20 de julho de 2010

Tenchu: Shadow Assassins

Rikimaru badass!
Desenvolvido por: Acquire 
Publicado por: From Software (Japão), Ubisoft (EUA e Europa)
Motor de jogo: GameBryo
Plataforma(s): Nintendo Wii, PlayStation Portable
Lançamento: 21-10-2008 (JP), 03-02-2009 (EUA), 03-04-2009 (EU)
Genéro: Stealth Action
Modos de jogo: Modo história para um jogador, Modo Assignments para um jogador
Media: DVD-ROM (4.7GB)
Funcionalidades: Um save slot na memória da Wii, Compatível com o modo HDTV
Outros nomes: Tenchu 4 (JP)
Estado: Completo
Condição: Impecável 
Viciómetro: Acabei-o uma vez, repeti alguns níveis para completar o mapa a 100% e ver o final completo (que são apenas 50 segundos de puro cliffhanger...)

(Longa ausência mas quem é vivo sempre aparece! Derivado a vários factores de ordem pessoal, não tive ainda oportunidade/tempo para actualizar aqui o sítio mas agora vou ver se trago pelo menos mais dois jogos para adicionar a curto prazo, visto ter terminado os mesmos à relativamente pouco tempo.)

Ninja slice! Ninja kill!
Ninjas, ninjas, ninjas! Tiveram o seu auge no final dos anos 80 e um pouco pelos anos 90 fora, dando azo a todo o tipo de aventuras e conspirações que se possam imaginar. Misteriosos, audazes e sempre muito mortíferos, pudemos vê-los um pouco por toda a parte, desde filmes, a séries e claro passando pelos videojogos. Quem não se lembra de clássicos como Shinobi, Last Ninja e Ninja Gaiden? Talvez não tenham sido os primeiros mas foram certamente os que mais marcaram e ainda hoje se ouve falar deles bem como alguns ainda têm destaque neste panorama das HD's. Mas com a passagem para o 3D e um pouco antes disso, surgiu um novo concorrente na ribalta: Tenchu. Este prometia ser o verdadeiro jogo de ninjas onde tínhamos de actuar como um, ou seja, fazer fosse o que fosse sem ser visto (um pouco como a saga Metal Gear). E de facto resultou, dando origem a uma saga de bons jogos com alguns menos bons. Tenchu - Shadow Assassins encontra-se no limbo. Quero com isto dizer, que nem é bom, nem é mau. A minha cópia em questão, veio algures do Reino Unido, não me recordo se da DVD.co.uk, se da Zavvi, ou mesmo da GAME. Foi duma dessas, por 16 euros.


Ninja disc and Ninja manual!
Tenchu: Shadow Assassins (ou Tenchu 4 como é conhecido no Japão), é um jogo de stealth action onde a palavra de ordem é mesmo camuflagem. E quando digo isto, é porque neste jogo temos mesmo que estar escondidos e fazer as coisas bem feitas pois se jogaram algum dos anteriores vão notar enormes diferenças o que faz com que alguns jogadores se retraiam um pouco. A história deste capítulo da saga passa-se após Tenchu - Wrath Of Heaven, onde mais uma vez, os domínios de Lord Gohda parecem estar agitados e à beira de uma nova guerra. É com isto que começa a trama, envolvendo uma vez mais personagens já conhecidas dos seguidores, como a Princesa Kiku (a tipa não aprendeu nada desde o primeiro jogo), Sekiya (o conselheiro de Gohda), Rikimaru (dispensa apresentações), Ayame (idem aspas) e uma personagem surpresa (não pensem em nada muito surpreendente). Há ainda umas quantas personagens novas mas que têm pouco impacto na história. No fundo, neste campo, pouco se avançou e parece que este jogo é apenas um elo de ligação para um futuro grande título... assim o espero.

A brincar às escondidas...
E os gráficos? Os altes grafiques? Nada de muito espantoso mas cumprem a sua função. O ambiente é sempre bastante escuro e obscuro, pois a ideia é mesmo essa. As personagens principais tem o seu q.b. de detalhe mas falta-lhes fluidez, especialmente nas animações. O mesmo se pode dizer dos inimigos, à excepção do detalhe pois nota-se um bocadinho de desmazelo nesta área. A nível de ambientes está impecável, só é pena que não os possamos explorar da mesma maneira que nos títulos anteriores onde existia uma liberdade nitidamente superior. Gostei em particular das cutscenes que estão excelentes, bem como, a cena de introdução que nos dá uma ideia de como seria um jogo da saga numa da consolas HD (isto se não contarmos com o Tenchu Z na Xbox360).

Bigodes, já foste!
No campo do áudio gostei (e gosto) imenso da música, que me continua a lembrar qualquer um dos títulos anteriores. O senhor Noriyuki Asakura continua a marcar pontos nesta área, tal como fez em jogos anteriores e na conhecida série Rurouni Kenshin. Props para ele, é um bacano! Os efeitos sonoros também me pareceram bem, alguns ainda que reciclados pois não me são inteiramente estranhos. Contudo não são bem explorados, um pouco pela IA deficiente, que tanto responde ao som como ignora completamente que algo ou alguém caiu num lago, isto para exemplificar. Agora o que realmente começa por estragar este jogo é o voice-acting. Numa palavra: horripilante! Ok, diria ainda, péssimo, medonho, nojento, horrível... m*rdoso! É das piores coisas que ouvi nos últimos tempos! E pior que isso é a incapacidade de o mudar para o original Japonês! Compreendo que no tempo da primeira PlayStation, isto não fosse possível devido ao espaço em disco mas os dois jogos de PlayStation 2 têm essa opção como bónus e este não devia ser excepção! Ninguém quer jogar um jogo que se passa no Japão Feudal, com pessoas a falar em inglês. Quebra completamente o espírito e o ambiente, isto para não dizer que é um atentado para os ouvidos. Então quando chega à parte dos inimigos falarem é de bradar aos céus, com frases tão estúpidas e observações que nem uma criança de cinco anos se lembraria de proferir.

Finalmente Ayame tem bom aspecto!
É óbvio que, como já puderam constatar (se é que leram até aqui), comecei a criticar as partes más e ainda não chegámos à jogabilidade. Mas esperem, acabámos de chegar a esse ponto! Pois é, a jogabilidade deste Tenchu é um desafio. Não por se utilizar o Wii Remote e o Nunchuk, mas sim por estar mal concebida e parecer demasiado rígida, arcaica e não responder com exactidão ao que o jogador faz. Controlar Rikimaru ou Ayame (ligeiramente mais rápida) é quase igual, coisa que em jogos anteriores se notava diferença. Ambos são lesmas a andar e quando correm parecem cavalos com palas nos olhos pois vão sempre a direito e mal curvam. Saltar neste jogo é para esquecer, pois raramente se consegue um salto perfeito para uma matança silenciosa e quando se consegue fica-se com a sensação que foi muito automático e fácil pois todos os comandos são mostrados no ecrã. Para tal, criou-se um movimento chamado Hayate, que permite mover de uma zona onde estamos camuflados, para outra com a chamada rapidez ninja e que permite assim criar o efeito pretendido de modo a podermos levar a cabo os Hissatsu (nome pomposo para as mortes). Eficaz mas muitas das vezes, especialmente quando temos de limpar três inimigos de uma só vez, mas como já referi, demasiado automático. E claro, isto tudo, agitando o Wii Remote e o Nunchuk nas direcções que nos são indicadas. Parece divertido, mas dura apenas cinco minutos até nos cansarmos.

Os confrontos agora são na primeira pessoa.
Outro aspecto, é que sendo um verdadeiro stealth action, os confrontos com os inimigos são de evitar e existe uma pequena lua com estrelas em redor que nos alerta para esse efeito. Isto pelo simples facto de que baixam a pontuação geral no final de cada nível e enfrentar um simples samurai ou ninja, é mais difícil que enfrentar um boss! É verdade! E muitas das vezes nem sequer os podemos enfrentar pois as espadas são itens comuns que se gastam tal como os outros todos... que falha descomunal! E por falar em itens, perderam-se muitos dos que estávamos habituados tal como o grappling hook, que deu lugar ao kasugai, uma espécie de espigão para subir apenas determinadas paredes (esqueçam andar constantemente nos telhados). Contamos ainda com bombas, bombas de fumo (curiosamente úteis neste jogo), pedras, uma cana de pesca, kunai, shuriken (arma banida em muitas versões PAL de jogos anteriores), veneno, um tubo de bambu para respirar debaixo de água e apagar velas, entre outras tantas armas ninja, algumas secretas. A mais curiosa é o shinobi cat, que podemos controlar para apanharmos itens e provocar os inimigos levando-os muitas vezes à sua própria morte. Uma coisa curiosa neste jogo é que muitas destas armas têm um efeito mortal, os kunai e os shuriken, por exemplo e havendo falta disso, uma simples pedra serve para matar um ninja que se esconde nas sombras. E com tanto que já disse sobre este Tenchu, entusiasmei-me e escrevi demais!

Este vai ficar com as costas direitas.
Concluindo, são 10 níveis de história (jogar em Hard ou Hell apenas influencia as batalhas, o jogo contínua "fácil"), mais 10 de Shadow Mode (uma versão mais desafiante com inimigos colocados em sítios diferentes e padrões alternativos de patrulha) e 50 missões Assignment (que desbloqueiam extras na opções a cada 10 missões concluídas, tais como Memories, Art Gallery e afins). Se compensa jogar até ao fim? Se são seguidores da saga sim, pois vão achar uma certa piada ao desfecho inconclusivo. De outra forma não. E apanhar as partes do mapa? Bem, se tiverem pachorra, de outra forma vejam esses 50 segundos de final extra no YouTube pois vão ficar lixados tal como eu fiquei. Tenchu: Shadow Assassins é um jogo abaixo da média, com boas ideias mal exploradas e algumas falhas que podem arruinar completamente a vossa experiência. Mas se lhe tomarem o gosto podem extrair alguma diversão daqui. Como disse, está no limbo, entre o bom e o mau e as opiniões dividem-se mas é um JOGALHÃO DE FORÇA só pelo facto de o ter na colecção e ter feito o que tinha de ser feito, terminá-lo!

Voltarei, com um verdadeiro jogalhão em breve!

MURRALHÕES DE FORÇA:
 
 

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