19 de abril de 2011

Castlevania: Symphony of the Night

A belíssima capa europeia.
Desenvolvido por: KCE Tokyo
Publicado por: Konami
Director: Toru Hagihara
Produtor: Toru Hagihara
Artista: Ayami Kojima
Argumentista(s): Koji Igarashi, Toshiharu Furukawa
Compositor: Michiru Yamane
Plataforma(s): PlayStation 3 (PSN), PlayStation, Sega Saturn, Xbox Live Arcade
Lançamento: 20-03-1997 (JP), 02-10-1997 (EUA), 01-11-1997 (EU), 19-07-2007 (EUA/PSN), 25-07-2007 (JP/PSN)
Género(s): Aventura, Plataformas, Role Playing Game
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Download na PlayStation Network (cerca de 350MB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Card Virtual (1 Bloco)
Outros nomes: Akumajō Dracula X: Gekka no Yasōkyoku (悪魔城ドラキュラX 月下の夜想曲) que traduzido dá Devil's Castle Dracula X: Nocturne in the Moonlight (JP)
Estado: Não se aplica.
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei-o muitas vezes, demasiadas para enumerar.

(O Jogalhões celebra hoje o seu *2º aniversário*, como podem confirmar pelo post anterior! :D)

Assim começa uma epopeia...
Antigamente os jogos eram-nos apresentados em suporte físico, nomeadamente em cartuchos de consideráveis dimensões, em plástico e cujo o preço de produção era bastante elevado. Hoje em dia, fruto do avanço tecnológico, os jogos vêm em DVD e BluRay, tendo não muito antes passado por CD. Há ainda as portáteis que apostam em formatos específicos mas que não deixam de ser muito mais baratos em relação ao passado. Ainda assim, tudo isto custa dinheiro e gasta-se matéria-prima daí que a distribuição digital passou a ser algo bastante recorrente nos dias de hoje. Por um lado é mau, pois perde-se aquele ritual de comprar o jogo, folhear o manual (ainda que maioria das pessoas não o faça), meter o jogo na consola e ter a caixinha no armário ao lado das outras. É bom porque se poupa em papel, em plástico e sobretudo porque tudo isto fica mais barato e está disponível online a qualquer hora, 365/6 dias por ano. As instruções também. Pessoalmente prefiro o suporte físico mas em algumas coisas confesso que o suporte digital também é bom, nomeadamente para jogos alternativos/indie e os clássicos que não consegui adquirir antigamente em suporte físico, muito menos agora pois custam 10 vezes mais se procurar por eles. O jogo de hoje é um belo exemplo disso, pois um exemplar antigo custa imenso dinheiro, podendo ir dos 70 euros aos N e muitos. Este meu exemplar digital, que é uma reprodução integral do suporte físico, custou 10 dólares na PSN dos Estados Unidos visto não estar disponível na portuguesa. Estúpidos...


Richter tenta o diálogo com Drácula mas...
Castlevania: Symphony of the Night, ou mais conhecido entre a comunidade por SOTN, foi o jogo da saga que marcou uma viragem colossal e a "dividiu" em duas vertentes: a clássica, que aposta na jogabilidade do primeiro título, e a vertente "Metroid", que se baseia numa mistura do clássico, com elementos de RPG, muita exploração e backtracking, claramente inspirada como o nome indica, em Super Metroid e que lhe valeu outros nomes como "Metroidvania" ou "Castleroid". A história de SOTN começa com a batalha final de Rondo of Blood (já aqui analisado) onde Richter Belmont enfrenta Drácula, conseguindo banir o mal para sempre. Ou assim pensou ele. Quatro anos após a mítica batalha, Richter desaparece sem deixar rasto o que faz com que Maria Renard, agora já mais crescidinha, vá à procura dele e dê de caras com Castlevania que voltou a aparecer misteriosamente. Paralelamente a estes eventos, o filho de Drácula, Alucard acorda do seu sono auto induzido para se ver perante este cenário anormal o que faz com que parta para o castelo a fim de desvendar o porquê de este estar de pé. Lá dentro irá não só encontrar Maria Renard bem como as respostas a outras perguntas...

...a diplomacia não resulta!
Não se afastando muito do aspecto que os jogos da saga tinham nos 16-bits, SOTN mantém o mesmo grafismo, com uma resolução superior, mais detalhe e pormenor nos cenários, apostando no já conhecido efeito parallax para criar profundidade e uns efeitos visuais todos catitas a condizer com o potencial da PlayStation. No fundo, o visual 2D dos 32-bit da máquina da Sony não era assim tão distante de uma SNES e em especial de uma PC-Engine mas obviamente isso se fazia notar em certos aspectos como as transparências, a capacidade de gerir mais e maiores sprites em simultâneo, e claro, alguns elementos tridimensionais como texturas no céu e a Clock Tower, a título de exemplo. Posso dizer que não foi uma grande surpresa neste campo mas foi agradável ver a evolução. Se há coisa que gosto num bom jogo 2D é ver sprites bem animados, detalhados e fluidos, coisa que é comum em SOTN. Existem algumas cutscenes mas que em nada abonam a parte visual, ainda que sejam interessantes, dada a época em que o jogo foi lançado. Foi também a grande estreia de Ayami Kojima como artista, dando-nos os melhores looks que as personagens desta saga já tiveram.

Senta cachorrinho... senta!
A música neste jogo é algo do outro mundo. Michiru Yamane, conhecida pelo seu trabalho na saga, trouxe-nos uma banda sonora linda, cujas músicas ficarão a ecoar nos ouvidos de todo e qualquer ser humano que tenha o enorme prazer de jogar esta obra. Diversos estilos são utilizados, oscilando entre o jazz e o metal, passando até pelo techno, conferindo assim uma variedade sonora incrível. Por outro lado, a música do final, "I Am the Wind", é sem dúvida algo que os fãs ainda hoje se recordam e que para grande infelicidade dos mesmos, foi retirada nas versões mais actuais do jogo. Curiosamente, algumas faixas de Rondo of Blood foram remixadas e usadas neste jogo. O som em geral é muito bom, tanto ambiente como das personagens e inimigos, que têm sempre algo a dizer quer estejam a atacar ou a levar dano. A parte pior é mesmo o voice-acting, que no ocidente foi dobrado em inglês e digamos que a interacção entre as personagens resultou em diálogos muitos estranhos e mauzinhos. As vozes até nem as considero más de todo mas a maneira como fizeram a tradução dos textos foi péssima. Mas não é isto que o torna mau, muito longe disso! O mau voice-acting por norma dá fama aos jogos, basta ver o primeiro Resident Evil.

As mulheres neste jogo são selvagens!
Onde SOTN marcou diferença foi mesmo no departamento da jogabilidade. Afastou-se um pouco da linearidade típica da série para nos introduzir diversos elementos RPG, como evolução da personagem, imensas armas que substituíram o chicote, armaduras e equipamento diverso, magias pois afinal trata-se do filho de Drácula e itens de perder de vista. Com toda esta mudança, o castelo sofreu uma alteração radical, sendo enorme e com muito canto para explorar, existindo para tal a preciosa ajuda de um mapa. Alucard move-se com bastante fluidez e até mesmo alguma graciosidade. Para além de tudo isto, alguns itens conferem-lhe habilidades especiais, que lhe permitem ver o dano causado e sofrido, ver os nomes dos inimigos e transformar-se em lobo, morcego e numa espécie de névoa, útil para aceder a certos sítios que de outra forma não são alcançáveis. Existem alguns movimentos que se processam à la Street Fighter e resultam em ataques especiais, coisa que não nos é de todo indicada em parte alguma do jogo. O progresso é um pouco deixado ao cuidado do jogador, sendo que algumas zonas estão logo à partida desbloqueadas mas outras não. As batalhas contra bosses são mais do que muitas e por norma recompensam-nos sempre no final, pois de outra forma não fariam sentido. E é esta evolução, que quebrou a linearidade da saga, que tornou SOTN tão famoso e tão bom de se jogar pois nunca nos cansamos de explorar, não só para encontrar algo novo mas também para seguir a história mais a fundo, dado que vamos encontrar algumas personagens e reviravoltas bem curiosas. Se formos suficientemente persistentes e explorarmos bem o castelo, experimentando também bastante equipamento, boas surpresas nos esperam e a longevidade deste jogo aumenta consideravelmente. Se nos cansarmos de jogar com Alucard, podemos viver o mesmo jogo de forma mais clássica com Richter, ainda que o progresso de jogo seja igual mas Richter não evolui nada, nem apanha nada a não serem as armas secundárias e evoluções de HP/MP.

Alucard com pensamentos estranhos.
Castlevania - Symphony of the Night é um título envolto numa série de factos curiosos sendo que inicialmente era para ter sido lançado na defunta 32X da Sega sob o nome Castlevania: The Bloodletting. Tal não aconteceu e as ideias deste foram aproveitadas. A mudança de jogabilidade/desenho de níveis deveu-se muito ao facto de Koji Igarashi mostrar algum descontentamento ao ver jogos antigos da saga em lojas de videojogos em segunda mão. A localização ocidental fez com que a tradução sofresse um bocado, nomeadamente a nível de diálogos mas também os nomes de itens e inimigos. Não menos interessante são as diversas versões que foram lançadas após esta, tais como a versão de Sega Saturn, com mais áreas para explorar, Maria Renard como boss e personagem jogável e outros extras. A versão PSP, incluída em Dracula X Chronicles também traz estes miminhos e o áudio todo regravado. Mal servidos ficaram os fãs da Xbox360, pois a versão de SOTN que receberam é inferior face às outras em diversos aspectos mas nisso podem culpar a Microsoft por certas imposições face ao conteúdo distribuído digitalmente.

O pessoal do castelo malha bem no ginásio.
Foi uma análise maior do que o habitual mas dado que é um daqueles jogos que realmente gosto, perco-me a falar dele. Mas não tenho mais nada para dizer acerca do mesmo, resta mesmo é que o joguem se já não o tiverem feito. Caso não o tenham feito ainda, espero que tudo o que aqui foi escrito vos convença pois é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Pancada num sítio parecido ao velho oeste, amanhã. :)


MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

7 comentários:

  1. Grande jogo. E já era widescreen originalmente, o que faz com que, juntamente com as músicas fantásticas, fique um mimo numa televisão grande. Só é pena as vozes dos monstros que às vezes irritam um pouco. Lembro-me que havia umas moças que davam com cada grito que estragavam a música de fundo completamente.

    A review está muito boa, é um bom resumo do jogo e cobriste tudo.

    Já agora, o meu próximo artigo vai ser uma retrospectiva do Jet Set Radio. Já jogaste? O jogo vai ser relançado brevemente.

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    1. Desde já obrigado pela visita. :) Em resposta à tua pergunta, nunca joguei Jet Set Radio por não ter a máquina adequada para o efeito, naquela época (que agora já tenho). Mas sempre gostei da arte do jogo bem como da música. Fico à espera dessa análise.

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  2. Que os new gamers digam o que quiser, mas esse é sem dúvida o melhor castlevania já feito, nao que o curse of the darkness e o lords of shadow sejam ruins, mas há coisas que não são superadas pelo avanço da tecnologia

    òtimo review :B

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    1. É bem verdade, este Castlevania é o melhor de todos os tempos mas também gostei bastante dos 3 que saíram na DS. :)

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  3. realmente, todos 3 são muito bons, akele sistema de exploração metroidiano faz vender ate hoje

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  4. Tenho esse jogo pro PS1 e pro VITA, jogo até hoje, é mágico demais... Na minha opinião é o melhor jogo do PS1, e olha que eu joguei muita coisa incrível no PS1, mas nada como o SOTN

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