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Muita informação na frente. |
Desenvolvido por: id Software
Publicado por: Bethesda Softworks
Designer: John
Carmack
Compositores: Will Loconto, Assaf Rinde, Rod Abernathy
Motor Gráfico: id Tech 5
Plataforma(s): PlayStation 3, Xbox360, PC
Lançamento: 04-10-2011 (EUA), 07-10-2011 (EU)
Género: Semi Open World First Person Shooter, Aventura
Modos de jogo: Modo história para um jogador, Multiplayer online para
até 4 jogadores, Multiplayer local para dois jogadores em splitscreen co-op
Media: Blu-Ray
Funcionalidades: Instalação no disco rígido (8GB), Gravação de progresso
no disco rígido, Compatível com Função de Vibração, Suporte HD 720, DLC
adicional
Estado: Completo
Condição: Impecável.
Viciómetro: Acabei-o três vezes em Easy, Normal e Nightmare,
respectivamente.
(Quatro bons jogos acabaram de aterrar na colecção! Mas só
em 2012 é que vão ter direito a análise.)
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E atrás também. |
Esta será certamente a última análise que escrevo em 2011,
ainda que até ao final do ano acabe mais um ou dois jogos mas prefiro deixá-los
marinar mais um pouco para depois logo escrever algo de jeito. Mas indo ao que
interessa, quem anda nestas andanças da jogatina há uns anos, tem obrigação de conhecer
um estúdio que dá pelo nome de
id Software e que são nada mais nada menos que
os criadores de
Wolfenstein 3D,
DooM,
Quake e mais alguns jogos que tanta tinta
fizeram correr e tantos fãs cativaram. Ora estes senhores também são conhecidos
por lançarem os seus jogos a pretexto de "venderem" os motores de
jogo que criam, sendo ferozmente criticados por imensas pessoas pois aos olhos
destas quem compra o jogo está a comprar uma "demo" de um produto
maior e assim a ser uma espécie de cobaia para não usar o termo
beta tester.
Apesar de considerar estas alegações idiotas, têm algum fundamento mas se
analisarmos bem a coisa, nesta indústria, alguém tem de ser pioneiro em alguma
coisa. Esta introdução serve apenas para apresentar o jogo que trago até aqui hoje
e que foi adquirido em Novembro deste ano, numa loja
online por cerca de 26
euros. Um bom negócio como é habitual. Uma vez que esta edição dá pelo nome de
Anarchy Edition, fui presenteado com alguns itens extra bem úteis no começo do
jogo, bem como conteúdo
DLC intitulado
Wasteland Sewer Missions.
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Manual, papelito com DLC e disco. |
RAGE é a mais recente obra saída da cabeça de
John Carmack,
a mente "principal" da
id Software, remetendo-nos para um
FPS
ligeiramente diferente daquilo a que este estúdio nos habituou. De facto, dá
mais ares a filmes como
Mad Max 2 e a jogos como
Fallout e
Borderlands do que
outra coisa mas felizmente não é uma cópia destes, nem o tenta ser, se não
considerarmos o tema da história. Começando pelo inicio, a história é capaz
mesmo de ser o pior de todo o jogo. A Terra foi atingida por um asteróide
enorme de nome
99942 Apophis que deixou tudo em pantanas, com os restantes
sobreviventes a tentarem fazer pela vida. Obviamente isto não é tudo pois
começaram a surgir mutantes, fruto do impacto bem como um "governo"
conhecido por
The Authority cujo objectivo é recolher tudo quanto seja informação
das
Arks, abrigos especialmente concebidos para albergar meia dúzia de humanos
com talentos especiais, ou seja, os mais fortes, inteligentes e por aí fora. A
aventura começa quando nós, o herói portanto, saímos da
Ark e nos deparamos com
este maravilhoso novo mundo.
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Um bonito Inlay. |
Onde
RAGE realmente começa por mostrar os seus galões é na
parte gráfica, que demonstra o poderio do
id Tech 5 e todos os pormenores
técnicos que lhe são inerentes. Desde os modelos das personagens, inimigos,
veículos e claro os majestosos cenários, os visuais de
RAGE são impressionantes
quando comparados a outros jogos do género. Tudo parece natural e real,
sobretudo as paisagens onde a aplicação da técnica de
Virtual Texturing, uma
evolução das
Mega Textures que, traduzindo para leigos, consiste numa única
textura aplicada ao modelo do terreno, permitindo ter imenso detalhe e pormenor
com muito pouco uso de memória
RAM. Ora o resultado disto são cenários
fabulosos e extremamente pormenorizados. Ainda assim, conseguiu-se a proeza de
manter tudo a correr a uns estáveis 60
frames por segundo, ocorrendo muito
raramente algum
screen tearing. Notei isto apenas dentro das cidades em dois
locais. Durante o resto do jogo, não há solavancos nem entraves de espécie alguma
neste campo. Destaco também a excelente animação das personagens, em particular
dos inimigos que é impressionante, para ser no mínimo justo. No meio disto tudo
o único defeito que encontro é as texturas nem sempre carregarem "a
tempo", o que faz com que vejamos algum
pop-up nesta área. Nada de
preocupante na minha opinião mas poderá aborrecer os mais picuinhas, aos quais
aconselho a versão
PC (que também poderá fazer o mesmo, não sei).
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Algo que vamos fazer com frequência. |
Algo que me passou ao lado foi a música. Não sou fã de
música em
FPS, tenho sempre tendência a metê-la em níveis mínimos para não
interferir com o som ambiente que prezo bastante. Porém, a música em
RAGE
existe e é bastante competente, proporcionando um bom ambiente no geral. Onde
constatei mais isto foi nas cidades, onde a música me lembrava constantemente
de
Borderlands e até da série
anime Trigun. Não sei se foram buscar aqui
inspiração mas o certo é que funcionou. A sonoridade geral resulta também para
aquilo a que se propõe, ajudando bastante quem quer explorar a
Wasteland seja
em território aberto ou em locais mais confinados. Das armas, aos grunhidos das
bestas, passando pelo diálogo das personagens e claro os motores dos veículos,
creio que tudo está mais do que dentro dos conformes nesta área. O
voice-acting
agradou-me bastante com nomes bastante conhecidos como os actores
John Goodman
e
Phil LaMarr, não desfazendo o trabalho de
Nolan North (
Nathan Drake de
Uncharted) e
Phil Eiding (
Roy Campbell de
MGS).
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Engenhos rudimentares mas eficazes. |
A jogabilidade é onde
RAGE se destaca de outros
FPS da
id Software
ao tentar uma abordagem maior com diversas nuances que o tornam um jogo de
tiro-neles, com aventura e exploração bem como bastante competição pelo meio,
através de corridas no meio da
Wasteland. Mas vamos por partes. A sua
componente
FPS funciona como a de qualquer outro nos dias que correm, onde
corremos, disparamos, saltamos e utilizamos um arsenal variado de armas e
gadgets.
Em
RAGE, para além das armas convencionais, temos à nossa disposição vários
gadgets como as
Sentry Turrets e os
Sentry Bots, que no fundo são uma espécie
de aliados no campo de batalha. Se isso não chegar,
Remote Bomb Cars fazem as
delícias dos fãs de
CoD - Black Ops. Mas a minha preferida são as
Wingsticks, uma
espécie de
boomerang ideal para cortar cabeças. Das armas principais destaco a
Crossbow como a melhor para brincarmos com os inimigos. Grande maioria das
armas têm vários tipos de munição, ideais para os mais variados tipos de
situação.
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Uma selecção variada de munição. |
Estas armas,
gadgets e mesmo a nossa armadura são passíveis
de serem actualizadas e melhoradas, ora comprando as partes necessárias para
tal ou ganhando as mesmas ao concluirmos as
quests que nos são atribuídas. Aqui
entra a componente de aventura e exploração que apesar de não o tornar num
RPG,
vai dando uns toques pois para além da
main quest, temos imensas
side quests
dadas por
NPC's, mini jogos como o
RAGE Frenzy (uma espécie de
Trading Card Game) e outras tantas
quests disponíveis nos
Job Boards das cidades, bem como
as corridas na
Wasteland. A parte competitiva entra aqui, com diversas corridas
para se fazer que vão desde
Time Trial a corridas amigáveis, passando também
por corridas
non-friendly onde se pode usar armamento como
miniguns,
rockets e
outros aparatos, conferindo-lhe um ar de
WipeOut meets Motorstorm. Aliás, acho
que
RAGE é nitidamente inspirado neste último no que concerne a este aspecto
das corridas. Tal como no campo do
FPS, podemos melhorar os nossos veículos
pois estes não servem só para as corridas, sendo utilizados para percorrermos a
Wasteland. Com tudo isto o jogo é bastante variado, o suficiente para manter
qualquer pessoa interessada, por mais insípida que a história seja.
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BAM! Rebenta a bolha! xD |
Algo que falta referir é sem dúvida a parte da acção, onde
os inimigos são os "actores principais". A
IA em
RAGE é algo que se
destaca pelo simples facto dos inimigos não serem estúpidos e reagirem às
situações de diversas formas, sem tornar o jogo difícil ou frustrante. Por
exemplo, os mutantes esquivam-se dos nossos ataques, trepam paredes, saltam de
buracos e por norma atacam em matilha, estilo os
Aliens. Por outro lado, os
humanos têm diferentes abordagens, sendo alguns bem cautelosos, utilizando
tácticas como flanquear ou simplesmente bater em retirada quando matamos os
seus companheiros. Não se limitam a ficar ali a ver. Mas nem todas as facções
humanas respondem da mesma maneira e algumas são mesma verdadeiros
kamikazes, o
que nos faz recuar para evitarmos a morte. Um aspecto relacionado com isto é o desfibrilador
que possuímos e que nos permite voltar à vida. Como é de calcular isto tem um
uso limitado.
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Explosões ao volante, algo comum em RAGE. |
O modo
online resume-se apenas às corridas, algo que deixou muito
boa gente perplexa pois pensavam que iam andar aos tiros uns com os outros. Ao
invés disso optou-se por corridas com vários modos de jogo, similares àquelas
que podemos desfrutar no modo campanha. O modo
co-op resume-se às
Wasteland
Legends, uma espécie de missões distribuídas por vários cenários do jogo, onde
podemos com um companheiro espalhar o caos, cumprindo os objectivos da missão.
O bom deste modo é que tanto pode ser jogado
online, como em
splitscreen com um
amigo, em detrimento de 30
frames a menos devido à divisão do ecrã. Contudo é
uma excelente experiência, muito parecida às
Special Ops de
Modern Warfare 2.
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Algum fã de LOST lê o blog? :) |
RAGE está apinhado de curiosidades e
Easter Eggs, sendo que
grande maioria prefiro nem sequer referir pois já me estiquei imenso nesta análise.
Mas deixo aqui um
Easter Egg e uma curiosidade. O primeiro resume-se a uma
personagem em
Wellspring, cujo diálogo é reminiscente do filme
The Shining, de
Stanley Kubrick. Quem é fã topa logo! Uma curiosidade é que o asteróide do jogo
existe mesmo e foi motivo de preocupação em 2004 pois os estudos apontavam que
atingisse a Terra em 2039. Agora parece que estamos livres de perigo.
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Yuffie?! Nope, falso alarme FFVII freaks! |
Não tenho mais nada a acrescentar. Comprem
RAGE e joguem-no
pois é muito bom, críticas e negativismos à parte. Para o ano há mais, portanto
continuem a visitar-nos e até lá um Feliz Natal e uma excelente entrada em
2012! :)
MURRALHÕES DE FORÇA:
Como quase-fanboy da ID e agora com um PC decente para jogar jogos actuais, mais tarde ou mais cedo comprarei este jogo certamente, não escapa.
ResponderEliminarApenas surpreende-me a direcção que a id levou para o multiplayer, mas como eu não perco muito tempo nessas andanças passa-me ao lado.