11 de março de 2019

Super Mario Bros. 2

A capa americana.
Desenvolvido por: Nintendo EAD
Publicado por: Nintendo
Director: Kensuke Tanabe
Produtor: Shigeru Miyamoto
Artista: Tadashi Sugiyama
Compositor: Koji Kondo
Plataforma(s): Nintendo Entertainment System, Nintendo Classic Mini, Famicom e outras tantas
Lançamento: 09-10-1988 (EUA), 28-04-1989 (EU), 14-09-1992 (JP) (NES/Famicom)
Género: Plataformas
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Funcionalidades: Nenhumas
Outros nomes: Super Mario USA (JP)
Media: Não se aplica
Estado: Não se aplica
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei-o imensas vezes, demasiadas para me recordar ao certo quantas.

A traseira da capa americana.
Super Mario Bros. é provavelmente um dos jogos mais famosos de sempre e mesmo quem não seja fã de videojogos vai certamente associar o nome aos mesmos pois é algo que faz parte da nossa cultura pop. E o sucesso da NES começou com este jogo que vendeu milhares por todo o mundo, o que levou a Nintendo a procurar lançar uma sequela que voltasse a conseguir o mesmo êxito. O meu primeiro contacto com esta sequela nem sequer foi na NES mas sim num dos clones da Famicom, a Family Game, que eram bastante famosos durante os anos 90 e praticamente existia pelo menos um em tudo quanto era sítio. Havia sempre um miúdo que tinha um destes clones pois eram bem mais baratos que uma NES e já vinham com uma catrefada de jogos embutidos no sistema, alguns excelentes títulos bem conhecidos mas outros nem por isso. Foi numa tarde daquelas em que não se tem aulas que fui a casa da empregada doméstica de um colega de turma (isto até pode soar mal), que costumava ficar lá a passar as tardes antes de rumar a sua casa pois era uma maneira de não andar na escola ou na rua a fazer patifarias e a dita senhora sempre tomava conta da gente. Lá, no meio da sala tinha uma televisão pequena e a consola que eu sempre achei meio estranha pois não sabia que era um clone da versão japonesa, com imensos jogos mas o mais jogado era sem dúvida Super Mario Bros. 2. E passámos a tarde inteira a jogar aquilo à vez pois o jogo não suporta dois jogadores. Posteriormente lembro-me de me terem emprestado o cartucho original que joguei até à exaustão na minha NES. Foi preciso anos mais tarde lançarem a NES Mini para ter um exemplar aqui na colecção.


Toad à pesca.
Super Mario Bros. 2 sempre foi aquele jogo estranho dentro da saga mas existe um motivo muito plausível para isso que irei abordar umas linhas mais à frente. Esta sequela distancia-se um pouco do original por ser diferente em algumas áreas mas utilizar a mesma base de jogo para assim proporcionar uma experiência completamente nova e que na altura desafiou até os fãs mais acérrimos do original. A história gira em torno de um sonho que Mario tem onde descobre uma escadaria que o conduz a uma porta que o leva a outro mundo. Aqui, uma voz pede-lhe ajuda para salvar o mundo de Subcon das garras do pérfido Wart. Ao acordar, Mario relata a sua experiência a Luigi, Toad e à Princesa Peach, que para sua surpresa lhe relatam exactamente o mesmo. Nisto decidem fazer um piquenique onde descobrem uma caverna com a tal escadaria que conduz à porta para Subcon, revelando assim que o sonho que tiveram em comum era real. Cabe-lhes agora a tarefa de salvar este mundo desse terrível Wart.

Este tipo de problemas...
Um dos maiores saltos tecnológicos de Super Mario Bros. 2 foi sem dúvida na parte gráfica. Os visuais são uma clara evolução do jogo original, onde os sprites das nossas personagens são bastante mais detalhados e com mais animações, algo que é recorrente ao longo do jogo seja nos cenários variados ou inimigos que povoam os níveis. Mario e Luigi são agora bastante distintos não só pelas cores mas pela aparência, onde Luigi é agora mais alto e magro do que o seu irmão. A palete de cores é também mais variada, proporcionando melhores cenários e um excelente ambiente no geral, onde a variedade se estende a locais áridos e até gélidos, com pirâmides pelo meio e outros locais de interesse. Os inimigos também surgem em diferentes formas e tamanhos, sobretudo os bosses que são todos eles de dimensões superiores às nossas e com animações decentes. Na parte sonora, Super Mario Bros. 2 apresenta-nos uma escolha interessante de temas, todos eles bastante catchy e muito memoráveis, que encaixam na perfeição no ambiente do jogo. Qualquer faixa deste jogo consegue transmitir diversão, tensão ou surpresa, quase que em simultâneo até porque o tempo das mesmas é bastante acelerado. Os efeitos sonoros são uma mescla de alguns do jogo anterior com ligeiras modificações com outros completamente novos que cumprem o seu papel na perfeição.

É fácil ganhar vidas, basta terem moedas.
Super Mario Bros. 2 destaca-se do original por fazer grandes alterações à maneira como se joga. Apesar de usar a mesma base de plataformas, com o mesmo tipo de controlo onde podemos correr e saltar, com o objectivo de terminar cada nível, existem algumas novidades para apimentar as coisas. Uma delas é o facto de não derrotarmos inimigos ao saltarmos neles. De facto isto resulta em ficarmos em cima dos mesmos sendo assim transportados, algo que resulta numa mecânica usada em certos níveis. Para derrotarmos inimigos temos de os agarrar e atirar uns contra os outros ou simplesmente colhermos legumes que se encontram enterrados nos níveis e usá-los como arma de arremesso. E é esta mecânica que muda a maneira como jogávamos Mario por completo. Por outro lado, temos quatro personagens distintas à nossa escolha, cada uma com habilidades, prós e contras. Mario é o all-rounder, com velocidade, salto e poder de recolha médios; Toad que é parecido a Mario mas tem mais velocidade e poder de recolha mas menos poder de salto; Peach que é mais lenta a correr e a recolher mas pode ao saltar pairar no ar durante alguns segundos e Luigi que é o mais lento a correr, com poder de recolha parecido ao de Peach mas consegue saltar muito mais alto do que qualquer uma das personagens, podendo flutuar enquanto o faz.

Um dos vários meios de transporte aéreo.
Ao longo do jogo temos ainda outras novidades como itens com diversas funções de onde se destacam as chaves para abrir portas, que ao recolhermos despoletam um inimigo que nos persegue até a largarmos, blocos POW que servem para despachar todos os inimigos no ecrã, 1-UP Mushrooms que se encontram enterrados em certos locais, carapaças de Koopas que servem de arma de arremesso e ainda relógios que param o movimento do inimigos e outros elementos do cenário. Existem ainda poções que nos transportam para outro lado do cenário onde podemos recolher os Super Mushrooms e moedas, sendo este o único sítio onde isso é possível. As moedas têm uma funcionalidade diferente neste jogo pois servem para jogar nas slots que aparecem no final de cada nível, de modo a conseguirmos arrecadar umas vidas extra. Outro item curioso são as cerejas que se encontram um pouco por todo o lado e que ao recolhermos um determinado número delas, aparece um Starman dando-nos assim invencibilidade durante alguns segundos. O jogo apresenta-nos sete mundos divididos em quatro níveis excepto o sétimo que são apenas dois, onde na maioria deles temos um mini-boss a impedir o nosso progresso, sendo que no quatro nível de cada mundo temos um boss propriamente dito. Derrotá-los é sempre da mesma maneira: arremessar-lhes objectos. Existem também warp zones bem escondidas e que poderão levar algum tempo a descobrir pois não são como as do jogo anterior.

Os inimigos escondem-se na areia.
Mas a história de Super Mario Bros. 2 é mais curiosa do que aquilo que se imagina. Inicialmente no Japão, o original teve uma sequela que dava exactamente pelo mesmo nome mas que tinha sido pensada em algo mais virado para o co-op e com muita verticalidade, algo que mudou no produto final pois o co-op nem sequer existe mas a verticalidade de alguns níveis está lá. As ideias eram muito ambiciosas para a época e então optou-se por se usar o mesmo motor do jogo original mas com sprites novos, alguns power-ups interessantes e modificações na maneira como se controla Luigi e até em alguns níveis. Isto culminou na versão que os japoneses tiveram na Famicom Disk System e anos mais tarde os ocidentais puderam experimentar na Super Nintendo com Super Mario All-Stars. Quando apresentar esta versão japonesa à Nintendo of America, estes acharam o jogo não só extremamente difícil em comparação com o original (e é bem difícil, acreditem) bem como demasiado semelhante com o mesmo. Daí surgiu a ideia de pegar em Yume Kojo: Doki Doki Panic, o jogo que resultou da ideia inicial e foi lançado no Japão, modificá-lo cosmeticamente com personagens da saga Super Mario e assim lançá-lo nos mercados ocidentais resultando naquilo que hoje conhecemos como Super Mario Bros. 2 e os japoneses conhecem como Super Mario USA, pois o jogo foi lá lançado mais tarde.

Mas quem é que esconde um foguete no chão?!
Curiosamente esta mudança não foi apenas cosmética como se possa pensar mas também em termos de mecânica. Muitos dos elementos com temática árabe do original foram retidos (o deserto, as pirâmides e afins) mas grande parte dos sprites foram alterados bem como algumas mecânicas. Uma delas é o facto de termos de completar todos os níveis com todas as personagens para acabar o jogo, algo que em Super Mario Bros. 2 não é necessário, podendo o jogador optar pela personagem que lhe der mais jeito. Outra curiosidade é que Yume Kojo: Doki Doki Panic resultou também de uma parceria entre a Nintendo e a Fuji Television para promover o festival Yume Kojo 87, usando assim as suas mascotes como personagens.

O vilão de serviço.
Super Mario Bros. 2 é sem dúvida um dos jogos mais caricatos de toda a saga do nosso conhecido ex-canalizador e até considerado a ovelha negra por muitos mas a verdade é que é um excelente título por ser tão diferente e quebrar todas as convenções a que a série nos habituou desde o início. E eis que assim temos aqui um valente JOGALHÃO DE FORÇA!





MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

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