4 de outubro de 2016

Castlevania: Lords of Shadow 2 [Special Edition]

As caixinhas!
Desenvolvido por: MercurySteam
Publicado por: Konami
Director: Enric Álvarez
Produtor: Dave Cox
Compositor: Òscar Araujo
Plataforma(s): PlayStation 3, Xbox360, PC
Lançamento: 25-02-2014 (EUA), 28-02-2014 (EU), 04-09-2014 (JP)
Género(s): Acção, Aventura, Hack 'n Slash
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Blu-Ray Dual Layer (50GB)
Funcionalidades: Instalação no disco rígido, Compatível com função de vibração, HD 720p, 1080i, 1080p, Funcionalidades de Rede, DLC adicional
Outros nomes: Akumajou Dracula - Lords of Shadow 2 (悪魔城ドラキュラ ロード オブ シャドウ2)(JP)
Estado: Completo
Condição: Impecável 
Viciómetro: Acabei-o uma vez em Normal.

(Já começa a estar frio...)

As traseiras das caixinhas.
Castlevania. Um nome que não deixa ninguém indiferente, especialmente se cresceram durante os anos 90 onde esta saga foi presenteada com brilhantes jogos, sobretudo nas consolas Nintendo. Mas com o passar dos anos, esta saga e tantas outras começaram a cair no esquecimento e nos dias que correm apenas os jogos antigos preenchem o vazio que ficou. Como seria de esperar, e antes deste downfall, foram feitas tentativas para revitalizar a saga algo que culminou no lançamento de três jogos que a meu ver estão bons mas no fundo não são aquilo que os fãs esperavam (ou queriam). Neste caso foram reboots e não sequelas/prequelas/side stories/spin-offs o que talvez tenha mesmo levado ao enterro da saga. O certo é que os jogos não são assim tão maus como algumas publicações os pintaram e se lêem o blog já sabem disso. Só falta mesmo saber se o último jogo nesta nova trilogia é tão bom ou melhor que os anteriores. Já lá iremos. Este exemplar foi adquirido algures entre Janeiro/Fevereiro de 2015, oriundo de uma loja online por cerca de 30 euros. Tratando de ser a Special Edition, para além do jogo normal, inclui uma caixa toda bonita com ilustrações e um excelente artbook.


Artbook, papelada e disco.
Castlevania: Lords of Shadow 2 marca o final deste nova trilogia que segue os feitos de Gabriel Belmont, um homem cuja vida não foi lá muito simpática e levou-lhe os seus entes mais queridos. Não obstante, Gabriel teve ainda o infortúnio de transformar naquilo contra o qual sempre combateu: um vampiro. Mas não falamos de um vampiro qualquer. Drácula é a sua nova persona e a história adensa-se quando o seu filho volta a aparecer não só nos seus sonhos mas também na realidade, embora as coisas não sejam de todo iguais. No fundo, a trama deste jogo, embora não seja o seu forte, é um tanto mais complexa e confusa que a dos dois jogos anteriores mas a seu tempo tudo fica explicado com deve ser. Claro que convém ter jogados os anteriores...

Hora de malhar na regueifa!
Uma das coisas que mais me agradou em Lords of Shadow 2 foi sem dúvida os seus visuais. Não sendo tão diversificado quanto o primeiro título, o certo é que é mais pormenorizado ao ponto de me ter feito parar para poder apreciar todo o ambiente que me rodeava em determinadas instâncias. Desde a cidade, com o seu look moderno mas altamente sombrio onde temos uma visão mais actual até ao castelo, com os seus corredores góticos carregados de uma atmosfera medieval, Lords of Shadow 2 dá gosto de percorrer vezes sem conta. Não só os cenários são excelentes mas também as personagens e inimigos estão carregados de pequenos pormenores, sobretudo alguns bem grotescos que nos levam a crer que os designers deste jogo têm uma grande e pérfida imaginação. A acção é bastante fluída ainda que os 30 frames não sejam de todo o ponto óptimo para um jogo deste género, uma vez que os combates pedem mais. Não notei slowdowns nem nada deste tipo ao longo da experiência. Obviamente existem algumas imperfeições visuais como jaggies, coisa que se nota mais em locais com muita luz e bloom provocando efeitos indesejados mas nada que atrapalhe o jogo em si.

Brindemos, irmãos...
As bandas sonoras da saga Castlevania são das que mais aprecio no mundo dos videojogos mas, infelizmente, Lords of Shadow 2 não entra nessa lista. A música é certamente atmosférica q.b. com uma bom uso orquestral, bem como de piano e outros instrumentos mas lá bem no fundo não me transmite aquele feeling de um verdadeiro Castlevania. E nem tão pouco exploraram a fundo temas antigos ainda que exista uma versão remixada ou outra de algumas das faixas mais icónicas da saga. Em suma, uma banda sonora competente e atmosférica mas que não preenche de todo as minhas expectativas. No campo do voice-acting estamos perante boas interpretações por parte de Robert Carlyle (Drácula) e Patrick Stewart (Zobek) entre outros, que voltam para mais uma ronda de imensos diálogos, sendo que estes estão bem estruturados e sem nenhum tipo de parvoíce. Obviamente existem personagens mais jocosas que proporcionam bons momentos. O som geral é bastante bom, à semelhança do que se sucedeu com o primeiro jogo sem nenhum tipo de problema aparente.

Snake, Vampire Snake!
Se o primeiro jogo era assolado pela linearidade de capítulos, sem grandes ou nenhumas chances de backtracking, rejubilem pois Lords of Shadow 2 é open world. Bom, moderadamente. Seguindo a fórmula de outros jogos da saga (os Metroidvania), Lords of Shadow 2 permite-nos explorar duas enormes áreas: Castlevania City (sim leram bem, é o nome da cidade) e o castelo (Castlevania, portanto). Estas áreas estão divididas em zonas mais pequenas, algumas delas não acessíveis de imediato. E é aqui que entra o backtracking, aliado a upgrades, power-ups e itens que permitem depois avançar. Alguns são-nos cedidos à medida que avançamos na história, outros nem por isso. As viagens entre ambas as áreas são feitas através de portais, algo já bastante recorrente nesta saga, para poupar tempo e paciência a quem joga.

Este gajo é tão... fixe!
Em termos de combate, Lords of Shadow 2 é praticamente igual ao seu predecessor com algumas nuances. Em primeiro lugar, é o primeiro jogo da saga onde podemos jogar com Drácula (Alucard não conta, é híbrido e o Castlevania Judgment é um jogo de porrada, for fuck's sake...). Em segundo, o chicote, ou melhor, a Combat Cross é substituída pelo Shadow Whip, um chicote que utiliza o próprio sangue para atacarmos as hordas inimigas. Não se ficando por aqui, o sistema de magia foi substituído pela Void Sword, que nos permite recuperar vida (podemos também sugar o sangue de humanos para o efeito) e pelas Chaos Claws que possibilitam ataques bem mais fortes, indicados para quebrar armaduras e afins. A boa e variada utilização destes itens resulta num sistema de combate bastante fluido e acima de tudo divertido, sem recorrer tanto a quick time events como no primeiro jogo (e é melhor que God of War, trust me). Como seria de esperar, existe por trás todo um sistema de upgrades a cada um deles, que permite novos ataques, habilidades e combos, algo que certamente será útil até porque os inimigos requerem tácticas mais diversificadas, sobretudo alguns dos bosses. Algo que também me agradou particularmente foi o facto da câmara agora não ser fixa, dando-nos liberdade para a controlar como quisermos.

They see me rollin'...
A exploração leva também à procura de diversos collectibles que se traduzem em alguns power-ups de vida e afins e lore (que neste jogo é mais que abundante). Alguns dos puzzles requerem soluções mais ou menos complexas e até mesmo o sangue do próprio Drácula. Por outro lado tentou-se algo que saiu um bocado furado. Stealth. Fazendo uso das suas habilidades, Drácula pode possuir ratos e até pessoas em determinadas secções, para atravessar as mesmas sem ser visto. Contudo isto resulta em situações por vezes frustrantes, visto inimigos comuns destruírem-nos em menos de nada se formos vistos, obrigando-nos a repetir a dose. Em outras ocasiões, usamos os nossos poderes como por exemplo a névoa de morcegos para atravessar grades ou simplesmente para obstruirmos a visão dos inimigos. Previsível mas funciona. Para além da história existe ainda um Challenge Mode, cortesia do Chupacabra onde podemos testar as nossas habilidades na arena, coisa que por acaso não me apeteceu fazer pois "obriga" também a jogar em Hard para obter a Platina. Confesso que perdi um pouco a mania de tentar apanhar todos os troféus e prefiro desfrutar do jogo à antiga. Existe ainda um DLC onde jogamos com Alucard mas infelizmente nenhuma edição física traz isso em disco portanto... #fuckonami

Este gajo precisa de boas maneiras!
E eis-nos chegados a mais um final de uma "pequena" análise de um bom jogo que melhora muito aquilo que foi feito no original (na minha mais modesta opinião). Pode não ter recebido o amor que merecia mas se o virem tratem de lhe dar um bom lar pois não irão arrepender-se. E visto que não iremos ter mais nada de jeito desta saga nem de outras por parte da Konami, o melhor é apreciar o que está feito! E assim estamos perante outro JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: o remake de um famoso jogo de N64, na 3DS.

MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

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