26 de maio de 2016

Shinobido: Way of the Ninja

Boa artwork!
Desenvolvido por: Acquire
Publicado por: Spike Co., Ltd. (JP), SCEE (EU)
Director: Koshi Nakanishi
Produtor: Takuma Endou
Plataforma: PlayStation 2
Lançamento: 10-11-2005 (JP), 30-06-2006 (EU)
Género: Stealth
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: DVD-ROM (4.7GB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Card (585KB mínimo), Compatível com controlo analógico: apenas joysticks, Compatível com função de vibração, Compatível com Shinobido - Tales of the Ninja na PSP
Outros nomes: (忍道 戒 Shinobidō - Imashime) (JP)
Estado: Completo
Condição: Boa, com algumas marcas de utilização
Viciómetro: Acabei-o uma vez tendo conseguido um dos diversos finais.

(Parece que o novo jogo de TMNT não é lá grande coisa...)

Sem autocolantes foleiros.
Para quem vai seguindo o meu trabalho aqui no blog, já é do conhecimento geral que adoro ninjas, samurais e tudo quanto é japonesada. É algo que é inerente à maioria dos fãs de videojogos, sobretudo aqueles que nutrem um carinho especial pelos que são produzidos na terra do sol nascente. Ainda que hoje em dia, a qualidade desses tenha caído um bocado (e a pique em certos casos), o certo é que alguns deixaram-nos saudades e ainda hoje os conseguimos jogar com o mesmo entusiasmo de outrora. Outros, infelizmente, nem por isso. O jogo que trago até aqui hoje é exemplo disso, na época em que saiu podia ter tido um efeito surpresa bom mas nos dias que correm é apenas mais um no extenso catálogo de PS2. Este exemplar foi fruto de um negócio com o Ivo Leitão (uma vez mais) algures entre Novembro/Dezembro de 2014, por cerca de 2 euros e qualquer coisa.


Manual e DVD.
Shinobido: Way of the Ninja é mais um jogo daqueles que mete ninjas e afins, saído das mentes da Acquire, conhecida pela série Tenchu, que até à PlayStation 2 fez as minhas delícias mas depois morreu de vez devido aos títulos que se seguiram. Isto talvez devido ao facto da Acquire ter perdido a licença para a From Software e estes não terem dado conta do recado. De qualquer forma, a Acquire decidiu continuar a refinar os seus ninja skills e embarcou numa saga nova, com ideias novas mas outras tantas recicladas de Tenchu. O resultado podia ter sido excelente mas não foi esse o caso. A trama gira em torno de Goh The Crow, um ninja amnésico ao serviço do agora extinto clã Asuka que procura saber como tal aconteceu e quem é que ele é. Ao longo de vários dias, a sua demanda recai em encontrar oito pedras místicas para finalmente levantar este mistério mas quanto mais tempo passa, mais ele desejava não saber a verdade.

Goh vai chorar de dor...
Visualmente este Shinobido não é das coisas mais bonitas que vi na PS2, tendo em conta a altura em que foi lançado. Considerando a saga Tenchu na PS2, cujos visuais eram bastante bons, em contraste, Shinobido nem sequer chega perto. O grafismo é bastante esbatido no geral, pouco detalhado no seu todo e as animações das personagens são atabalhoadas ao ponto de por vezes parecer um ragdoll fest quando há toscaria no ecrã. Por outro lado, o jogo corre a uma frame rate inferior aos Tenchu de PS2 tornando as coisas mais enfadonhas e não tanto apelativas, sobretudo na hora de matar mauzões sem ser visto. Por outro lado a variedade visual também não é vasta, decorrendo a acção ao longo de campos, florestas, castelos e coisas típicas da época, repetindo a dose assim que necessário. As cutscenes são no já habitual CG da era da PS2, com uma qualidade decente.

Uma casa japonesa, com certeza!
O som é talvez a melhor parte deste pacote, até certo ponto. A música é reminiscente da saga Tenchu com uma perfeita harmonia entre a típica sonoridade da música tradicional japonesa e um tom mais moderno e actual. Esta banda sonora faz-se sentir ao longo de toda a acção com especial ênfase em determinadas partes como batalhas e momentos chave da história. O som é mediano, com alguns efeitos a parecerem-me reciclados da saga Tenchu mas se calhar sou só eu. Já o voice acting... é mau. Somos presenteados com uma dobragem em inglês que não faz sentido nenhum uma vez que é um jogo que decorre em pleno Japão feudal e nem sequer foi lançado nos Estados Unidos. Para piorar a situação, não existe diálogo em japonês que possa ser seleccionado, coisa que existia nos Tenchu nem que fosse bónus por termos concluído o jogo. Não há desculpa.

Gamar é o pão nosso de cada dia!
Shinobido distingue-se de Tenchu essencialmente na sua mecânica. Aqui temos várias missões, que nos são facultadas por três warlords, fazendo assim com que a lealdade de Goh tenda para um dos lados, dependendo de quem decidimos ajudar. Esta é a parte gira do jogo pois conduz-nos a diversos finais e podemos até mesmo sermos uns sacanas do pior e "cagar-lhes na tola" traindo tudo e todos! As missões resumem-se a assassination, escort duty, protection, theft, kidnap entre outras actividades pouco ortodoxas que têm impacto e influência na relação de Goh com os ditos warlords. Contudo, estas rapidamente se tornam repetitivas e podem até fazer perder o interesse pela trama, coisa que em Tenchu não acontecia devido à sua linearidade.

Hora de fazer a barba e algo mais.
Com este setup, a jogabilidade podia colmatar a reiteração da acção mas o certo é que não o faz com a competência de Tenchu (peço desculpa estar sempre a comparar mas é inevitável). Controlar Goh é bastante parecido a controlar Rikimaru mas não é tão divertido ou fluído ainda que possamos fazer mais coisas ninja como por exemplo correr pelas paredes. O movimento é um bocado pesado e arrastado, mesmo na hora de aplicar stealth kills embora estas sejam mais fáceis de executar em qualquer direcção. O confronto directo não é nada aconselhável pois os inimigos (alguns deles com armadura e afins) têm tendência a amontoarem-se e normalmente acaba mal para nós. Porém quando aparecem os bosses, não temos outra escolha senão lutar. Obviamente certos pormenores como podermos ocultar corpos e até usar alguns ninja gadgets para conseguir stealth kills são uma melhoria considerável. A detecção por parte dos inimigos é feita através do Ki Meter, que muda de cor consoante o nível de alerta, ao contrário da percentagem vista em Tenchu, algo que funciona igualmente bem. Para além de Goh, podemos ainda controlar Kinu The Canary, uma kunoichi, em certas zonas. As diferenças residem na sua arma que não é uma espada mas sim uma corrente com lâmina, permitindo atacar à distância bem como stealth kills mais elaborados e menos resistência ao dano.

O jogo conta ainda com um editor de missões que nos permite dar largas à nossa criatividade e até mesmo importar as criações para a PSP para serem jogadas numa das sequelas, Shinobido: Tales of the Ninja. No Japão isto deu origem a um jogo extra para a PS2 composto por mais de cem níveis criados pelos jogadores do original.

Um dos vários bosses.
Sendo eu grande apreciador de jogos deste género, Shinobido: Way of the Ninja não me surpreendeu pela positiva. Aliás fiquei um pouco desiludido com as decisões da equipa em certos aspectos técnicos e é jogo que não me faz pegar nele para ver outro dos finais por essa mesma razão. Ainda assim, se gostam de ninjas pode ser que tirem mais partido dele do que eu. E com isto, estando na colecção é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: demência numa portátil da Nintendo!

MURRALHÕES DE FORÇA:
 
 

7 comentários:

  1. Apesar de tudo gostava muito de arranjar este jogo.

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    1. Felizmente consegue-se arranjar com facilidade pois vai aparecendo por aí. Já o vi usado à venda mais do que uma vez depois de ter arranjado o meu.

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  2. Tnks for your input! Tava curioso para saber deste jogo, mas o backlog ...enfim é o backlog. =P Tenta trazer estas analise num formato mais de opinião superficial para o teu canal ;). I'd like!

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    1. Já pensei nisso mas só encontro duas hipóteses: adaptar o que já está escrito a guião (e ter mais trabalho ainda) ou falar por alto do jogo e esquecer-me de tocar nos pontos fundamentais. Dai que prefiro não fazer vídeos desse teor pois perco-me a falar se for espontâneo (e falo de tudo e mais alguma coisa) e a escrever consigo organizar muito melhor as ideias sem me afastar do tópico.

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  3. Esse foi um dos jogos que mais gostei no PS2.
    Joguei por tanto tempo e várias vezes pegando vários finais diferentes,apoiando alguém ou ferrado todos klklk
    Amei o sistema de você criar suas poções e venenos,além da defesa do "Jardim" que você editava e os inimigos tentavam invadir contra você e suas defesas preparadas.
    Os gráficos foram algo que eu realmente fiquei decepcionado demais quando vi o jogo pela primeira vez,mas como eu fui capaz de ignorar isso acabei pegando gosto pelo jogo e pela história.

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    1. Obrigado pela visita e pelo comentário. De facto o jogo apesar das suas falhas tem ideias boas. Só peca pelo facto de ser inferior a outros jogos do género que saíram antes quando tinha obrigação de ser melhor.

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