Capa simples mas directa ao assunto. |
Publicado por: Sun Electronics Corp.
Director: Cho Musou
Designer(s): Kazutomo Mori (Kaz), Rieko Sakai (Rie), Tadashi Kojima (Tadashi), Aki, Masashige Furihata (M.F), Kenichi Abe (Abe Kun)
Compositor(es): Nobuyuki Hara (Nobuyuki.H), Shinichi Seya (About.SS), Naoki Kodaka (Kodaka San)
Plataforma: Game Boy
Lançamento: 13-04-1990 (JP), Junho de 1990 (EUA), Algures em 1990 (EU)
Género(s): Acção, Plataformas
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Cartucho de 1-megabit
Funcionalidades: Nenhumas
Outros nomes: Batman (JP)
Estado: Incompleto, apenas cartucho e caixa protectora
Condição: Excelente
Viciómetro: Acabei-o demasiadas vezes para me lembrar.
O morcego está à espreita! |
Durante os anos 90 era bastante comum qualquer coisa que fizesse sucesso tanto no cinema como na televisão ter direito a uma vasta linha de merchandise, brinquedos, roupa e claro, videojogos. Os filmes eram sobretudo um dos alvos mais apetecíveis para quem fazia jogos pois significava dinheiro rápido e fácil quando um blockbuster estava para ser lançado, pelo que ter uma licença para tal era imperativo. E nessa época foram muitos os jogos licenciados a serem produzidos com resultados bastante variados mas mais a tender para o mau o que lhes valeu a reputação que ainda hoje em dia têm. Contudo, nem todos cabiam neste saco e alguns tiveram a sorte e a honra de se distinguirem como excelentes jogos, em particular os que foram produzidos no Japão. O jogo que apresento aqui hoje é um excelente exemplo disso, sendo também de uma simplicidade excepcional face ao material em que se baseia. Este meu exemplar foi adquirido no final de Abril de 2019, por 9.90 na Play N' Play. Apesar de incompleto, o cartucho está como novo e quase que acredito que só devia ter sido utilizado uma vez. Quanto à caixa, já a refiz e está pronta para impressão.
Gotham está cheia de escumalha! |
Batman: The Video Game, ou apenas Batman (porque o subtítulo é estúpido q.b.) é a adaptação do clássico de Tim Burton ao pequeno ecrã do Game Boy com as devidas concessões. E digo isto porque como é que se adapta um filme baseado num super herói de banda desenhada a um videojogo? Ou pancada ou plataformas e neste caso concreto o melhor caminho foi mesmo as plataformas. Penso que o filme dispense apresentações e considerando que o jogo se baseia neste, a história é exactamente a mesma onde o objectivo de Batman é derrotar Joker que semeou o caos por todo o lado em Gotham City.
Na fábrica, mais escumalha ainda. |
Algo que é particularmente interessante nesta versão de Batman no Game Boy é a sua parte visual. Já ouvi e li por diversas vezes comentários algo jocosos acerca do grafismo deste jogo devido ao facto de se assemelhar a Super Mario Land, algo que lhe valeu a alcunha de Super Batman Land mas no fundo isto abona imenso a seu favor pois o pequeno ecrã do Game Boy consegue assim albergar muito mais informação em simultâneo. Os sprites tanto de Batman como dos inimigos são assim pequenos mas com detalhe suficiente para que se perceba o que tentam ser e a animação é bastante boa e fluída, chegando a suportar diversos sprites em simultâneo sem grande slowdown ou flickering de espécie alguma. Os níveis são bastante detalhados e cheios de pequenos pormenores, com algum diversidade nos mesmos onde visitamos locais alusivos aos do filme. Entre alguns níveis temos cutscenes com pequenas animações que nos vão contando a história, algo não muito comum em jogos desta época.
Já sabemos o destino daquele pobre coitado. |
A banda sonora de Batman no Game Boy é sem dúvida uma das melhores de sempre que tive o prazer de ouvir nesta pequena portátil. A Sunsoft neste campo não é estranha pois praticamente todos os seus jogos têm excelente música seja em que plataforma for. Em Batman temos uma pequena selecção de faixas que ainda hoje me dão gozo ouvir, mesmo fora do jogo pois a sonoridade é tão boa que ficamos a pensar como é possível produzir música desta categoria num hardware tão limitado. E esta mesma consegue transmitir perfeitamente aquele ambiente sombrio e escuro do filme, misturando o mesmo com a acção do jogo de forma perfeita. Os efeitos sonoros são também óptimos sem nunca se tornarem monótonos, mesmo aqueles que se ouvem com mais frequência.
Ri-te, ri-te, quando souberes até choras! |
No que concerne à parte jogável, Batman é sem dúvida um jogo excelente onde o controlo é bastante sólido e preciso, pelo que requer algum domínio sobretudo nas partes de plataformas. Batman pode movimentar-se lateralmente, usar a sua pistola (sim, ele tem uma pistola) para derrotar os inimigos e claro, saltar, algo que neste jogo vamos fazer com frequência. O salto é bastante floaty o que nos obriga desde cedo a dominar o mesmo para conseguir progredir com sucesso. O combate resume-se apenas a disparar contra os inimigos pois não existem gadgets a usar nem grappling hook que valha, muito menos podemos dar murros ou pontapés. Mas ainda assim, é divertido disparar contra tudo o que se mexe. Batman tem à sua disposição uma selecção de diversa munição para a sua arma que vai desde o disparo normal, que pode ser aumentado em termos de distância e velocidade, até aos batrangs que vão e vêm de volta, passando por tiros que têm padrões ondulados e claro, uma espécie de tiro que consegue rebentar diversos blocos e inimigos em simultâneo.
Previsão, céu muito nebulado. |
E por falar em blocos, há muitos no jogo, o que também ajuda a este se parecer com Super Mario Land, pelo que os mais escuros nos dão itens ao serem destruídos, itens estes que para além dos tiros se traduzem também em power-ups que nos aumentam ou diminuem a velocidade dos mesmos, pontos extra, bombas que limpam todos os inimigos no ecrã, morcegos que actuam como escudo (que podemos ter até três em simultâneo) e o devido power-up que aumenta a velocidade destes. Os níveis dividem-se em plataformas, sendo que temos duas batalhas contra Joker (na verdade a primeira é contra Jack) ao longo do jogo e dois níveis de shoot 'em up onde controlamos a Batwing nos céus de Gotham, conferindo assim alguma diversidade à jogabilidade. No final destes temos bosses caricatos para derrotar. E sim, a dificuldade aumenta consideravelmente a partir do terceiro nível.
Batman: The Video Game é sem dúvida um dos meus jogos favoritos no Game Boy desde sempre por tudo isto e ainda hoje me divirto a dar um giro nisto de vez em quando. É um jogo bastante simples e nostálgico pelo que não vejo muita gente hoje em dia a pegar nisto e a conseguir tirar algum proveito. Mas se forem verdadeiros fãs não só do morcego mas também de jogos em geral, sobretudo desta geração, têm aqui um verdadeiro JOGALHÃO DE FORÇA!
MURRALHÕES DE FORÇA:
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