18 de abril de 2011

Clive Barker's Jericho

Bonito este moço da capa.
Desenvolvido por: Mercury Steam
Publicado por: Codemasters
Designer(s): Clive Barker, Joe Falke
Argumentista: Clive Barker
Compositor: Cris Velasco
Motor Gráfico: Proprietário
Plataforma(s): PlayStation 3, Xbox360, PC
Lançamento: 27-10-2007 (EUA), 02-11-2007 (EU)
Género: First Person Shooter
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Blu-Ray
Funcionalidades: Gravação de progresso no disco rígido da consola (280KB mínimo), Suporte HD 720p, 1080i e 1080p, Compatível com Sensor de Movimento
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o uma vez, não me puxou para uma segunda ronda.

(Amanhã é dia de festa... :D)

Olha ali o Clive a espreitar!
Hoje em dia é comum podermos experimentar os jogos antes de investirmos o nosso dinheiro, através daquilo a que todos conhecemos por demos, ou em português corrente, demonstrações jogáveis. Não há muito tempo atrás também tínhamos esta hipótese mas limitada às revistas da especialidade, no que diz respeito às consolas. Os utilizadores de PC sempre tinham mais sorte nesse aspecto. Contudo, com a actual geração de consolas, a coisa funciona como nos PC's, onde podemos descarregar as ditas demos para o disco rígido da consola e experimentar um pouco do produto final. Mas há demos e demos, sendo que algumas delas enganam, tanto para bem como para mal. Para bem, quando jogamos uma demo que não gostamos e depois ao pegar no jogo completo temos uma experiência bem melhor. É raro mas acontece. Para mal, pois muitas delas aparentam um jogo excelente e no final de contas é apenas material mediano e por vezes até mau. O jogo de hoje enquadra-se perfeitamente neste cenário de demo boa mas jogo assim assim. Chegou-me à colecção em 2008 se não estou em erro, e custou cerca de 30 euros na Fnac do Almada Fórum. Se fosse hoje era 9.90 online...


Disco, inlay e manual.
Clive Barker's Jericho é um FPS saído da imaginação retorcida de Clive Barker, famoso pelas suas histórias de terror e mais concretamente pela série Hellraiser. Mas Jericho não tem nada a ver com isso a não ser a sua componente narrativa muito assente no género paranormal, misturado com um bocadinho de terror. A coisa até parece resultar bem no papel. A história prende-se com o aparecimento de uma estranha cidade que aparece no Médio Oriente de nome Al-Khali. Imediatamente o Department of Occult Warfare (DOW), uma organização altamente secreta dos Estados Unidos, envia a equipa Jericho composta por 7 elementos especializados tanto em guerrilha convencional como no oculto. À chegada deparam-se com Hanne Lichthammer, um antigo general Nazi que ainda vive sabe-se lá como e pretende libertar um ser conhecido por Firstborn e que segundo a lenda, foi a primeira criação de Deus, rejeitada e abandonada pelo seu criador, tendo sido desterrada para o Abismo. Após isso Deus decidiu criar Adão, Eva e a humanidade mas isso já vocês sabem. Cabe à equipa Jericho tratar de limpar todo este lixo...

O padre envia-os todos para o céu... ou não!
Uma coisa que desde logo me atraiu na demo foram os visuais de Jericho. O ambiente altamente atmosférico e sombrio cria a tensão perfeita para a acção e o próprio visual extremamente orgânico e detalhado ajuda a manter as coisas no sítio. De facto neste departamento não há queixas, pois os cenários são excelentes ainda que sejam em grande parte ruínas, com imensos pormenores, bom trabalho de iluminação e em certos pontos parece mesmo que estão vivos e respiram. As personagens destacam-se todas umas das outras por serem bastante diferentes, tanto em aspecto como em atitude. O nível de detalhe dado a cada um delas está nas proporções certas e é sem dúvida algo que me deixou bastante satisfeito. Os inimigos também são um ponto forte, com excelentes modelos tridimensionais, muito bem concebidos tanto a nível de animações como caracterização, dando mesmo a sensação de estarmos a combater mortos-vivos mais vivos do que realmente estão! E se há coisa que prezo nesta actual geração é ver jogos bonitos a nível visual, aliados claro está a uma excelente jogabilidade. Mas já vamos a essa parte.

A parte musical de Jericho é algo que nos passa um bocado ao lado, não por não ser uma boa banda sonora mas sim por ser maioritariamente música ambiente que acompanha a acção nos momentos mais tensos. Ocasionalmente lá teremos uma ou outra faixa a aparecer mas nada que nos recordemos de futuro. Efeitos e som no geral estão óptimos e o voice-acting é de topo, com bons diálogos entre as personagens, especialmente tratando-se de uma equipa que passa o tempo todo a comunicar de uma maneira ou outra. Os inimigos também têm alguns diálogos interessantes e no geral as vozes escolhidas para as personagens assentam que nem uma luva.

Este rapaz precisa de ir ao dentista.
A parte interessante de Jericho é na jogabilidade. Inicialmente controlamos apenas uma personagem mas a dada altura começas a ter controlo sobre todas, em particular quando estas se separam umas das outras, por força da história ou simplesmente quando temos de resolver certos puzzles. Isto é possível porque uma delas morre fisicamente mas pode possuir as restantes a nível espiritual assumindo assim o controlo das suas acções. E cada uma tem armas diferentes e poderes psíquicos diferentes sendo que todos têm a sua utilidade. Podemos curar membros da equipa feridos, invocar um demónio de fogo, imolar os inimigos com o nosso sangue, ver através dos olhos dos inimigos, usar telekinesis para mover objectos de largo porte e até mesmo guiar as balas de uma espingarda de atirador furtivo, infundido o poder psíquico nelas para maior efeito. É sem dúvida bastante diversificado neste campo, o que o torna extremamente divertido. Como se não bastasse, uma das personagens pode usar armas brancas em conjunto com armas de fogo, resultando em combates bastantes frenéticos. Contudo isto implica estar com um olho no burro e outro no cigano, porque enquanto controlamos uma personagem, as outras são comandadas pela AI e digamos que esta não é das mais inteligentes. O que estraga realmente este jogo e a demo não mostra isso é a reiteração das situações, isto é, sendo um FPS moderno, deveria apostar mais acções reais como abrir portas, explorar certos caminhos, rebentar coisas mas em vez disso chega a um ponto onde para avançar temos de derrotar certo número de inimigos, ou simplesmente rebentar um checkpoint inimigo. Enquanto não o fizermos, eles fazem respawn ad-eternum, tornando o jogo difícil e extremamente aborrecido. E sim, inicialmente pode parecer fácil mas rapidamente deixam de ter essa ideia, pois não são estas habilidades que o tornam menos complicado, antes pelo contrário. É pena, pois tinha imenso potencial como FPS.

Um centurião que acordou mal disposto.
A meu ver e numa opinião estritamente pessoal e conhecedora, deviam ter apostado num modo Co-Op, em splitscreen ou online pois com uma equipa destas isso era possível, ainda que se tivesse de pensar bem em como seria a ideia de possuir os corpos dos outros. A falta de originalidade nos combates retira-lhe o carisma que inicialmente demonstra ter, especialmente nas lutas contra os bosses gigantescos que parecem ser divertidas mas são tudo menos isso. A falta de um modo multiplayer online é também uma falha grave pois hoje em dia, até o mais ranhoso dos FPS tem isso. Em 2007 o mesmo acontecia portanto não vejo o porquê de não terem incluído. Isto só fez com que o replay value descesse ainda mais. Consta-se que Clive Barker pretendia fazer uma sequela deste jogo, até porque o final assim o exige mas até à data nada veio ao de cima relativamente a isto.

E assim penso que entendem aquela introdução acerca das demos enganarem. Jericho tinha tudo para ser excelente mas faltavam-lhe alguns elementos. Se assim fosse até nem era mau de todo mas apostarem naquele esquema de progressão de níveis, para além de os tornarem ainda mais lineares, tornaram-nos ainda mais aborrecidos. Agora pelo ambiente e pela jogabilidade, sem dúvida vale a pena e por isso, é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Amanhã vamos novamente caçar vampiros... :D

MURRALHÕES DE FORÇA:
 
 

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