23 de setembro de 2019

Valkyrie Profile 2: Silmeria

As protagonistas em destaque.
Desenvolvido por: Tri-Ace
Publicado por: Square Enix
Director: Takayuki Suguro
Designer(s): Takayuki Suguro, Masaki Norimoto
Artista: Eiko Sawamura
Compositor: Motoi Sakuraba
Plataforma: PlayStation 2
Lançamento: 22-06-2006 (JP), 26-09-2006 (EUA), 07-09-2007 (EU)
Género: Japanese Role Playing Game
Modos de jogo: Modo história para um ou dois jogadores
Media: DVD-ROM (4.7GB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Card (67KB mínimo), Compatível com controlo analógico: apenas joysticks, Compatível com Função de Vibração
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o uma vez com cerca de 60 e muitas horas de jogo.

Tinha autocolantes, tinha...
Coleccionar jogos de PS2 é uma história interminável. Cada vez que riscamos um jogo da lista, entram logo mais dois ou três que descobrimos por mero acaso, fazendo lembrar um pouco a história da hidra e das suas cabeças. Na minha eterna demanda de arranjar os jogos que ainda procuro, eis que olho para o armário e vejo que existe um ou outro que ainda não tinha jogado e já os tinha há N tempo. O jogo que apresento aqui hoje, estava na colecção há uns bons anitos mas nunca me tinha dado para o jogar pois é um JRPG e já sabemos a quantidade de horas que estes nos consomem, especialmente quando são bons. E foi o caso deste, que quando o experimentem na época não me pegou mas desta vez foi fulminante e só parei quando o terminei. Este exemplar foi-me oferecido pelo meu velho amigo Rogério Lopes mas não sei precisar quando. Sei que veio com mais uns quantos jogos que eram da sua colecção e que curiosamente ainda não os joguei todos.


Manual, papelito e disco.
Valkyrie Profile 2: Silmeria é daqueles JRPGs de nicho que só os mais fanáticos do género é que certamente apreciaram o seu valor na altura em que foi lançado. Hoje em dia é comum haver jogos deste ao pontapé em diversas plataformas mas até à PS2 era um bocado agreste haver coisas boas no género sem serem os habituais suspeitos (sim Final Fantasy, é contigo). Ainda que a PS2 tenha recebido uma boa dose de JRPGs, o certo é que muitos não chegaram sequer à Europa e o facto de termos Valkyrie Profile 2: Silmeria já é muito bom, considerando que o primeiro jogo da saga não saiu por cá na PS1. A história deste título gira em torno de duas personagens que habitam num só corpo: Alicia, uma princesa humana e Silmeria, uma valquíria renegada que quer vingar-se dos deuses. Embora partilhe elementos com o primeiro jogo e se passe 200 anos antes dos eventos desse, Valkyrie Profile 2: Silmeria não se relacionada directamente pelo que não é necessário ter jogado o outro de antemão.

Para PS2, isto está brutal.
Logo assim à partida devo dizer que Valkyrie Profile 2: Silmeria é provavelmente o jogo com melhor grafismo na PS2. E consegue bater a concorrência forte que existe com outros excelentes títulos no departamento visual como é o caso de Metal Gear Solid 3 e Final Fantasy XII. Visualmente este jogo é lindíssimo com cenários deslumbrantes, sobretudo as pequenas cidades e vilarejos repletos de detalhe e pequenos pormenores não muito comuns em jogos de PS2. As animações são óptimas, sobretudo dos NPCs que povoam estes locais e têm as suas rotinas (ainda que se repitam), bem como os animais que encontramos e que andam um pouco por todo o lado. A fluidez da acção é também muito boa, atingido 60 frames em certas ocasiões e durante grande parte do tempo. Curiosamente a acção decorre a 2.5D embora o jogo seja completamente tridimensional, com excepção das batalhas que decorrem num ambiente 3D. Os cenários são bastante variados, com locais bonitos a visitar e explorar, desde florestas, templos, castelos, grutas e afins. Infelizmente na versão PAL não existe o modo 480p da versão americana nem o modo 1080i na versão japonesa.

Há que planear a estratégia.
A parte sonora de Valkyrie Profile 2: Silmeria é um bocado hit and miss. Embora o som no geral seja bastante bom, com imensos efeitos sonoros e vozes, mesmo durante as batalhas, o voice-acting é um ponto baixo no seu todo, com performances que deixam muito a desejar e o lip-synch é terrível ao ponto de por vezes as personagens nem sequer mexerem os lábios mas ainda dizem mais duas ou três coisas. A meu ver, era preferível terem deixado o áudio original do que fazerem isto mas na época da PS2 era comum estas coisas acontecerem. E nem mesmo nenhuma voz parece assentar bem nas diversas personagens que vamos conhecendo. Já a banda sonora tem bastantes temas que se adequam à acção e ambiente do jogo, ainda que o mais memorável seja o de batalha e de uma ou outra dungeon onde vamos passar mais tempo.

Os cenários são fabulosos.
Valkyrie Profile 2: Silmeria brilha na parte da jogabilidade e na mecânica dos combates. Como referi acima, a acção decorre num plano 2.5D onde exploramos e interagimos com personagens e inimigos (com estes podemos atacá-los para ter sempre iniciativa em combate). Existem diversos locais por explorar, onde temos uma mecânica peculiar para o fazer. Usamos um projéctil que cristaliza certos objectos e inimigos para podermos chegar a locais de difícil acesso, resolver puzzles ou simplesmente evitar combates desnecessários. Temos ainda um mapa mundo, que nos permite saltar de local em local depois de os termos descoberto. Certas regiões do mapa só são reveladas depois de termos chegado lá através áreas de travessia, que a dada altura se tornam redundantes quando temos acesso a comprar o mapa inteiro da região. Ainda assim são dignas de serem exploradas diversas vezes pelos inimigos e itens que estes largam. O que me deixou mesmo agarrado ao jogo foi o combate. Este decorre num plano 3D onde podemos mover a nossa equipa em qualquer direcção, com um raio de acção que nos permite escolher a melhor estratégia de abordar o combate com o inimigo. Já estes, possuem cones que variam em dimensão e comprimento e que nos indicam a sua área de ataque. Ao chegarmos a um determinado limite podemos atacar com a nossa equipa, cujas personagens estão atribuídas aos quatro botões de face. Sempre que queremos usá-las é só carregar no botão correspondente e assim encadear combos usando a barra de AP em baixo para controlar isto.

No mapa podemos rapidamente chegar onde queremos.
Contudo, podemos separar a nossa equipa em duas partes e assim abordar as coisas de outras formas, ou simplesmente manter as personagens mais fracas distantes do inimigo para poderem participar indirectamente no combate e assim ganhar XP (que é divido por todas as personagens). Mas isto é muito mais complexo do que se possa imaginar, pois podemos atacar inimigos de todos os lados e assim conseguir itens diferentes consoante as partes que conseguimos destruir. Ao destruirmos determinadas partes aumentamos também a probabilidade de entrar em Break Mode, onde a barra de AP é por tempo e podemos atacar o máximo de vezes que conseguirmos dentro desse limite. Outra nuance é enchermos outra barra que se encontra do lado esquerdo e que nos permite usar os ataques especiais para maximizar o dano. Estes ataques especiais só estão presentes em determinadas armas. Já o equipamento é também bastante vasto que com resultados bastante variados uma vez que existe também um sistema de runas que nos permite desenvolver imensas habilidades activas e passivas com diferentes atributos e funcionalidades em combate pelo que convém ir rodando as coisas e não manter sempre o mesmo set.

És grande mas cais depressa.
Algo também peculiar, são as personagens que encontramos e que se juntam à nossa equipa. As que fazem parte da história são aquelas que temos tendência a usar com mais frequência mas este jogo proporciona-nos diversas surpresas neste campo pelo que convém não nos afeiçoarmos demasiado a alguma delas. Contudo é boa ideia fazer grinding com algumas para termos acesso a algum do melhor equipamento que o jogo tem para nos oferecer. Uma das partes mais interessantes recai nos Einherjars, personagens que encontramos os seus espíritos e podemos recrutar para a nossa equipa para mais tarde quando atingem um certo nível as podermos libertar no mundo como pessoas ressuscitadas. Grande maioria deles dão-nos sempre algo em troca, de acordo com o equipamento e nível com o qual foram libertados mas sempre boa ideia não libertar alguns dos mais fortes, ainda que ao recrutarmos estas personagens elas sejam aleatórias dentro de uma selecção restrita. Algo que também mexe muito com os combates são as esferas que encontramos nos vários locais que exploramos e que conferem efeitos tanto à nossa equipa se as carregarmos, como aos locais e inimigos que por aí habitam, sendo que podem ser positivos ou negativos. Estas podem ser "libertadas" com cristais em sítios específicos para depois as podermos usar noutros sítios que não o de origem. Isto permite uma estratégia ainda mais profunda durante a exploração e combate.

Valkyrie Profile 2: Silmeria é sem dúvida um excelente JRPG que me surpreendeu bastante por vários motivos mas acima de tudo pelo sistema de combate complexo mas ao mesmo tempo recompensador. É um jogo bastante difícil quando comparado a outros do género pelo que o grinding é imperativo para se ter sucesso mais à frente. Felizmente existem locais e manhas que podem ser usadas a nosso favor para acelerar este processo. Para os mais persistentes, existe uma dungeon opcional que nada tem a ver com a história e que pode ser acedida a partir do momento em que tivermos gravado pelo menos uma vez em cada save point do jogo. Façam um favor a vocês mesmos e joguem esta pérola, pois não é difícil de arranjar e é baratíssimo tendo em conta o preço de certos JRPGs.  E penso que não é preciso dizer mais nada, este é sem sombra de dúvida um JOGALHÃO DE FORÇA!

MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

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