27 de agosto de 2012

Binary Domain


Esta capa lembra-me algo...
Desenvolvido por: Yakuza Studio
Publicado por: Sega
Director(es): Toshihiro Nagoshi, Daisuke Sato
Produtor(es): Masayoshi Kikuchi, Jun Yoshino
Designer: Hiroyuki Sakamoto
Compositor: Mitsuharu Fukuyama
Plataforma(s): PlayStation 3, Xbox360, PC
Lançamento: 16-02-2012 (JP), 23-02-2012 (EU), 24-02-2012 (EUA)
Género: Third Person Shooter
Modos de jogo: Modo história para um jogador, Multiplayer online até 10 jogadores
Media: BluRay
Funcionalidades: Instalação obrigatória no disco rígido (3760MB no mínimo), Gravação de progresso no disco rígido da consola, Suporte HD 720p, 1080i, 1080p, Compatível com DualShock 3, Compatível com Sixaxis, DLC adicional
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o três vezes nas várias dificuldades.

(Isto hoje não é dia de Verão...)

Sábias palavras.
Confesso que nunca fui fã da Sega. Numa época em que éramos quase que obrigados a escolher uma das partes, optei pela Nintendo sem pensar duas vezes. A Sega não tinha nem consolas nem jogos que me atraíssem o suficiente para lhe ser fiel seguidor. Obviamente isso teve um custo que se reflectiu em não ter coleccionado alguns dos seus melhores exclusivos. Mas nada que hoje em dia não se comece a fazer, devagarinho. Actualmente gosto bastante da Sega, como editora e produtora, embora infelizmente, não façam mais consolas. O certo é que também os seus jogos não são blockbusters e rapidamente baixam de preço, o que não é de todo bom para a empresa mas é de certo modo bom para quem os quer jogar. Eu pelo menos não me queixo, desde que continuem a lançar jogos, coisa que tem vindo a acontecer. Isto leva-nos ao jogo que trago até aqui hoje, um título que passou ao lado de muito boa gente e que merecia um pouco mais de destaque. Este exemplar, adquirido online um mês depois do lançamento, ficou-me por cerca de 26 euros.


Manual e disco.
Binary Domain apresenta-se com um TPS futurista, produzido pelos mesmos senhores que nos têm trazido a saga Yakuza. Ora aqui podemos desde já ter um chamariz para os fãs dessa saga, ainda que sejam jogos completamente diferentes. A trama do jogo prende-se com questões morais de homem versus máquina, uma vez que a humanidade atingiu o seu pico e a evolução das máquinas idem aspas. Traduzindo isto por miúdos, em 2040 a economia debateu-se com o problema de máquinas se passarem por humanos (Hollow Children), dando origem à New Geneva Convention, um conjunto de leis que banem toda a pesquisa inerente a este assunto, em especial a cláusula 21 que é totalmente contra os Hollow Children. Em 2080, um Hollow Children atacou a sede da Bergen, a potência americana líder em robótica, dando azo a que a International Robotics Technology Association (IRTA) enviasse uma equipa denominada Rust Crew para lidar com o assunto, uma vez que são especialistas nisso. Esta equipa irá até ao Japão, mais concretamente à sede da Amada Corporation, o grande rival da Bergen, para capturarem Yoji Amada, o cérebro por detrás disto tudo. Ou assim eles pensam...

Um inlay simples mas bonito.
Sem grandes surpresas, Binary Domain apresenta-se com uns visuais simples mas bastante funcionais e até um pouco reminiscentes da saga Yakuza no que toca às personagens. Digo isto porque a atenção dada às expressões corporais e faciais está ao mesmo nível e é algo que salta logo à vista, sobretudo nas cutscenes, todas elas em tempo real e com o motor de jogo. Os cenários não primam pela originalidade pois passamos bastante tempo na cidade e parece que é sempre a mesma coisa, mas pelo menos são diversificados q.b., com algumas incursões por túneis, esgotos, fábricas e afins, não descurando algumas perseguições a alta velocidade, sobre carris e até na água. É tudo um pouco cinzento demais na minha opinião, mas a acção consegue disfarçar isso. As personagens estão muito boas, como já dei a entender acima, ainda que pudessem estar mais detalhadas no geral. Mas os pequenos pormenores que têm fazem toda a diferença. Já os inimigos parecem ser todos muito idênticos, pois são robots atrás de robots, com alguns a mudarem ligeiramente de aspecto e ocasionalmente os bosses que se destacam pelo seu tamanho colossal. E é disto que a malta gosta, gigantes para destruir.

Na estrada é para rebentar tudo o que mexe.
Algo que realmente gostei foi da banda sonora, toda ela muito electrónica a puxar para o Trance em algumas faixas. A meu ver é perfeita para este estilo de jogo, mais a mais, com esta temática futurista, e chega até a lembrar Ghost in the Shell em certas instâncias. Apesar da batida, a música não é predominante durante toda a acção, sendo que em certas partes o som ambiente toma lugar, destacando assim os excelentes efeitos sonoros, desde tiros a explosões e sobretudo o voice-acting que é muito bom. Este é feito em Inglês e Japonês, consoante as personagens e até mesmo com vários sotaques no que diz respeito ao Inglês. Por vezes os diálogos chegam a ser cómicos quando os Franceses começam a falar Inglês.

Faye no sucky for less than 10 dolah.
A mecânica de jogo em Binary Domain é igual a tantos outros TPS que já jogámos nos dias que correm. A nossa personagem corre, disparar, rebola, usa as covers, tudo isto feito de forma simples e eficaz, com um mapeamento de botões perfeito para o desenrolar da acção. A acção, esta é sempre a bombar, desde os inimigos mais tenrinhos a serem moídos que nem café, aos grandalhões, nomeadamente bosses, que nos obrigam a tácticas mais defensivas antes de desferirmos golpes certeiros. Mas então o que o diferencia dos outros jogos do género? Uma coisa que se chama Consequence System. Uma vez que andamos sempre com dois parceiros, por vezes temos de tomar decisões em relação a eles e ao que eles dizem. A nossa resposta influencia directamente a relação com eles e a confiança que eles depositam em nós. Uma resposta positiva a confiança sobe, uma resposta à bruta a confiança desce. O mesmo se aplica à performance em combate. Friendly Fire é algo que não vão querer, isto se pretenderem ter amigos na equipa.

Sewer surfin'! Ou algo parecido.
O giro desde sistema é que isto tem influência na história e nas cutscenes, para além do facto de podermos utilizar o sistema de duas maneiras: uma delas é via comando, onde podemos seleccionar um pequeno número de respostas. Outras é via headset, onde falamos para as personagens e aqui o leque de respostas é um pouco maior. Isto é tudo muito giro mas por vezes a IA nem sempre reconhece as respostas que pretendemos, um pouco devido ao nosso sotaque. Se forem fluentes a coisa até corre bem, até porque o jogo reconhece seis línguas diferentes, incluindo Japonês. De resto, para além da confiança dos companheiros que vai evoluindo, temos também que evoluir cada uma das personagens, que passa por um pequeno sistema de nanomachines que vamos encontrado ao longo do jogo, tanto espalhadas pelos níveis como em vending machines onde podemos comprá-las. A isto juntam-se também as armas, que podemos adquirir e evoluir em diversões aspectos como por exemplo rate of fire, número de munições, accuracy, entre outros factores. Cabe-nos a nós quais as personagens que escolhermos para ir connosco e quais evoluir. O certo é que dá para fazer tudo com todos, é uma questão de gestão e decidir no momento certo.

Sucata tamanho familiar!
A vertente multiplayer divide-se em duas: o habitual deathmatch e um survival mode. O primeiro é auto-explanatório e o segundo também, mas este último é bem mais interessante uma vez que temos de cooperar se quisermos sobreviver umas valentes rondas de scrap heads. O problema é que por mais vontade que tivesse de jogar este modo, não encontrei ninguém online para o fazer o que me leva a crer que esta vertente deve estar bem morta. Da próxima vez, façam tudo isto com suporte para LAN ou splitscreen, pois assim há sempre esperança de se jogar com mais alguém. Fica a sugestão.

Decisões, decisões...
Apesar das mixed reviews que o jogo teve, Binary Domain é um excelente TPS e sem dúvida tornou-se num dos meus favoritos desta geração. Tem tudo nas doses certas, ainda que não seja perfeito de todo. Mas o que interessa é que é divertido, dá para jogar várias vezes e prova que a Yakuza Team consegue mais do que fazer Yakuza's. Ah, e sem esquecer que é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Mais um jogo da Sega, muito em breve. :)

MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

9 comentários:

  1. Bom, é um jogo que fará parte da minha wishlist assim que comprar uma PS3, juntamente de vários outros jogos com o selo da Sega, tal como te tinha falado anteriormente.
    Quando dizes que é bom que eles continuem a lançar jogos mesmo que vendam pouco e desvalorizem rápido... bom, eu também prefiro economizar uns trocos, mas parece que as coisas vão mudar nos lançamentos da Sega ocidental. Irão focar-se apenas na saga Total War, Football Manager que ambas têm qualidade mas não me dizem nada, Sonic que é sempre um tiro no escuro e Aliens que não tenho nada a reclamar. Tudo o resto é uma grande incerteza infelizmente. Parece que o PSO2 vai acabar por sair cá, mas ainda nada se sabe de Yakuza 5 ou o Anarchy Reigns que já saiu há uma data de tempo no Japão... é pena.

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    1. Aliens já se sabe que vende no ocidente, Yakuza 5 idem. Já o Anarchy Reigns, sei que irá sair mas o jogo parece ser uma valente cagada pelo que já vi logo saia ou não, é-me um pouco indiferente. Se não te apetecer esperar pela versão de PS3 do Binary Domain, também saiu para PC e deve estar visualmente um degrau acima.

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  2. Yakuza não vende assim tão bem por cá... e sim, tens razão quanto ao Binary Domain para PC, já nem me lembrava!

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  3. Hmmm... Essa parte do ter várias opções de resposta a falar com os colegas de equipa não me convence. Qual é o incentivo para responder mal? Parece que só lá está para dizerem que têm escolhas tipo Mass Effect mas se for assim acabam a ser inúteis. É que existem muitos jogos hoje em dia com caminhos e finais alternativos mas se estão lá só para encher então mais vale serem lineares.

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    1. As respostas negativas têm impacto na relação com as personagens. Se dermos muitas respostas negativas, os nossos companheiros começam a ignorar-nos e isso reflecte-se ao longo do jogo e sobretudo no final se a relação com eles não for a melhor.

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    2. Sim, pois, mas existe algum incentivo para dar respostas negativas? É que assim parece só mais um jogo com multiplas opções de diálogo que não levam a lado nenhum. Não sei... Acho que seria mais interessante se os diálogos não fossem apenas uma coisa de "resposta boa"/"resposta má". Posso estar enganado, claro, ainda não o joguei.

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    3. O incentivo é a curiosidade do jogador em ver o que pode acontecer "se disser isto e não aquilo". Em muitas instâncias os nossos companheiros pedem se podem ser eles a avançar primeiro e limpar tudo por nós. Um "não" nestas situações, por mais que seja para os protegermos, para eles é encarado de forma negativa e reduz a confiança que têm em nós. Este é apenas um exemplo. Pessoalmente gostei deste toque, não torna as outras personagens tão planas e destaca o jogo de outros do género. E não se pode comparar com Mass Effect, são completamente diferentes e nem Binary Domain almeja ser igual.

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  4. adorei o game, realmente adorei, mas VAI SI FUDER, pra vc ter um final feliz nele vc tem ki fazer um monte de coisas chatas (tipo fika procurando PDA no chão e ter amizade maxima com os membros da equipe), na minha opinião o BIG-BO n deveria ter morrido no final COMUM.

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    1. Para se ver o melhor final só é necessário maximizar a amizade com todas as personagens e isso é relativamente fácil. Para o Big Bo não morrer, tem que se ter a amizade com o Cain ao máximo, ou seja, é andar sempre com ele na equipa quando ele está disponível. :)

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