20 de dezembro de 2013

Dead Space 3


Capa pouco inspiradora.
Desenvolvido por: Visceral Games
Publicado por: Electronic Arts
Produtor: Steve Papoutsis
Compositor(es): Jason Graves, James Hannigan
Motor gráfico: Visceral Engine
Plataforma(s): PlayStation 3, Xbox360, PC
Lançamento: 05-02-2013 (EUA), 08-02-2013 (EU)
Género: Survival Horror, Third Person Shooter
Modos de jogo: Modo história para um jogador, Multiplayer online co-op para 2 jogadores
Media: BluRay
Funcionalidades: Gravação de progresso no disco rígido da consola (5MB mínimo), Suporte HD 720p, 1080i, 1080p, Compatível com DualShock 3, DLC adicional
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o uma vez na dificuldade normal.

(Não quero o Natal, quero o Verão!)

Mas sem autocolantes feios.
Há jogos que nos surpreendem pelos mais diversos motivos, sejam eles a nível técnico, artístico ou o mais importante, a nível jogável. Muitos desses começam do nada, inspirados em tantos outros famosos que desenvolveram géneros ou criaram conceitos de jogabilidade nova proporcionando novas experiências. Desses, alguns ficam-se pelo primeiro, outros almejam evoluir o que já foi feito e vão mais além até ao segundo e mesmo ao terceiro, culminando naquilo a que já conhecemos como trilogia. Mas há um dilema constante. O que por norma começa bem, não acaba necessariamente bem. A saga Dead Space é um exemplo claro disso. O primeiro foi fabuloso, o segundo elevou um pouco mais a fasquia mas o terceiro caiu na redundância e nos erros crassos que se cometem nesta indústria. E vão já a ficar a saber porquê. Este meu exemplar foi adquirido na Amazon, em Maio de 2013 por cerca de 20 euros.


Papelada e disco.
Dead Space 3 é o último capítulo desta saga de terror espacial que nos leva até aos confins do espaço na pele do conhecido engenheiro Isaac Clarke, que uma vez mais, tem a seu cargo eliminar a ameaça Necromorph de uma vez por todas. A aventura leva-nos até ao planeta Tau Volantis onde, invariavelmente, existem vestígios de uma antiga colónia e obviamente de um famigerado Marker. No entanto, não estamos sozinhos na nossa demanda visto termos a ajuda do nosso companheiro, o sargento John Carver que também tem a sua quota parte nesta trama.

O novo passatempo.
No campo visual, Dead Space 3 continua a apostar no mesmo Visceral Engine, com alguns tweaks, para nos presentear com uns visuais interessantes e agradáveis, que neste terceiro jogo são mais variados, sobretudo porque temos mais cenários exteriores onde as condições atmosféricas parecem criar o ambiente adequado, com diversos efeitos visuais bem conseguidos mas sem serem nada de extraordinário. Mas confesso que me aborrece ver tanta neve em tanto jogo e este Dead Space 3 por vezes fez-me sentir num Lost Planet (no pun intended). De resto, se tiverem jogado os anteriores já têm uma boa ideia do que esperar dos demais visuais.

Lembram-se deste senhor? Continua chato!
Passando agora à sonoridade, o mesmo tipo de abordagem dos jogos anteriores é aqui utilizado de forma concisa e inteligente, sobretudo tudo o que concerne aos efeitos sonoros pois a ideia é assustar e criar tensão no jogador. Nesse campo, Dead Space 3 consegue algum mérito, se bem que muito menos do que nos jogos anteriores. Mas a culpa não é do som e sim da mecânica. Ainda assim, a banda sonora passa por um misto de música composta pelo mesmo senhor do primeiro e segundo, com uma qualidade impecável, e o habitual som ambiente que é imperativo neste género. O voice-acting continua bom, com bastante diálogo entre as personagens quando a acção assim o exige e os habituais grunhidos e gritos da canalha que desmembramos.

O truque é retalhá-los.
Até aqui parece tudo bem mas Dead Space 3 falha um bocado no ponto que considero fulcral em qualquer jogo, a sua mecânica e consequentemente a jogabilidade. Os anteriores não eram nenhuma obra prima neste campo mas funcionavam bem e sem entraves. Este opta por uma abordagem diferente, até porque o jogo foi pensado com a componente de co-op em destaque. Sim, leram bem co-op num jogo que era suposto ser um survival horror. Assim perde-se o encanto dos seus antecessores e dá-se início uma espécie de híbrido entre third person shooter e survival horror, onde podemos jogar online com alguém (não há opção de split screen sequer). Com isto, a jogabilidade sofreu algumas alterações, existindo agora um botão para rebolarmos em várias direcções, de modo a fugirmos ao fogo inimigo (sim, há humanos vivos para matarmos). Outra novidade, que mais valia não o ser, é o sistema de cover que temos de usar se quisermos sair vivos de alguns confrontos. Este sistema não é nada abonatório para o jogo e funciona um bocado mal quando comparado a outros jogos.

Lixo, lixo everywhere! Até no espaço.
O modo co-op até é interessante pois dependendo da personagem que usarmos, temos acesso a certos eventos como por exemplo alucinações que o outro jogador não vê mas presencia o nosso comportamento estranho. Por outro lado, nem sempre estamos juntos lado a lado, sendo que três side quests do jogo só são possíveis de realizar neste modo. Sim, side quests, outra das novidades que Dead Space 3 trouxe mas que de certo modo já existia nos anteriores sem ter de se evidenciar. De resto podemos fazer o resto do jogo sozinhos.

Estas partes eram dispensáveis.
Isaac continua a utilizar o seu RIG, os vários fatos com diversas características distintas e o mesmo sistema de inventário, embora existam algumas alterações como por exemplo a munição agora ser única. Isto deve-se ao facto de se ter modificado o Bench do jogo anterior, que agora se apresenta como Weapon Bench e nos permite criar uma panóplia considerável de armas com attachments e diversas combinações interessantes de firepower. Isto talvez seja o melhor que Dead Space 3 se lembrou mas se forem como eu, vão dar por vocês a criar as armas clássicas dos jogos anteriores e a usá-las como se não houvesse amanhã. Obviamente, a criação destas armas faz-se com base em diversos itens que encontramos espalhados pelo jogo, ainda que os possamos comprar com dinheiro real, algo a que a EA chama de micro-transacções e é uma maneira nojenta de explorar o consumidor. Já não bastava pagar por DLC's e agora isto! Mas o reverso da medalha é que podemos farmar estes itens em certas salas onde o respawn do mesmo se faz em curtos intervalos e é completamente aleatório. Nada que em uma hora ou duas não se consiga.

Se ele o diz, não se questiona!
E com isto chego assim ao final desta abordagem a um jogo que me desiludiu um bocado devido a todas estas mudanças. Quando uma coisa está boa, não se altera. E se realmente existe necessidade de se alterar, então façam-no de forma inteligente. Se do primeiro para o segundo conseguiram, porque razão não conseguiram do segundo para o terceiro? Se calhar já não havia mesmo nada a mudar. Mesmo com todos estes "defeitos", por me ter entretido, é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Volto em breve na 3DS com pancadaria. :)

MURRALHÕES DE FORÇA:
 
 

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