17 de março de 2020

Ninja Blade

Ninja fly!
Desenvolvido por: FromSoftware
Publicado por: Microsoft Game Studios (EUA/EU), FromSoftware (JP)
Produtor: Masanori Takeuchi
Designer(s): Kazuhiro Hamatani, Keiji Nakaoka
Compositor(es): Norihiko Hibino, Yoshitaka Suzuki, Takahiro Izutani, Takahide Ayuzawa
Plataforma(s): Xbox360, PC
Lançamento: 29-01-2009 (JP), 03-04-2009 (EU), 07-04-2009 (EUA)
Género(s): Acção, Hack 'n Slash
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: DVD-ROM
Funcionalidades: Instalação opcional no disco rígido com loadings mais rápidos (4.0GB), Gravação de progresso no disco rígido/Memory Card, HD 720p, 1080i, 1080p, Leaderboards Online
Estado: Completo
Condição: Muito boa, poucas marcas de uso
Viciómetro: Acabei-o uma vez em Normal tendo repetido alguns capítulos. Voltarei à carga um dia destes.

Sem autocolantes como eu gosto.
FromSoftware, um nome que se tornou bastante conhecido devido à popularidade de jogos como Bloodborne e mais recentemente Sekiro mas cuja fama se deve essencialmente à saga Dark Souls que tantos fãs conquistou por esse mundo fora. Mas este estúdio já anda nesta vida há muitos anos, tendo lançado inúmeros títulos menos conhecidos e alguns até bastante obscuros um pouco por tudo quando era sítio. E se alguns começaram a ganhar notoriedade e a subir de preço, uma tendência que abomino por diversos motivos, outros mantêm-se à sombra e simplesmente continuam a ser ignorados para bem ou para mal. O jogo que trago até aqui hoje é um claro exemplo disso, tendo sido recebido com pouco entusiasmo na altura e sendo recordado da mesma forma quase por todos. O certo é que para mim, este jogo revelou ser uma excelente surpresa e isso é o que importa. Este exemplar foi adquirido algures em Janeiro de 2020 por 4 euros, estando em boas condições no geral, pois jogos usados de Xbox360 é sempre um tiro no escuro no que concerne a este país (as pessoas simplesmente não têm cuidado nenhum com as coisas).


Manual e DVD.
Ninja Blade é para muitos apenas um jogo que é lembrado pelos imensos quick time events que preenchem uma larga parte da acção cinemática mas no fundo é bem mais do que isso. Embora tenha algumas semelhanças com a saga Ninja Gaiden quanto não seja pelo género de jogo e direcção artística, o certo é que é algo bem diferente. A história é bastante genérica e cliché, com uma epidemia a rebentar em pleno Japão, fruto de outra originária de África onde um parasita denominado Alpha Worm, invade e controla o corpo e mente dos seus hospedeiros, transformando-os em monstruosidades de todas as formas e feitios. É então aqui que surge o nosso ninja, Ken Ogawa, membro da GUIDE (Global United Infestation Detection and Elimination), uma força militar especializada em lidar com este tipo de ameaças. Liderado pelo seu pai, Kanbe Ogawa, Ken vai ter de enfrentar esta ameaça da única forma que sabe... à espadada. Obviamente as coisas vão-se complicar e o resto é história.

Logo para começar, um monstro gorducho.
A parte visual de Ninja Blade é ainda hoje algo que confesso ser agradável de se ver pois o grafismo é bastante bom para um jogo desta época e o próprio upscale que a 360 faz para 1080p funciona bastante bem ainda que com alguns artefactos próprios disto. As personagens são todas elas bastante detalhadas, com excelentes animações, sobretudo durante as cutscenes levadas a cabo pela Production I.G., famosa por séries e filmes como Ghost in the Shell. E há muita cutscene para apreciar, com cenas cheias de acção e extremamente espectaculares em certas ocasiões. Os cenários pecam por serem praticamente os mesmos ao longo de toda a acção devido a esta se centrar exclusivamente em Tokyo, embora possamos não só ver somente edifícios mas também alguns interiores conferindo assim alguma, embora parca, variedade. No geral os efeitos visuais são bastante bons, sobretudo as explosões e fogo mas por outro lado, algumas texturas apresentam uma baixa resolução que invariavelmente podemos vislumbrar um pouco por todo o lado quando nos aproximamos de certos objectos ou inimigos. A frame rate é talvez um um dos pontos menos bons deste jogo pois as coisas correm a 30fps e por vezes menos quando há muita acção em simultâneo no ecrã, sobretudo num dos bosses onde as coisas devem ter chegado a apenas um dígito por alguns segundos.

Surf no mar é para meninos...
Sonoramente, Ninja Blade conta com uma banda sonora bastante discreta pautada pelas suas omissões em certos locais numa espécie de dinamismo típico da época para dar lugar ao som ambiente, algo que funciona bem embora prefira ouvir música durante o tempo todo num jogo deste género. Deste modo confesso que não me recordo de nenhuma fixa em particular o que é pena pois esta foi composta em parte por Norihiko Hibino, o qual reconheço por ter composto a banda sonora do filme Versus, a qual gostei imenso na altura que vi este filme. Será algo a explorar de forma externa. Já os efeitos sonoros são óptimos com imensos por toda a parte, deste os som das armas, inimigos e afins. O voice acting é bastante sólido, com performances em inglês e japonês dependendo das personagens que estão a falar e até mesmo alternando quando as mesmas falam as duas línguas. É algo que não me lembro de ter visto em mais nenhum jogo, recente ou não.

Escargot anyone?
Chegando à jogabilidade, Ninja Blade é um jogo bastante simples que pode recordar-vos de Ninja Gaiden mas que se destaca por não querer copiar esse jogo. Aliás, nem esse nem nenhum outro do género, tipo Devil May Cry por exemplo. Aqui temos ataques normais e à distância, onde Ken usa a sua ninjice para se aproximar rapidamente dos inimigos, bem como Ninjutsu que se resume a três tipos: fogo, electricidade e vento, cada qual com a sua utilidade dentro e fora de combate. Ken pode ainda correr a alta velocidade, algo que pode também ser usado em conjunto com os botões de ataque e resulta em combinações poderosas. Em termos de armas, temos apenas a nossa espada Oni-Slayer, as Twin Falcon Knives e a Stonerender Sword, cada qual com a sua função extra. As Twin Falcon servem também de grappling hook em certas zonas e a Stonerender permite-nos demolir certas paredes. O Ninjutsu é usado com o nosso shuriken e consome Chi, sendo que este regenera ao fim de algum tempo. O mesmo Chi é usado pela nossa Ninja Vision, que nos permite não só abrandar a acção mas ver também pontos fracos nos inimigos e cenários para que possamos tirar partido disso.

Ninja time! Os QTEs começam sempre assim.
Em termos de acção, Ninja Blade é frenético mas não chega aos níveis de Ninja Gaiden, nem tão pouco em dificuldade pelo que diria mesmo que é um jogo fácil. Há que defender e evitar ataques inimigos com esquivas mas a nossa vida não depende disso em todas as instâncias. Pelo caminho vamos apanhando upgrades de vida, Chi e podemos aumentar a potência das armas e Ninjustu com as Blood Crystals que os inimigos largam. Não somente isto mas também existem itens de cura para nos auxiliarem e ainda um que nos permitem aumentar consideravelmente a força por alguns segundos, tornando lutas contra bosses ainda mais fáceis. Podemos ainda apanhar fatos e outros itens que nos permitem personalizar o aspecto de Ken, algo que é sempre bem vindo a meu ver. Mas algo que caracteriza este jogo em larga parte são os quick time events e posso dizer que é dos poucos jogos que até beneficia com isso pois estão bem implementados, com alguma aleatoriedade para não ser sempre a mesma coisa e ainda podemos escolher a dificuldade dos mesmos. E se os falharmos, nem sempre é Game Over e podemos desde logo repetir a sequência pois o jogo faz uma espécie de quick rewind até ao início da sequência onde estamos. A única instância onde estes podem ser frustrantes é mesmo o último de todos no boss final que ao falharmos obriga-nos a repetir parte da luta, embora esta seja bem fácil na minha opinião.

Ninja Blade é daqueles jogos que me surpreendeu bastante e posso sem rodeios considerá-lo uma hidden gem na Xbox360 (embora exista também para PC mas isto é jogo de consola). Tem a sua dose de acção e divertimento, com bosses gigantescos, cenas de acção bastante boas e no geral acessível até aos menos dotados para jogos de acção. A meu ver é jogo que merecia um remake ou remaster, com grafismo melhorado, com a acção a 60fps pois ia fazer toda a diferença e aqueles quality of life improvements como por exemplo existir uma opção para omitir os QTEs, atraindo assim mais gente. Eu gosto deste jogo tal como ele é e é isso que o eleva à posição de JOGALHÃO DE FORÇA!

MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário