15 de maio de 2016

The Evil Within [Limited Edition]

Brrrraaaains!
Desenvolvido por: Tango Gameworks
Publicado por: Bethesda Softworks
Director: Shinji Mikami
Produtor: Masato Kimura
Designer: Shigenori Nishikawa
Artista(s): Yoshifumi Hattori, Ikumi Nakamura
Argumentista: Itaru Yokoyama
Compositor: Masafumi Takada
Plataforma(s): PlayStation 3, PlayStation 4, Xbox360, Xbox One, PC
Lançamento: 14-10-2014 (EU/EUA), 23-10-2014 (JP)
Género: Survival Horror
Modos de jogo: Modo história para um jogador, Modos extra para um jogador via DLC
Media: Blu-Ray Dual Layer (50GB)
Funcionalidades: Instalação obrigatória no disco rígido (6950MB), Compatível com função de vibração, HD 720p, DLC adicional
Outros nomes: Psycho Break (サイコブレイク) (JP)
Estado: Completo
Condição: Impecável 
Viciómetro: Acabei-o duas vezes, uma em Normal e outra em Hard, se a memória não me falha.

(E parece que este ano não temos Primavera...)

No brains in the back.
O género Survival Horror sempre foi um dos meus favoritos desde sempre e se são seguidores deste espaço, certamente já deram conta disso. Desde os seus primórdios, com jogos como Sweet Home na NES ou até mesmo Alone in the Dark no PC, que este género sempre tentou inovar em diversos campos. Mas nos dias que correm, parece que a coisa estagnou de tal modo que são poucos os jogos deste género que conseguem ser verdadeiramente aterradores ou minimamente interessantes do ponto de vista da narrativa. Hoje em dia tudo se resume a tiros, explosões e plot twists previsíveis. Mas houve um tempo, uma era dourada onde títulos como Resident Evil com os seus diálogos comicamente atrozes ou Silent Hill, com representações visuais violentamente grotescas, faziam as delícias dos fãs mais acérrimos. Mas essa era passou e tudo o que resta são memórias e alguns jogos que tentam, por vezes com o maior dos esforços, levar-nos de volta a esse brilhantismo. O jogo que trago até aqui hoje é quase como uma declaração de amor que ilustra este sentimento mas que na sua totalidade comete o erro de cair na redundância de ser apenas mais um que tentou. Esta Limited Edition faz-se acompanhar, para além do jogo, de um diário com algumas ilustrações do jogo, um postal lenticular com um efeito pseudo 3D engraçado e um DLC que se traduz em armas e munição especial. O exemplar em questão entrou na colecção entre Novembro e Dezembro de 2014, oriundo de uma loja online por cerca de 30 euros.


Manual, papelada e disco.
The Evil Within podia ser um marco histórico dentro do Survival Horror mas, para grande pena minha não o é. Já lá vamos. Certamente que conhecem o génio por detrás de Resident Evil, Shinji Mikami, a pessoa que criou uma das sagas mais queridas dentro do mundo dos videojogos mas que actualmente também anda numa fase conturbada devido a más decisões por parte da empresa que detém os direitos. Ora bem, já não estando a segurar as rédeas da série, Mikami decidiu criar algo novo, algo perturbante onde pudesse uma vez mais dar largas à sua pérfida imaginação. O resultado foi The Evil Within, um jogo que vai buscar inspiração a tantos outros, nomeadamente Resident Evil 4 e até mesmo Silent Hill. A trama começa de forma simples e sucinta. Assumimos o papel do detective Sebastian Castellanos, que é chamado ao local onde se deu um violento massacre juntamente com os seus colegas Julie Kidman e Joseph Oda. Ao investigar o local, assistimos ao assassinato de alguns dos polícias que se encontravam no local por parte de uma figura misteriosa coberta de cicatrizes, que acaba por emboscar Sebastian, deixando-o inconsciente tudo isto para acordar mais tarde num mundo completamente arruinado e distorcido onde tudo o resto irá desenrolar-se.

O respectivo inlay.
Não sendo um dos jogos mais bonitos que vi na PlayStation 3, The Evil Within é sem dúvida um dos mais grotescos e viscerais de que tenho memória. Fazendo uso do id Tech 5, anteriormente utilizado em RAGE, os visuais são escuros mas bastante atmosféricos, fazendo uma boa utilização das sombras e iluminação, algo que neste género é fundamental. Contudo peca por utilizar texturas de baixa resolução em certos sítios e os modelos das personagens não serem dos mais bonitos que vi ainda que sejam funcionais. Curiosamente esperava ver o jogo correr a 60 frames, durante a maioria do tempo, tal como aconteceu com o RAGE mas a coisa fica-se apenas pelos 30 e daí não passa. A variedade cénica pareceu-me limitada embora muitíssimo pormenorizada em toda a parte, desde a aldeia, passando pelo hospital e claro a cidade que se encontra destruída. Existem contudo locais que parecem quase copy/paste de Resident Evil 4, como a própria aldeia deixando uma estranha sensação de dejá vu, bem como outros aspectos como por exemplo o formato letterbox, amplamente criticado e que levou a que fosse facultado um patch para que quem quisesse pudesse jogar em fullscreen.

O postal lenticular e diário de Sebastian.
Seguindo a habitual moda dos dias que correm, a música é algo que facilmente passa despercebido ao longo da acção com algumas manifestações mais óbvias durante as partes de grande tensão mas dando o palco ao som ambiente durante o resto da trama. É algo que surpreendentemente funciona bem neste género e pessoalmente aprecio mas gostava de ter ficado com algumas músicas na memória, como por exemplo aconteceu com Resident Evil 4. Já o som é excelente, com diálogos bem estruturados, um voice acting competente, grunhidos e urros q.b. para arrepiar os mais sensíveis e claro, uma brilhante utilização em praticamente todas as situações que assim o exigem. Não existe nada mais aterrador para um ouvido atento do que o som do metal a arrastar pelo chão vagarosamente, sem é que me entendem.

Acontece aos melhores.
The Evil Within vai buscar muito da sua jogabilidade a Resident Evil 4, sem sombra de dúvida muito pelo esquema adoptado da câmara over the shoulder e mesmo a sua mecânica no que concerne às armas e afins. Mas faz as devidas inovações, como por exemplo andar enquanto se aponta, poder rebolar para os lados e por aí adiante. Não é que isto seja novidade pois até alguns jogos da saga Resident Evil já o fazem nos dias que correm mas é sempre bom não se retroceder neste campo. O controlo é bastante preciso no que diz respeito ao combate mas este não é incitado, antes pelo contrário. Tratando-se do género que é, recomenda-se prudência em quase todos os confrontos mesmo aquele com os inimigos mais fracos por diversas razões. Primeiro, apesar de termos um arsenal interessante e variado, munição é coisa que não abunda e existem bosses (autênticas esponjas) que têm de ser derrotados ao tiro. Segundo, os inimigos por mais fracos que pareçam infligem dano acima dos padrões convencionais. Terceiro, existem imensas armadilhas desde armadilhas para ursos, explosivos armados por fios, entre outras. Certas partes requerem stealth quase que a 100% para evitarmos ter de repetir a área novamente.

Ouvi dizer que os leitões aqui são bons!
E se este jogo tem semelhanças com Resident Evil, as que tem com Silent Hill também são evidentes. Embora existam checkpoints, para gravar temos de obrigatoriamente aceder à nossa safe house, que se traduz no hospital mental do início do jogo. E como fazemos isso? Tocando num espelho, claro está! Este transporta-nos para esse espaço onde podemos não só gravar o progresso bem como fazer upgrades à nossa personagem em termos de vida, stamina e afins, bem como às nossas armas e munição. Para tal convém coleccionar um gel verde que os inimigos largam depois de mortos mas que também se pode encontrar um pouco por toda a parte devidamente escondido. A coisa não estaria completa sem os collectibles, desde audio logs com informação sobre a trama, bocados de um mapa, posters de pessoas desaparecidas e chaves que permitem abrir os cacifos no hospital entre outros.

Onde é que já vimos este gajo?!
Apesar de parecer um sonho tornado realidade, The Evil Within está longe de ser perfeito dentro do género e até mesmo aquele jogo que vinha revitalizar o mesmo. Por um lado parece apelar demasiado ao passado, o que pode parecer bom para uns não o é para outros. Eu por exemplo, gostei de ver a alusão à mansão do primeiro Resident Evil mas a dada altura parecia que estava a jogar o remake do mesmo novamente devido às semelhanças, algo que se acentuou no confronto final (não vou spoilar). Por outro, apostar em secções de stealth num jogo de horror parece ser boa ideia desde que seja feito com conta, peso e medida. Aqui existem demasiadas e o factor medo é drasticamente reduzido pois sabemos se fizermos a coisa calmamente e sem barulho, o sucesso é garantido. É uma faca de dois gumes. Por fim, e aquilo que considero importante neste tipo de jogo, a história é uma confusão levada da breca. Se inicialmente parece ser muito terra a terra, rapidamente se torna numa montanha russa de flashbacks, sinapses e sabe-se lá mais o quê, onde nada faz sentido e muita coisa nos leva a levantar inúmeras questões que possivelmente não serão de todo respondidas com o final do jogo. Sabem porquê? DLC. Essa sigla infernal que serve para fazer dinheiro de forma bastante grosseira e que aqui é o caso pois dois dos três DLC's, nomeadamente The Assignment e The Consequence, onde jogamos com Julie e desvendamos muitas outras coisas. Já o terceiro, The Executioner, coloca-nos na pele do boss The Keeper em primeira pessoa onde o objectivo é martelar os inimigos, literalmente criando banhos de sangue. Se fosse num jogo à antiga, isto tudo seriam extras desbloqueáveis depois de se ter terminado o jogo.

Mulheres feias também precisam de amor.
Confesso que criei uma expectativa elevada com este jogo e talvez seja por isso que tenha ficado mais desapontado do que é habitual mas na verdade The Evil Within não deixa de ser uma boa experiência dentro do género. Tem um bocadinho de tudo aquilo que o género tem de bom mas falha por não conseguir ter uma identidade própria que o distinga dos demais. Ainda assim, e como já devem estar à espera, é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: terror no espaço, na PS2.

MURRALHÕES DE FORÇA:
 
 

1 comentário:

  1. Acho que toda a gente tinha uma expetative elevada com este jogo. O jogo nem é mau, mas não é nem de perto nem de longe aquilo que todos esperávamos.

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