12 de abril de 2011

Final Fantasy XII

Uma capa ligeiramente diferente.
Desenvolvido por: Square Enix Product Development Division 4
Publicado por: Square Enix
Director(es): Hiroyuki Ito, Hiroshi Minagawa
Designer(s): Hiroyuki Ito, Yasumi Matsuno
Artista(s): Akihiko Yoshida, Hideo Minaba, Isamu Kamikokuryo
Argumentista(s): Daisuke Watanabe, Miwa Shoda, Yasumi Matsuno
Compositor(es): Hitoshi Sakimoto, Hayato Matsuo, Masaharu Iwata
Plataforma: PlayStation 2
Lançamento: 16-03-2006 (JP), 31-10-2006 (EUA), 23-02-2007 (EU)
Género: Role Playing Game
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: DVD-ROM (4.7GB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Card (100KB mínimo), Compatível com comando analógico: apenas joysticks, Compatível com Função de Vibração
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o uma vez mas foram 135 horas de jogo e todas as side quests feitas.

(Sol, solinho!)

Porcaria de autocolantes.
Antigamente os jogos apareciam sem darmos conta. Não esperávamos que saíssem, o acesso a esse tipo de informação era limitado às revistas da especialidade pois nem sequer se sonhava em existir internet. Daí que muito provavelmente dávamos mais uso a cada jogo individualmente, tentando extrair o máximo de divertimento que tinham para oferecer. O tempo de produção de um jogo também não era longo e os lançamentos eram uns atrás dos outros. Hoje em dia, tudo mudou, para melhor e para pior. Por um lado, os lançamentos são mais espaçados mas por outro o acesso à informação é tanto que sabemos logo à partida o que aí vem e criamos logo expectativas, muitas das vezes, como referi ontem, altas demais. Mas o pior é o tempo de produção de certos títulos ter aumentando consideravelmente, levando como é lógico a atrasos sucessivos até o jogo estar no mercado. O que aqui trago hoje é um belo exemplo disso, de uma espera longa mas que no final valeu toda a pena, até porque não havia pressa. O meu exemplar custou cerca de 45 euros, na altura em que foi lançado cá a 70. Comprei-o a um particular, novo e selado. Não faço ideia onde ele o desencantou mas isso também não importa. :)


Manual e disco.
Final Fantasy XII foi um jogo que marcou uma mudança na saga mas não foi o primeiro. Antes dele veio o XI que talvez foi a mudança mais radical sendo um jogo para se jogar online. A coisa parece ter pegado, ainda que World of Warcraft não dê abébias à concorrência. Depois veio o XII, apostando novamente no single player, com um mundo gigantesco para explorar e muitas, muitas novidades. Mas antes de lá irmos, um pouco de história. FFXII passa-se no mundo de Ivalice, conhecido pelos fãs de jogos como Final Fantasy Tactics e Vagrant Story, onde o casamento da Princesa Ashe de Dalmasca e o Princípe Rasler de Nabradia, na cidade de Rabanastre, é interrompido pela invasão do império de Archadia nas terras de Nabradia. Após estes eventos, Rasler é morto e ambos os reinos de Dalmasca e Nabradia caem aos pés de Archadia. O rei de Dalmasca, Rominas assina um tratado de rendição mas aparentemente é morto pelo próprio capitão de Dalmasca, Basch, acontecimento testemunhado pelo jovem cavaleiro Reks que posteriormente também morre, vítima de ferimentos. Seguindo estes infelizes acontecimentos, Marquis of Ondore anuncia que Basch foi executado e a Princesa Ashe suicidou-se. Uma verdadeira tragédia grega. Mas a verdadeira aventura começa 3 anos depois, onde Vaan, irmão do falecido Reks não ouvindo os conselhos da sua amiga Penelo, decide invadir furtivamente o palácio onde decorre um jantar comemorativo da promoção de Vayne Solidor a cônsul. Não obstante a tal facto Vaan apenas pretende apoderar-se de magicite, algo que os Sky Pirates, Balthier e Fran, também pretendem. Após este encontro e a confusão que se instala ao serem descobertos, Vaan decide tornar-se também ele num Sky Pirate, partindo à aventura pelo mundo. Mal sabem eles que vão dar de caras com uma conspiração do tamanho desse mesmo mundo...

Papelada diversa.
A parte gráfica de FFXII é sem dúvida um dos seus grandes trunfos. O mundo de Ivalice é completamente recriado a três dimensões com uma imensa sensação de profundidade e grandeza. Passear pelos enormes e variados cenários é bastante agradável, especialmente porque estes estão povoados de inimigos, que podemos ver e apreciar mas à distância, se quisermos evitar confrontos. Os modelos das personagens estão excelentes, bastante detalhados e muito bem animados. Os inimigos não se ficam nada atrás mesmo, sendo que alguns têm dimensões para lá de gigantescas. Maiores só mesmo os de FFXIII. As cidades são um deleite para os olhos, cheias de vida, imenso detalhe e pormenores por todo o lado e bastante povoadas. Se há coisa que gosto num RPG é ter um porradão de NPC's para falar e este jogo sem dúvida tem disso às paletes. Para não variar, as cutscenes estão muito boas, ao bom estilo da Square. Confesso que o aspecto visual deste jogo me cativou imenso, até por me fazer lembrar outro jogo da Square pelo qual tenho imenso apreço.

Vaan passeia pela cidade.
Musicalmente não temos Nobuo Uematsu no comando para grande desgosto nosso mas o senhor ainda compôs o tema principal, interpretado por Angela Aki, uma cantora pop/compositora japonesa. Isto deve-se ao facto de ter abandonado a Square em 2004. Mas apesar desse infortúnio, os senhores encarregados da parte musical fizeram um excelente e memorável trabalho, brindando FFXII com uma belíssima banda sonora ainda que Hitoshi Sakimoto tivesse decidido criar algo diferente do trabalho de Uematsu. A acompanhar a excelente musicalidade, um bom voice-acting, finalmente! Gostei das vozes em inglês e especialmente de ver que o lip synch está bem concebido. Os diálogos não primam pelo brilhantismo mas são adequados e isso é o mais importante. O resto do som está óptimo, sem nada de grave a apontar pois neste campo a Square não costuma fazer porcaria.

Tomates assassinos flamejantes... é normal.
É realmente na jogabilidade que FFXII revela o seu trunfo e todas as suas diferenças face ao modelo standard adoptado por quase todos os jogos da saga. A aventura faz-se a pé ou de Chocobo pelos longos cenários, usando os cristais de teletransporte ou via Airship. O mapa serve para isso mesmo e como modo de mantermos a história em dia, visto existir uma pequena barra que nos indica o próximo objectivo. Longe vão os tempos dos random encounters pois aqui os inimigos estão todos à vista e cabe-nos a nós escolher se os atacamos ou não. Facilmente podemos ver o seu nível e a sua disposição perante a nossa presença. Inimigos com barra verde são passivos e não nos atacam a menos que os ataquemos, inimigos com barra vermelha, fujam deles pois eles não hesitarão. Por vezes vamos deparar-nos com situações em que inimigos de diferentes espécies lutam entre si, dando-nos uma certa vantagem táctica. E como é de batalhas que estamos a falar, estas ganharam uma nova dinâmica através do novo sistema, Active Dimension Battle (ADB), onde nos movemos livremente em torno dos inimigos atacando à vez. Por outro lado, uma linha azul indica-nos o alvo para manter a situação sob controlo. A juntar a este novo sistema vêm os Gambits, uma espécie de macros com acções pré-definidas que podemos encadear a nosso bel prazer e atribui-las às personagens. Deste modo enquanto controlamos uma, as outras fazem aquilo que nós definimos como adequado, ajudando-nos em combate. Podemos literalmente nem sequer usar o comando num combate se colocarmos Gambits em todas. Obviamente a qualquer altura podemos usar os comandos manuais para fazermos override às acções caso a coisa esteja a correr mal. Estes Gambits no fundo permitem-nos tirar o melhor partido possível de cada personagem sem que tenhamos de controlar tudo ao mesmo tempo. Muitos fãs não acharam piada mas pessoalmente adorei e tornou o jogo muito mais dinâmico. Continuamos a ter o habitual level up ainda que exista agora uma License Board, estilo a Sphere Grid de FFX, onde vamos desbloqueando licenças, como o nome sugere, para podermos usar certos tipos de armas, equipamento, atributos e estatísticas permanentes, bem como Magicks e Technicks. Assim podemos construir as personagens ao nosso gosto, tornando-as em poderosos Warriors, por exemplo ou destrutivos Black Mages. Eu tornei as minhas todas All Around, ou seja, fazem de tudo. Uma vez mais, para além dos tradicionais ataques e magias, FFXII traz-nos os equivalentes dos Limit Breaks, agora chamados Quickenings e que podem ser encadeados entre personagens para resultados devastadores.

Gravar o progresso, excelente ideia!
Sem descurar a tradição, os Summons voltam uma vez mais sob a forma de Espers e têm de ser capturados, isto é, batem neles primeiro e depois podem tê-los na equipa. Invocá-los é como em FFX mas podemos lutar ao lado dos mesmo com a personagem que o chamou. Na minha opinião, apesar de serem interessantes são inúteis quando temos as personagens bastante evoluídas mas um deles é importante para a história. E no meio de tudo isto não referi um aspecto importante, a nossa equipa. Esta é composta por 3 elementos base, que podemos ir rodando entre si ainda que todos evoluam mesmo que não estejam activos no combate. Um 4º elemento por vezes acompanha-nos por força da história, estando mais ou menos do mesmo nível e ajudando imenso em combate mas sem que tenhamos controlo sob as suas acções. Se porventura morrer, kaput, mas as nossas personagens são substituídas pelas que estão na reserva. Uma coisa que este jogo tem de bom é a exploração e consequentemente as side quests. Estas traduzem-se em Hunts, que nos levam a confrontos com inimigos únicos cada vez mais poderosos e algumas pequenas aventuras lado a lado com a história. As Hunts são um ponto fortíssimo que me fez ficar agarrado ao jogo muitas horas, deixando a história de lado. E os monstros a derrotar conseguem ser colossais de tal modo que o último levou-me cinco horas e meia a mandar abaixo devido aos seus brutais 50 milhões de HP!! Mas o desafio foi altamente recompensador para além de gratificante.

Os menus de combate são simples.
E vamos à curiosidades, como é hábito. Uma dela prende-se logo com um dos nomes envolvidos na produção, Yasumi Matsuno, responsável por títulos como Final Fantasy Tactics e Vagrant Story, todos passados no mesmo universo mas em diferentes zonas de Ivalice. O facto de se assemelhar, tanto a nível visual como estético, a Vagrant Story, foi mais que motivo para o jogar até porque se repararem, existe uma certa similaridade entre Vaan e Ashley Riot (protagonista de Vagrant Story). É de referir que está no Guiness desde Julho de 2008 como o jogo que mais tempo esteve em produção, desde 2001 até 2006. Não menos interessante é que foi lançada no Japão a versão International de nome Final Fantasy XII International Zodiac Job System, cujas novidades incluem 12 License Boards, uma para cada signo do Zodíaco, fazendo com que cada personagem tenha apenas uma "profissão", vozes em inglês, um New Game+, um Trial Mode e um curioso New Game- onde as personagens não evoluem.

Tento sempre análises e exposições pequenas mas com jogos que realmente adorei estico-me sempre um bom bocado. Já é um vício e não há nada a fazer! Final Fantasy XII é sem dúvida um JOGALHÃO DE FORÇA! Façam favor de o jogar se tiverem uma PS2, pois facilmente o encontram à venda, tanto online como no Jumbo, baratinho. :)

Pancadaria na SNES, amanhã aqui no local do costume. Apareçam...

MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

9 comentários:

  1. Foi dos primeiros jogos que comprei quando comprei a minha PS2 nos finais de Janeiro. 10€ na fnac era crime não levar. Mas como eu sou bastante teimoso no que diz respeito às séries de jogos, quero jogar tudo por ordem, apesar de saber perfeitamente que a maioria dos Final Fantasy não têm continuidade entre si. Ainda tenho de começar o VII...
    Mas já agora, em que medida é que o FFXII se relaciona com os jogos anteriores passados em Ivalice? Recomendas que jogue esses primeiro? (por acaso também estão em lista de espera)

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  2. O XII não se relaciona com nenhum, apenas partilha o mesmo universo. O único jogo que tem relação é o FFXII Revenant Wings da DS mas é mais RTS do que RPG. O FF Tactics e o Vagrant Story são jogos diferentes tanto em género como em tudo o resto mas caso tenhas interesse, qualquer um deles é excelente (embora eu não ache piada ao Tactics).

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  3. Ainda não comecei rigorosamente nenhum desses jogos, mas já algum tempo que estão todos em lista de espera. Quanto ao FF Tactics, eu gosto de RPGs tacticos, devo gostar desse. A minha pergunta era mais na história... se haveria alguma continuidade, visto que se passam no mesmo universo. Costumo ser muito picuinhas com essas coisas.

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  4. Continuidade só existe entre o XII e o XII: Revenant Wings que se passa um ano depois. Mas sendo RTS não me despertou interesse. Asseguro-te que apesar de partilharem o mesmo universo, o FF Tactics e o Vagrant Story nada partilham entre si e muito menos com FFXII, em termos de história.

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  5. Gostei muito desse FF, pra mim só pecou no enredo, que foi muito político e pouco pessoal. FF tactics teve muita coisa política e mesmo assim deu vários socos emocionais no jogador. Mas o sistema é incrível, lembra-me muito Chrono Trigger

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    1. Confesso que a história foi o que menos me cativou, bastou ter boa jogabilidade, um bom sistema de combate e o nome Yasumi Matsuno, que para mim sempre foi sinónimo de bons jogos. :)

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    2. Jura que esse cara é tão importante assim? Ele ainda trabalha na Square? Cite-me mais trabalhos dele :D

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    3. Vagrant Story, Final Fantasy Tactics, são dois dos mais conhecidos de sempre. Agora saiu também um para 3DS chamado Crimson Shroud.

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    4. impressionante, o cara manda em Ivalice :O

      anseio por comprar um 3ds

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