8 de janeiro de 2019

Metroid: Samus Returns [Legacy Edition]

Caixa grande, caixa pequena.
Desenvolvido por: MercurySteam, Nintendo EPD
Publicado por: Nintendo
Director(es): Jose Luis Márquez, Takehiko Hosokawa
Produtor: Yoshio Sakamoto
Designer(s): Jacobo Luengo, Aleix Garrido Oberink
Artista: Rafael Jimenez Rodriguez
Compositor: Daisuke Matsuoka
Plataforma: Nintendo 3DS
Lançamento: 15-09-2017 (EU/EUA/JP)
Género: Acção, Aventura
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Funcionalidades: Compatível com modo 3D, Compatível com Amiibo (conteúdo adicional)
Media: Cartão de jogo
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o três vezes, duas em Normal e uma em Hard.


(Hoje não tenho nada a comentar, mesmo nada!)

Goodies on the back.
Quem acompanha o blog com frequência sabe bem que sou fã de Metroid. É a minha saga favorita da Nintendo, quiçá até mesmo de sempre. E não é por acaso que a minha primeira análise, que data de 21 de Abril de 2009, é sobre Metroid II, um dos meus jogos favoritos na clássica portátil da Nintendo. Como sabem, esta saga nem sempre foi bem tratada pela Nintendo, por vezes até, olhada com algum desdém pois os Japoneses nunca a souberam apreciar. No 30º aniversário, nem sequer teve direito a "bolo de anos", sendo que os fãs é que se chegaram à frente e fizeram o obséquio de nos trazer o já aqui também analisado AM2R, essa obra prima. O que fez a Nintendo? Deu-nos aquele que é o pior jogo da saga Metroid de sempre, também esse, analisado por estas bandas. Mas isso são águas passadas, pois em Setembro de 2017, a Nintendo finalmente decidiu tratar a saga como realmente devia ter feito um ano antes. E eis que surge Metroid: Samus Returns, um remake do original com bastante liberdade criativa pelo meio. Prontamente decidi adquirir a Legacy Edition, no lançamento, tendo custado o preço habitual de €69.90 e que inclui: o jogo, um steelbook, um artbook com arte do jogo original e do remake, um CD com a banda sonora, um porta-chaves da morphball, um pin dourado com o símbolo do Screwattack, um poster e a versão digital do original na eShop. No geral, uma excelente edição.


Papelada e cartão de jogo.
Metroid: Samus Returns é um daqueles remakes que vai mais além do que tentar ser apenas uma reskin do original com algumas coisas novas. Grande parte daquilo que tenham na memória relativamente a Metroid II podem esquecer pois este é um jogo completamente novo, com novas áreas, novos bosses e novas habilidades. Se AM2R é um remake muito próximo, Samus Returns é um remake distante e uma experiência completamente nova e diferente em muitos aspectos. E isso não é mau mas para quem é fã da saga poderá também não ser de todo bom. A história já a conhecem (ou deviam) mas passo a resumir: depois dos eventos da primeira aventura, Samus é chamada ao dever com a missão de ir até ao planeta natal dos Metroid, SR-388, e exterminar todos os espécimes que lá se encontram. E é somente isto.

O curioso steelbook.
Algo que não apreciei desde logo neste título foi a parte visual. O grafismo é bom, atenção, mas o facto de ser 3D (a jogabilidade é 2D) e não 2D deixou-me logo de pé atrás. Mas hoje em dia seria de esperar que assim fosse, e ter jogado AM2R antes deixou-me mal habituado com toda aquela pixel art do outro mundo. Ainda assim, Samus Returns tem uns visuais agradáveis e fluidos, com bastante mais cor do que o original (pun intended) e um ambiente diferente, a meu ver, menos tenso e claustrofóbico. Esse era e é um dos motivos pelos quais adoro o original e por consequência, o fan remake. Neste Samus Returns, penso que se perdeu um pouco essa vertente pois tudo é... colorido. Contudo, existem imensos pormenores e detalhes para apreciar ao longo da aventura e o modo 3D funciona bastante bem com uma óptima sensação de profundidade. A animação é também bastante boa, em particular a de Samus que se mexe de um modo bem mais... feminino, havendo falta de melhor expressão.

Artbook, CD, Pin e Porta-chaves (selado).
A componente sonora é um ponto que me deixou no impasse. No geral, o som é excelente, com efeitos sonoros bastante competentes, boa utilização do som ambiente nas variadas zonas mas a banda sonora é um bocado mixed bag. Bom, isto para quem jogou o original não devia ser problema pois esse para além de ter poucas faixas, em certas zonas nem sequer música tinha contando apenas com uma cacofonia de efeitos sonoros. O busílis da questão reside no facto de ter ficado estupidamente mimado pela banda sonora de AM2R que é das melhores coisas de sempre. Ok, será injusto utilizar este como termo de comparação mas é um facto. Em Samus Returns, vamos reconhecer algumas faixas do original, remixadas, uma boas outras nem tanto, bem como poder apreciar outras tantas músicas novas. Algumas agradáveis, outras nem por isso. Mas é uma questão de gosto, pois no geral, proporcionam bom ambiente a toda a experiência.

Poster com arte do jogo original.
As diferenças mais notórias surgem tanto no design como na jogabilidade deste título. Como referi acima, Samus Returns tomou liberdades criativas, muitas até, ao ponto de ser um jogo completamente diferente até para o mais acérrimo dos fãs (como eu). Explorar este SR-388 é uma experiência nova pois a maioria das áreas é diferente, com imensos locais novos mas outros tantos reconhecíveis da aventura original. Grande parte das áreas antigas foram também expandidas. Isto por um lado é bom, torna as coisas diferentes e novas mas para quem é saudosista, deixa um saborzinho agridoce na boca. No entanto, até para ajudar à exploração e combate, introduziram-se algumas coisas de jogos que saíram depois de Metroid II, como por exemplo o Grappling Hook, Power Bombs e Super Missiles. E com áreas mais vastas e expandidas, o backtracking pode tornar-se monótono pelo que existem agora Teleport Stations para rápido acesso.

Epah! Este bicho é grande!
Por outro lado, a jogabilidade é também muito diferente em certos aspectos. Embora o controlo seja semelhante, Samus é muito mais ágil desta feita. Apontar já não obedece às oito direcções habituais mas sim em qualquer direcção ou ângulo, algo que pode ser feito através de um botão para o efeito. Isto torna a tarefa de apontar muito mais precisa e isto é fundamental, visto que o combate no geral é muito mais frenético. Os inimigos são mais rápidos e agressivos, e por essa mesma razão, Samus pode agora utilizar um golpe melee quando eles atacam para os deixar atordoados e assim conseguir despachá-los com facilidade. Isto torna o jogo diferente em termos de mecânica, visto que só ao tiro não se consegue muito e os inimigos para além de resistentes, provocam muito mais dano. Samus conta ainda com as novas habilidades Aeion, que lhe permitem desvendar partes do mapa em seu redor com o Scan Pulse, aumentar a sua defesa e alcance de melee com a Lighting Armor, aumentar o poder do seu arsenal com o Beam Burst e ainda atrasar o tempo com o Phase Drift. A utilização desta habilidade requer energia Aeion, que se encontra um pouco por todo o lado no planeta e pode ser expandida com tanques, tal como a vida de Samus.

Melee a salvar o dia.
Algo que mudou drasticamente foram os confrontos com os Metroid. Se no original eram extremamente básicos, aqui a complexidade dos mesmos foi aumentada e até os Alpha Metroid aparecem em diversas variantes para tornar as coisas diferentes. E alguns dos confrontos até podem durar mais do que o previsto. Enfrentar os Gamma e os Zeta então é outra história ainda mais diferente pois são praticamente bosses. Embora isto seja bom, haver variedade, o certo é que após os primeiros confrontos com cada uma das fases dos Metroid, a coisa torna-se repetitiva e até enfadonha, sobretudo quando apanhamos um daqueles que foge, algo que a meu ver foi feito só para aumentar artificialmente a duração de jogo e das áreas onde isto ocorre. Por outro lado, existe um novo boss que é provavelmente o pior boss de sempre na saga, prolongando a sua estadia mais do que aquilo que desejávamos e culminando numa das mais aborrecidas boss fights que tive o desprazer de jogar.

Balança e não cai!
Com isto sinto-me à vontade para enumerar alguns dos pontos negativos, a meu ver, que Samus Returns introduziu. Um deles são os Aeions, ou melhor, o Scan Pulse que por si só torna um bocado redundante o acto de exploração em si, de andar aos tiros a paredes suspeitas pois ao utilizá-lo sabemos o que é secreto ou não. Mas só o utiliza quem quer, que é como quem diz. Outra coisa que, embora não me tenha dado comichão, pode parecer má aos olhos de outros jogadores é o próprio combate em torno do melee. Isto implica estar sempre à espera que os inimigos ataquem pois disparar contra eles pouco faz e se bem se lembram, a saga Metroid sempre foi isso: disparar contra o que se mexe e explorar. Esta mecânica quebra um bocado a acção nesse aspecto. Outro pequeno pormenor que achei estranho é o facto de recolhermos o ADN dos Metroid para utilizar nas estátuas Chozo que se encontram colocadas à entrada de cada área para escoar... o líquido tóxico! No original era lava, supostamente e esta desaparecia através de terramotos naturais que estranhamente coincidiam com o extermínio de N Metroid em determinada área. A meu ver preferia esta teoria do que o ADN ser a chave de algo. Também não gostei de ter de usar o ecrã táctil para mudar os disparos e os mísseis, podiam ter adoptado uma combinação de botões para isso. Ah, e a cereja no topo do bolo é quer algum conteúdo só é desbloqueável com os Amiibos compatíveis, sendo que um destes conteúdos é o Fusion Mode, um modo extremamente difícil... bravo Nintendo.

Confesso que esperava que este remake fosse perfeito. Ou melhor, superior ao que os fãs lançaram um ano antes mas a verdade é que... AM2R continua a ser o melhor remake e na minha opinião, o melhor Metroid 2D de sempre. Metroid: Samus Returns é bom, sim é verdade que é bastante bom, mas não chega a ser óptimo. Ainda assim é um jogo imprescindível na colecção de qualquer fã e só por isso é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: aventura medieval na PS2.

MURRALHÕES DE FORÇA:
 

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