18 de março de 2019

Super C

A arte desta saga é excelente.
Desenvolvido por: Konami
Publicado por: Konami
Designer: Shigeharu Umezaki
Compositor: Hidenori Maezawa
Plataforma(s): Nintendo Entertainment System, Famicom, Nintendo DS, NES Classic Mini, PC (Windows)
Lançamento: 02-02-1990 (JP), Abril 1990 (EUA), 1992 (EU) (Versão NES)
Género: Run 'n Gun
Modos de jogo: Modo história para um ou dois jogadores
Funcionalidades: Co-op com dois jogadores
Outros nomes: Super Contra (JP), Probotector II: Return of the Evil Forces (EU)
Media: Não se aplica
Estado: Não se aplica
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei-o demasiadas vezes para ter um número preciso.

Parte traseira da caixa americana.
Se seguem aqui o blog com regularidade, já devem ter reparado que sou fã da saga Contra ou então não faria muito sentido o tema do blog em si ser alusivo a essa mesma. É provavelmente a minha saga favorita de sempre sem que eu ainda tenha dado conta porque gosto de outras tantas de igual forma mas esta deve mesmo ser a "tal". E tudo começou curiosamente não com a versão original de NES mas sim com a versão de Game Boy que até hoje continua a ser um dos meus jogos favoritos nessa plataforma e também a considero tecnicamente superior a qualquer versão de NES. Creio que já tinha abordado este tema com a saga Zelda no Game Boy, que a meu ver é também superior aos dois de NES sem dúvida nenhuma. Mas hoje estamos aqui para falar, ou melhor, escrever acerca da sequela desse clássico da Konami que tanta gente fez chorar pela sua dificuldade. Uma sequela não tão conhecida na Europa visto que nunca fazia parte do line up das Famiclones que abundavam no nosso mercado mas que invariavelmente saiu na sua vertente Probotector em 1992, um bocado tarde na vida da NES. Só a descobri anos mais tarde, ou melhor joguei a dita anos mais tarde pois tinha conhecimento da sua existência mas nunca tive acesso ao cartucho original. Quando a experimentei pela primeira vez foi via emulação e não fiquei muito surpreendido com aquilo que vi mas após ter jogado como deve ser a versão PC (que faz parte de uma colectânea obscura que inclui os três Castlevania e os dois Contra de NES), fiquei fã. Anos mais tarde, eis que nos chega a NES Classic Mini e para minha surpresa este jogo fazia parte do pacote.


Era giro ter um skate...
Super C não é muito mais do que nos apresenta, ou seja, uma sequela do original com algumas novidades não só em termos de jogabilidade bem como design. A história decorre pouco tempo depois dos eventos do primeiro jogo, mais ou menos cerca de um ano depois do confronto com Red Falcon, onde Bill e Lance são enviados novamente para uma missão cujo o objectivo é aniquilar uma nova ameaça alienígena que ocupou uma base militar aliada, tendo possuído todos os que por lá se encontravam dando origem assim a novas mutações. Bill e Lance têm então de lutar não só contra os seus antigos camaradas, agora transformados bem como uma nova estirpe da raça alienígena que encontraram em Galuga de forma a conseguirem uma vez mais libertar a Terra desta ameaça. E em Contra a história será sempre esta, com alguns twists pelo meio no caso de alguns jogos.

Este não está aqui para nos recolher.
Não se distanciando muito do material original, Super C continua a proporcionar um grafismo impecável na velha consola da Nintendo, com imensa acção em simultâneo no ecrã, algo que pode gerar sprite flickering e muito raramente slowdown. Os sprites continuam a ser bastante detalhados, com boas animações e uma velocidade decente, mesmo os de maiores dimensões. Os cenários mantêm a mesma variedade com diversas localizações como zonas industriais, selvas, complexos laboratoriais e claro, um verdadeiro ninho de horrores onde os alienígenas gostam de se reproduzir para continuarem os seus planos nefastos de invasão. A palete de cores utilizada é também bastante boa proporcionando uma variedade visual distinta em cada local. Algo que se introduziu foram os níveis top down que substituem os pseudo 3D do original e que a meu ver foram uma decisão muito bem vinda pois prefiro de longe estes. Novas são também algumas mudanças em design de níveis que permitem a existência de rampas, algo que não existia no original e confere também algum dinâmica à maneira como as coisas decorrem em termos de acção.

Chego eu de pistola e este traz um tanque!
Mantendo a tradição da série, Super C presenteia-nos com uma banda sonora excelente onde cada tema é completamente novo mas consegue estar ao mesmo nível dos temas do jogo original uma vez que até foi composto pela mesma pessoa logo seria bastante difícil falhar neste campo. Cada nível apresenta o seu tema individual, ao contrário do que acontecia anteriormente onde um deles repetia pelo menos uma vez e os dos níveis pseudo 3D eram o mesmo. Contudo, um dos temas usado em alguns dos bosses é o mesmo mas não é nada que me possa queixar pois a música da saga Contra é sempre boa. Os efeitos sonoros e afins são praticamente os mesmos, alguns com um pitch mais ou menos agudo, e outros tantos novos.

Este nível é sempre a subir.
Super C aposta na fórmula clássica que o jogo original popularizou sem grandes mudanças. O controlo da nossa personagem é virtualmente idêntico com a possibilidade de movimentar a mesma  em diferentes direcções, utilizando o salto quando necessário sendo que este tem exactamente a mesma física. Disparar obedece à mesma premissa podendo o jogador fazê-lo em oito direcções diferentes, seja nos níveis laterais bem como novos níveis top down. Este são também maiores do que os pseudo 3D do original, com mais variedade em termos de acção (existem mini bosses pelo meio de um deles) e um boss final em cada um. O nosso arsenal é o mesmo, com o nosso pea shooter, a metralhadora automática, a belíssima spread gun (agora com projécteis maiores), o laser (não tão inútil quanto no original) e o flamethrower, que agora lança bolas de fogo que dão splash damage quando batem contra um inimigo, objecto ou quando simplesmente atingem o chão ou o tecto.

Provavelmente o boss mais famoso da saga.
Algo que se mantém fiel ao espírito da série é a sua dificuldade. Super C consegue ser tão difícil quanto o original ainda que o considere um nadinha mais fácil talvez por ter jogado ambos tantas vezes e conseguir agora ter um bom termo de comparação. Ainda assim, não esperem milagres pois o primeiro nível deste é bem mais difícil que o do original, onde uma vez mais a aleatoriedade de certos inimigos e os disparos vindos do nada com ângulos impossíveis continuam a dar cartas. Esperem morrer muitas vezes devido a isto pois é algo que permanece na mesma. Ainda mais no último nível onde são os próprios alienígenas e a sua imprevisibilidade a darem conta do recado para nos deixarem piursos da vida. Mas basta ser persistente e rapidamente a coisa se torna natural. Alguns dos níveis também têm novas surpresas para nos apanharem desprevenidos o que é algo sempre bem vindo a um jogo deste género. Jogar a dois é uma vez mais um exercício de paciência ou de camaradagem, dependendo completamente do nível de cada jogador. Dois jogadores experientes vão ter aqui um jogo desafiante e até diferente do original em termos de tácticas ainda que partilhem muitas das mesmas mas dois jogadores com níveis diferente vão uma vez mais ter a sua amizade dentro dos jogos posta à prova pois Super C consegue ser mais impiedoso que o original visto ter muito mais verticalidade nos níveis e isto contribuir para mortes prematuras por um ser mais rápido do que o outro.

Onde é que já vi estes bichos...?
Algo que descobri na época e me deixou surpreendido é que o jogo de Game Boy é baseado neste Super C e isso está bastante à vista nos elementos e design dos níveis (as rampas e a vista top down, por exemplo). Contudo ambos são jogos completamente diferentes e estão ambos inseridos em pontos diferentes da timeline sendo assim canon. Mas irei ter sempre um soft spot pelo jogo de Game Boy por ser tão bom e ter-me dado tanto gozo quando o terminei pela primeira vez. Já no caso de Super C, quando o terminei pela primeira vez não tive a mesma satisfação pois já o joguei fora de época mas com o passar dos anos, é um jogo que passei a apreciar de forma diferente e agora sempre que o acabo na NES Classic Mini não deixo de sentir aquele sentimento de conquista, sobretudo por não recorrer a cheats (neste jogo o Konami code é diferente e dá apenas 10 vidas).

Holy mother of God!!
Super C é sem dúvida alguma excelente sequela que faz tudo bem e que com o passar dos anos só tem tendência a melhorar. Pode não ser dos jogos mais amados da série mas é daqueles que deviam ser jogados pelo menos uma vez para se ter noção do caminho que esta percorreu até chegar aos jogos mais actuais e infelizmente estar praticamente morta pois não espero ver um jogo novo num futuro próximo. E como tal, façam um favor a vós mesmos, e joguem este clássico JOGALHÃO DE FORÇA!


MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

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