Bloody red cover! |
Publicado por: SouthPeak Interactive (EU), Gamecock Media Group (EUA), Interchannel-Holon (JP)
Director: Jools Watsham
Designer: Jools Watsham
Compositor: Jools Watsham
Plataforma(s): Nintendo DS, Nintendo 3DS (eShop)
Lançamento: 31-10-2007 (EUA), 26-06-2008 (JP), 17-04-2009 (EU)
Género: First Person Survival Horror
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Cartão de jogo com 1024Mbit
Funcionalidades: Gravação de progresso no cartão de jogo
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Terminei-o três vezes.
Funcionalidades: Gravação de progresso no cartão de jogo
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Terminei-o três vezes.
(O bom tempo está de regresso!)
Em espanhol, para meter mais medo. |
Há jogos com histórias engraçadas. Não, não me refiro à trama do jogo propriamente dita mas sim à sua história desde a ideia no papel até ao produto final. Como tal, existem imensos jogos cuja história de vida é suficientemente interessante para ser relatada, embora nem todos tenham tido um final feliz, seja por não terem visto a luz do dia, terem sido completamente refeitos ou simplesmente terem saído sem estarem completos ou simplesmente cheios de problemas técnicos, coisa que hoje em dia parece ser moda. O jogo que vos apresento hoje é exemplo de uma história curiosa que começou por ser uma coisa e acabou por ser outra sem, no entanto, perder a sua identidade original mas também ganhando uma nova no processo. Este exemplar entrou na colecção entre Janeiro e Fevereiro de 2015, por cerca de 11 euros, oriundo de uma loja online.
Manual, papelada e cartão de jogo. |
Dementium: The Ward começou por ser um projecto que iria dar vida a um jogo da saga Silent Hill para a DS. É verdade! O protótipo original era um jogo novo de Silent Hill que iria espalhar o horror na portátil da Nintendo à sua maneira e tirando partido do seu hardware. Contudo, depois de ter sido apresentado à Konami para apreciação e posteriormente aprovação, estes decidiram que não correspondia aos padrões de qualidade (com se eles hoje em dia tivessem alguns, a começar pelos últimos Silent Hill lançados...) exigidos e assim deu origem a um projecto completamente novo mas que aproveita muito daquilo que Silent Hill trouxe ao género Survival Horror. A história coloca-nos na pele de William Redmoor, um paciente que foi operado ao cérebro e que agora se vê diante os seus pesadelos tornados realidade. Cabe-nos a tarefa de lutar para conseguir sair deste mundo distorcido onde nos encontramos e assim conseguir saber a verdade por detrás da operação e tudo o resto.
Acordar pessoas não se faz! |
Uma das coisas que me atraiu neste título logo de início foi a qualidade visual que apresenta. Tendo em conta que estamos a jogar numa DS, o grafismo é bastante bom e especialmente detalhado em diversas áreas, lembrando um pouco o primeiro Silent Hill um pouco por todos os cenários por onde passamos. Ainda que as texturas sejam pixelizadas q.b., isso confere-lhe um carisma próprio e uma identidade visual bastante distinta proporcionando um ambiente fantástico. Destaco em particular a qualidade da iluminação neste jogo, que joga muito com a escuridão e tira partido das surpresa a cada passa que damos pelo que a nossa lanterna é sem dúvida a nossa melhor amiga. E toda a acção decorre a uns sólidos 60 frames sem solavancos aparentes. As cutscenes ainda que não sejam impressionantes são competentes e servem o seu propósito.
Um fiel amigo, a seguir ao bastão. |
No campo audível, Dementium: The Ward consegue também ser excelente. A banda sonora não é particularmente variada e vamos ouvir algumas faixas serem repetidas diversas vezes mas estas são certamente memoráveis pelo ambiente deprimente e atmosférico que proporcionam. Por outro lado, o som ambiente faz maravilhas em certas zonas do jogo, onde cada gemido ou barulhinho menor, é sinal de alarme para termos cuidado com o que possa estar ao virar de uma esquina. Alguns efeitos sonoros como ecos e afins, estão também presentes conferindo assim ainda mais profundidade neste campo. O voice acting embora não seja vasto consegue transmitir alguma coerência à trama sem se tornar jocoso e mantendo o mesmo tom ao longo da acção.
Os primos das caveiras do DooM. |
Um dos principais entraves a jogos First Person na DS é o seu controlo. Muitos deles, mesmo oferecendo diversos esquemas de controlo não são de todo as melhores experiências na portátil, resultando em "ofensas" às nossas pobres mãozinhas que não aguentam longas sessões de jogo. Neste jogo, contudo, o controlo é de fácil utilização e não é de todo frenético ao ponto de ficarmos rapidamente cansados e com dores. É um pouco semelhante ao de Metroid Prime: Hunters mas sem o tal frenesim das batalhas mais intensas ainda que existam alguns bosses que requeiram algum movimento extra para os conseguirmos passar. Ainda assim, o controlo é fluído e rapidamente nos habituamos ao mesmo sem no entanto existirem opções que descartem o ecrã táctil para movimento. Este é também utilizado para o mapa, inventário, apontarmos notas e afins.
O inimigo mais comum. |
Ainda que seja um marco técnico no geral, Dementium: The Ward tem uns quantos problemas a meu ver. Um deles é a sua curta duração. O jogo rapidamente se termina e o replay value é baixo visto que da primeira vez é possível explorar praticamente tudo com auxílio do mapa. E como não existe multiplayer (por opção do estúdio de forma a tornar o single player melhor), não existe para muita gente a vontade de voltar a pegar no jogo. Apesar de não ter achado o jogo difícil (excepto o último boss), o jogo no geral não permite grandes erros, como por exemplo gastar munição (que é escassa) e usar itens de cura (que são usados automaticamente) à toa. Isto deve-se ao facto dos inimigos fazerem sempre respawn sempre que voltamos a uma área previamente explorada. Quanto a mim, isto é a pior coisa do jogo e força-nos a pensar de antemão o nosso percurso ou a usar somente o bastão para atacarmos pois as melhores armas (ainda que poucas) devem ser conservadas para os bosses. Por último, o sistema de save assenta em checkpoints pré-definidos e em certas zonas, estes estão um pouco afastados uns dos outros, o que pode tornar a experiência mais difícil para alguns. Felizmente na sequela, temos espelhos à la Silent Hill para gravar.
Este gajo é gordo e feio! |
Bom, penso que já devem ter ficado com uma boa ideia deste jogo depois desta análise. Dentro do género na DS, é dos melhores, juntamente com a sequela até porque não há assim grande concorrência dentro do género. Foi lançada uma versão remastered para a 3DS na eShop mas aparentemente só saiu nos Estados Unidos ainda que tenham dito que iria sair na Europa, eventualmente. Até meter as mãos nessa versão, este é sem dúvida um JOGALHÃO DE FORÇA!
Próximo jogo: dragões, guerreiros e magos na PS3!
MURRALHÕES DE FORÇA:
Sem comentários:
Enviar um comentário