17 de junho de 2019

Cold Fear

A artwork é interessante.
Desenvolvido por: Darkworks
Publicado por: Ubisoft
Director: Antoine Villette
Produtor: Florian Desforges
Designer: Nicholas Castaing
Artistas): Arnaud Barros, Frédéric Michel
Argumentista(s): Guillaume Gouraud, Antoine Villette
Compositor: Tom Salta
Plataforma(s): PlayStation 2, Xbox, PC
Lançamento: 15-03-2005 (EUA), 30-03-2005 (EU) 
Género(s): Survival Horror, Third Person Shooter
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: DVD-ROM (4.7GB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Card (337KB mínimo), Compatível com controlo analógico: apenas joysticks, Compatível com Função de Vibração.
Estado: Completo
Condição: Muito boa, poucas marcas de utilização
Viciómetro: Acabei-o uma vez.

Tinha autocolantes mas tirei-os.
Survival Horror, um género apreciado por muitos que ao longo dos tempos veio a evoluir, proporcionando-nos experiências únicas, algumas boas mas outras nem por isso. Na PS2 existem bastantes exemplos, alguns bastantes bons, outros mauzitos, com a sua dose de jogos comuns, outros tantos incomuns e claro, as raridades que nem sempre valem aquilo que pedem por elas. Mas cada jogo vale aquilo que achamos ser o certo a pagar pelo mesmo e não é isso que está em causa. Continuando a explorar o enorme catálogo de PS2, eis que me deparo com um título que procurava praticamente desde a altura em que foi lançado sem grande sucesso. Só o tinha experimentado em PC e pensei que a versão de PS2 era aquela que devia procurar, só porque sim (a de PC é tecnicamente superior). Foi preciso chegar ao mês de Maio de 2019 para finalmente achar um exemplar do jogo, ainda que usado mas em muito bom estado, que me custou 10 euros, numa loja de artigos em segunda mão aqui na zona.


Manual e disco.
Cold Fear é daqueles jogos que rapidamente despertou a minha curiosidade devido ao seu ambiente, coisa que na altura em que o vi pela primeira vez me deixou com bastante vontade de o jogar. A história começa quando uma equipa de Navy Seals é enviada para um baleeiro russo de nome Eastern Spirit no Mar de Bering. Ao explorarem o navio, são atacados por algo que literalmente desfaz a equipa por completo, o que leva o agente Jason Bennett que supervisiona tudo de outro local, a contactar qualquer embarcação nas redondezas para investigar o sucedido. Nisto, uma embarcação da Guarda Costeira Americana, a USCGC Ravenswood recebe a transmissão e encaminha-se para o navio. Ao chegarem, decidem dividir-se em grupos mas pouco depois apenas um tripulante resta: Tom Hansen. É assim então que começa a nossa aventura a bordo deste navio para desvendar o que aconteceu a todos estes pobres desgraçados.

Esta mira ajuda imenso.
Algo que salta logo à vista em Cold Fear são os seus visuais. Embora não seja um jogo deslumbrante é sem dúvida um daqueles jogos que tecnicamente gosta de puxar limites e no caso da PS2 não seria para menos. Logo de início podemos vislumbrar imensos efeitos visuais de água, vento e chuva, enquanto o navio se agita de um lado para o outro, onde a física tem um papel preponderante que influencia a própria maneira como controlamos a nossa personagem e mesmo no movimento dos inimigos e outros objectos no cenário. Embora grande parte da acção se passe no navio e posteriormente numa plataforma petrolífera, os cenários são bastante interessantes e detalhados, com pormenores um pouco por todo o lado e criando uma perfeita atmosfera de tensão ao longo da acção. Como seria de esperar, tudo tem um look industrial e bastante homogéneo mas isto não se torna aborrecido quando a nossa missão é sobreviver e tentar explorar todos os cantinhos em busca de recursos. A performance do jogo é bastante boa mesmo quando há imensos efeitos em simultâneo, mantendo os 30 frames.

Maldito dia para vir para o mar!
No departamento sonoro, Cold Fear opta por utilizar o som ambiente durante grande parte do tempo, o que neste caso é a decisão acertada por forma a criar a atmosfera perfeita para nos manter sempre em alerta. Existem algumas faixas sonoras que não são nada memoráveis na minha opinião e até fazem com que o jogo perca um pouco do seu encanto, pelo que estas são usadas durante algumas partes de conflito mais intenso e nas cutscenes. A música dos créditos, Use Your Fist and Not Your Mouth, anunciada na caixa do jogo como se fosse algo do outro mundo ficou a cargo de Marilyn Manson mas não é algo que a equipa se deva orgulhar até porque nem faz sentido nenhum estar neste jogo. De um modo geral o som é bastante bom, com imensos efeitos sonoros desde os inimigos, às armas não descurando o som ambiente e todos os pequenos pormenores que resultam deste. O voice-acting é francamente mau, com diálogos que tentam ser cómicos falhando no processo mas isso é algo que faz parte de um bom Survival Horror.

Apontem sempre para a cabeça!
No que concerne a jogabilidade, Cold Fear resulta num mistura saudável que combina third person shooter com a vertente over the shoulder quando apontamos e perspectivas semi fixas quando não o estamos a fazer. Esmiuçando a coisa mais a fundo, enquanto exploramos o meio envolvente, o controlo da personagem é feito apenas com o joystick da esquerda onde os cenários optam por ângulos de câmara semi fixos nos interiores e exteriores mas sempre com algum controlo sob a câmara. Pensem em algum estilo Code Veronica. Quando estamos a apontar, o jogo assemelha-se a Resident Evil 4, com uma laser sight presente em algumas armas para nos ajudar a apontar. A experiência ao longo de Cold Fear resulta de um misto entre exploração e combate, com puzzles pelo caminho onde vamos também ter alguns (poucos) jump scares pelo caminho. Embora o nosso arsenal não seja vasto é o suficiente para combater os Exos, organismos parasitas que infectam humanos e resultam em abominações e monstruosidades diversas. Neste aspecto lembra-me um pouco Dead Space pelo que se virem um corpo imóvel, certifiquem-se sempre que lhe dão um tiro na tola para evitar confrontos desnecessários.

Estas conversas chegam a ser estúpidas.
Contando com vários níveis de dificuldade, Cold Fear em Normal não é um jogo particularmente difícil pois existem pontos específicos onde no podemos curar do dano sofrido, ainda que estes tenham um limite generoso de utilizações. Também podemos encontrar medikits espalhados um pouco por todo o lado, algo que também é comum com munição pelo que raramente ficamos apeados num confronto por falta da mesma. Existem até locais onde podemos repor toda a munição para todas as armas sempre que isso seja necessário, tornando o jogo significativamente menos stressante. Nas dificuldades mais elevadas o caso é completamente diferente neste campo pois basta um ou dois tiros de um inimigo humano para vermos um ecrã de game over. Estranho é o sistema de save que basicamente só nos deixa gravar quando chegamos a certos checkpoints ao longo da acção. A título de curiosidade, Cold Fear era para ser adaptado ao grande ecrã, até porque a história parece ter sido escrito dentro desses trâmites mas até hoje parece que nada se fez ou fará futuramente (e se calhar ainda bem).

Se andam à procura de um bom Survival Horror, Cold Fear é um jogo a ponderar pois preenche todos os requisitos necessários do género. Embora não seja perfeito, tem os seus momentos e é sem dúvida um JOGALHÃO DE FORÇA!

MURRALHÕES DE FORÇA:
 

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