8 de janeiro de 2017

Resident Evil Revelations 2

Precisa de gotas para o olho.
Desenvolvido por: Capcom
Publicado por: Capcom
Director: Yasuhiro Anpo
Produtor: Michiteru Okabe
Designer: Kazunori Kadoi, Shinji Mikami
Argumentista: Dai Satou
Compositor(es): Kohta Suzuki, Ichiro Komoto, Nima Fakhrara
Motor gráfico: MT Framework
Plataforma: PlayStation 3, PlayStation Vita, PlayStation 4, Xbox360, Xbox One, PC
Lançamento: 18-03-2015 (EUA), 20-03-2015 (EU/JP) (Versão Física)
Género(s): Survival Horror, Third Person Shooter
Modos de jogo: Modo história para um ou dois jogadores (local), Raid Mode Co-Op para dois jogadores (local e online)
Media: Blu-Ray
Funcionalidades: Gravação de progresso no disco rígido (4952KB Mínimo), Compatível com Função de Vibração, Suporte HD 720p, DLC adicional
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o em todas as dificuldades, todos os modos de jogo, tendo alcançado a platina.

(E estou de volta para mais um ano.)

Com autocolantes feios.
Para quem me conhece ou simplesmente costuma vir aqui ao blog ler umas coisitas, sabe bem que sou fã de Resident Evil e tento consumir tudo o que esta saga me proporciona. Ok, quase tudo, certas coisas prefiro nem saber da sua existência. E não será surpresa a análise de hoje ser a um dos jogos mais recentes desta já longa e aparentemente interminável saga. Depois do fracasso que foi Resident Evil 6 (eu até gostei do jogo, atenção), estava na altura de mudar de rumo ou simplesmente voltar Às origens, onde tudo começou. Ainda que tenhamos de esperar por isso mais uns dias (Resident Evil 7 está mesmo aí a chegar), o certo é que em 2015 foi lançado um jogo que veio acalentar os nossos desejos um pouco. Pelo menos os meus. Ainda que o jogo tenha sido lançado por episódios digitalmente, a Capcom teve a decência de no final lançar uma edição física com tudo incluído, mesmo os extras (tendo deixado algum DLC cosmético de fora). E foi essa edição que aterrou na colecção, uns dias depois do seu lançamento em Março de 2015 pelo preço a que estava (não me recordo se era €29.90 ou €39.90 mas era algo por aí).


Papelada e disco.
Resident Evil Revelations 2 começa por se apresentar como mais uma daquelas histórias que decorre algures entre dois jogos, neste caso concreto entre RE5 e RE6, onde seguimos a perspectiva de dois velhos conhecidos: Claire Redfield e Barry Burton. Embora a acção decorra na mesma ilha, ambas as personagens seguem rumos diferentes bem como são acompanhadas por dois novatos: Moira Burton, filha de Barry acompanha Claire e Natalia Korda, uma pequena menina acompanha Barry. Ambas as histórias decorrem também em períodos de tempo diferentes, onde Claire começa como prisioneira na ilha e Barry só chega à mesma mais tarde. Eu diria que a trama me lembra em muito a de Code Veronica...

Era um quilo de costeletas sff.
Embora a PS3 já conte com muita quilometragem ainda está para as curvas com este RER2. Visualmente o jogo é bastante reminiscente de outros na saga onde os tons escuros são predominantes conferindo-lhe uma atmosfera pesada e tensa, algo que funciona na perfeição. Embora só corra a 720p/30frames, os gráficos são bonitos e funcionais, a animação das personagens e inimigos é competente e a frame rate é estável q.b. para proporcionar uma excelente experiência de jogo sem solavancos aparentes. A variedade visual não é muita pois o jogo decorre todo no mesmo local mas ainda assim vamos passar por florestas, prisões, uma cidade e fábrica abandonadas entre outros locais de interesse.

Mulheres, sempre pelo caminho mais difícil.
O som é de facto um dos pontos fortes deste título onde destaco em particular a utilização do mesmo para criar uma atmosfera tensa e que nos mantém sempre com o dedo no gatilho ou em permanente alerta caso tenhamos pouca munição. A juntar a isto está uma banda sonora igualmente boa que oscila entre o som ambiente com algumas nuances musicais a condizer e faixas nas situações de maior confronto para marcar bem o momento. Algo comum à maioria dos jogos actuais. O voice-acting é também bastante bom, afastando-se da saudosa pirosice do primeiro jogo da saga (Jill Sandwich anyone?) com imenso diálogo entre as personagens, que vai desde o sério ao mais jocoso, passando por alguma situações de conflito geracional, normalmente quando mete a Moira ao barulho (ela é um bocado angsty... só um bocado).

Barry é um bom homem.
O que me fez realmente gostar deste RER2 foi a parte jogável. Destacando-se do primeiro Revelations em muitos aspectos, este proporciona-nos uma jogabilidade que resulta de um misto entre clássico e moderno sem entrar naquilo que vimos em RE6. Assim sendo o controlo das personagens é bastante simples e intuitivo, seja na exploração ou no combate. Por outro lado, o combate é algo que não é incentivado, antes pelo contrário pois o jogo não é muito meigo com a munição, sobretudo nas dificuldades mais elevadas. Por esse mesmo motivo foi adicionada uma muito bem vinda componente de stealth à la Metal Gear (ou Splinter Cell, se preferirem), onde podemos despachar alguns dos inimigos, sem sermos vistos, sem alertarmos outros e acima de tudo sem gastar munição. Algo que sempre achei que a saga Resident Evil devia ter tido desde o primeiro.

Gerir inventário é sempre necessário!
Por outro lado, este RER2 conta com um sistema parecido ao de RE0 onde temos um parceiro que nos segue e ajuda dentro do possível, podendo este também ser controlado por nós durante a maioria do tempo se assim quisermos. Felizmente a IA do nosso parceiro não é tão atroz como em RE5 se bem se lembram. Esta mecânica permite também jogar em co-op via splitscreen tornando a experiência bem mais fácil caso tenhamos um bom jogador como parceiro. Voltando um pouco à fórmula antiga, RER2 introduz uma boa dose de puzzles para contrastar com a acção tornando o jogo bastante variado e desafiante, sendo que alguns deles requerem mesmo a utilização de ambas as personagens para serem resolvidos. E alguns metem combate à mistura só para apimentar as coisas. Um dos pontos de interesse é que tanto Moira como Natalia não utilizam armas de fogo, o que nos faz recorrer única e exclusivamente a melee weapons ou simplesmente fugir/servir de isco. Em termos de dificuldade, existem diversas que vão desde Easy até No Escape. Esta última é quase impossível mas faz-se, com muita calma. Existe ainda o modo Invisible Enemies que requer muita memorização anterior e Countdown, onde cada área tem um limite de tempo e só a despachar inimigos é que aumentamos essa contagem. Bastante desafiante (e frustrante em certas situações).

Demasiado tempo ao sol dá nisto.
A sua estrutura por episódios foi também uma maneira de testar o jogo diante dos jogadores, sobretudo os mais cépticos algo que parece ter resultado pois este vendeu mais do que o primeiro Revelations. Por outro lado os episódios extra colmatam o período de tempo entre a aventura de Claire na ilha e a chegada de Barry, tornando a história mais interessante. Para o fim deixei aquele que considero um dos modos mais divertidos, o Raid Mode. Originalmente introduzido no primeiro Revelations, este modo transforma algumas das áreas do jogo em níveis onde o objectivo é rebentar tudo quanto mexa e sobreviver enquanto o fazemos. Obviamente os níveis vão ficando mais difíceis uma vez que a nossa personagem evolui (até nível 50), bem como as armas podem ser personalizadas e actualizadas com coisas interessantes. Os inimigos também vão evoluindo e alguns deles até comportam elementos como fogo e electricidade para complicar as coisas mas a meu ver, este Raid Mode é de longe muito mais fácil do que o do jogo anterior devido também à maior selecção de personagens (todas elas com características e habilidades diferentes). Existem também eventos específicos online, onde a dificuldade é levada a patamares quase inimagináveis mas estes não são necessários para os troféus nem para evoluir (mas dão-nos boas recompensas se ficarmos bem classificados). O Raid Mode permite-nos ainda comprar com dinheiro real uns tokens para continuarmos do mesmo sítio se morrermos durante um nível mas estes não são obrigatórios pois com treino e bom equipamento estas micro-transacções são desnecessárias.

A sala de espera é um local acolhedor.
Como já à hábito com a saga Resident Evil, escrevo sempre um pouco mais do que pretendia mas este é um dos efeitos que a mesma tem em mim. Quanto a este Resident Evil Revelations 2, é um jogo que recomendo vivamente, sobretudo porque agora se encontra mais barato e até podem jogar o primeiro episódio grátis disponível para PS4 na PSN. Ainda hei-de arranjar a versão física de PS4 para revisitar esta ilha novamente e só por isso já sabem que este é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: um remake de um clássico na 3DS.

MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

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