10 de fevereiro de 2020

Castlevania: The New Generation

Excelente artwork!
Desenvolvido por: Konami
Publicado por: Konami
Produtor: Tomikazu Kirita
Artista(s): Teisaku Seki, Shinichiro Shimamura
Compositor: Michiru Yamane
Plataforma(s): Mega Drive, Mega Drive Mini, PlayStation 4, Xbox One , PC, Nintendo Switch
Lançamento: 17-03-1994 (EUA), 18-03-1994 (JP), 20-03-1994 (EU) (Mega Drive)
Género(s): Plataformas, Acção, Aventura
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Não se aplica
Funcionalidades: Sistema de passwords para manter o progresso
Outros nomes: Castlevania Bloodlines (EUA), バンパイアキラー Vampire Killer (JP)
Estado: Não se aplica
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei-o mais vezes do que me possa lembrar.

Parte traseira da versão europeia.
Castlevania é sem dúvida uma das sagas mais amadas no mundo dos videojogos sobretudo por quem, tal como eu, cresceu com estes jogos nas consolas de 8 e 16-bit. E foi nesta altura que se produziram os melhores títulos naquilo que podemos considerar a era clássica da saga, antes dos jogos se tornarem praticamente todos em clones do soberbo Symphony of the Night. E quando digo era clássica, refiro-me aos jogos tal como nos lembramos deles, com diversos níveis, progressão linear, muitas surpresas e dificuldade pelo caminho. A série teve alguns altos e baixos nas 8-bit mas na 16-bit creio que tudo o que se produziu (excepto um único título que considero abismal, adivinhem qual) roçou a perfeição em todos os níveis possíveis. Tendo eu crescido maioritariamente a jogar tudo quanto era Nintendo, o certo é que tive oportunidade de ir jogando algumas coisas nas consolas Sega e o jogo que apresento aqui hoje foi um dos poucos que me fez ter inveja de quem tinha uma Mega Drive. Mas ainda assim aproveitei cada oportunidade que tive para o jogar, tendo pedido emprestado a consola e cartucho a amigos sempre que me dava na gana. Nunca me deu para comprar o original anos mais tarde devido aos preços que se praticam e que rondam o absurdo mas a emulação sempre colmatou isso e hoje em dia com a Mega Drive Mini menos motivo tenho para o fazer.


Nice doggy!
Castlevania: The New Generation foi o único jogo da era clássica da saga a ser lançado numa consola Sega até hoje o que por si só o torna especial. Saiu uma versão mal amanhada do Symphony of the Night na Sega Saturn, exclusiva no Japão e ainda tivemos promessas de jogos na defunta e mal amada 32X bem como na Dreamcast mas o certo é que o jogo de Mega Drive é o único que se destaca por ser diferente em vários aspectos. A começar pela trama que não se prende à família Belmont, como tem vindo a ser habitual, mas recai sob duas novas famílias: Morris e Lecarde, que invariavelmente têm algo em comum com os nossos conhecidos caçadores de vampiros. Desta vez a história decorre em pleno século XX, onde a vampira Elizabeth Bartley (supostamente uma sobrinha do próprio Dracula) planeia ressuscitar este mesmo orquestrando a Primeira Guerra Mundial como forma de sacrifício para o ritual. É aqui que entram John Morris, filho de Quincy Morris (da história original de Bram Stoker) e Eric Lecarde (suposto descendente de Alucard e Maria Renard) para pôr um ponto final nesta diabólica trama. Na minha opinião, esta mistura que a Konami fez com personagens é um pouco estranha.

Aqui as coisas balançam... e muito!
Visualmente, Castlevania: The New Generation é sem dúvida um jogo imensamente bonito, fazendo um uso do hardware da Mega Drive e proporcionando excelentes efeitos, alguns dos quais eu sempre acreditei que não seriam possíveis a não ser que fossem feitos na SNES com auxilio do Mode7. Mas o certo é que foram feitos aqui sem recurso a nada extra e apenas com a mestria de quem os programou. Uma das coisas que mais aprecio neste título é a variedade visual que provém dos diferentes locais que visitamos ao longo da nossa demanda pela Europa de 1917, mantendo tudo bastante distinto e interessante, desde as ruínas do castelo de Dracula, passando pelos templos na Grécia, a inesquecível Torre de Pisa e até os jardins de Versailles, entre outros sítios. Tudo tem um gosto especial e único, sendo que cada nível é uma experiência diferente com imensos pormenores e inimigos que surgem sob diferentes formas e tamanhos. Alguns mais clássicos e conhecidos, outros tantos completamente novos e surpreendentes. Alguns efeitos visuais são também impressionantes para a época provando que a Konami era sem dúvida muito forte nesta área.

Corre Eric, corre!
Não se ficando por aqui, Castlevania: The New Generation proporciona-nos uma das melhores experiências audíveis que me lembro nas 16-bit, onde a excelente banda sonora produzida pela inconfundível Michiru Yamane ainda hoje provoca arrepios na espinha sempre que ouço certas faixas. Faixas como The Sinking Old Sanctuary e Iron-Blue Intention tornaram-se lendárias devido a este jogo tendo mais tarde sido aproveitadas para outros jogos na saga com uma ou outra modificação, provando assim que esta banda sonora é intemporal. Mas outra músicas já nossas conhecidas da saga marcam também aqui presença com uma nova sonoridade que assenta que nem uma luva. Também os efeitos sonoros são bastante bons, com imensos a serem usados em todo o tipo de ocasiões mas destaco que alguns deles têm um som particularmente metálico e penso que isso se deve ao próprio chip de som da Mega Drive, o que até confere um toque especial.

Vandalismo necessário...
Naquilo que realmente importa, a jogabilidade, Castlevania -
 
: The New Generation não se afasta em nada daquilo que popularizou a saga. O controlo é bastante sólido ainda que não se sinta aquela fluidez e suavidade de Super Castlevania IV, que a meu ver neste título não iria resultar tão bem. Podemos atacar e saltar, existindo agora um botão dedicado para as sub-weapons que é sempre melhor que carregar para cima e no ataque. Mas a grande novidade é podermos jogar com duas personagens distintas, o que nos permite duas experiência de combate e exploração diferentes. John é o típico whip wielder, controlando-se como um Belmont ainda que não possa chicotear nas 8 direcções como em Super Castlevania IV. Ainda assim pode fazê-lo na diagonal ao saltar, o que lhe permite agarrar-se a superfícies e assim chegar a locais que de outra forma não teria acesso. Já Eric usa uma lança, que tem mais alcance que o chicote de John e pode ainda rodá-la em diferentes direcções se permanecer parada. Mas o melhor é poder usá-la para impulsionar o salto vertical, chegando assim a plataformas às quais John não consegue. Isto faz com que alguns níveis tenham diferentes rotas para ambos ainda que culminem sempre no mesmo final.

Esta batalha é excelente.
Apesar de não ser um jogo difícil, até o considero um dos mais fáceis na saga, Castlevania: The New Generation tem a sua dose de desafio, com imensos mini bosses e bosses pelo caminho, fazendo com que provavelmente não o terminem na vossa primeira ronda. O sistema de passwords ajuda a manter esse progresso e evita que comecem tudo do início mas o jogo também é um pouco curto e é sempre um prazer começar sempre do zero (o jogo era suposto ter mais níveis que ficaram no cutting room floor por assim dizer). A titulo de curiosidade, decidi analisar a versão europeia em detrimento da americana, Castlevania: Bloodlines por dois motivos. O primeiro por nostalgia, foi a versão que mais joguei (e a nossa arte da capa é bem melhor). O segundo devido à censura de que foi alvo, onde se omitiram praticamente todas as instâncias de sangue, a começar pelo ecrã de título que passou a ser azul representando assim água, omissão de cadáveres nos níveis, gotas de sangue, os zombies serem esverdeados e Eric não ser empalhado pela própria lança quando morre. Na versão europeia existem também algumas diferenças no posicionamento de inimigos, que tornam as coisas mais fáceis ou difíceis consoante a ocasião. A versão japonesa conta ainda com um Eric mais feminino nas suas feições, algo que se vê bem na intro do jogo.

Se ainda não tinham dado conta, Castlevania: The New Generation é o meu jogo favorito da saga nas 16-bit mas ocupa essa lugar com Super Castlevania IV. São tão diferentes mas tão bons em simultâneo que é-me impossível escolher apenas um para ocupar o lugar. Se nunca o jogaram façam o especial favor de o fazerem pois não são fãs de videojogos sem terem experimentado esta obra prima. E claro, é sem dúvida alguma um JOGALHÃO DE FORÇA!

MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

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