16 de outubro de 2014

Contra 4 [20th Anniversary]

Que capa tão kickass!
Desenvolvido por: WayFoward Technologies
Publicado por: Konami 
Director: Matt Bozon
Produtor(es): William Oertel, Christopher Watson
Compositor: Jake Kaufman 
Plataforma: Nintendo DS 
Lançamento: 12-12-2007 (EUA), 13-03-2008 (JP) 
Género: Run 'n Gun 
Modos de jogo: Modo história para um jogador ou dois jogadores, Modo Challenge para um jogador
Media: Cartão de jogo com 256Mbit 
Funcionalidades: Gravação de progresso no cartão de jogo
Outros nomes: Contra - Dual Spirits (JP) 
Estado: Completo 
Condição: Impecável 
Viciómetro: Acabei-o várias vezes em Easy e Normal mas apenas uma em Hard.

(So many games, so little time...)

"Carnage" é a palavra certa.
Quando nos anos 90 descobri um pequeno jogo de Game Boy, que pouco depois descobri existir na NES e na SNES, chamado Probotector estava longe de saber que iria tornar-se no meu Run 'n Gun favorito. Mesmo tendo jogado outros tantos do género, há qualquer coisa nesta saga que me faz sempre voltar a jogar quase todos os jogos que a compõem novamente. Mas a Konami deixou-a cair um bocado no esquecimento depois dos flops de PlayStation, ainda que já na era da PlayStation 2 tenha tentado voltar às origens com Shattered Soldier. Mas não era de todo a mesma coisa. Foi preciso a Nintendo DS sair para termos uma verdadeira sequela de Contra III e, para todos os efeitos, prequela de Contra Hardcorps. Contra 4 chegou com toda a força dos clássicos e é sem dúvida o melhor de todos. Dúvidas? Já vão ficar esclarecidas. Este exemplar foi adquirido na Amazon, a um vendedor particular, novo e selado por cerca de 18 euros em Outubro de 2013. Curiosamente o jogo nunca saiu na Europa, sabe-se lá porquê...


Manual, papelada e cartão de jogo.
Contra 4 começou uma onda de hype entre os fãs da saga que deixou muitos em êxtase e outros tantos desconfiados. Afinal de contas, os últimos jogos da saga não eram de todo grande coisa. Por outro lado, quando saiu todos se renderam às evidências: o jogo é espectacular! E a WayFoward realmente soube fazer um Contra à antiga e com tudo o que tornou a série famosa pois afinal de contas, eles também são fãs. A história, como referi acima, insere-se entre dois jogos da era das 16-bit, algures no ano 2638 após a derrota de Red Falcon nas Alien Wars. Depois de um breve período de paz, outro alienígena conhecido, Black Viper decide invadir a Terra e provocar o caos em certas zonas no planeta. Os nossos Contra são enviados para o arquipélago Galuga (onde decorre a acção do Contra original) após detectarem leituras anómalas na zona, para uma vez mais tratarem de salvar o planeta.

O museu tem destas coisas.
O grafismo de Contra 4 é um verdadeiro tributo aos 16-bit, tanto os da Nintendo como os da Sega. Tudo se mexe de forma perfeita, rápida e fluída, com imensos sprites ao mesmo tempo no ecrã e sem sinais de slowdown de espécie alguma. Os visuais são bastante coloridos e vibrantes, com uma variedade cénica bastante diversa, desde selvas, grutas, cidades passando até mesmo pelas entranhas de um alienígena gigantesco. As animações são excelentes e dá gosto ver tantos conjuntos de pixeis a passearem-se pelos dois ecrãs da DS, onde a acção decorre em simultâneo, coisa que requer o dobro da nossa atenção.

Este boss cresceu um pouco.
Para manter a qualidade global, a banda sonora ficou a cargo de Jake Kaufman conhecido pelo seu trabalho em Shantae e por ter fundado o site VGmix onde estão disponíveis imensas faixas conhecidas, devidamente remixadas. Em Contra 4, algumas das faixas originais foram remixadas em toda a sua glória e outras tantas são completamente novas, mas conseguem manter a mesma sonoridade dos clássicos, tornando este jogo num verdadeiro deleite auditivo. Em Hard, somos presenteados com um remix da Jungle Theme no primeiro nível. O som é também igualmente excelente em toda a sua extensão, desde os pequenos efeitos sonoros até às vozes digitalizadas das personagens.

Corredor da morte.
Na parte jogável, Contra 4 vai buscar muito a Contra III e por algum motivo o faz. O controlo das personagens é simples, sólido e rapidamente se entra no espírito. Podemos levar duas armas, das já conhecidas, que podem ser actualizadas ficando ainda mais fortes. E se for caso disso, podemos deixá-las cair para o outro jogador apanhar ou simplesmente quando estamos prestes a morrer, evitando assim perder mesmo a arma. A arma standard, ao contrário do que foi implementado em Contra III e Operation C, é o famoso pea shooter do jogo original. Por outro lado foi introduzido o Grappling Hook que nos permite agarrar a certas plataformas, conferindo uma certa dinâmica à jogabilidade, uma vez que isto é utilizado ao longo do jogo não só para passarmos de um ecrã para o outro mas também em certos bosses.

Este bicho é grande e rápido.
Como referi inicialmente, a acção decorre em simultâneo nos dois ecrãs, pelo que temos de estar sempre atentos e ter reflexos rápidos, especialmente no que diz respeito a evitar fogo inimigo. O único senão disto é existir uma dead zone (o espaço físico entre os mesmos) entre os dois ecrãs, que o jogo não ignora, ou seja, quando um tiro sai de um ecrã não aparece logo no ecrã a seguir e isto pode originar muitas mortes frustrantes, especialmente em Hard. A dificuldade da saga é épica como todos sabem e em Contra 4 não deixaram as coisas por mãos alheias. Em Easy nem sequer chegamos a jogar os 9 níveis do jogo, que se dividem entre 2D e alguns em 3D view, fazendo alusão ao original e contando com algumas surpresas. Em Normal, a dificuldade aumenta consideravelmente, com mais inimigos no ecrã e projecteis mais rápidos, podendo o jogador chegar ao verdadeiro boss final e ver o final bom. Em Hard, é um verdadeiro desafio aos sentidos e sanidade mental, pois é tudo mais rápido e em maior quantidade. Aqui podemos ver o verdadeiro final do jogo.

Chamem a Ripley!
Obviamente podemos fazer batota, até mesmo de duas maneiras. Uma passa pelo Konami code que é introduzido de uma maneira ligeiramente diferente e nos dá 30 vidas. Outra passa por um glitch presente nesta versão americana, que pode ser accionado no primeiro nível mas obedece a certos parâmetros e dá mais trabalho do que introduzir o Konami code. Contudo, o glitch dá-nos 99 vidas. De qualquer modo, o giro de Contra 4 é ir jogando e ir conhecendo o layout dos níveis e onde estão os inimigos fixos. Sim, porque os restantes são aleatórios e mudam consoante a dificuldade. Ao final de muitas rondas começamos a ficar bons no jogo e a derrotar bosses que julgávamos impossíveis quase sem pestanejar. E isto é apenas o Arcade Mode. Existe ainda o Challenge Mode, baseado no Arcade, onde temos de ultrapassar certos desafios, como matar X inimigos com Y tiros, chegar ao final da área dentro de um tempo limite ou simplesmente passar uma área sem poder disparar nem um tiro. Há desafios para todos os gostos e certamente vão querer completar o maior número deles pois estes desbloqueiam os extras.

Foguetões e aliens, só em Contra!
E este Contra 4 está recheado de extras, desde uma entrevista a Nobuya Nakazato (director de Contra III), comic books digitais de Contra III e 4, um museu com a história da saga, um sound test e claro, duas versões emuladas de Contra e Super C, na NES! A emulação não é perfeita mas é bastante jogável, ainda que não permita jogar a dois o que é pena. Por outro lado, o jogo presenteia-nos com um grande rol de personagens, começando por Bill Rizer e Lance Bean, passando depois para os homónimos Mad Dog e Scorpion, os Probotector's RD008 e RC011, as versões SNES de Jimbo e Sully e para terminar Lucia de Shattered Soldier e Sheena Etranzi de Hardcorps.

A crua verdade.
Já me alonguei para lá do que pretendia mas Contra 4 é tão bom e está tão recheado de coisas boas que é impossível não tentar falar de tudo. Este é o derradeiro jogo que todos os fãs da série devem ter na colecção e é quase um crime não o ter.

Agora já sabem porque razão o considero o melhor de todos e sem dúvida um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: mais uma cidade utópica, na PS3.


MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

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