Bom artwork. |
Publicado por: Konami
Director: Jose Luis Márquez
Produtor: David Cox
Argumentista(s): Jose Luis Márquez, David Cox
Plataforma: Nintendo 3DS
Lançamento: 05-03-2012 (EUA), 08-03-2012 (EU), 20-03-2012
(JP)
Género: Acção, Aventura, Plataformas
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Cartão de jogo com 2GB
Funcionalidades: Gravação de progresso no cartão de jogo (2
Slots)
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o uma vez em Normal.
(E o bom tempo permanece, até ver.)
Atrás é mais texto que outra coisa. |
Como manda a regra, a época do Halloween aproxima-se e como
tal nada melhor do que entrar no espírito. Embora seja uma tradição americana,
deve ser das poucas que gosto pelo ambiente e monstruosidades. Escolhi então um
jogo alusivo ao tema que não é nada mais, nada menos do que Castlevania: Lords of Shadow - Mirror of Fate, a sequela directa do primeiro jogo que iniciou um
reboot nesta já velhinha e longa saga, tão amada pelos fãs. Obviamente o dito
reboot teve uma recepção mista, com uns a aplaudirem e outros tantos a dizerem
raios e coriscos. A minha opinião? Leiam a análise ao primeiro jogo e ficam a
saber. Quanto a este, vão já ficar a saber tudo mais abaixo. O exemplar em
questão foi adquirido logo no seu lançamento, por cerca de 35 euros na Fnac do
Almada Fórum. Não, não era preço de lançamento, eu é que usei um vale de
desconto de 10 euros...
Cartão de jogo, manual e papelada diversa. |
Castlevania: Lords of Shadow - Mirror of Fate começa por ter
um nome longo pelo que ao longo desta breve exposição vou apenas referir-me ao
mesmo apenas pelo subtítulo. Após os eventos do primeiro jogo, seguimos a
história de Trevor Belmont, filho de Gabriel (o Belmont do jogo anterior),
Simon Belmont, filho de Trevor e Alucard, o sobejamente conhecido filho de Drácula.
Obviamente, os seus destinos estão todos interligados e é Simon o que tem mais
destaque pois este procura desde pequeno vingar-se de Drácula, o responsável
pela morte dos seus pais. O fragmento do espelho deixado pelo seu pai tem a
resposta a todas as suas perguntas e vai ser crucial ao longo desta demanda.
Os Belmont sempre foram adeptos do swing. |
Já se conhece o poderio gráfico da 3DS através de certos
jogos como por exemplo Resident Evil Revelations (anteriormente analisado) o que
nos leva a querer ver algo nesse patamar em quase todos os jogos. Mas a verdade
é que são poucos os que lhe fazem jus visualmente e este Mirror of Fate fica um
pouco atrás nessa corrida. Visualmente é um jogo agradável, atmosférico, com
uma mística bastante característica mas não é algo que se possa considerar de
topo. O grafismo 3D apesar de bom em
certas partes, noutras é menos atraente e os modelos das personagens e inimigos
podiam ser bem melhores em termos de concepção. Parece que tudo precisa de ser
limado nas arestas e remete-nos para uma era onde tudo era mais quadrado e bruto.
Podiam ter-se esmerado neste campo e não o fizeram. Outra coisa que me fez
confusão foi a utilização de algumas cutscenes em cel shading ao passo que o
jogo não utiliza esta técnica no seu decorrer. Digo algumas pois outras
utilizam o grafismo normal. Se calhar mais valia terem utilizado cel shading no
jogo todo, na minha opinião teria ficado bem melhor. A animação é fluída q.b.,
sem grandes entraves na acção, que decorre toda no ecrã superior, sendo o
inferior para o mapa de restantes menus. O efeito 3D é bom em certas partes mas
noutras parece não surtir grande efeito, pelo que recomendo que o desliguem
(faz bem tanto aos olhos quanto à bateria da consola).
Espelho meu, espelho meu... |
A banda sonora num jogo da saga Castlevania é sempre algo
memorável mas no caso deste Mirror of Fate parece que me passou bem ao lado
pois não me recordo assim de nenhum tema em particular. A música é algo
bastante importante em qualquer jogo, sobretudo numa saga deste calibre mas
parece que se esqueceram disso. Algumas zonas tem faixas a condizer, outras
optam pelo som ambiente mas o espírito da saga parece não estar presente. O
voice-acting está bom, à semelhança do jogo anterior contando com nomes como
Robert Carlyle (que volta como Gabriel/Drácula), Alec Newman (entrou na
adaptação para TV de Dune) e Richard Madden (o Robb Stark de Game of Thrones).
Existe contudo uma voz que me irrita particularmente, a de Simon (Alec Newman),
que tem um sotaque de highlander estupidamente irritante e carregado, o que o
faz parecer um grunt saído de um brawler qualquer. Fora isso, a componente
sonora no geral está adequada ao jogo.
Pow! Right in the kisser! |
Tal como referi inicialmente, o jogo opta por visuais 3D mas
joga-se num plano 2D (aquilo a que actualmente se chama 2.5D). Para quem
esperava um título como os de GBA e NDS, a desilusão poderá ser muito grande
pois Mirror of Fate não partilha nada com esses jogos. A jogabilidade é
parecida à de Lords of Shadow (ou God of
War se preferirem), adaptada para o plano bidimensional. Quero com isto dizer
que têm dois ataques (forte e fraco), botão de defesa/parry/dodge, contando ainda com os respectivos botões de salto/recovery, arma secundária (as
do costume nesta saga) e magia (que difere consoante a personagem). Os combates
com os inimigos são mais um teste de timing (e por vezes paciência no que
concerne a certos bosses) do que outra coisa. Podemos recorrer ao button
mashing mas isso não resulta muito bem. A ideia é mesmo defender e
contra-atacar com combos rápidos ou poderosos, algo que se vai desbloqueando ao
longo do jogo. A nossa personagem vai evoluindo de nível, podendo também
evoluir a vida e magia mas isto é bastante limitado pois o level cap é muito
reduzido (nível 18 é o máximo se a memória não me falha).
A família não se entende... |
A exploração do castelo e demais áreas é feita de forma
parecida à dos jogos de GBA/NDS, com várias zonas e segredos por descobrir.
Podemos deixar notas no mapa do ecrã táctil para mais tarde investigarmos
quando tivermos os itens/magia necessários. Porém isto não prolonga assim tanto
a vida deste jogo. Com três personagens jogáveis (quatro se contarmos com o
prólogo onde controlamos Gabriel) o jogo deveria revelar-se grande mas não é o
caso. Após termos concluído o "cenário" de uma das personagens,
avançamos para o próximo capítulo sem hipótese de voltarmos atrás caso nos
tenhamos esquecido de explorar o mapa a 100%, coisa que só podemos voltar a
fazer depois de termos acabado o jogo, via chapter select. Também não existe
grande diferença entre as personagens a não ser alguns poderes/magia e alguns
combos, o que torna a experiência pouco variada em termos de combate e até
puzzles. Um bocado irritante, diria eu, são os pequenos mas constantes loadings
entre as salas, coisa que não era tão notória em jogos antigos. Outra coisa com
a qual não me conformo é não terem incluído um boss rush mode. Será pelo facto
de não serem assim tantos como nos jogos antigos? Seja como for não é desculpa,
ficava bem ter este modo até porque alguns combates são divertidos (e outros
são bem frustrantes). A título de curiosidade, o jogo foi desenvolvido em HD,
já a pensar nas consolas caseiras e depois fizeram a passagem para a 3DS. Terá
sido boa ideia? Quem sabe...
O mapa continua igual a si mesmo. |
Em suma, Mirror of Fate não é bem o Castlevania portátil que
a maioria dos fãs queria ver na 3DS (eu incluído). Talvez a Konami devesse
continuar o excelente trabalho que tem feito ao longo dos anos neste
departamento em vez de deixar a MercurySteam controlar os cavalos. Não quero
com isto dizer que este estúdio tenha feito um mau trabalho, aliás, o primeiro
jogo do reboot é excelente e tenho a certeza que Lords of Shadow 2 será ainda
melhor mas quando se trata de 2D, por favor mantenham-se fiéis às raízes! E a
portátil da Nintendo merece um jogo à altura. Konami, se houver "próxima
vez" tragam algo ao estilo de SOTN. Será que recomendo este jogo aos fãs?
É óbvio que sim mas esperem pela versão HD que vai sair em breve, juntamente
com o Lords of Shadow, respectivos DLC's e demo do segundo jogo. E é isto, Mirror
of Fate é um JOGALHÃO DE FORÇA que poderia ter sido bem melhor.
Brevemente iremos regressar a uma cidade bem conhecida. ;)
MURRALHÕES DE FORÇA:
Valeu a pena comprá-lo?
ResponderEliminarSe gostas de Castlevania e não odiaste o Lords of Shadow, este até se joga bem. Agora recomendo a versão de 3DS em vez da versão HD (que parece tudo menos HD).
EliminarO problema é que é um jogo que tenta fazer sucesso na sombra de Symphony of the Night, aí não tem como não fazer comparações e diminuir o valor dele.
EliminarDificilmente o consideraria como um produto a viver à custa do sucesso dos antigos. No meu ver, é mais algo novo e reformulado que poderá desagradar a alguns fãs da saga. Pessoalmente, até gostei do que fizeram mas não o considero um jogo indispensável.
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