P.N.03

Hey girl!

Desenvolvido por: Capcom Production Studio 4
Publicado por: Capcom
Director: Shinji Mikami
Produtor: Hiroyuki Kobayashi
Compositor(es): Shusaku Uchiyama, Makoto Tomozawa
Plataforma: Nintendo GameCube
Lançamento: 27-03-2003 (JP), 29-08-2003 (EU), 09-09-2003 (EUA)
Género(s): Acção, Third Person Shooter
Modos de jogo: Modo história para um jogador 
Media: Nintendo Optical Disc (1.4GB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Card (5 Blocos)
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o umas três vezes nas respectivas dificuldades tendo desbloqueado quase tudo.

(Ouvi dizer que vinha aí calor...)

Sem autocolantes foleiros!

Se são seguidores atentos da actividade videojoguistíca deste planeta certamente já ouviram falar dos Capcom Five. Não? Eu passo a explicar. Os Capcom Five não são nada mais nada menos do que cinco jogos exclusivos que a Capcom acordou produzir para a Nintendo GameCube numa tentativa de reforçar as vendas da consola e mostrar o seu potencial a todas as empresas third party por forma a que a mesma tivesse mais apoio e mais jogos. Estes cinco incluíam o jogo que trago até aqui hoje, P.N.03, Dead Phoenix, Viewtiful Joe, Resident Evil 4 e Killer7. Bom, como devem calcular todos deixaram de ser exclusivos da GameCube excepto este P.N.03 que se mantém até hoje. E o Dead Phoenix? Morto antes de nascer. O meu exemplar chegou à colecção algures em Janeiro de 2014, usado e oriundo do eBay por menos de 20 euros. Está em excelentes condições, diga-se.

Manual, disco e papelada do costume.

P.N.03 é um jogo estranho. Começa por se apresentar como um third person shooter mas mais parece uma ode aos jogos de arcadas onde nos limitávamos a rebentar tudo o que víamos no ecrã. E de facto não é mesmo muito mais do que isso. Mas também comporta uma carga histórica um tanto grande e desconhecida do público em geral pois jogos como Vanquish e Bayonetta vieram buscar inspiração aqui. A trama deste P.N.03 coloca-nos na pele de Vanessa Z. Schneider, uma mercenária freelance que utiliza um exoesqueleto denominado Aegis, conferindo-lhe uma série de habilidades para utilização em batalha. Ela é contratada por uma identidade desconhecida para pôr fim a uns robots da CAMS (Computerizes Armament Management System), num complexo remoto. Escusado será dizer que estes robots foram também responsáveis pela morte dos pais de Vanessa. Malvados...

Só vamos ver este ambiente uma vez.

Comecei por referir que P.N.03 é um jogo estranho e isso reflecte desde logo no grafismo. Apesar de ser limpinho e fluído, é no mínimo estéril com ambientes quase todos eles idênticos e durante grande parte do tempo a acção decorre em interiores. Isto torna-se bastante monótono para a nossa vista e a repetição tende a esticar-se por longos períodos de tempo. Não é que os gráficos sejam maus mas são certamente fracos em termos de diversidade. Já Vanessa tem bom aspecto e mexe-se bastante bem no que toca a acção. É sempre giro ver a menina a bambolear as ancas enquanto destrói inimigos ao tiro ou simplesmente vê-la a gatinhar quando nos agachamos. Aliás, é certo que a nossa amiga Bayonetta teve aqui a sua primeira aula de como ser sexy num jogo sem deixar de ser badass e fazer bem o serviço que lhe compete.

Jill?! Nope, Vanessa.

A música é algo que me agradou bastante neste jogo pois tem um feel bastante parecido à sonoridade às séries de Ghost in the Shell, o que torna a acção mais ritmada embora também acabe por se repetir lá mais para a frente ao ponto de já nem darmos conta. O som no geral é decente, nada de extraordinário mas funciona como deve ser. Já o voice-acting é mínimo e quase nem se dá por ele pois ocorre em duas ou três pequenas instâncias. Mas também num jogo deste tipo nem sequer era necessário.

Muita ginástica tem esta menina...

A jogabilidade, essa funciona bem e é de fácil aprendizagem. Vanessa faz uso das suas palmas das mãos para disparar sob as hordas de inimigos, fruto do poder do seu fato Aegis. Contudo, enquanto dispara não se pode mover, o que num third person shooter é a coisa mais estranha do mundo mas pensem por exemplo em RE4 e RE5 onde o mesmo se passava. É mais ou menos o caso, com uma diferença: Vanessa pode esquivar-se dos tiros inimigos enquanto dispara e isto é uma forma de se mover, mais ou menos limitada mas que funciona muito bem. Para além disto pode ainda utilizar um ataque especial chamado Energy Drive, que lhe confere invencibilidade por tempo limitado e destrói tudo quanto é inimigo onde acerte.

Acabar com os inimigos com estilo.

Os níveis estão divididos em diversas salas com inimigos e bosses pré-definidos que ao serem "limpas" nos é atribuída uma pontuação pelo nosso desempenho. No final de cada nível recebemos um somatório dessa performance baseada nos combos por inimigos derrotados, salas exploradas e afins. Entre níveis podemos ainda fazer Trial Missions que são níveis gerados aleatoriamente para pontos extra. Estes pontos servem para fazermos upgrades às nossas habilidades bem como comprar fatos novos, com habilidades diferentes. Embora não seja um jogo difícil, há uma coisa que o torna extenuante para quem joga: button mashing. Disparar requer que o jogador prima consecutivamente o botão de disparo ou seja, quanto mais rápido o fizermos mais rápido disparamos e isto nas dificuldades mais elevadas torna o jogo bastante frustrante, especialmente devido a alguns checkpoints mal colocados ao longo dos níveis. Felizmente existe um fato que tem disparo automático e que torna o jogo muito mais divertido mas para o terem têm de acabá-lo em Normal pelo menos uma vez. Tough choice...

Um dos vários bosses (e este é chatinho).

Embora não seja mau de todo, P.N.03 também não é nenhuma hiddem gem. É sem dúvida um jogo curioso e que historicamente tem um certo valor se forem fãs da Capcom ou do trabalho de Shinji Mikami, Hiroyuki Kobayashi e outros tantos japoneses menos conhecidos do público em geral. Não o recomendo a todos mas apenas aos que se enquadram neste cenário pois, apesar das falhas, é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: o regresso ao Mushroom Kingdom na Wii. :D

MURRALHÕES DE FORÇA: