20 de julho de 2020

Lost Odyssey

É uma odisseia perdida...
Desenvolvido por: Mistwalker, Feelplus
Publicado por: Microsoft Game Studios
Director: Daisuke Fukugawa
Produtor: Takehiro Kaminagayoshi
Designer: Hironobu Sakaguchi
Artista(s): Takamasa Ohsawa, Takehiko Inoue, Hideo Minaba
Argumentista(s): Hironobu Sakaguchi, Kiyoshi Shigematsu
Compositor: Nobuo Uematsu
Motor gráfico: Unreal Engine 3
Plataforma: Xbox360
Lançamento: 06-12-2007 (JP), 12-02-2008 (EUA), 29-02-2008 (EU)
Género: Japanese Role Playing Game
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: 4xDVD-ROM
Funcionalidades: Instalação opcional no disco rígido com loadings mais rápidos (~21GB), Gravação de progresso no disco rígido/Memory Card, HD 720p, 1080i, 1080p, Conteúdo adicional via DLC
Estado: Completo
Condição: Muito boa, poucas marcas de uso
Viciómetro: Acabei-o uma vez tendo feito tudo o que havia para fazer incluído os achievements base.

Sem autocolantes feios.
Durante a 7ª geração de consolas, o meu favoritismo recaiu sobre a PS3 visto que era aí que estavam os exclusivos que queria jogar. Contudo, a Xbox360 mostrou ter potencial com os seus, que cada vez mais me faziam questionar a escolha de uma consola em detrimento de outra. Mas nestes casos o melhor mesmo é esperar que o tempo passe e na altura certa logo se trata de colmatar todas essas falhas a baixo custo. E foi o que fiz neste caso, que servirá de base para todas as futuras consolas que poderão vir a aterrar por aqui juntamente com os exclusivos que deixei passar. O jogo que apresento aqui hoje é um dos muitos exemplos e possivelmente um dos que mais invejei ser exclusivo da Xbox360, algo que continua e provavelmente continuará a ser por muito mais tempo (ainda que dê para jogar na XboxOne). Este exemplar chegou à colecção em Janeiro de 2020 por 8€ estando completo e em muito bom estado de conservação, felizmente.


Manual e papelada.
Lost Odyssey é daqueles jogos que por si só justifica ter uma Xbox360, sobretudo se forem fãs de JRPGs à antiga pois este título é isso mesmo, apenas com uma pintura moderna por assim dizer. Oriundo da mente por detrás da saga Final Fantasy, o incontornável Hironobu Sakaguchi, Lost Odyssey apresenta-se com uma história que envolve imortais cujas memórias se perderam no tempo e agora começam a ressurgir provocando os mais variados sentimentos nas suas pessoas, fruto da revolução industrial mágica que começa a decorrer. Esta magia é o que alimenta o mundo e tudo o que o povoa desde máquinas, comunicações e até as próprias pessoas, o que faz com que as nações procurem ter os melhores recursos em caso de guerra e assim começam a produzir armas de destruição maciça. É aqui que entra Kaim, um imortal cuja tarefa é investigar a construção de uma dessas armas, a Grand Staff, e vai assim descobrir algo mais nefasto do que aquilo que podia esperar.

Os quatro DVDs.
Na parte gráfica, Lost Odyssey é um jogo bastante vistoso com uns visuais imensamente variados e distintos de local para local, com muito para ser visto e apreciado, desde grandes cidades a florestas, cavernas, templos milenares e outros locais de interesse. O detalhe é algo que pode ser apreciado em tudo quanto é sítio, desde tudo quanto aquilo que podemos explorar até às personagens que têm um design bastante interessante e até realista de certo modo, com óptimas animações no geral, O mesmo se aplica aos inimigos que aparecem de todos os tamanhos e formas, com alguns de dimensões bem grandes sem perderem o mínimo de detalhe. Onde se reduziu isto foi talvez em alguns NPCs visto não serem de todo importantes para o decorrer da acção e isto pode ser visto um pouco por todo o lado. A frame rate é estável q.b., mantendo-se nos 30fps sem quebras que tivesse dado conta. Curiosamente o jogo faz uso do Unreal Engine 3, conhecido por certas nuances que neste caso não dei conta e até pensei que fosse outro motor de jogo qualquer que tivesse sido utilizado.

Vamos passear imenso por esta cidade.
Algo que sobressai neste jogo é sem dúvida a banda sonora a cargo do eterno Nobuo Uematsu que nos presenteou com temas imensamente memoráveis e que até podiam estar num Final Fantasy sem que déssemos pela diferença. O caricato é que este jogo é mais Final Fantasy que muitos dos jogos que têm esse nome. Não só a banda sonora é excelente mas os efeitos sonoros são também muito bons, com imensos a serem utilizados nas mais variadas situações e sem se tornarem enfadonhos, mesmo o que ouvimos mais como é o caso nas batalhas. O voice acting é igualmente excelente com performances sólidas, onde os diálogos oscilam entre a seriedade e comicidade, algo inerente a certas personagens. Curiosamente preferi jogar com o diálogo em inglês, pois achei que se adequava melhor à acção uma vez que o diálogo japonês me pareceu um bocado estranho em certas ocasiões. Contudo existe a opção de escolher e isso é sempre um ponto positivo.

Há que acertar com o timing nos ataques físicos.
Onde Lost Odyssey brilha é na jogabilidade e na sua mecânica à antiga. Apesar do seu look moderno, Lost Odyssey prima por se manter fiel às suas origens e faz disso o seu trunfo, algo que na saga Final Fantasy se perdeu na 7ª geração. Tal como em qualquer JRPG clássico, temos uma equipa de personagens, cada qual com a sua função, onde umas têm mais aptidão para combate físico e outra mais para magia. Contudo ao contrário de muitos JRPGs modernos, aqui temos mesmo de fazer uso pleno de todas as personagens e não dá para passar certas partes recorrendo apenas a força bruta (sim, FFXV, refiro-me a ti). Tal como qualquer bom jogo do género, podemos explorar todos os cantinhos encontrado itens e tesouros pelo caminho, sem esquecer os random encounters em certas zonas. O combate é feito à antiga via menus onde podemos escolher as nossas acções, posteriormente vendo os turnos da equipa e inimigos. Contudo, isto não se fica apenas por aqui.

Yep, ela é mesmo a mãe dele...
A nossa equipa é composta por imortais, que apesar de o serem podem morrer em combate e levar-nos ao ecrã de Game Over, bem como mortais. Os mortais têm classes fixas que compreendem certas habilidades, sendo estas desbloqueadas ao subirmos de nível. Os imortais por outro lado podem aprender as habilidades dos mortais e apesar de terem também classes fixas podem fazer uso destas habilidades mas com resultados inferiores, como por exemplo é o caso da magia. Isto leva-nos a fazer combinações de personagens de modo a aprender o máximo de habilidades possíveis e assim ter vantagem em combate. Por outro lado, os imortais podem também aprender as habilidades inerentes ao equipamento que estejam a usar de modo que o possam fazer sem o mesmo equipado, algo que os mortais não podem.

Este "sapato" flutuante é o nosso barco.
No geral, Lost Odyssey não é um jogo fácil e mesmos os inimigos mais fracos podem parecer ter demasiada vida ou dar demasiado dano, o que nos leva a fazer grind logo que possível. Porém o jogo não é nada friendly neste aspecto logo de início e só mais à frente é que se encontram um ou dois locais onde é possível perder algumas horas a fazer level up (pelo menos até nível 50) a todas as personagens que tenhamos disponíveis. Mesmo assim, nestas zonas os inimigos não são fáceis de derrotar sem a estratégia adequada mas as recompensas são bem boas. E isto é algo necessário se quiserem triunfar sem grandes chatices pois certas zonas têm inimigos bem chatinhos e bosses ainda piores. Num caso, é possível que fiquem completamente retidos se não tiverem os vossos magic users com níveis elevados pois o jogo obriga-nos a usar apenas estes devido ao caminho que a história leva. Existem ainda dungeons secretas com bosses a condizer para os mais valentes, algo que me deu imenso gozo a fazer assim que apanhei o jeito ao jogo, bem como explorar todos os cantinhos em busca de itens e afins. O DLC adicional consiste numa dungeon de vários níveis que contém inimigos bem difíceis, sem save points e um boss ainda pior, sem que seja divertida como as anteriores.

Se gostam de JRPGs, Lost Odyssey é sem dúvida mais do que recomendado pois tem tudo aquilo que tornou o género popular e apetecível mas com um look mais moderno. A história é também interessante, onde realmente gostei das personagens, das interacções e relacionamento que existe entre elas, algo que há muitos anos não acontecia num jogo deste género. Posso dizer sem rodeios que é melhor que os últimos Final Fantasy que se fizeram e só por isso é um JOGALHÃO DE FORÇA!

MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

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