27 de janeiro de 2020

Alisia Dragoon

A arte ocidental não é grande coisa.
Desenvolvido por: Game Arts
Publicado por: Sega, Game Arts (JP)
Director(es): Yutaka Hirata, Yoshihisa Shimizu
Artista: Masatoshi Azumi
Argumentista: Yoshimi Kanda
Compositor(es): Fumihito Kasatani, Nobuyuki Aoshima, Mamoru Ishimoda, Yoko Sonoda, Mariko Sato
Plataforma(s): Mega Drive, Mega Drive Mini
Lançamento: 30-03-1992 (EU/EUA), 24-04-1992 (JP) (Mega Drive)
Género(s): Plataformas, Acção, Aventura
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Não se aplica
Funcionalidades: Nenhumas
Estado: Não se aplica
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei-o uma vez.

Traseira da capa original.
Continuando a demanda de explorar a Mega Drive Mini, eis que surge mais um daqueles jogos que me lembro de ver quando era miúdo mas que nunca tive oportunidade de o jogar na época pois ninguém o tinha. Até entendo o porquê disto ter acontecido pois o jogo em questão não era popular e a meu ver pode considerar-se um jogo de nicho nos dias que correm. Obviamente podia ter experimentado o mesmo via emulação por diversas vezes mas a verdade é que nunca me lembrei de tal mas com a Mega Drive Mini essa falha da minha parte foi colmatada. A experiência resultou num misto de surpresa e frustração.


Um dos nossos amiguinhos voadores.
Alisia Dragoon faz parte daqueles jogos de Mega Drive que considero bons showcases para demonstrar o poderio visual e sonoro da consola, quando programados por pessoas que sabem o que fazer com o hardware. A trama, como seria de esperar, é bastante simples. Controlamos Alisia, uma jovem rapariga cujo pai, um feiticeiro foi capturado por Baldour, o vilão da história foi enviado para o espaço e torturado até à morte pelos seus seguidores. Quando Baldour regressa ao planeta, Alisia decide vingar a morte do progenitor e pôr fim aos planos maléficos que estão em marcha. Nas versões ocidentais, a história gira em torno de Alisia ser uma gladiadora que luta em prol do povo... que parvoíce. A titulo de curiosidade, a Gainax, estúdio conhecido por trabalhos como Neon Genesis Evangelion, concebeu a história e a arte do jogo pelo que isto tem todo o aspecto de um anime do início dos anos 90.

O vilão de serviço.
Graficamente, Alisia Dragoon é um jogo bastante bonito, com sprites detalhados, cenários vastos, variados e cheios de efeitos visuais que ainda hoje são um festim para quem joga. Vamos passar por vales, montanhas e grutas, sem esquecer monstros enormes e até os destroços de uma estação espacial conferindo assim bastante variedade aos locais. Os inimigos aparecem em diferentes tamanhos e formas com especial ênfase para alguns bosses de dimensões grandes. A acção é bastante fluída sem entraves que tenha dado conta. Em determinadas partes o jogo conta ainda com cutscenes, algo que na época era quase inédito.

A banda sonora de Alisia Dragoon conta com uma boa selecção de faixas que podem ser ouvidas ao longo dos níveis, com algumas mais memoráveis do que outras. Ainda assim, conseguem proporcionar uma excelente atmosfera durante a acção. Os efeitos sonoros cumprem também o seu papel sem percalços e sem se tornarem aborrecidos ou irritantes.

Estas fadas ajudam-nos a subir coisas.
Na parte jogável, Alisia Dragoon é um jogo simples mas com mecânicas interessantes. O controlo de Alisia é fácil e intuitivo com um botão de ataque, ataque este que difere em potência uma vez que tem uma barra que carrega lentamente (barra cheia significa ataque máximo), outro de salto e um terceiro para seleccionarmos o nosso parceiro. Sim, temos quatro dragões diferentes que podemos invocar e que nos ajudam em combate com habilidades distintas, produzindo resultados diferentes nas mais variadas situações. O Dragon Frye dispara bolas de fogo, o Boomerang Lizard como o nome sugere atira boomerangs, o Thunder Raven dispara raios que atingem tudo no ecrã e o Ball O' Fire queima inimigos quando entra em contacto com eles. O único senão dos nossos dragões é que atacam quando lhes dá na gana, conferindo alguma inconsistência na acção, sobretudo quando precisamos que eles ataquem.

Aqui vamos ter de saltar bastante...
O mais útil é o mesmo o Thunder Raven mas todos os outros têm a sua utilidade em diversos níveis. Cada dragão tem uma barra de vida, que pode ser expandida com power-ups, tal como a barra de vida de Alisia apanhando os itens para o efeito. Quando os dragões morrem, só poderão ser utilizados novamente se apanharmos um item chamado Revive. Já Alisia tem apenas uma vida e continues limitados pelo que um Game Over leva-nos de volta ao início do jogo uma vez que não há passwords nem possibilidade de gravar o progresso, ao longo dos oito níveis que temos para explorar.

Um dragão mauzão.
Apesar de ser um jogo divertido, Alisia Dragoon peca um pouco por algumas falhas a nível de design e posicionamento dos inimigos. Existem imensos itens escondidos, algo que aprecio pois obriga-nos a explorar bem os níveis e a atacar tudo o que pareça suspeito mas por outro lado certos inimigos surgem do nada e em alguma ocasiões o respawn dos mesmos é infinito, tornando a experiência num exercício de frustração. O mesmo se aplica a alguns dos bosses que parece que foram programados por alguém bastante sádico mas isto também se traduz naquele espírito arcade dos anos 80/90 onde os jogos eram propositadamente difíceis.

Em suma, Alisia Dragoon é um bom jogo que poderá não agradar a todos. Tem os ingredientes necessários para ser divertido e desafiante mas certas partes requerem paciência, calma e persistência para se triunfar. E claro os save states ajudam, imenso! Assim, temos aqui mais um JOGALHÃO DE FORÇA!

MURRALHÕES DE FORÇA:
 

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