Pandora's Tower [Limited Edition]

Caixas diferentes, artwork diferente.

Desenvolvido por: Ganbarion, Nintendo

Publicado por: Nintendo, Xseed Games (EUA)

Director: Toru Haga

Plataforma: Nintendo Wii
Lançamento: 26-05-2011 (JP), 13-04-2012 (EU), 26-03-2013 (EUA)
Género: Action Role Playing Game
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: DVD-ROM (4.7GB)
Funcionalidades: Vários slots para gravação de progresso na memória interna da Wii, Compatível com Wii Remote e Nunchuk e Classic Controller

Outros nomes: Pandora's Tower - Until I Return to Your Side (パンドラの塔　君のもとへ帰るまで Pandora no Tō - Kimi no Moto e Kaeru Made) (JP)
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o uma vez com o melhor final possível.

(Quero calor... ;_; )

Atrás não é das mais bonitas.

Quem anda nesta coisa das jogatanas sabe certamente o significado da expressão hidden gem e como existem inúmeras espalhadas pelos mais diversos sistemas. Por norma são jogos que tiveram pouca visibilidade por vários motivos, fossem eles marketing ou até mesmo um nome ou capa pouco apelativos. O certo é que quando se descobrem estes jogos, já é tarde demais e o seu sucesso passa a ser algo inalcançável. É deste modo que ganham o reconhecimento de um nicho de fãs e passam ao estatuto de hidden gem, ganhando, por vezes, também algum valor histórico e até monetário. No caso do jogo que trago até aqui hoje, diria que foi daqueles que me estava a passar ao lado a alta velocidade, não fosse ter achado esta Limited Edition a cerca de 20 euros na Amazon. Os seus conteúdos, para além do jogo, incluem um lindíssimo steelbook e um pequeno artbook não só com imagens e concept art mas também um pouco de lore acerca deste universo.

Manual, disco e papelada.

Pandora's Tower leva-nos até ao continente de Imperia, mais concretamente ao reino de Elyria onde o nosso herói Aeron tem por missão ajudar Elena, uma jovem rapariga que tem uma maldição que a vai consumindo aos poucos, transformando-a num monstro. A única maneira de reverter isto revela ser consumir a carne dos inimigos, isto é, Master Flesh, coisa que só pode ser encontrada nas treze torres ao derrotar cada um dos seus guardiões. Estas torres são a única coisa que impedem que o abismo conhecido por The Scar se abra ainda mais, estando elas todas interligadas por doze correntes. Para complementar, Mavda, uma velha bruxa de uma raça conhecida por Vestra, vai mantendo Aeron ao corrente da situação bem como desvendando diversos mistérios.

O inlay escondido.

Por vezes interrogo-me porque razão a Wii não tem output HD e no caso deste jogo é uma pena pois os visuais mereciam essa benesse. Pandora's Tower tem um grafismo soberbo e cuidado, seja nos diversos cenários que compõem as torres ou até mesmo no Observatory onde podemos descansar um pouco da nossa demanda. Diria mesmo que visualmente este jogo é uma mistura de Ico com Vagrant Story pois em certas instâncias tanto lembra um como outro pelo seu ambiente de mistério. As personagens têm uma caracterização bem cuidada, especialmente Aeron que tem direito a todos e mais alguns pormenores. Mavda também é uma personagem interessante neste aspecto. A acção é fluída q.b. sem ser nada de extraordinário, com um ou outro slowdown caso se encontrem muitos inimigos ao mesmo tempo no ecrã. É muito raro mas pode acontecer.

Steelbook, artbook e manual multilingue.

A musicalidade em Pandora's Tower não é o seu forte. Apesar de ter temas memoráveis, estes são bastante repetidos nas diversas torres, sendo utilizado quase sempre o mesmo. Não teria sido má ideia cada torre ter o seu tema, até porque isso é algo intrínseco a este género mas a escolha aqui recaiu sempre no mesmo, embora em certas instâncias não haja música e o som ambiente toma o palco, coisa que até resulta bem e confere uma boa atmosfera. O voice-acting apesar de não ser particularmente genial, cumpre a sua tarefa e é bem abundante com muita conversa e opções pelo caminho. Pelo menos o lip synch bate certo, algo que assombrava muitos RPG japoneses no passado.

Get over here!

A mecânica de Pandora's Tower é no mínimo interessante. À primeira vista pensa-se num RPG onde temos uma espada, magias e é sempre a aviar cartuchos mas a verdade é que neste há muito mais que isso. Atrevo-me a dizer que é uma mistura de Castlevania, com The Legend of Zelda e até com God of War e passo a explicar. Começa por ser um Action RPG e Aeron tem à sua disposição cinco armas diferentes que pode apanhar nas torres para não referir a sua Chain of Oraclos, uma espécie de chicote de metal que permite não só prender os inimigos mas também servir de corda para atravessar abismos, puxar objectos ou resolver certos puzzles. Os combates com os bosses requerem diferentes estratégias mas a Chain of Oraclos é sempre imperativa para o sucesso. Para além disto, Aeron vai subindo de nível, evoluindo os seus atributos como o ataque e defesa, podendo também evoluir as armas e a própria Chain of Oraclos. A única coisa que realmente não existe é a magia, coisa que é substituída pelos diversos itens e seus variados efeitos. Muitos destes itens são utilizados para fazer novas armaduras, artefactos e outros objectos que podem ser vendidos ou oferecidos a Elena.

Um dos guardiões mostra que é grande.

Por falar em Elena, o jogo todo gira em torno dela e a nossa passagem pelas torres está condicionada pela vida dela. Resumindo, sempre que saímos do Observatory (onde o tempo está parado) para uma das torres, Elena começa a transformar-se em monstro, algo que nos é indicado por um pequeno círculo, obrigando-nos a estar sempre alerta. Para atrasar isto, temos de dar Beast Flesh a Elena, coisa que só se encontra nas torres ao derrotar os inimigos, utilizando a Chain of Oraclos. Esta carne divide-se em Beast, Dripping e Pulsating, sendo que a primeira é a mais fraca e a última a mais forte. A única maneira de parar a maldição é com a Master Flesh, presente em cada boss. Depois de "alimentar" Elena, a carne que sobra pode ser vendida a Mavda, uma vez que não a podemos guardar e a mesma apodrece a mantivermos no inventário.

Vamos ter muito para falar com a menina.

Isto obriga-nos a diversas viagens à mesma torre se quisermos explorar todos os cantinhos da mesma e é certo que o vamos fazer pois há coisas que só são acessíveis se tivermos uma determinada arma, item ou até mesmo no New Game+ uma vez que há várias portas fechadas que requerem chaves especiais. Após derrotarmos o guardião da torre podemos lá voltar embora o mesmo já não esteja lá para uma segunda ronda mas todos os outros inimigos estão e dependendo da hora do dia, poderão aparecer inimigos mais fortes e itens raros. Por exemplo, há flores que só aparecem de manhã e outras só à noite ou inimigos que só aparecem ao entardecer. É um conceito comum mas não muito utilizado. Outra particularidade é que a relação de Aeron com Elena tem de ser alimentada, algo que se faz não só ao trazer-lhe carne mas também outras oferendas como flores, jóias e outros objectos de valor que podemos encontrar ou pedir a Mavda para os produzir depois de reunirmos os ingredientes necessários. Isto vai aumentar o nível de afinidade entre os dois, originando assim determinados eventos entre os dois e claro, influenciando o final que pode ser um de seis diferentes. Portanto, se quiserem ver o melhor final, apliquem-se e mimem bem a menina!

Aeron aprecia as vistas.

Existem algumas curiosidades relativamente a este título e uma delas prende-se com o facto de quem registou o jogo logo ao inicio depois do lançamento teve direito a uma medalha especial que estava disponível no Club Nintendo. O mesmo se aplicava a The Last Story e a Xenoblade Chronicles. Por outro lado, este jogo juntamente com os referidos acima, foram lançados apenas na Europa e no Japão, o que deixou os americanos irados e fez com que se manifestassem por essa internet fora com a conhecida petição Operation Rainfall. Algum tempo depois, os referidos jogos foram editados excepto o Pandora's Tower e a luta continuou. Felizmente para eles, o jogo será lançado agora em Março. Contudo, houve algo que levantou polémica e prende-se com o aspecto de Aeron, que dá ares ao suposto protagonista de Final Fantasy Versus XIII, Noctis. Agora que falam nisso até são parecidos...

A corrente serve para tudo, até abrir portas.

Se têm uma Wii este jogo deve constar na vossa colecção, é obrigatório. Poderá não ser o maior RPG disponível, acaba-se em cerca de 30 horas, mas é certamente uma excelente experiência para quem gosta do género. Portanto já devem calcular que é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Brevemente, tiros na PS3. :) 

MURRALHÕES DE FORÇA: