11 de setembro de 2014

Probotector

Excelente artwork!
Desenvolvido por: Konami
Publicado por: Konami (JP), Ultra Games (EUA), Palcom Software (EU)
Designer: K. Kimura
Compositor: H. Funauchi
Plataforma: Game Boy
Lançamento: 08-01-1991 (JP), Fevereiro 1991 (EUA), 21-05-1991 (EU)
Género: Run 'n gun
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Cartucho de 1-megabit
Funcionalidades: Nenhuma
Outros nomes: Operation C (EUA), Contra (JP)
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o tantas mas tantas vezes que é impossível precisar. E ainda o jogo de vez em quando.

(Erros no texto, é favor reportar ao je.)

Sem autocolantes manhosos.
Não existem jogos perfeitos mas o certo é que com todos estes anos de jogatana lá vamos descobrindo alguns que aos nossos olhos se tornam perfeitos. Mesmo com os seus pequenos defeitos, gostamos de tal forma de os jogar que nem sequer damos conta disso. E sempre que alguém diz mal, saímos em sua defesa argumentando por A mais B em como o que dizem está errado e o defeito é deles por não serem bons no jogo. Ok, são argumentos um tanto ou nada falaciosos mas sabem como é, certamente. O jogo que trago até aqui hoje ilustra perfeitamente isto que acabei de referir. Surgiu nos primeiros tempos do Game Boy e foi dos jogos que mais joguei até hoje, achando-o simplesmente perfeito e bom em todos os aspectos. Mas obviamente, e seguindo o bom senso, vou apontar os seus altos e baixos ao longo desta breve análise. Este exemplar, ao contrário do que possam pensar, só aterrou na colecção em 2013 pois nunca o tive quando era mais novo. Com alguma sorte lá o consegui arranjar completo e em óptimo estado num leilão do eBay, por cerca de 25 euros já com portes.


Manual, folheto do Club Nintendo e cartucho.
Probotector, ou se preferirem, Contra, é sem dúvida um dos melhores jogos que podem jogar seja em que consola for, por inúmeros motivos. É fácil de jogar, é frenético, dá para jogar a dois e tem uma curva de aprendizagem bastante elevada, o que se traduz também na sua dificuldade repentina para os mais incautos. Todas as versões, sequelas e spin-offs têm o mesmo carisma e dificuldade que caracterizam esta série, sem no entanto caírem na pretensão de seguir uma história coerente ou empolgante. Aqui não há nada disso, apenas uns alienígenas mauzões que nos vieram invadir e infectar, destruindo tudo à sua passagem. É neste contexto que surgem os nossos heróis, que são vários ao longo dos jogos, para salvar o dia. No caso desta versão de Game Boy, o herói do dia é Bill Rizer ou RD-008 no caso da versão europeia e cabe-lhe destruir Black Viper, um dos vários alienígenas da série que invadem a Terra. Infelizmente Lance Bean / RC-011 não aparece pois o jogo nem sequer tem modo para dois jogadores, algo que se pode traduzir num ponto negativo (não para mim).

E assim começa a matança...
Já não é a primeira vez que aqui digo que considero o grafismo do Game Boy superior ao da NES e este Probotector é mais uma prova disso. Visualmente é bastante bonito para um jogo portátil, com uma boa variedade de cenários, todos oriundos de Super C / Probotector 2: Return of the Evil Forces, onde inimigos e a nossa personagem se movem todos a uma velocidade mais do que aceitável e com bastante fluidez no geral. Existem contudo pequenos slowdowns em certas áreas quando há muitos sprites no ecrã mas nada que afecte a jogabilidade. Embora não tenha a palete da NES, tudo no ecrã é facilmente reconhecível e surpreendentemente detalhado, sobretudo os inimigos de maior escala.

Pew, pew, pew!
A música de Probotector é perfeita, assim como todos os efeitos sonoros. Aproveitaram-se algumas das faixas do segundo jogo de NES e adicionaram-se outras novas, resultando assim numa pequena banda sonora de luxo, que o Game Boy faz o favor de reproduzir com bastante competência. Os efeitos sonoros poderão reconhecê-los de outros jogos da Konami da época mas era prática comum utilizarem sons iguais em jogos diferentes pois a biblioteca de efeitos era reduzida. Ainda assim são todos de excelente qualidade e nada irritantes ao ponto de baixarmos o som.

All tanks must die! xD
Na parte jogável estamos perante um dos melhores jogos da série a meu ver. É rápido, é frenético sem ser impossível e tudo é facilmente identificável quando se trata de escapar aos projecteis inimigos. Dificilmente vão morrer de um cheap shot, a menos que estejam mesmo distraídos. O controlo da personagem é bastante intuitivo e lembra-nos que com apenas dois botões se pode fazer um excelente jogo de acção. A única coisa que vejo alterada é o salto, que deixou de ser floaty e é bem mais rígido, exigindo um timing perfeito. Felizmente não há muitos obstáculos difíceis de ultrapassar. Obviamente, esta versão é bastante reduzida em vários aspectos. O primeiro é só existirem cinco níveis, sendo os ímpares sidescrolling e os pares top down view. Para compensar isto, os níveis não são propriamente fáceis para novatos, especialmente a partir do terceiro. Contudo, os veteranos da série poderão achar o jogo surpreendentemente fácil quando comparado a outros. Tal como já referi, o jogo é apenas para um jogador algo que não é comum na série. Desconheço os motivos de não dar para dois jogadores via Game Link mas especulo que tenha sido por motivos de performance visto ser um dos primeiros títulos da consola. Por outro lado reduziram o arsenal do nosso herói contando apenas com a Machine Gun, Spread Shot (que pode disparar até cinco balas), Homing Shot (persegue os inimigos) e Fire Gun (que provoca splash damage). Removeram o Laser e o tradicional Pea Shooter, daí a arma principal ser a Machine Gun que é full auto, sendo o primeiro jogo da saga com isto (Contra III seguiu-lhe as pisadas).

Alguém chamou a desinfestação?
Existem alguns factos interessantes sobre esta saga, entre muitos outros. O primeiro prende-se com os vários nomes. Começou por ser Contra, mudou para Operation C nos Estados Unidos devido a uma polémica na época que envolvia os Contra (supostamente uma força militar) num país qualquer da América Latina e na Europa passou a chamar-se Probotector devido às políticas da Nintendo. Daí termos robots em vez de soldados, que curiosamente o seu design foi inspirado no Briareos de Appleseed. As inspirações não se ficam por aqui pois a saga vai buscar muito a filmes como Rambo, Commando e a saga Alien, bastando para tal ver a artwork e as referências nos vários jogos da série. Nesta versão de Game Boy, o famoso Konami code funciona mas não dá vidas, apenas deixa seleccionar o nível em que queremos começar, coisa que na versão japonesa está disponível logo de início (excepto o nível cinco). Existem contudo códigos para começar com dez vidas e ter acesso ao Sound Test, algo comum nesta época.

Uma bola muito diabólica...
Penso que não seja necessário alongar-me mais nesta exposição pois já disse tudo o que podia dizer acerca deste excelente jogo. Continua a ser um dos meus jogos favoritos de sempre e recomendo-o a todos sem reservas. E com tudo isto já se sabe que Probotector é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: uma versão HD, para PS3, de um FPS inicialmente lançado para PC que não teve assim muito sucesso.

MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

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