15 de dezembro de 2011

RAGE [Anarchy Edition]

Muita informação na frente.
Desenvolvido por: id Software
Publicado por: Bethesda Softworks
Designer: John Carmack
Compositores: Will Loconto, Assaf Rinde, Rod Abernathy
Motor Gráfico: id Tech 5
Plataforma(s): PlayStation 3, Xbox360, PC
Lançamento: 04-10-2011 (EUA), 07-10-2011 (EU)
Género: Semi Open World First Person Shooter, Aventura
Modos de jogo: Modo história para um jogador, Multiplayer online para até 4 jogadores, Multiplayer local para dois jogadores em splitscreen co-op
Media: Blu-Ray
Funcionalidades: Instalação no disco rígido (8GB), Gravação de progresso no disco rígido, Compatível com Função de Vibração, Suporte HD 720, DLC adicional
Estado: Completo
Condição: Impecável.
Viciómetro: Acabei-o três vezes em Easy, Normal e Nightmare, respectivamente.

(Quatro bons jogos acabaram de aterrar na colecção! Mas só em 2012 é que vão ter direito a análise.)

E atrás também.
Esta será certamente a última análise que escrevo em 2011, ainda que até ao final do ano acabe mais um ou dois jogos mas prefiro deixá-los marinar mais um pouco para depois logo escrever algo de jeito. Mas indo ao que interessa, quem anda nestas andanças da jogatina há uns anos, tem obrigação de conhecer um estúdio que dá pelo nome de id Software e que são nada mais nada menos que os criadores de Wolfenstein 3D, DooM, Quake e mais alguns jogos que tanta tinta fizeram correr e tantos fãs cativaram. Ora estes senhores também são conhecidos por lançarem os seus jogos a pretexto de "venderem" os motores de jogo que criam, sendo ferozmente criticados por imensas pessoas pois aos olhos destas quem compra o jogo está a comprar uma "demo" de um produto maior e assim a ser uma espécie de cobaia para não usar o termo beta tester. Apesar de considerar estas alegações idiotas, têm algum fundamento mas se analisarmos bem a coisa, nesta indústria, alguém tem de ser pioneiro em alguma coisa. Esta introdução serve apenas para apresentar o jogo que trago até aqui hoje e que foi adquirido em Novembro deste ano, numa loja online por cerca de 26 euros. Um bom negócio como é habitual. Uma vez que esta edição dá pelo nome de Anarchy Edition, fui presenteado com alguns itens extra bem úteis no começo do jogo, bem como conteúdo DLC intitulado Wasteland Sewer Missions.


Manual, papelito com DLC e disco.
RAGE é a mais recente obra saída da cabeça de John Carmack, a mente "principal" da id Software, remetendo-nos para um FPS ligeiramente diferente daquilo a que este estúdio nos habituou. De facto, dá mais ares a filmes como Mad Max 2 e a jogos como Fallout e Borderlands do que outra coisa mas felizmente não é uma cópia destes, nem o tenta ser, se não considerarmos o tema da história. Começando pelo inicio, a história é capaz mesmo de ser o pior de todo o jogo. A Terra foi atingida por um asteróide enorme de nome 99942 Apophis que deixou tudo em pantanas, com os restantes sobreviventes a tentarem fazer pela vida. Obviamente isto não é tudo pois começaram a surgir mutantes, fruto do impacto bem como um "governo" conhecido por The Authority cujo objectivo é recolher tudo quanto seja informação das Arks, abrigos especialmente concebidos para albergar meia dúzia de humanos com talentos especiais, ou seja, os mais fortes, inteligentes e por aí fora. A aventura começa quando nós, o herói portanto, saímos da Ark e nos deparamos com este maravilhoso novo mundo.

Um bonito Inlay.
Onde RAGE realmente começa por mostrar os seus galões é na parte gráfica, que demonstra o poderio do id Tech 5 e todos os pormenores técnicos que lhe são inerentes. Desde os modelos das personagens, inimigos, veículos e claro os majestosos cenários, os visuais de RAGE são impressionantes quando comparados a outros jogos do género. Tudo parece natural e real, sobretudo as paisagens onde a aplicação da técnica de Virtual Texturing, uma evolução das Mega Textures que, traduzindo para leigos, consiste numa única textura aplicada ao modelo do terreno, permitindo ter imenso detalhe e pormenor com muito pouco uso de memória RAM. Ora o resultado disto são cenários fabulosos e extremamente pormenorizados. Ainda assim, conseguiu-se a proeza de manter tudo a correr a uns estáveis 60 frames por segundo, ocorrendo muito raramente algum screen tearing. Notei isto apenas dentro das cidades em dois locais. Durante o resto do jogo, não há solavancos nem entraves de espécie alguma neste campo. Destaco também a excelente animação das personagens, em particular dos inimigos que é impressionante, para ser no mínimo justo. No meio disto tudo o único defeito que encontro é as texturas nem sempre carregarem "a tempo", o que faz com que vejamos algum pop-up nesta área. Nada de preocupante na minha opinião mas poderá aborrecer os mais picuinhas, aos quais aconselho a versão PC (que também poderá fazer o mesmo, não sei).

Algo que vamos fazer com frequência.
Algo que me passou ao lado foi a música. Não sou fã de música em FPS, tenho sempre tendência a metê-la em níveis mínimos para não interferir com o som ambiente que prezo bastante. Porém, a música em RAGE existe e é bastante competente, proporcionando um bom ambiente no geral. Onde constatei mais isto foi nas cidades, onde a música me lembrava constantemente de Borderlands e até da série anime Trigun. Não sei se foram buscar aqui inspiração mas o certo é que funcionou. A sonoridade geral resulta também para aquilo a que se propõe, ajudando bastante quem quer explorar a Wasteland seja em território aberto ou em locais mais confinados. Das armas, aos grunhidos das bestas, passando pelo diálogo das personagens e claro os motores dos veículos, creio que tudo está mais do que dentro dos conformes nesta área. O voice-acting agradou-me bastante com nomes bastante conhecidos como os actores John Goodman e Phil LaMarr, não desfazendo o trabalho de Nolan North (Nathan Drake de Uncharted) e Phil Eiding (Roy Campbell de MGS).

Engenhos rudimentares mas eficazes.
A jogabilidade é onde RAGE se destaca de outros FPS da id Software ao tentar uma abordagem maior com diversas nuances que o tornam um jogo de tiro-neles, com aventura e exploração bem como bastante competição pelo meio, através de corridas no meio da Wasteland. Mas vamos por partes. A sua componente FPS funciona como a de qualquer outro nos dias que correm, onde corremos, disparamos, saltamos e utilizamos um arsenal variado de armas e gadgets. Em RAGE, para além das armas convencionais, temos à nossa disposição vários gadgets como as Sentry Turrets e os Sentry Bots, que no fundo são uma espécie de aliados no campo de batalha. Se isso não chegar, Remote Bomb Cars fazem as delícias dos fãs de CoD - Black Ops. Mas a minha preferida são as Wingsticks, uma espécie de boomerang ideal para cortar cabeças. Das armas principais destaco a Crossbow como a melhor para brincarmos com os inimigos. Grande maioria das armas têm vários tipos de munição, ideais para os mais variados tipos de situação.

Uma selecção variada de munição.
Estas armas, gadgets e mesmo a nossa armadura são passíveis de serem actualizadas e melhoradas, ora comprando as partes necessárias para tal ou ganhando as mesmas ao concluirmos as quests que nos são atribuídas. Aqui entra a componente de aventura e exploração que apesar de não o tornar num RPG, vai dando uns toques pois para além da main quest, temos imensas side quests dadas por NPC's, mini jogos como o RAGE Frenzy (uma espécie de Trading Card Game) e outras tantas quests disponíveis nos Job Boards das cidades, bem como as corridas na Wasteland. A parte competitiva entra aqui, com diversas corridas para se fazer que vão desde Time Trial a corridas amigáveis, passando também por corridas non-friendly onde se pode usar armamento como miniguns, rockets e outros aparatos, conferindo-lhe um ar de WipeOut meets Motorstorm. Aliás, acho que RAGE é nitidamente inspirado neste último no que concerne a este aspecto das corridas. Tal como no campo do FPS, podemos melhorar os nossos veículos pois estes não servem só para as corridas, sendo utilizados para percorrermos a Wasteland. Com tudo isto o jogo é bastante variado, o suficiente para manter qualquer pessoa interessada, por mais insípida que a história seja.

BAM! Rebenta a bolha! xD
Algo que falta referir é sem dúvida a parte da acção, onde os inimigos são os "actores principais". A IA em RAGE é algo que se destaca pelo simples facto dos inimigos não serem estúpidos e reagirem às situações de diversas formas, sem tornar o jogo difícil ou frustrante. Por exemplo, os mutantes esquivam-se dos nossos ataques, trepam paredes, saltam de buracos e por norma atacam em matilha, estilo os Aliens. Por outro lado, os humanos têm diferentes abordagens, sendo alguns bem cautelosos, utilizando tácticas como flanquear ou simplesmente bater em retirada quando matamos os seus companheiros. Não se limitam a ficar ali a ver. Mas nem todas as facções humanas respondem da mesma maneira e algumas são mesma verdadeiros kamikazes, o que nos faz recuar para evitarmos a morte. Um aspecto relacionado com isto é o desfibrilador que possuímos e que nos permite voltar à vida. Como é de calcular isto tem um uso limitado.

Explosões ao volante, algo comum em RAGE.
O modo online resume-se apenas às corridas, algo que deixou muito boa gente perplexa pois pensavam que iam andar aos tiros uns com os outros. Ao invés disso optou-se por corridas com vários modos de jogo, similares àquelas que podemos desfrutar no modo campanha. O modo co-op resume-se às Wasteland Legends, uma espécie de missões distribuídas por vários cenários do jogo, onde podemos com um companheiro espalhar o caos, cumprindo os objectivos da missão. O bom deste modo é que tanto pode ser jogado online, como em splitscreen com um amigo, em detrimento de 30 frames a menos devido à divisão do ecrã. Contudo é uma excelente experiência, muito parecida às Special Ops de Modern Warfare 2.

Algum fã de LOST lê o blog? :)
RAGE está apinhado de curiosidades e Easter Eggs, sendo que grande maioria prefiro nem sequer referir pois já me estiquei imenso nesta análise. Mas deixo aqui um Easter Egg e uma curiosidade. O primeiro resume-se a uma personagem em Wellspring, cujo diálogo é reminiscente do filme The Shining, de Stanley Kubrick. Quem é fã topa logo! Uma curiosidade é que o asteróide do jogo existe mesmo e foi motivo de preocupação em 2004 pois os estudos apontavam que atingisse a Terra em 2039. Agora parece que estamos livres de perigo.

Yuffie?! Nope, falso alarme FFVII freaks!
Não tenho mais nada a acrescentar. Comprem RAGE e joguem-no pois é muito bom, críticas e negativismos à parte. Para o ano há mais, portanto continuem a visitar-nos e até lá um Feliz Natal e uma excelente entrada em 2012! :)





MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

1 comentário:

  1. Como quase-fanboy da ID e agora com um PC decente para jogar jogos actuais, mais tarde ou mais cedo comprarei este jogo certamente, não escapa.
    Apenas surpreende-me a direcção que a id levou para o multiplayer, mas como eu não perco muito tempo nessas andanças passa-me ao lado.

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