3 de fevereiro de 2019

Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars

Bonecos de plasticina na capa.
Desenvolvido por: Square
Publicado por: Nintendo
Director(es): Yoshihiko Maekawa, Chihiro Fujioka
Produtor: Shigeru Miyamoto
Argumentista(s): Kensuke Tanabe, Atsushi Tejima
Compositor: Yoko Shimomura
Plataforma(s): Super Nintendo, SNES Classic Mini, Virtual Console
Lançamento: 09-03-1996 (JP), 13-05-1996 (EUA)
Género: Role Playing Game
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Não se aplica
Funcionalidades: Vários slots para gravação de progresso
Estado: Não se aplica
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei-o uma vez.

(Fun fact: se uma pessoa caísse num buraco negro, ficaria esticada como um esparguete.)

Tem estas coisas todas.
Durante os anos 90, quem vivia na Europa sofreu um bocado caso fosse fã Nintendo pelo simples facto de muitos jogos nunca terem sido lançados no velho continente. Líamos revistas, víamos imagens e estávamos sempre na expectativa de saber quando aquele jogo que tanto ansiávamos iria sair por cá. Em muitos casos a resposta foi... nunca. E isto deveu-se a diversos motivos, sendo os mais plausíveis a localização do jogo em si e noutros a optimização para o sistema PAL. A meu ver, ambos válidos pois os custos eram elevados mas por vezes também um pouco rebuscados. O género mais afectado sempre foram os RPGs e muitos deles foram localizados em inglês, lançados nos Estados Unidos e nunca lançados na Europa. Porquê? Sabe-se lá... o certo é que apenas tinham de ser optimizados para a nossa norma mas isso nunca aconteceu. Assim, muitos de nós recorreram a meios menos ortodoxos para os jogar ou simplesmente jogámos tudo muito mais tarde noutras plataformas. O jogo que apresento aqui hoje é um claro exemplo disso e foi preciso chegar a SNES Classic Mini para o jogar pela primeira vez, algures em 2018.


Conselho sábio...
Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars foi uma aposta da Nintendo em conjunto com a Square em trazer o canalizador mais famoso de sempre a um género que não era a sua praia, criando assim uma mistura pouco convencional mas que resultou de forma soberba. A história decorre invariavelmente no Mushroom Kingdom onde Mario se encontra numa das suas habituais buscas de salvamento da Princesa Toadstool. Durante a batalha com Bowser, uma espada gigante de nome Exor cai do céu, partindo a Star Road em sete fragmentos e espalhando estes e os nossos conhecidos por diferentes partes do reino. Cabe-nos assim a demanda de reunir esta gente toda e partir em busca dos fragmentos para descobrir a causa deste evento.

Há que saber escolher.
No campo visual Super Mario RPG é um jogo bastante interessante que optou pela mesma técnica de utilizar grafismo 3D pré-renderizado, o que lhe confere um aspecto bastante distinto de todos os jogos da época, um pouco como aconteceu com a saga Donkey Kong Country. Assim, temos personagens e locais bastante detalhados e coloridos, com boas animações e tudo isto numa perspectiva isométrica que apesar de resultar bem pode não ser do agrado de todos. Ainda que visualmente seja um jogo bonito ainda hoje, o facto é que nas televisões modernas, este tipo de grafismo produz alguns artefactos estranhos que não se notavam nas antigas com scanlines pelo que na SNES Classic Mini isso pode ser resolvido activando esse modo. Isto nota-se particularmente nas tiles que compõem os cenários e que por vezes parecem não encaixar bem umas nas outras.

O que será que Mario encontrou?
Yoko Shimomura tomou as rédeas da composição sonora do jogo e presenteou-nos com uma excelente selecção de faixas com músicas divertidas, catchy e acima de tudo que nos perduram na memória, coisa que hoje em dia os jogos actuais raramente fazem. Mas em 96 as coisas eram feitas com outro gosto e esta banda sonora é prova disso. Os efeitos sonoros são igualmente excelentes, com imensa variedade para as diversas ocasiões e eventos, alguns deles sendo reminiscentes da própria saga Super Mario mas sempre com uma sonoridade nova.

Estes tipos fazem jus ao nome.
A jogabilidade de Super Mario RPG é aquilo que se poderia esperar da Square. Temos perante nós um verdadeiro RPG à antiga, onde o combate é feito por turnos com uma equipa de três personagens. Estas podem atacar, usar magia, itens e ataques especiais com algumas particularidades. Ao atacarmos, se carregaremos no botão com o timing certo num momento muito específico, damos dano agravado aos inimigos. Isto é particularmente útil em qualquer combate e o mesmo se aplica quando estamos a defender pois usando a mesma técnica, podemos reduzir o dano ou evitá-lo por completo. Claro que ao atacar, o timing é diferente para cada arma que as personagens estiverem a usar. Também podemos ganhar bónus ao derrotar os inimigos, que nos permitem aumentar o ataque, a defesa, atacar outra vez de seguida ou simplesmente recuperar toda a vida perdida. No final dos combates somos recompensados com XP e dinheiro, que até podemos duplicar (ou perder tudo) num mini jogo que por vezes ocorre aleatoriamente.

O pior mini-jogo de sempre...!
Por falar em personagens, temos então os nossos velhos conhecidos Mario, Bowser e a Princesa Toadstool, que funcionam com uma espécie de all rounder, tank e healer e ainda os novatos Mallow e Geno, duas personagens novas neste universo mas bastante interessantes, com ataques e magias bem potentes de serem usadas em combate. Outros velhos conhecidos aparecem, tais como Toad e Yoshi mas são apenas NPCs. Tratando-se de um RPG à antiga, o progresso obedece a seguir uma história, com algumas sidequests pelo caminho e com todos os parâmetros habituais no género tais como subir de nível, distribuir XP pelos atributos e claro, utilizar uma enorme gama de armas e equipamento para poder fazer frente às hostes inimigas. O jogo prima também pelo seu humor que é uma constante do início ao fim, com diálogos muito cómicos e situações, por vezes, do arco da velha. Algo que desgostei foi o facto de muita coisa estar escondida em blocos invisíveis, não existindo nenhuma espécie de pista visual que nos permita saber onde estão mas um item específico que podemos apanhar, dá uma dica sonora se estivermos numa área com coisas escondidas. De outra forma, temos de andar a pular por todos os tiles do cenário (onde é possível fazê-lo) na esperança de achar algo e isto não tem muita piada. E falando em coisas secretas, existe um boss especial para os mais persistentes...

Power Rangers, versão Super Mario.
Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars é daqueles jogos que fazia todo o sentido ter saído na Europa naquela época, até porque com este nome iria vender que nem pãezinhos quentes. Talvez o facto de ser RPG fez com não fosse lançado pois a Nintendo devia pensar que nós não apreciávamos o género quando era precisamente o inverso. Mas pronto, o tempo assim o ditou e agora está acessível a todos pelo que é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: um RPG que desiludiu muitos, na PS4.

MURRALHÕES DE FORÇA:
 

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