceis. é sem sombra de dúvida um dos que tem a melhor jogabilidade da série com um controlo suave e intuitivo e que nos proporcionou antes dos outros ter duas armas à disposição e bombas para tratar das situações mais bicudas. E quantas vezes não cheguei ao final para me ver sem vidas, fruto do segundo jogador me ter roubado todas porque era nabo? É verdade, a culpa era sempre do meu parceiro que nunca esteve ao meu nível! Mas de tanto jogar sozinho, o facto é que lá consegui a dada altura terminar esta magnífica obra digital e ainda hoje me dá um gozo tremendo revistar este jogo. O melhor disto tudo é que vai figurar na SNES Mini e assim vai estar acessível a um público mais abrangente visto que ainda hoje é um jogo bastante actual e bonito visualmente. E não, não há Konami code para este.


Conversa entre mulheres.
Quando joguei este pela primeira vez achei-o estranho, pois comparei-o imediatamente a Contra III, mas acima de tudo achei-o extremamente difícil e injusto. Apesar de ter aprendido a gostar do jogo assim, face a estes entraves, só bastante mais tarde me inteirei que a versão japonesa do jogo conta com três hit points antes de perdermos uma vida, coisa que foi removida na versão americana e europeia do jogo sem que a dificuldade tivesse sido ajustada para o efeito. Estamos perante aquele que considero ser ainda hoje o Contra mais difícil da saga mas também um dos melhores por diversas razões. É exclusivo da MegaDrive e mostra que a consola podia rivalizar com a SNES quando as coisas são bem feitas, sobretudo no departamento visual e sonoro. Oferece 4 personagens distintas cada uma com os seus pros e contras. Mas o melhor é mesmo seguir uma história, onde existe interacção entre os nossos heróis e os antagonistas, o que resulta também em múltiplas rotas a seguir e diversos finais, algo não muito comum num jogo deste género. Isto torna-o único bem como a jogabilidade frenética, muito mais do que em qualquer outro jogo da saga. Obviamente prefiro jogá-lo na sua vertente japonesa, ou como tenho feito desde sempre, via emulação com um hack para a versão americana ficar como a japonesa pois infelizmente apesar de ter jogado também a versão europeia em cartucho, é o único jogo da lista que não tenho nenhuma cópia nem física nem digital. Talvez um dia quem sabe colmato esta falha mas até lá vou jogando como posso e recomendo-o vivamente.


Este bichinho precisa de pastilhas Rennie.
Quando a saga fez a transição para o 3D digamos que os resultados foram... desapontantes. Ou melhor, horrorosos. Mas isto foi na PlayStation, onde tinham tudo para serem bons caso tivessem mantido a fórmula. Quando se deu o salto para a PlayStation 2, mantiveram o 3D mas voltaram à fórmula antiga: jogabilidade 2D. E o primeiro jogo da saga nesta plataforma resultou neste Shattered Soldier que provou ser possível fazer um bom Contra com grafismo 3D. Os visuais apesar de não serem bonitos como os dos jogos 2D são funcionais mas a jogabilidade, que é o que interessa, está toda lá. Curiosamente omitiram-se os power-ups e temos sempre 3 armas para usarmos como bem quisermos, com um disparo secundário mais poderoso. Mas o que realmente salta à vista neste jogo é podermos escolher o nível em que queremos começar, apesar da escolha não abranger todos os níveis que o jogo oferece. Por outro lado, o jogo é muito pequeno contando apenas com 5 níveis e um 6º que é secreto, sendo que para chegarmos a este temos de ter uma performance excelente nos anteriores. Aqui entra o sistema de Hit Ratio que se traduz no número de inimigos que derrotamos. Para chegar ao 6º nível temos de pelo menos ter o melhor rating na maioria dos níveis, e quando digo o melhor, digo 100% ou na pior das hipóteses 99%. O jogo é mesmo assim, imperdoável e só os melhores chegam a ver o final verdadeiro pois o jogo oferece vários baseados nisto. Outro aspecto é que podemos treinar cada nível mas implica chegar a esse mesmo e acabá-lo. O que caracteriza este Contra e o distingue de todos os outros é por ser um verdadeiro boss rush mode! Cada nível tem mais de 5 bosses à vontade e é um verdadeiro frenesim. Existe Konami code para este mas também é introduzido de um modo bastante peculiar, o qual não revelo (mas se quiserem saber, google it).


Para primeiro boss, exige prática.
Provavelmente não esperavam ver este na lista mas tinha de constar por um simples motivo: foi o primeiro que joguei e consegui acabar! Mas só depois de muitas e muitas tentativas (e frustração). Apesar de não ser um jogo difícil pelos padrões da série, a partir no nível 3 a dificuldade escala subitamente e o jogo torna-se um verdadeiro desafio. E lá por estar no Game Boy não esperem que não seja frenético pois é e bastante! Tem apenas 5 níveis mas a sua qualidade é sem dúvida excelente, com bom grafismo (melhor que os da NES, sem dúvida), banda sonora impecável e uma jogabilidade surpreendentemente boa, ainda que o salto seja muito menos floaty que o dos outros jogos. É parcialmente baseado em Super C mas é um jogo independente desse e encaixa-se na timeline oficial da série (sim, existe uma timeline para quem gosta destas coisas). Infelizmente não tem multiplayer mas também não perde pontos por isso até porque introduziu a metralhadora automática na série sem ter de apanhar o devido power-up, algo que é utilizado posteriormente noutros jogos (Contra III por exemplo). Sem dúvida uma excelente experiência on-the-go e uma sólida entrada na saga. Tem o Konami code e outra variante que permitem aceder ao level select e sound test (algo que aprecio imenso).

E é esta a minha lista! Obviamente há mais jogos da saga que podiam ter figurado e que joguei também quase até à exaustão mas a lista é somente para o Top 5. Não quero com isto dizer que os outros são piores, nada disso. Alguns estão mesmo ao nível destes pelas novidades, pelo caos e toscaria (Contra ReBirth é o melhor exemplo) mas tinha de escolher e o resultado foi este.

2 comentários:

  1. Contra do NES ainda é a referência suprema, mesmo assim a franquia consegue emplacar bons jogos em outras plataformas. A do DS por exemplo ficou excelente!

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    1. Exacto, existem excelentes jogos da saga noutras plataformas mas não cabiam todos na lista. Gosto particularmente do Hardcorps Uprising mas até entendo algumas pessoas não gostarem daí não o ter considerado para o Top5. Obrigado pela visita!

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