26 de outubro de 2013

Alien Resurrection


O nosso amiguinho, sempre bonito.
Desenvolvido por: Argonaut Games
Publicado por: Fox Interactive
Produtor(es): Peter Cesario, Erik Larson, Gary Sheinwald
Designer: Paul Crocker
Artista(s): Duncan Brown, Guillaume Camus, Adam Hill
Plataforma: PlayStation
Lançamento: 10-10-2000 (EUA), 01-12-2000 (EU)
Género: First Person Shooter
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: CD-ROM
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Card (2 Blocos), Compatível com Controlo Analógico, Compatível com Função de Vibração, Compatível com PlayStation Mouse
Estado: Completo
Condição: Boa, com algumas marcas de utilização
Viciómetro: Acabei-o duas vezes, ambas a recorrer a cheats devido à elevada dificuldade, coisa que detesto fazer.

(Pelo menos hoje não chove...)

Sem autocolantes!
Para encerrar este mini ciclo dedicado ao Halloween, nada melhor do que levar a coisa para os confins do espaço onde ninguém nos pode ouvir gritar. Já adivinharam? É fácil. Baseado no seu homónimo do grande ecrã, Alien Resurrection é um exclusivo lançado para a PlayStation em 2000, onde podemos reviver os alguns eventos do filme na consola da Sony. Digo alguns porque é a verdade. Como é normal, jogos baseados em filmes e vice versa costuma dar mau resultado mas neste caso a coisa até foi minimamente bem conseguida. Passando a factos concretos, este exemplar só chegou à colecção este ano, tendo vindo directamente do eBay por qualquer coisa à volta dos 10 euros (um agradecimento ao João Salema). Sendo usado apresenta algumas marcas de utilização mas nada de grave ou muito  notório, funcionando a 100%.


Tal como no filme, encontramo-nos a bordo da USM Auriga, um colosso de nave espacial que foi infestado por xenomorfos (palavra tão fofinha), fruto de pesquisas manhosas por parte de cientistas abelhudos. Obviamente, mesmo com marines e afins, nada dá conta deste problema e terá de ser o clone de Ripley e alguns dos seus recém-adquiridos parceiros a tratar da situação. O resto é pew, pew, pew, como é habitual neste tipo de jogo.

Manual e disco.
Alien Resurrection é um título ambicioso e isso começa pela parte gráfica. Visualmente apesar de não ser impressionante, ou de sequer está ao nível de Quake II a título de exemplo, mostra ser competente o suficiente para nos proporcionar um excelente ambiente que consegue ser mais claustrofóbico do que o filme (o que não era difícil). Andar pelos corredores da USM Auriga é uma experiência aterradora em certas partes mas muito monótona noutras pois parece tudo igual e com muito poucas diferenças nas diferentes áreas que a compõem. Os inimigos dividem-se entre hordas de aliens e humanos, com  a sua dose de sintéticos, que em ambos os casos não estão dotados das animações mais graciosas de sempre. Ok, os aliens por vezes vêm dos sítios mais inesperados e até andam pelas paredes/tectos mas não é algo que impressione. O ambiente proporcionado pelos visuais, no entanto, resulta bem fruto de certos toques cinemáticos como luzes intermitentes, uma porta a abrir e fechar ou simplesmente a escuridão de certas zonas (também utilizada para esconder glitches gráficos). As cutscenes são em CG e não primam pela qualidade mas funcionam.

One down... X to go!
Sonoramente, Alien Resurrection tem um carisma próprio que o torna excelente em certas partes. O som ambiente predomina ao longo de toda a acção, não existindo música de espécie alguma e é sem dúvida uma experiência única e aterradora. O mais pequenino som é o suficiente para nos deixar com o nervoso miudinho pois é sempre sinónimo de problema. E quando digo isto não estou a gozar, é mesmo verdade! O som neste jogo é o mesmo que dizer "dobram a esquina a correr e é morte certa". O pior mesmo é quando ouvimos aquele pequeno barulhinho de passos apressados que denuncia a presença de um facehugger, ou pior, vários facehuggers, prontos para nos impregnarem à bruta. É uma sensação horrível mas ao mesmo tempo óptima em termos de efeito provocado no jogador. O voice-acting existente empresta muito do filme, contando com algumas participações como é o caso de Gary Dourdan.

Isto vai acontecer demasiadas vezes...
O grande alvo das críticas negativas foi sem dúvida a jogabilidade. E percebe-se porquê pois o esquema de controlo que vem por defeito é péssimo. Lembro-me perfeitamente que quando peguei neste jogo pela primeira vez, após ter jogado Medal of Honor e Quake II na PlayStation (ambos excelentes títulos), vi-me grego para atinar com o controlo da personagem. O posicionamento do botões não tem lógica mas felizmente, podemos configurar o comando ao nosso gosto e o jogo até é bastante liberal neste aspecto. Com um esquema mais CoD like, e os analógicos calibrados em termos de sensibilidade, Alien Resurrection é bem jogável mas continua a não ser perfeito. As personagens movimentam-se de forma "realista" para a altura, o que a meu ver era escusado. Era preferível algo mais à antiga mas adiante. Também se pode utilizar o rato da PlayStation mas como é de calcular, tal  não me foi possível. Outro problema, é a dificuldade. Digo problema pois aqui não é uma questão de hábito ou de nos tornarmos bons neste jogo, é mesmo o jogo ser excessivamente difícil a partir do nível 4 para a frente. Podemos andar a poupar em munição, medkits e afins mas quando chegamos a este ponto, tudo desaparece em menos de nada e depois kaput.

Já jogaram Operação? É semelhante...
Tudo isto leva-me a crer que não houve aqui um teste para contrabalançar as coisas. Há demasiados inimigos, com demasiada vida (especialmente os ovos), que levam demasiados tiros até morrerem e não há quase munição nenhuma em quantidades elevadas para todas as armas. O mesmo se aplica ao medkits e seus derivados. Quando pensamos que temos muitos, em menos de nada somos obrigados a utilizá-los todos para não termos de fazer reload ao último checkpoint por onde passámos. Ah, e aqui é à antiga, para gravar o progresso temos de ir até pequenos terminais que se encontram em pouca quantidade espalhados pelos níveis. E por vezes estão demasiado perto uns dos outros mas também podem estar a quilómetros de distância, aumentando a frustração do jogador. Se jogarmos em Hard então, é quase pedirem para nos suicidarmos pois só podemos efectuar um save em cada terminal. Sim, leram bem UM save! E os inimigos matam-nos ainda mais rápido. Podemos sempre recorrer à batotice mas até esta é cruel ao ponto de não nos deixar começar os níveis com as armas todas (só temos acesso às que se encontram no nível).

Ácido, ácido everywhere!
Alien Resurrection difere bastante do filme em várias coisas e uma delas é o facto de assumirmos não só o papel do clone de Ripley mas também Call, DiStephano e Christie, coisa que não seleccionamos pois cada uma assume o seu papel consoante o nível que estejamos a jogar. As diferenças são apenas em termos de armas, pois cada um tem um layout específico (Christie por exemplo usa duas pistolas). As armas, com uma ou duas excepções, são as do filme mas o gozo de as usarmos é reduzido pela já referida escassez de munição. As pistolas, contudo, têm munição infinita mas o estrago provocado pelas mesmas é tão pouco que evitamos recorrer às mesmas a menos que estejamos a jogar com Christie. O pormenor mais caricato é sem dúvida podermos ser infectados pelos facehuggers mas não morrermos logo como é o caso noutros jogos. Neste apenas ficamos com uma barra de progresso que vai decrescendo, anunciando a nossa morte. Para evitarmos isto, temos de utilizar um Portable Autodoc que nos permite, tal como o nome sugere, remover o bichinho e continuar a nossa demanda. Obviamente, este item não é algo que apareça em quantidade. Já os facehuggers vêm em manadas, literalmente e quando pensamos que já matámos todos, aparece sempre mais um vindo sabe-se lá de onde para terminar a tarefa. Normalmente quando isto acontece, já não temos Portable Autodocs connosco. Este jogo é diabólico.

Yep, eles andam pelos tectos.
A título de curiosidade, este jogo era para ter sido um survival horror ao estilo de Resident Evil (lembro-me das primeiras imagens disto) mas a ideia foi abandonada em detrimento de um FPS. Era também suposto ter sido lançado em PC e Saturn mas ambos foram cancelados. Mais tarde seguiu-se a versão de Dreamcast a ser cancelada o que o torna num exclusivo da Sony.

Bom, com tudo isto ficam com a ideia que Alien Resurrection será certamente um jogo a evitar mas não é de todo verdade. Em Easy até se consegue tolerar, apesar de também não ser pêra doce, mas em Normal e Hard é de malucos pois nem com cheats se vai lá à primeira. Eu diria que este é mesmo só para os fãs acérrimos da saga e como tal é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Em breve voltamos às turras com deuses, na PS3. :)
 
MURRALHÕES DE FORÇA:
 
 

2 comentários:

  1. Não te sintas mal, eu também tive de recorrer à batotice para acabar isto precisamente pelas mesmas razões que referiste

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    1. Só prova que os programadores nem devem ter testado isto ou então são todos hardcore retro gamers. xD

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