10 de novembro de 2019

Last Window: The Secret of Cape West

A artwork é excelente!
Desenvolvido por: Cing
Publicado por: Nintendo
Director: Taisuke Kanasaki
Designer: Rika Suzuki
Compositor: Satoshi Okubo
Plataforma: Nintendo DS
Lançamento: 14-01-2010 (JP), 17-09-2010 (EU)
Género: Aventura, Point & Click
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Cartão de jogo com 1024Mbit
Funcionalidades: Gravação de progresso no cartão de jogo (3 Slots), Compatível com Rumble Pak
Outros nomes: Last Window: Mayonaka no Yakusoku - ラストウィンドウ 真夜中の約束 que traduzido dá Last Window: Midnight Promise (JP)
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Terminei-o uma vez.

Sem autocolantes feios.
A Nintendo DS é sem dúvida uma consola com um hardware fantástico para se criarem jogos originais que tirem partido das suas funcionalidades, uma vez que apresenta dois ecrãs, sendo um deles táctil e um microfone que pode ser utilizado para diversas coisas. E por extensão, até existe um Rumble Pak que infelizmente não teve assim tanto uso ao longo do ciclo de vida desta portátil. Foram diversos os jogos que utilizaram de forma inteligente este hardware, sendo que alguns tiraram mais partido do mesmo devido ao seu género indicado para o efeito. O género point & click é sem dúvida um forte candidato a funcionar às mil maravilhas num ambiente destes e o jogo que aqui apresento hoje é na minha opinião um dos melhores e que melhor uso deu à consola em si. Este exemplar foi adquirido antes de 2014, sem saber ao certo quando mas sei que foi numa promo da Fnac do Almada Fórum (quando ainda faziam boas promos) por 5 euros. A título de curiosidade, este jogo não foi lançado nos Estados Unidos e a Cing, abriu falência pouco depois do seu lançamento. Perdeu-se um bom estúdio.


Manual, papelada e cartão de jogo.
Last Window: The Secret of Cape West é daqueles jogos que por si só vale como motivo para ter uma Nintendo DS. O estilo de jogo é perfeito para esta portátil da Nintendo onde podemos desfrutar de uma excelente trama de mistério sem complicações em termos técnicos ou de jogabilidade pois tudo é bastante simples e acessível. O único requisito é mesmo gostarem deste género de jogos onde a acção é inexistente dando lugar a uma história rica em pormenores e com imensas ramificações. Sendo uma espécie de sequela do jogo anterior, Hotel Dusk - Room 215, desta vez encarnamos à mesma o conhecido Kyle Hyde que um ano após os eventos de Hotel Dusk, se encontra em Los Angeles, mais concretamente nos apartamento de Cape West, um antigo hotel transformado em prédio de habitação. Aqui Kyle recebe uma estranha carta onde lhe pedem para recuperar uma jóia desaparecida no local há muitos anos atrás, algo que o deixa intrigado e o vai levar a descobrir mais não só acerca do seu passado mas também acerca da misteriosa morte do seu pai. A trama é digna de uma boa série de televisão, com uma narrativa muito bem conseguida e que nos vicia desde o primeiro minuto.

Este tipo é o maior crava da história.
Na parte visual, Last Window adopta o mesmo estilo do primeiro jogo com um grafismo bastante peculiar que se traduz em ilustrações com alguma animação remetendo-nos para o famoso videoclip Take On Me dos A-ha. Isto é constante em todas as conversações e outras situações ao longo do jogo. Por outro lado temos a vertente 3D, onde vemos as coisas numa perspectiva em primeira pessoa no ecrã de cima da DS enquanto usamos o ecrã táctil para nos movermos e clicarmos nos ícones que nos dão acesso a uma miríade de funções, desde falar, investigar, aceder ao inventário, bloco de notas e afins. E tudo isto é feito com a DS a ser usada como se fosse um livro, onde praticamente tudo é feito com o ecrã táctil. Existem ainda algumas cutscenes em vídeo que mantêm o mesmo estilo artístico mas são poucas ao longo da acção. A performance é bastante boa, correndo a 60 frames nas partes em que nos deslocamos e com bastantes pormenores e a nível visual que podemos investigar a apreciar ao nosso ritmo. Pensem em algo do género primeira PlayStation, em alta resolução.

Kyle organiza os seus pensamentos.
Sonoramente, Last Window apresenta uma boa selecção de faixas que são utilizadas ao longo da acção nas mais variadas situações. É caso para dizer que existe música adequada a todo o tipo de situações em que nos encontremos, desde conversas de circunstância, a discussões mais acesas bem como nas partes em que casualmente vamos beber um café ao rés-do-chão ou estejamos a investigar algum local em que não era suposto metermos o nariz. A música é sem dúvida perfeita neste aspecto, transmitindo o efeito desejado e mantendo o ambiente de mistério. Existe até uma jukebox no café onde podemos seleccionar as faixas que mais gostamos para as ouvir fora do contexto onde normalmente são utilizadas. Por outro lado os efeitos sonoros são também bastante bons, com uma diversidade considerável adequada a qualquer instância que se apresente. Infelizmente não existe qualquer espécie de voice acting e confesso que neste jogo adorava que todas as personagens falassem pois dei a pensar como seriam as vozes delas enquanto jogava.

Este velhote é rijo...
Quando abordamos a jogabilidade de Last Window, as coisas são o mais simples possível. Usamos a nossa stylus para mover Kyle via ecrã táctil enquanto no outro ecrã podemos ver para onde se move e também para onde está a olhar visto ser na primeira pessoa. Curiosamente, quando encontramos alguém, as pessoas são sempre sprites com o mesmo estilo artístico em invés de serem modelos 3D como outros objectos com os quais podemos interagir e isto dá-lhe um toque especial. Com o ecrã táctil temos também acesso a outras funções que nos permitem tomar acções, como investigar algo, abrir uma porta ou atender um telefone bem como aceder ao nosso inventário onde podemos ver, investigar, combinar e utilizar itens. Existe ainda um bloco de notas que nos permite escrever e desenhar, caso tenham necessidade disso, ou simplesmente apontar automaticamente certas pistas que encontremos ao longo da aventura. Podemos ainda usar o D-pad e outros botões como o A e R para passar texto, o select para rever texto e tudo isto pode ser invertido se forem esquerdinos. Curiosamente existe a possibilidade de usar o Rumble Pak mas infelizmente não tenho um que pudesse ter usado.

Podemos ler a história à medida que avançamos.
Mas o grande forte do jogo é a sua narrativa e vamos ter de falar com diversas personagens, cada uma com o seu feitio, passado e manias, que vivem no mesmo local, e todas elas partilham algo em comum com todo o mistério que estamos a tentar resolver, de forma directa ou indirecta. Há outras que embora não sejam inquilinos, aparecem com frequência no decorrer da acção e invariavelmente estão ligadas a Kyle de alguma forma. As conversas vão desde o informal e sem grande conteúdo pertinente à nossa demanda, a discussões que nos permitem avançar na história e recolher pistas e informação útil para continuarmos. Muitas das vezes, temos de pressionar as pessoas a dizer algo mais quando se mostram reticentes em fazê-lo mas nem sempre é boa ideia. As conversas por norma resultam em novas questões que podemos ou não colocar se acharmos que não são passíveis de nos providenciarem boa informação mas convém mesmo explorar todas as opções. Claro que em certas ocasiões cruciais na história, isto tem de ser feito por ordem visto que podemos encontrar um ecrã de game over se não colocarmos as questões certas na altura ideal. Outras instâncias de game over podem ocorrer derivadas de certas situações mas têm sempre origem em conversas.

Questões adicionais, existem imensas.
O jogo proporciona-nos ainda uma boa dose de puzzles, que nos obrigam a pensar um pouco e a fazer uso do hardware da DS como por exemplo interagir com objectos que tenham de ser movidos de certa forma com a stylus e algo mais uma vez que a DS não permite multitouch mas os puzzles em si podem ser desse género. Outros puzzles tiram partido do microfone e até de fechar a consola em casos onde mais nada parece resultar. Claro que há aqueles que não têm logo resolução e só mais tarde conseguem abordados. Podemos ainda ter acesso a alguns mini-jogos que incluem uma partida de 9-ball e um daqueles joguinhos electrónicos dos anos 80, aqui fielmente recriado. Para quem querem apreciar a história novamente sem ter de jogar, pode ler o livro e ter acesso ao epílogo se não tiver a tentação de ler os ficheiros confidenciais no final de cada capítulo. Podemos gravar, aceder ou apagar os 3 slots que o jogo disponibiliza para tal, sendo que para gravar o progresso pode ser feito em qualquer altura menos durante conversas com personagens.

Last Window: The Secret of Cape West é sem dúvida alguma uma excelente história de mistério que dificilmente larguei até o terminar. As personagens e o ambiente contribuem amplamente para isso, aliado ao género que nos faz pensar e abordar as coisas de diversas formas, o que o torna num verdadeiro JOGALHÃO DE FORÇA!

MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

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