10 de dezembro de 2016

Strider

Capa inspirada na original japonesa.
Desenvolvido por: Double Helix Games, Capcom Osaka Studio
Publicado por: Capcom
Director(es): Tony Barnes, Koji Oda
Produtor(es): Jorge Oseguera, Andrew Szymanski, James Vance
Designer(s): Daniel Jacbos, Brian Smith, Paul Silva, Tony Barnes
Artista: Sho Sakai
Argumentista: Tony Barnes
Compositor: Michael John Mollo
Plataforma(s): PlayStation 3 (PSN, Físico no Japão), PlayStation 4 (PSN), Xbox360 (XBLive), XboxOne (XBLive), PC (Steam)
Lançamento: 18-02-2014 (Lançamento Mundial)
Género(s): Hack 'n Slash, Plataformas, Metroidvania
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Versão Digital
Funcionalidades: Gravação de progresso no disco rígido, Compátivel com Dualshock 3, HD 720p
Outros nomes: Strider Hiryu (JP)

Estado: Não se aplica
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei-o uma vez em Normal mas não a 100%.

(Fim de semana, pelo menos não chove.)

Say hello to my little friend!
Durante os anos 90, sempre tive curiosidade em explorar tantos jogos quanto me fosse possível visto que não é como hoje onde tropeçamos literalmente neles devido à quantidade abismal que existe. Com isto, um dos jogos que sempre me chamou à atenção foi o Strider. Sim, aquele do ninja que nem se vê a espada de tão rápido que é. Mas foi jogo que nunca joguei com a atenção devida por diversos motivos. Primeiro, achar uma máquina de arcada com o jogo era mentira; segundo, não tinha MegaDrive na altura para jogar o port que foi lançado, na NES nem sabia que existia e as versões de PC e restantes computadores eram horríveis. Daí que vivi este período sem cheiro de Strider e só mais tarde, na era da PlayStation, é que tive oportunidade de jogar a verdadeira sequela (sim, saiu uma antes mas não era oficial) e fiquei fascinado com o jogo. Pena tenho eu de não o ter comprado na altura (joguei uma cópia que me foi emprestada e como o acabei não quis comprar... burro). Bom, mas o jogo que trago até aqui hoje não é nenhum destes mas sim o mais recente da série que infelizmente também tem mais história comigo (parece que estou enguiçado no que concerne a Strider). Uma vez que só saiu a versão digital no Ocidente, decidi mandar vir a versão física japonesa que como bónus trazia a versão de arcada do original e o Strider 2 de PlayStation, ambos descarregáveis da PSN japonesa. Conclusão, o jogo nunca me chegou a casa passados meses e fiquei tão lixado que fui obrigado a optar pela única versão disponível quando baixou de preço. Foi entre Março e Abril de 2015 que o fiz, gastando assim cerca de 7 euros por uma versão digital.


É sempre a malhar!
Strider começa por se apresentar da mesma forma que o original o que me levou logo a crer que se tratava de um remake. Sim e não. Na verdade é um reboot que mistura elementos do jogo original, da versão de NES, da sequela e até do manga (sim, existe e não é nada espantar considerando o país de origem). A história mantém os elementos da trama original com algumas liberdades mas que no fundo pouco ou nada interessam neste tipo de jogo. Ou será que interessam? A premissa é simples, Grandmaster Meio, um ditadorzeco num país fictício da Europa de Leste chamado Kazakh anda a fazer das suas e a Strider Organization envia o seu assassino de eleição, Strider Hiryu para dar conta do recado. E é isto.

Um velho conhecido.
Algo que seria de esperar é que Strider mantivesse o look que o caracterizou e popularizou e a verdade é que isso foi tido em conta. Se o original era 2D e funcionava, não se mexe nisso. Neste apesar do grafismo ser tridimensional, a jogabilidade é toda feita dentro do 2D, resultando naquilo que conhecemos por 2.5D. A mistura é excelente onde os visuais são imensamente variados, desde os neons coloridos da cidade, aos cinzentos das zonas industriais sem esquecer algumas áreas mais futuristas onde impera um look e design bastante clean. A animação do nosso ninja é impecável bem como de todos os inimigos desde o mais pequeno a alguns bosses colossais, onde a fluidez não sofre nenhum tipo de contratempo que tenha dado conta. Esta versão de PS3 corre apenas a 30 frames e 720p, ao passo que a versão de PS4 aumenta a fasquia para 60/1080p. Mas são pormenores técnicos que pouco ou nada interessam, a meu ver.

Run Strider, Run!
A sonoridade de Strider é algo que no passado ficava na memória devido, em especial, ao som da Cypher, a nossa espada de plasma e tal som era e continua a ser inconfundível. Neste novo capítulo, a sonoridade continua a marcar pontos, a começar com a banda sonora que vai desde o mais calminho ao mais acelerado, consoante a situação e com uma boa variedade de estilos, alguns deles reminiscentes dos jogos anteriores e alguns que até me fizeram lembrar a série Bionic Commando. Os efeitos sonoros são também variadíssimos com tiros, grunhidos, gritos e tudo mais, sem descurar um pormenor: agora existe voice acting em inglês. Nomeadamente os bosses. Neste aspecto diria que as vozes estão decentes mas se não tivessem lá não me importava por isso.

Dois bosses ao mesmo tempo? YES!
Na parte jogável surgem as novidades e acima de tudo as diferenças faces aos anteriores jogos da saga. Ainda que a jogabilidade seja muito parecida à dos anteriores, com controlos precisos e de fácil aprendizagem, o jogo levou um caminho diferente em termos de design. Se se recordam, os jogos anteriores eram jogos de acção puros, com plataformas à mistura mas acima de tudo seguiam um padrão linear. Começar um nível, rebentar tudo à vista, chegar ao boss, derrotá-lo e repetir a fórmula. Neste novo Strider isso acabou. Sim, o jogo deixou de ser linear e somente de acção para passar a ser um Metroidvania (ou um Strideroid, se preferirem). Isto tem tanto de bom quanto de mau, na minha mais modesta opinião. Por um lado, Strider tem muito mais maneiras de se ver livre dos inimigos graças aos upgrades e gadgets que pode apanhar ao longo da aventura e que servem não só para aceder a novas áreas bem como derrotar certos inimigos ou bosses. A nossa Cypher também tem upgrades que são uma necessidade para a progressão. E claro, existe uma panóplia de collectibles para serem encontrados ao longo da nossa demanda. Eu percebo esta mudança e até o ponto de vista da equipa em fazer isto, dar alguma frescura à saga mas no fundo não gostei porque esperava um jogo tipicamente de acção tal como o 2 foi! Nada mais do que isso, um jogo onde rebentamos inimigos e bosses e seguimos em frente até ao final sem pensar em apanhar upgrades para fortalecer a arma, itens para abrir novas áreas e muito menos andar à caça de collectibles. E como tal, tudo isto abranda o frenesim do original, tornando-o inexistente em certas zonas mesmo. Para mim Strider é toscaria e transformá-lo num Metroidvania deixou-me um tanto desapontado.

Uma das partes mais frustrantes do jogo.
Curiosamente, o projecto original era para ter sido levado a cabo pela Grin, aquele estúdio que fez o Bionic Commando Rearmed (excelente jogo já aqui analisado) e o Bionic Commando de 2009 (aquele que ninguém gostou mas eu até achei piada) mas como foram à falência a coisa por aí ficou. Será que iriam optar pelo estilo dos Strider antigos? Acho que nunca saberemos. Este surgiu devido à popularidade da série em fóruns e questionários providenciados pela Capcom. Esperemos que não se fiquem por aqui e façam um novo mas à antiga!

Embora tenha uma paixão por esta série, o certo é que não tenho tido sorte nenhuma com a mesma. Ainda assim, este Strider é um jogo divertido e que poderá proporcionar algumas horas de entretenimento ainda que dentro dos Metroidvania não seja nada de especial. E claro, é mais um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: a prequela de uma sequela, na PS3.

MURRALHÕES DE FORÇA:
 

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