4 de novembro de 2019

For The Frog The Bell Tolls

Caixa custom feita pelo je.
Desenvolvido por: Nintendo R&D1 (Team Shikamaru), Intelligent Systems
Publicado por: Nintendo
Director: Toru Osawa
Produtor: Makoto Kano
Artista: Tomoyoshi Yamane
Argumentista: Yoshio Sakamoto
Compositor(es): Kazumi Totaka
Plataforma: Game Boy
Lançamento: 14-09-1992 (JP)
Género(s): Action Role Playing Game
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Cartucho de 1-megabit (original), cartucho de 64-megabit (repro)
Funcionalidades: Gravação de progresso (1 slot)
Outros nomes: Kaeru no Tame ni Kane wa Naru (カエルの (ため) (かね) ()) (JP)
Estado: Incompleto, apenas cartucho repro mas já lhe fiz a caixa 
Condição: Excelente
Viciómetro: Acabei-o duas vezes, uma em emulador, outra no hardware original

E a respectiva traseira.
Se tivesse de eleger a minha consola favorita de todos os tempos, a minha escolha iria ser sem sombra de dúvida a portátil mais famosa de sempre, Game Boy. Esta consola deve ter sido a que mais viajou comigo para todo o lado e a que mais acção viu desde jogatana a quedas acidentais sem que nunca se tenha danificado mas as marcas do tempo ficaram lá. E ainda funciona como se fosse a primeira vez. O certo é que joguei imensos títulos nesta plataforma, desde os sobejamente conhecidos e clássicos da Nintendo, como coisas mais obscuras mas igualmente boas e uma mão cheia de lixo licenciado sobretudo alguns nomes sonantes da industria cinematográfica e até banda desenhada. Qualquer coisa que saísse era certo que aterrava no Game Boy. Mas ao longo destes anos todos, também descobri imensos jogos que por diversos motivos nunca saíram do Japão, sendo que alguns são verdadeiras hidden gems. O jogo que apresento aqui hoje é um belo exemplo disso, pois nunca teve lançamento físico no ocidente nem tão pouco uma tradução oficial. Claro que um fã dedicado traduziu o jogo todo em inglês e hoje em dia é possível apreciar o mesmo em todo o seu esplendor, seja via emulação ou com uma repro traduzida. Este meu exemplar aterrou na colecção algures em Outubro de 2019, por cerca de 3 ou 4 euros, oriundo do Aliexpress.


O meu cart repro e o do chinoca.
For The Frog The Bell Tolls, ou como é conhecido no Japão Kaeru no Tame ni Kane wa Naru, é um simples action RPG produzido pela Nintendo bem antes do famoso Link's Awakening e que curiosamente está ligado a esse jogo por diversos motivos mas já lá vamos. Neste jogo assumimos o papel do Prince of Sable (o qual podemos dar um nome que nos agrade dentro do limite de caracteres) que vive uma rivalidade eterna com o Prince Richard (que podem reconhecer com o tipo que vive com os sapos em Link's Awakening) onde invariavelmente este último sai sempre a ganhar. Um dia, um mensageiro chega para alertar ambos que o Mille-Feuille Kingdom foi invadido pelo rei Delarin, um vilão poderoso que aproveitou e raptou a Princess Tiramisu. Richard apressou-se a socorrer a dama, ultrapassando o nosso herói (como é costume) mas bem se lixou pois foi transformado em sapo juntamente com os seus soldados. Cabe-nos a nós, que ficámos para trás, resolver toda esta confusão.

Yep, vamos ser gamados... à grande!
Em termos de grafismo, For The Frog The Bell Tolls é um jogo simples mas com bastante detalhe para algo num ecrã tão pequeno como o do Game Boy. Embora não prime pela animação, o certo é que os cenários são bastante detalhados e variados, com uma perspectiva bird's eye como nos jogos da saga Zelda mas optando por uma perspectiva lateral quando estamos nas dungeons ou no palácio principal. Embora o nível de detalhe e pormenores não seja tão bom quanto Link's Awakening, é bastante próximo e serviu de influência a esse jogo. Algumas partes de diálogo contam ainda com ilustrações das personagens num estilo a tirar para o anime mas são poucas as ocasiões em que podemos apreciar isso.

Aqui não dá para roubar nada...
A banda sonora de For The Frog The Bell Tolls é sem dúvida muitíssimo boa, com uma selecção de faixas limitada tendo em conta o hardware mas que não se torna aborrecida devido à qualidade das músicas compostas por Kazumi Totaka ser extremamente boa. Vamos ouvir as mesmas várias vezes mas confesso que não me cansei nem um bocadinho de ouvir aquele tema mais recorrente que também aparece em Link's Awakening numa instância. Os efeitos sonoros são também bastante bons, com uma diversidade de pequenos sons para todas as ocasiões e alguns que me parece terem sido aproveitados posteriormente para outros jogos Nintendo, nesta consola.

Não são as Lost Woods mas...
Embora partilhe muito do seu DNA com Link's Awakening, ou o inverso visto que este saiu depois, For The Frog The Bell Tolls é bastante diferente na sua abordagem à acção e um pouco mais linear também. Para começar, a história é bastante desenvolvida, com imenso diálogo entre as personagens que é pautado pela comicidade das situações em que se costumam encontrar. Num jogo onde os reinos e personagens têm nomes de doces não seria para menos. Por outro lado a acção é bastante diferente de Link's Awakening pois aqui os combates dão se forma automática, onde o desfecho depende dos stats do nosso príncipe, como por exemplo força e velocidade sem descurar o equipamento que se traduz na arma que estamos a usar. Alguns inimigos são impossíveis de derrotar se não estivermos preparados para isso mas quando já temos força suficiente, nem sequer temos de os combater. Durante os combates podemos pressionar o botão B para tentarmos escapar ou usarmos itens que nos dêem alguma vantagem sobre o inimigo, ainda que só tenhamos de o fazer obrigatoriamente em algumas situações especificas.

Richard, seu playboy...
Uma das mecânicas mais divertidas deste título são as transformações. O nosso herói a dada altura tem acesso a transformar-se num sapo ou numa cobra que têm ambas os seus pontos fortes e fracos. Enquanto sapo, podemos andar na água e comer determinados inimigos para ganhar vida, tendo também um salto mais poderoso que nos permite chegar a plataformas que de outra forma seriam impossíveis de aceder. Mas combater enquanto sapo resulta invariavelmente numa visita ao hospital pois o poder bélico é zero (neste jogo quando somos derrotados não existe game over, só visitas ao hospital mais próximo). Quando assumimos a forma de cobra podemos esgueirarmo-nos por caminhos estreitos e outros buracos mas saltar e combater está fora de questão. Estas transformações são também úteis para podermos falar com certos inimigos e assim obtermos dicas e informações pertinentes para a trama ou simplesmente itens secretos escondidos em algum local. Obviamente também servem para podermos por exemplo atravessarmos as linhas do inimigo em certas ocasiões sem levantar suspeitas.

Falar com sapos, a tua vida está assim...
Apesar de ser um jogo fácil, o desafio aqui passa também por termos de pensar um pouco como ultrapassar certas partes fazendo uso das transformações. Existem ainda diversos locais escondidos, que podemos aceder não só com estas mas também com os diversos itens que podemos utilizar. Estes locais albergam power-ups que nos conferem mais força, vida ou velocidade para a nossa forma humana, ou simplesmente vinho. Sim leram bem, vinho, que neste jogo serve para restituir vida. A progressão em geral é feita de forma bastante linear e sem grandes complicações, onde podemos fazer uso do mapa para vermos onde estamos ou onde devemos ir. Por vezes até nos facilitam a vida pois o jogo faz fast travel automático quando cumprimos o objectivo e temos de regressar. Não sendo um jogo curto, podemos gravar em qualquer lugar embora só exista um save slot. Curiosamente podemos ler as entradas da nossa aventura no nosso diário para não nos perdermos se estivermos muito tempo sem jogar. Quanto a esta fan translation devo dizer que está impecável e bastante profissional, com algumas graçolas pelo meio mas sem cair na parvoíce. Existem até referências à infame Power Glove da Mattel algo que creio que fosse mesmo intencional por parte dos devs.

For The Frog The Bell Tolls é sem dúvida um excelente jogo no Game Boy e rapidamente se tornou num dos meus favoritos de sempre. Podia dizer que é uma espécie de prequela de Link's Awakening e se o jogarem até ao final vão perceber porquê mas na verdade apenas partilha uma personagem, sapos e características técnicas com esse jogo. Mas se gostam do género, não vão ficar nada desapontados com este verdadeiro JOGALHÃO DE FORÇA!

MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

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