22 de dezembro de 2019

The Legend of Zelda: Oracle of Ages

Mais uma caixa que tive de fazer...
Desenvolvido por: Capcom, Flagship
Publicado por: Nintendo
Director: Hidemaro Fujibayashi
Produtor: Noritaka Funamizu
Designer(s): Hidemaro Fujibayashi, Yoichiro Ikeda, Su Chol Lee
Artista: Yusuke Nakano
Compositor(es): Minako Adachi, Kyohiro Sada
Plataforma(s): Game Boy Color, Nintendo 3DS
Lançamento: 27-02-2001 (JP), 14-05-2001 (EUA), 05-10-2001 (EU)
Género(s): Acção, Aventura
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Cartucho de 1-megabit
Funcionalidades: 3 slots para gravação de progresso
Estado: Incompleto (falta a caixa e manuais)
Condição: Boa, algumas marcas de utilização
Viciómetro: Acabei-o duas vezes, uma em emulação e outra no hardware original.

Mas ficou muito parecida à original.
O Game Boy Color foi daquelas consolas da Nintendo que descurei ao longo de largos anos a começar logo no lançamento que me passou completamente ao lado. Na época, andava mais entretido com a Nintendo64 e a PlayStation, que já me ocupavam boa parte do tempo e do orçamento destinado a jogos pelo que ter outra máquina para alimentar era completamente insustentável. Assim, grande parte dos clássicos desta portátil joguei-os via emulação pois era o caminho mais acessível para o fazer e não perder pitada dos excelentes exclusivos. Uns bons anos mais tarde, lá arranjei um Game Boy Color que foi alvo de um refurbish há uns meses atrás e é então altura de ir coleccionando aos poucos e sem pressas para esta excelente portátil. Não é que fizesse falta pois os jogos de GBC são compatíveis com o GBA mas é sempre melhor por algum motivo jogar no hardware para qual as coisas foram feitas. O jogo que trago até aqui hoje, foi adquirido algures no início de Dezembro por 10 euros, numa loja de artigos usados aqui da zona. Foi um óptimo achado tendo em conta que o preço do cartucho vale 3 vezes mais do que isso.


Cantas bem... mas não encantas.
The Legend of Zelda: Oracle of Ages é um jogo curioso pois foi lançado em simultâneo com The Legend of Zelda: Oracle of Seasons, assim numa espécie de Pokémon style pois ambos os jogos têm ligação um com o outro para troca de itens entre outras funcionalidades. Contudo, ao contrário dessa famosa série, estes jogos são completamente diferentes em termos de layout, sendo ambos aventuras distintas. Em Oracle of Ages, Link é chamado pelo Triforce à terra de Labrynna onde as coisas não correm de feição para ninguém e uma feiticeira de nome Veran anda a tramar das suas, mexendo com o próprio tempo. Link tem então de reunir as oito essências do tempo para derrotar esta ameaça e restaurar a ordem natural das coisas. Obviamente existe algo mais por detrás disto tudo mas cabe-nos a nós descobrir.

Esta árvore depende de nós.
Se jogaram o excelente e intemporal Link's Awakening, vão-se sentir confortáveis com Oracle of Ages pois o jogo aproveita muito desse título, a começar pelo grafismo detalhado e bastante animado, onde tudo tem um look muito característico da saga e funciona como esperado. Embora se tenham aproveitado muitos sprites desse jogo, o certo é que há muita coisa nova para ver e descobrir, não tornando o jogo numa espécie de reciclagem de elementos. A utilização de cor é também superior, na minha opinião, ainda que a escolha da mesma em certas partes não seja de todo a melhor. 

Informação pouco pertinente...
A parte sonora é talvez onde o jogo sofra um bocadinho pois embora tenhamos uma selecção musical variada e com temas bem conhecidos desta saga, algumas das músicas parecem fora de contexto e não me parecem de todo que fizessem parte deste jogo. É um caso estranho que só acontece com os Oracle no GBC pois mais nenhum jogo da série me fez sentir isso. Isto talvez se deva em parte pelo facto do jogo ter sido desenvolvido não pela Nintendo internamente mas por dois estúdios que até à data nunca tinham tido nada a ver com esta saga. Os efeitos sonoros foram quase todos eles aproveitados de Link's Awakening, com algumas ligeiras alterações em certos efeitos e outros completamente novos, funcionando tudo de forma harmoniosa. Algo que notei é que por vezes quando há efeitos que se sobrepõem, por norma deixam de se ouvir por completo.

Esta coisa vai-nos ser útil...
Relativamente à jogabilidade, Oracle of Ages funciona tal como Link's Awakening em praticamente todos os aspectos. A exploração e combate fazem-se da mesma maneira, com a utilização dos botões disponíveis para várias tarefas desde atacar com a espada, saltar com a Roc's Feather, levantar pedras e afins com a Bracelet entre outros itens com bastante utilidade. O mapa pode ser acedido com o Select e o Start leva-nos até ao inventário onde podemos ver todos os itens que recolhemos, sejam os que têm uso prático, passivo ou itens de progressão. Neste menu podemos ainda aceder à funcionalidade de gravação, algo que em Link's Awakening era acedido ao carregar no quatro botões em simultâneo e não era nada prático. Aqui basta ir ao inventário, gravar e continuar a jogar. Mas como o nome sugere, Oracle of Ages leva-nos a viajar no tempo, entre o presente e o passado e isso é usado quase que exaustivamente ao longo da nossa demanda pois o jogo assenta fortemente na resolução de puzzles e a grande maioria implica viagens entre passado e presente para se progredir. Alguns resultam muito bem, outros nem por isso pois arrastam-se para além do tolerável e tornam-se aborrecidos. Isto também se reflecte na progressão de algumas masmorras, algumas fáceis, outras tantas desafiantes e divertidas, e uma delas terrivelmente atroz que invariavelmente se situa debaixo de água. Há aqui um padrão entre masmorras aquáticas em jogos da saga Zelda. Outras instâncias de frustração recaem sobre certos mini-jogos que têm de ser obrigatoriamente jogados uma vez para se progredir (sim, Goron Dance, é a ti que me refiro) bem como não existir hit recovery quando somos atacados, fazendo com que possamos morrer em menos de nada.

Este boss é secante...
No meio de tanta coisa, Oracle of Ages introduz-nos novos itens, alguns deles que substituem outros antigos com funcionalidades iguais ou muito parecidas, bem como anéis que nos conferem habilidades ou power-ups quando utilizados. Estes podem ser apanhados de diversas formas, sobretudo ao plantarmos sementes que se transformam em árvores bem como em cofres. Depois de avaliados por um especialista, podem ser usados se bem que um de cada vez embora possamos a dada altura levar três connosco. Existem imensos por descobrir, e se usarem o GBA para jogar, existem um exclusivo. Estes anéis podem ser trocados entre ambos os jogos via password ou o Link Cable. Outra curiosidade é que para vermos o final verdadeiro, temos de ter ambos os jogos e começar o próximo com a password que o primeiro nos fornece quando o terminamos. E só de pensar que era para existir um terceiro jogo na saga Oracle...

Se foram fãs da saga, The Legend of Zelda: Oracle of Ages é sem dúvida um jogo a experimentar pois mantém aquele fascínio de Link's Awakening com bastante coisas novas para o tornar distinto. Contudo a meu ver, não tem a mesma nostalgia ou encanto e alguns pontos negativos situam-no abaixo desse mesmo jogo. Felizmente, Oracle of Seasons é um jogo melhor no geral mas como ainda não o tenho original não o analisarei até pelo menos arranjar o cartucho. Até lá, este Oracle of Ages é mais um JOGALHÃO DE FORÇA!

MURRALHÕES DE FORÇA:
 

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