4 de setembro de 2015

E.X. Troopers

Sakura... és tu!?
Desenvolvido por: Capcom, Hexadrive (Versão PS3)
Publicado por: Capcom
Motor gráfico: MT Framework 2.0
Plataforma(s): PlayStation 3, Nintendo 3DS
Lançamento: 22-11-2012 (JP) 
Género(s): Acção, Third Person Shooter
Modos de jogo: Modo história para um jogador, Modo co-op online para até quatro jogadores
Media: Blu-Ray Dual Layer (50GB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no disco rígido (2768KB Mínimo) Compatível com função de vibração, HD 720p
Estado: Completo
Condição: Impecável 
Viciómetro: Acabei-o uma vez mas não conclui todas as missões co-op pois são difíceis e o matchmaking não é famoso.

(Hoje não tenho nada a declarar...)

Informação perti... imperceptível!
Spinoff é um termo bastante empregue nos dias que correm até porque parece ser moda pegar em elementos de jogos já existentes e transformá-los em algo novo. Não tenho nada contra, se fizerem bem o trabalho e mancharem o bom nome dos originais. Na verdade não tinha assim memória de um spinoff que me tivesse feito gostar assim tanto dele até descobrir o jogo que trago até aqui hoje. Descobri-o na internet, através de notícias, vídeos e por aí fora, pouco antes de ser lançado e aguardava com alguma expectativa que o mesmo tivesse um lançamento ocidental coisa que até à data de hoje não aconteceu (e tenho dúvidas que aconteça). Assim sendo, sabendo que a PS3 não tem region lock lá decidi pedir a um amigo meu para me mandar vir isto do eBay por cerca de 30 euros, novo e selado, algures em 2013 se a memória não me falha. E foi uma boa surpresa...


Manual e disco.
E.X. Troopers é nada mais nada menos do que um spinoff de uma conhecida saga da Capcom que dá pelo nome de Lost Planet e conta com três jogos. Mas estes três jogos não conseguiram sair do mediano em termos de história, jogabilidade e qualidade geral, embora sejam os três bastante distintos mantendo contudo um fio condutor e semelhanças óbvias. E.X. Troopers optou por manter alguns elementos base e quebrar com tudo o resto. A história é um anime puro e duro, do mais shounen possível onde seguimos a história de Bren Turner, um jovem piloto de uma academia/escola/base militar em EDN III que a dada altura se vê perante uma descoberta que lhe vai mudar a vida no meio das suas missões contra os Snow Pirates, Akrid e afins. Isto é o mesmo que dizer, encontrou um Vital Suit especial que parece saído de Zone of the Enders, uma misteriosa rapariga shaman na neve e uma força inimiga que tem planos para tudo isto. Não podia ser mais diferente dos originais do que isto.

Shoryuk-... nope!
Visualmente adorei este jogo. Em vez de cutscenes somos presenteados com uma espécie de manga animado, onde seguimos a história (dentro do nosso conhecimento de japonês) não só visualmente mas também sonoramente pois praticamente todos os grandes diálogos são falados. Este foi um dos entraves à localização deste jogo no ocidente pois todo o texto é hardcoded ou seja, são imagens e não caracteres que facilmente se podiam substituir. O grafismo é todo ele em cel shading dando todo aquele aspecto de anime, sobretudo nas batalhas mais intensas onde até os efeitos sonoros aparecem escritos no ecrã, tudo isto a uma velocidade e fluidez incríveis, coisa que não se assemelha sequer a nenhum dos outros jogos da saga Lost Planet. As animações são excelentes, sejam das personagens ou dos inimigos, especialmente os Akrid enormes que povoam o planeta, bem como dos próprios Vital Suits.

Quanto maior for, maior a queda!
A sonoridade de E.X. Troopers é no mínimo viciante. Aliás, é de tal modo viciante que até a costumo utilizar nos meus vídeos para o canal do JDF no YouTube! Toda a acção, estejamos na base ou em combate é sempre seguida por música, alguma bem ritmada estilo dance electrónica, outra mais virada para o j-pop com letra a condizer. Parecerá estranho estar no meio de um combate aceso a ouvir j-pop mas ao final de algum tempo até estranhamos se assim não o é. O voice-acting é impecável e sem falhas, com imensos diálogos entre montes e montes de personagens, diálogos estes que na sua maioria não são compreensíveis à grande maioria dos jogadores ocidentais mas que curiosamente, para quem gosta e segue a cena anime, consegue apanhar alguma coisa da conversa. Afinal de contas, sempre se vão aprendendo expressões e palavras a ver anime há tantos anos!

Exacto, é mesmo isso!
Existem muitas semelhanças com o outros jogos no campo da jogabilidade, embora tenham sido modificadas e melhoradas algumas coisas. A acção é mais rápida, intuitiva e frenética, tornando o jogo bem mais amigável e apetecível do que qualquer um dos outros. O controlo é de fácil aprendizagem, sem grande margem para falharmos seja em que situação for. Já a mecânica assenta numa espécie de hub, que neste caso começa na academia onde podemos começar a fazer missões de história bem como uma enorme miríade de sidequests que nos são facultadas por vários dos imensos NPC's que povoam a área. À medida que avançamos na história, abrem-se duas novas bases com mais disto para se ir fazendo bem como a possibilidade de jogar em co-op online com mais três jogadores em  missões específicas (e bem difíceis) para o efeito. Podem tentar sozinhos mas a IA da nossa equipa não aguenta muito tempo contra tamanha investida.

Um dia na escola...
Convém explorar bem as bases para se encontrarem não só sidequests como outros objectos que nos auxiliam na nossa demanda. O mesmo se aplica nas zonas de combate, é aconselhável cobrir o máximo de terreno para se encontrar tudo o que é necessário para podermos evoluir novas armas e equipamento. Digamos que algumas destas coisas demoram o seu tempo, pois implicam desenvolvermos um certo nível de relacionamento com os NPC's, cumprir certos objectivos muito específicos e derrotar inimigos mais difíceis do que o normal. A parte dos Vital Suits é também mais interessante pois para além de podermos controlar aqueles que vimos no primeiro jogo da saga, temos acesso ao tal Vital Suit que referi inicialmente, de nome Gingira e que parece ter saído de ZOE. Digo isto pois o seu design é mais virado para o mecha humanóide e acima de tudo tem uma IA que lhe confere uma identidade bastante concisa tornando-o assim numa importante personagem.

Não, não é o Jehuty.
Embora o jogo esteja completamente em japonês não é motivo para se assustarem. A história é relativamente simples e fácil de acompanhar sem legendas e sem que se percam quando toca a cumprir objectivos pois é tudo muito intuitivo. No que toca aos menus, idem aspas, é tudo muito simples e de fácil compreensão mesmo para os não nativos da língua. Pessoalmente não tive nenhuma espécie de problema ou contratempo neste campo durante as 50 horas que o jogo me demorou e acreditem que valeu cada minuto. Só é pena a 3DS não ser region free senão acho que comprava também essa versão só para o jogar fora de casa. Com isto tudo, espero que tenham ficado com boa impressão desta hidden gem e façam o favor de a adquirir se forem fãs do género/saga. Acha-se bem baratinho nos dias que correm e portanto não há desculpa para não ter na vossa colecção este JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: uma aventura de espionagem e infiltração na PS3.

MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

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