Mais uma capa custom! |
Publicado por: Rayark Inc. (JP), Flyhigh Works (EU/EUA)
Director(es): Yung-Ting Tony Lee, Alvin Chung
Produtor: Ming-Yang Yu
Designer(s): Ryan Lee, QQ Lin, Ada Tsukiyo
Artista: Agugu Lin
Argumentista: Anton Mark-Hitchman
Compositor(es): Kevin Penkin, Taku Sakakibara
Plataforma(s): Nintendo Switch, iOS, Android
Lançamento: 06-07-2017 (Lançamento Mundial, Nintendo Switch)
Género(s): Acção, Hack 'n Slash, Twin Stick Shooter
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Formato Digital (~5GB)
Funcionalidades: Gravação de progresso na memória da consola
Estado: Não se aplica
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei-o umas três vezes em diferentes dificuldades.
E traseira custom também. |
Uma das coisas que sempre apreciei neste mundo do videojogos foi o advento das demos quando começou a era da PS1/Saturn, onde todos os meses podíamos experimentar alguns dos jogos a serem lançados futuramente, bem como outros já lançados e assim ter uma ideia melhor do que esperar dos mesmos sem confiarmos apenas em reviews de revistas e screenshots. A experiência de colocar o CD na consola era sempre diferente e por vezes ficava por lá muito tempo caso trouxesse alguma demo daqueles jogos pelos quais esperava ansiosamente. Mas com o passar das gerações, esta cultura foi-se perdendo de certo modo, com menos demos a serem lançadas até ao ponto de começarem apenas a serem digitais e sem grande variedade, pelo menos com títulos mais apelativos. Recordo-me que na era da PS3/Xbox360, apesar de existirem demos com fartura, nada era realmente interessante exceptuando um ou outro título. Actualmente parece que se assiste a um chamado revival desta cultura e há imensas demos de jogos, sobretudo na Nintendo Switch, o que me faz explorar a eShop à procura da próxima surpresa. E sem dúvida que já fui surpreendido em alguns casos mas no que concerne ao caso de hoje, apesar de ter gostado bastante da demo, já o jogo completo é apenas meh. Este exemplar digital foi adquirido algures em Junho de 2020, por 4.80€ numa promo da eShop.
É favor manter a bicharada fora do buraco. |
IMPLOSION: Never Lose Hope é um daqueles jogos indie que almeja ser um triple A e a meu ver isso tem tanto de bom quanto de mau. O grande problema a meu ver prende-se com o facto de o tentar fazer em plataformas mobile, algo que considero um desperdício de tempo e recursos, quando se pode fazer numa consola ou num PC com resultados nitidamente superiores. A história de IMPLOSION decorre algures no ano 2201, centrando-se em Jacob Francis Carloway, um jovem que pilota os chamados Warmech para a Ivonix, uma facção terrestre líder em tecnologia de ponta. Alguns anos antes, em 2178, os XADA, uma raça alienigena invadiu a Terra e fez com que a humanidade restante tivesse de ser evacuada para o sistema Tau. Vinte anos após estes eventos, é detectada uma ameaça oriunda da Terra e assim dois Warmech são enviados para o planeta com a missão de investigar e pôr fim a esta ameaça.
Os bosses gostam sempre de dar showoff. |
Algo que desde logo se destaca neste título é a qualidade visual do mesmo, onde o grafismo é bastante bom considerando as plataformas às quais se destinava. Neste port para a Switch, nada se perdeu e tudo continua com um óptimo aspecto, desde as personagens aos inimigos, sem esquecer os próprios cenários que vão variando de capítulo em capítulo desde interiores e exteriores, com imensos efeitos visuais e pormenores por tudo quando é sítio. Algo que gostei particularmente é a frame rate a 60fps, sem quebras que tivesse dado conta, algo que favorece em muito a acção. O jogo conta ainda com uma intro em CG onde não se pouparam esforços nem gastos, com uma qualidade surpreendente para um título indie bem como cutscenes que se traduzem em ilustrações com animação mínima mas que funcionam bastante bem no que concerne a storytelling, lembrando-me da arte de um anime sci-fi seinen até certo ponto.
A arte do jogo é bastante boa. |
Na parte sonora, IMPLOSION conta com diversas faixas compostas por Kevin Penkin e interpretadas pela Eminence Symphony Orchestra, bem como outras, nomeadamente os temas dos bosses que foram levados a cabo por Taku Sakakibara, conhecido pela sua fama em Beatmania. Algumas das faixas até têm vocals, interpretados por Donna Burke e pelos Alpha Legion. Contudo, mesmo com nomes sonantes e até mixing levado a cabo por John Kurlander que esteve envolvido na trilogia The Lord of the Rings, penso que a música nem sempre funciona no contexto do ambiente do jogo sendo até repetitiva demais pois usam-se as mesmas faixas em diversos níveis. Já os efeitos sonoros são bastante bons e competentes, bem como o voice acting que gostei bastante e até consegue transmitir alguma empatia pelas personagens bem como criar ligação entre elas.
É tudo corrido a toque de espada (e alguns tiros). |
Na parte jogável, IMPLOSION assume-se como um misto de géneros que funciona bastante bem até certo ponto. Inicialmente o jogo lembrou-me logo de Metal Gear Rising devido ao próprio Warmech ter um look semelhante a Raiden e utilizar uma espada, resultando assim num hack 'n slash. Mas isso é logo dissipado pois apesar da acção usar a espada frequentemente não é de perto nem de longe tão frenética ou divertida quanto a desse jogo. Existem vários combos que podemos usar em combate mas são bastante limitados e resultam de combinações de ataque rápido e ataque forte. Por outro lado contamos com armas de fogo como recurso, que têm todas elas munição limitada, à excepção da metralhadora que após algum tempo regenera a munição. Aqui surge a parte twin stick shooter pois é assim que usamos estas armas e funciona na perfeição. Podemos ainda usar um dodge até três vezes consecutivas para evitar ataques inimigos ainda que o nosso escudo nos proteja até certo ponto dos mesmos. O jogo decorre numa perspectiva de câmara fixa, que vai alternando consoante a acção e de um modo geral lembra um pouco Diablo, com mobs de inimigos a surgirem e ocasionalmente um boss para apimentar as coisas. Contudo, está dividido em capítulos que comportam diversos níveis, sendo que estes ao serem completados nos atribuem um rank baseado no tempo, dano e outros objectivos extra conseguidos.
O sistema de upgrades. |
E tal como nesse jogo, existe um sistema de leveling que nos permite ir subindo de nível, ganhando novas habilidades que se traduzem em loot que achamos ao longo dos níveis ou é deixado pelos inimigos mais rijos. Por outro lado podemos também adquirir o mesmo numa loja entre níveis, ainda que este não seja tão bom em termos de performance. Os nossos Warmechs apesar de usarem os mesmos itens para ganharem novas habilidades desde ofensivas a defensivas, passando por hacking para abrir certas portas, tem estilos de combate ligeiramente diferentes o que nos permite alguma variedade e replay. Por outro lado, existe ainda uma campanha extra, onde apenas a vertente twin stick shooter é utilizada e a dificuldade é muito mais elevada, algo que não apreciei particularmente apesar da jogabilidade ser bastante divertida.
Estes gajos são uns grandessíssimos FDPs... |
Isto tudo parece ser a fórmula ideal para este jogo mas no entanto o mesmo começa rapidamente a tornar-se repetitivo, com mobs a subirem exponencialmente em dificuldade e a nossa experiência não acompanha essa subida pelo que nos obriga a repetir níveis onde se consegue mais XP rapidamente para o efeito. Por outro lado existem medalhas para serem apanhadas que obedecem a objectivos específicos como por exemplo não levar dano, nunca ser derrubado, não usar armas de fogo e afins, que ao final de N medalhas desbloqueiam itens novos, armas infinitas entre outras benesses. Nas dificuldades mais elevadas, alguns bosses e até mesmo inimigos com escudos são autênticas esponjas, tornando a experiência mais frustrante do que devia ser. A título de curiosidade, um anime de 90 minutos era para ter saído a relatar os eventos antes do jogo mas ao que parece até hoje não se sabe de mais nada.
Em suma, IMPLOSION: Never Lose Hope é um jogo com boas ideias e até divertido q.b. mas rapidamente se torna repetitivo e apenas serve para queimar tempo. A história tem o seu interesse com diálogos para ouvir e diversas coisas para ler no que concerne a lore do jogo, o que me leva a crer que em vez de um port deviam ter feito um remake e eliminar aquela sensação mobile que o jogo transmite com estas mecânicas. Mas mesmo assim, há aqui algum divertimento a ter e só por isso é um JOGALHÃO DE FORÇA!
MURRALHÕES DE FORÇA:
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