1 de fevereiro de 2013

Resident Evil 6 [Steelbook]


Zombie na capa!
Desenvolvido por: Capcom
Publicado por: Capcom
Director: Eiichiro Sasaki
Produtor(es): Jun Takeuchi, Yoshiaki Hirabayashi
Artista: Soji Seta
Argumentista: Shotaro Suga
Motor gráfico: MT Framework
Plataforma(s): PlayStation 3, Xbox 360, PC
Lançamento: 02-10-2012 (EUA/EU), 04-10-2012 (JP)
Género: Third Person Shooter
Modos de jogo: Modo história para um ou dois jogadores em co-op local/online, Modo multiplayer co-op/online para entre dois a quatro jogadores.
Media: Blu-Ray Dual Layer (50GB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no disco rígido, Compatível com Função de Vibração, HD 720p, DLC adicional
Outros nomes: Biohazard 6 (バイオハザード6) (JP)
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o várias vezes nas diversas dificuldades e ainda experimentei um bocado o modo online. Platina alcançada.

(Estou farto deste frio! Ah, e qualquer erro no texto, comuniquem pois não me apeteceu fazer revisão.)

No hope left... depende.
No post anterior, dizia eu que o género Survival Horror andava pelas ruas da amargura e de facto, alguns dos jogos que popularizaram esse género, deixaram de o fazer. Talvez seja pela evolução dos tempos ou pela falta de novas ideias, mas o certo é que essas sagas continuam a perdurar ainda que tenham deixado de ser fieis às suas raízes. Não é muito difícil de perceber que me refiro a Resident Evil. Desde o seu quarto capítulo, o panorama tem vindo a alterar-se de tal modo que actualmente tem um nova identidade. E se isto para uns é mau, para outros é bom, sem que no meio exista um nicho que nem acha bem nem acha mal, apenas se contenta com a mudança sem grandes manifestações. Pessoalmente acho que me insiro neste último quadro mas já vamos esmiuçar isso. Este exemplar trata-se de uma edição em steelbook cujo conteúdo é exactamente o mesmo da edição normal. É só mesmo porque uma caixa metálica é mais bonita que uma de plástico e fiz questão por ser esta saga. Foi adquirido online, em Novembro de 2012 tendo ficado por cerca de 30 e poucos euros.


Manual, papelada e disco.
A trama de Resident Evil tem vindo a adensar-se desde o seu primeiro jogo que nos levou até à infame mansão nos arredores de Raccoon City mas ao final destes anos todos, muitos se questionam relativamente ao rumo que as coisas tomaram. O facto é que a história apesar de parecer simples, zombies, vírus e afins, é mais complexa e requintada do que o jogador comum está à espera. Neste Resident Evil 6, quando nós pensávamos que nada mais havia para contar após o final do 5, surge-nos uma nova trama com proporções a nível global. Não, não pensem que é algo como nos filmes live action (que são horríveis a meu ver) pois é diferente. Em vez de nos cingirmos a uma personagem, neste sexto capítulo seguimos a história de quatro personagens: Chris Redfield, Leon S. Kennedy, Jake Muller (filho de Albert Wesker) e Ada Wong, cada uma num canto do globo e cujos destinos se vão cruzar, invariavelmente. O motivo? Um grupo terrorista intitulado Neo-Umbrella, decidiu espalhar o novíssimo C-virus em diversos pontos do planeta, sabe-se lá porquê. Tinha dito quatro personagens? São sete, a Ada não tem parceiro nesta aventura.

Inlay do steelbook.
Há quem apregoe que Resident Evil 6 tem um aspecto visual fantástico. Não discordo, é verdade. Visualmente é um jogo bastante bonito e agradável, com bastante atenção ao detalhe, tanto a nível de cenários e design de jogo, como de personagens com uma animação irrepreensível e fluidez bastante melhor que outros jogos da saga. Mas há também quem diga que é melhor do que Resident Evil 5 neste campo. Nesse ponto já tenho as minhas dúvidas pois nota-se que este título não é tão polido quanto o anterior e é algo que se destaca em certas partes, sobretudo nas texturas. Noutros pormenores técnicos, como nas sombras, este último ganha sem dúvida até porque joga muito com ambiente escuros, coisa que não se viu muito na aventura de Chris em África. As cutscenes são sempre boas de se ver, sobretudo pelo aspecto cinemático da coisa e pela boa utilização do motor gráfico. Creio que a saga está num ponto alto dentro deste campo.

O primo do Nemesis em acção.
A sonoridade também é algo cuja qualidade é de alto nível. Desde a banda sonora, que se vai desdobrando entre os diversos temas nas cenas mais tensas ou de mais acção e o som ambiente para igualar os ânimos em tudo o resto, Resident Evil 6 pode gozar de um estatuto de produção de alto nível como já vem sendo hábito. Coisa que também me parece muito bem é o voice-acting, que evoluiu consideravelmente desde o primeiro jogo e frases tenebrosamente célebres como a da "Jill Sandwich" proferida por Barry Burton. Neste título o diálogo, o diálogo é coerente, bem representado e sobretudo memorável pois, a título de exemplo, as vozes de Chris, Leon e Ada são completamente indissociáveis das personagens. Na minha opinião seria impensável utilizarem outros actores pois estes são perfeitos. Toda a restante componente sonora é igualmente boa, desde os habituais sons bélicos aos urros e gritos dos inimigos, passando também pelas diversas línguas e dialectos que proferem na sua demanda pela nossa extinção.

Zombies, à antiga!
O ponto crítico de Resident Evil 6 é a sua jogabilidade e até uma certa extensão, a sua mecânica de jogo. Como é do conhecimento comum, a coisa mudou desde Resident Evil 4. Em Resident Evil 5 adensou-se mas foi vista com receio e até algum desdém. Resident Evil 6 mudou o jogo completamente o que levou à ira de alguns fãs, descontentamento de reviewers e no geral um desânimo da comunidade. Mas já se sabia que a coisa iria mudar, mais cedo ou mais tarde, deixando as raízes do Survival Horror para abraçar o género TPS e passar a ser um bocado mais genérico. Passou assim a ser bastante diferente dos anteriores e agora até é possível andar enquanto se aponta, ou não seria um TPS decente. Ganhou um sistema de cover, tal como tantos outros jogos, passando a ser ainda mais corriqueiro. Deixou de ter um sistema de inventário passível de organização e até de partilha com o parceiro para nos oferecer diversas armas e apenas um único item de cura. O nosso parceiro tem uma IA mais eficiente e não necessitamos de nos preocupar com ele pois costuma fazer bons juízos consoante as situações e até nos ajuda mais do que devia. Será que com esta mudança toda, piorou? Não necessariamente.

Ada continua com óptimo aspecto.
O que todos se queixaram, eu inclusive, foi a jogabilidade ser demasiado solta. O controlo não é tão estanque quanto o de Resident Evil 5 mas também não é meio termo, podendo o jogador controlar a câmara como bem entender na maioria dos cenários. Tanto pode resultar bem, como resultar mal, é uma questão de hábito. Por outro lado, o sistema de gestão de inventário, que já era algo intrínseco à série, é agora mais simples. Todas as armas que apanhamos, podemos utilizar sem restrições (a menos que fiquemos sem munição ou as gastemos, no caso dos explosivos) e as ervas verdes simplesmente servem para fazer cápsulas de cura que podem ser utilizadas com um simples toque num botão do comando. Acabaram as misturas míticas de verde e vermelho, com amarelo ou azul. Isto compreende-se pois o jogo ficou mais frenético e tenso, o que exige rapidez de acção de tomada de decisões. Ninguém quer ser apanhado por uma horda de zombies enquanto mistura ervas. Tal como em Resident Evil 5 não há typewriters, o jogo grava ao longo de checkpoints e no final do capítulo pelo que backtracking é também coisa do passado. Ah e referi os QTE's? Há vários mas o último patch permite que sejam automáticos em qualquer dificuldade (inicialmente só o eram na dificuldade mais fácil).

Chris recusa-se a dar entrevistas.
O modo história divide-se em três campanhas onde os nossos heróis são acompanhados por um parceiro: Leon com Helena, Chris com Piers e Jake com Sherry (sim, é a Sherry Birkin de Resident Evil 2). Ada, como referi inicialmente opera a solo mas um dos patches mais recentes dá a possibilidade de usufruir de um parceiro que é apenas um soldado como outro qualquer. Esta parceria resulta na resolução de puzzles conjuntos e não só, pois existem partes de perseguição onde cada um tem um papel distinto. O modo co-op pode ser jogado tanto online como localmente em splitscreen e em alguns casos, nomeadamente em pontos da trama onde os destinos coincidem, há possibilidade de co-op com quatro jogadores. Outra novidade é o Agent Mode que não é nada mais, nada menos que um modo de jogo, apenas online, que nos permite entrar no modo campanha de outro jogador como um inimigo e cujo objectivo é matá-lo. Estes inimigos traduzem-se em zombies, J'avo, cães, diversas mutações do vírus, entre outras monstruosidades. Por fim, o modo Mercenaries volta em todo o seu esplendor com muitas horas de tiroteio pela frente. O único senão é que só tem três mapas disponíveis e os restantes são DLC. Boa Capcom...

Jack, o badass de serviço.
Algo que me surpreendeu neste título foram os inimigos. Desde os zombies aos J'avo, passando pelos diversos bosses (especialmente um que é um tributo ao saudoso Nemesis), todo e qualquer inimigo em Resident Evil 6 impõe respeito. Os zombies podem parecer lentos mas bastam dois ou três para vos fazerem ver o ecrã de Game Over em poucos minutos. Os J'avo são bem mais perigosos que os Ganados ou os Majini e as suas mutações são completamente imprevisíveis. Se os atingirmos nas pernas, elas procuram regenerar as mesmas através da mutação do C-virus, nos braços, idem aspas. Aliás, em qualquer parte do corpo, um tiro dá sempre origem a um inimigo novo ou evoluído. E com isto surge a dificuldade do jogo. Inicialmente é difícil, mesmo em Normal mas ao longo da sua duração, surge aquilo a que chamo "síndrome de Bioshock", ou seja, torna-se mais fácil. Isto deve-se também ao facto de podermos utilizar três upgrades que nos beneficiam, seja em termos mais resistência ao dano ou darmos mais dano com uma determinada arma e até mesmo com melee (que neste jogo também evolui um bocado). Quero com isto dizer que jogar em Veteran ou Professional, vai ser bem mais fácil do que em Normal, com os devidos upgrades evoluídos. Esta evolução é feita com skill points que ganhamos pelo nosso desempenho em qualquer modo de jogo online ou local pois tudo pode ser usado para o mesmo fim.

Tiger Uppercut!
E parece que com cada Resident Evil que analiso, os textos tornam-se maiores mas já é hábito. O que interessa é que Resident Evil 6 é um bom jogo, embora não fosse aquilo que muitos esperavam. Depois do Revelations, os fãs ficaram fascinados com esta mistura de clássico com actual e queriam que este sexto título fosse algo da mesma talhada. Saiu diferente, bastante diferente mas não é isso que o impede de ser um JOGALHÃO DE FORÇA!

Brevemente, mais uma daquelas trips do nosso conhecido Suda51, na PS3. ;)

MURRALHÕES DE FORÇA:
 

3 comentários:

  1. Não é mau jogo mas não é como os de antigamente. Mais cedo ou mais tarde isto tinha de evoluir para algum lado. Pode ser que o próximo tenha em conta as críticas a este e as ovações ao Revelations.

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  2. QTEs automáticas? Eu nunca achei piada a QTEs, mas assim nem fazem sentido que existam. Em relação ao jogo em si, ainda tenho de arranjar o RE5 antes de pensar sequer neste.

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