29 de janeiro de 2017

Xenoblade Chronicles

Excelente artwork!
Desenvolvido por: Monolith Soft, Nintendo SPD
Publicado por: Nintendo
Director(es): Koh Kojima, Genki Yokota
Produtor(es): Shingo Kawabata, Takao Nakano
Designer: Koh Kojima
Artista: Norihino Takami
Argumentista(s): Tetsuya Takahashi,Yuichiro Takeda, Yurie Hattori
Compositor(es): Manami Kiyota, Tomori Kudo, Hiroyo "CHiCO" Yamanaka, Kenji Hiramatsu, Yoko Shimomura, Yasunori Mitsuda
Plataforma(s): NintendoWii, New Nintendo 3DS, Nintendo WiiU (eShop)
Lançamento: 10-06-2010 (JP), 19-08-2011 (EU), 06-04-2012 (EUA)
Género: Action Role Playing Game
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Wii Optical Disc (8.4GB)
Funcionalidades: Gravação de progresso na memória interna da consola, Compatível com Classic Controller
Outros nomes: ゼノブレイド que traduzido dá Xenoblade (JP)
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o uma vez com mais de 150 horas de jogo.

(É Domingo...)

Sem autocolantes feios.
Em todas as gerações de consolas até agora têm aparecido jogos que se tornam clássicos, obras primas ou até mesmo hidden gems. Na Nintendo Wii, uma consola conhecida pelo seu conceito de consola familiar e user friendly, existem rios de shovelware e jogos menos adultos que obscurecem realmente os excelentes jogos que a máquina tem para oferecer. Mas para quem é entendedor nesta matéria, sabe o que procurar e onde procurar. Na realidade a Wii é provavelmente uma das consolas que mais me dá gosto coleccionar, a par da PS2, devido ao seu catálogo recheado de pérolas. E ainda que não seja tão vasto quanto o da PS2, o certo é que os jogos que tem valem por vários. O jogo que trago até aqui hoje, apesar de já contar com uma versão para a New Nintendo 3DS é provavelmente aquele que elejo como o melhor jogo na Wii, seja na sua categoria ou noutra qualquer. E tive a sorte, não... o milagre, de o conseguir num negócio no OLX (o último local onde iria encontrar) por 5 euros. Sim, leram bem, 5 euros. Usado mas literalmente novo pois deve ter saído tão rápido quanto entrou na consola. Isto foi algures em Julho de 2013.


Manual, papelada e disco.
Xenoblade Chronicles é excelente. É o melhor jogo da Wii sem dúvida alguma. Porquê? Por muitas razões e já vamos abordar cada uma delas. A primeira, apesar de não ser a que mais se destaca, na minha opinião, é a história. Esta começa em Bionis, um "continente" habitado pelos Homs (os humanos lá do sítio) que se encontram numa guerra perpétua com os Mechon, oriundos do "continente" de Mechonis. A única coisa que impede que os Mechon tomem conta de tudo é uma espada de nome Monado que tem o poder de conseguir infligir dano neles uma vez que nada mais o faz. É aqui que surge então o nosso herói principal, Shulk, um jovem que é dos poucos que consegue usar a Monado, numa altura em que a sua colónia é atacada e ele próprio jura vingar-se de tal acto. Note-se que utilizei a expressão "continente" pois na verdade são dois gigantes colossais mas isso não é surpresa para ninguém nesta altura.

O inlay que não se vê devido à caixa ser branca...
A Wii é também conhecida por ser uma consola que em termos técnicos estava bem atrás da PS3 e Xbox360 mas a verdade é que existem diversos jogos que conseguem rivalizar com ambas sem grande esforço. Xenoblade Chronicles é um deles. Visualmente é um jogo impressionante para uma Wii, com uma profundidade de campo imensa, uma atenção ao detalhe impressionante, cenários enormes e variados onde tudo tem vida própria e cada local tem a sua própria identidade. Confesso que depois de The Last Story julgava que não ia ver um jogo tão bom visualmente mas este consegue rivalizar nesse campo. As personagens são também bastante distintas entre si com várias raças desde os mais comuns Homs, aos Mechon que são verdadeiros robots passando pelos Nopon, uma espécie de Moogles cá do sítio. As animações são bastante boas, com imensa acção nos combates ainda que se note algum slowdown quando há muita coisa ao mesmo tempo no ecrã ou inimigos muito grandes. E há bastantes inimigos que ocupam uma parte considerável do nosso ecrã. As cutscenes utilizam o próprio motor de jogo sem recorrerem a CG.

Dia de arranjar o jardim.
A banda sonora é provavelmente uma das minhas favoritas e ficou-me desde cedo no ouvido. Habituado às composições intemporais proporcionadas pela saga Final Fantasy, sempre gostei do tipo de música a que estes jogos nos habituaram. Xenoblade Chronicles proporciona uma das melhores bandas sonoras que ouvi num JRPG com temas que ainda hoje recordo com nostalgia e que a meu ver são bastante inspirados noutros jogos. A equipa que compôs toda a música inclui alguns novatos na área mas também veteranos como é o caso de Yoko Shimomura, uma das minhas favoritas, conhecida pelo seu desempenho em Parasite Eve e Street Fighter II. Por outro lado o voice-acting é também excelente, com a possibilidade de optar entre inglês e japonês (foi logo a minha opção), onde existe imenso diálogo entre as personagens de uma maneira que poucos jogos do género conseguem fazer. Aqui as personagens passam quase o tempo todo a falar umas com as outras, sobretudo durante os combates onde pedem ajuda, sugerem tácticas e até barafustam quando não lhes fazemos as vontades. É verdade... a interactividade entre as personagens é de um nível impressionante. A única coisa que achei estranha foi terem mudado alguns dos nomes das personagens o que resulta em situações do tipo dizerem um nome e na legenda em inglês aparecer outro (Karuna -> Sharla) mas não é nada de alarmante a meu ver.

Yep, são todos Mouros!
Em termos de jogabilidade, Xenoblade Chronicles oferece duas maneiras de o fazer: com o Wiimote e Nunchuk ou usando o Classic Controller. Optei pela segunda por uma questão de conforto mas não existe nenhuma espécie de waggle nem movimentos bruscos pela que a primeira também é válida caso não tenham um comando extra. A mecânica em si é simples: todos os inimigos estão no nosso campo de visão, os combates são em tempo real e controlamos apenas uma personagem de uma equipa de três mas podemos usar a personagem que bem entendermos pois são todas diferentes e cada uma tem a sua função. Shulk, por exemplo é o único que pode infligir dano a certos inimigos devido à Monado. Por outro lado, existem as Battle Arts, que se dividem em ofensivas e defensivas e permitem ataques mais devastadores e flashy ou simplesmente curar e prevenir todo o tipo de maleitas. Estas obedecem a um período de cooldown depois de serem utilizadas. A performance da equipa é recompensada não só com XP, dinheiro e afins mas também Affinity, um dos elementos mais importantes no jogo pois para além de abrir novos eventos proporciona também novas combinações de ataque. Esta Affinity pode também ser aumentada ou diminuída nos eventos Heart-to-Heart, dependendo tudo da resposta que seleccionarmos quando formos interpelados pela personagem.

As imagens não fazem jus ao jogo, trust me.
Ainda nos combates temos alguns elementos que os tornam bastante diferentes de qualquer outro jogo do género. A Party Gauge permite-nos dar mais dano e fazer mais combos entre personagens consoante aumenta, a Tension Gauge que é individual representa a moral de cada personagem e à medida que aumenta faz com que os critical hits sejam mais abundantes e falhemos menos. Por fim, existe um sistema de Aggro que aumenta se estivermos constantemente a atingir o inimigo e serve acima de tudo para desviar as atenções e permitir que as outras personagens se curem e usem buffs/debuffs, tornando o combate mais estratégico. Xenoblade Chronicles é um jogo imenso e tem um sistema de personalização igualmente extenso onde cada equipamento, cada arma muda a aparência das personagens bem como as stats. Por outro lado temos ainda um sistema de Gem Crafting que funciona com a Affinity e nos permite forjar Gems que podem ser utilizadas com o equipamento e armas, proporcionado efeitos diversos, desde mais vida, mais ataque, melhor magia e por aí fora. Se a Affinity entre duas personagens for elevada, melhor será a qualidade das Gems produzidas.

O némesis de serviço.
A quantidade (e felizmente a qualidade) é algo que predomina neste jogo e uma coisa que há em grande quantidade são side quests. Algumas mais simples como fetch quests, matar X inimigos e afins, mas outras mais complexas que se alongam por grandes períodos de tempo e implicam termos de trabalhar na Affinity da nossa equipa para conseguirmos progredir. Existem também as hunts onde somos presenteados com inimigos poderosos e boas recompensas se os eliminarmos mas a maior side quest que vi num jogo deste tipo é sem dúvida a de reconstruirmos uma colónia inteira. Leram bem, temos mesmo (caso queiramos) de reconstruir uma das colónias que são atacadas e para isso outras tantas side quests estão ligadas a estas bem como andarmos a recrutar cidadãos de outros locais de Bionis e Mechonis. Agora talvez percebam as minhas 150 horas de jogo mas isto também se deveu ao facto de ter andado a fazer algum grind e farming ao longo do jogo em partes onde os inimigos eram mais fortes mas em nenhuma instância o jogo se provou demasiado difícil ou mesmo frustrante. Aliás, no que toca a inimigos e bosses de história, salvo um ou dois mais complicados, todos os outros são bastante acessíveis.

Isto vai levar algum tempo a reconstruir.
Bom, e como já me alonguei nesta análise resta terminar a coisa com uma sugestão: joguem Xenoblade Chronicles! Seja a versão de Wii ou de New Nintendo 3DS (ainda que esta seja inferior a nível visual e sonoramente só tem o voice-acting em inglês), qualquer uma delas serve pois este jogo é excelente. Está no mesmo patamar de FFVI, FFVII e Chrono Trigger em termos de excelência e creio que não serei o único a partilhar desta opinião. E não há dúvida nenhuma, é um verdadeiro JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: o regresso de um gorilão, na Wii.

MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

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