11 de outubro de 2020

Bullet Witch

Cover art simples mas eficaz.
Desenvolvido por: Cavia
Publicado por: AQ Interactive (JP), Atari (EU, EUA)
Director: Yoichi Take
Produtor: Toru Takahashi
Designer: Masayuki Suzuki
Artista(s): Satoshi Ueda, Taro Hasegawa
Argumentista(s): Yoichi Take, Akira Yasui
Compositor: Masashi Yano
Plataforma(s): Xbox360, PC
Lançamento: 27-07-2006 (JP), 27-02-2007 (EUA), 09-03-2007 (EU) (Xbox360)
Género: Third Person Shooter
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Funcionalidades: Instalação no disco rígido com loadings mais rápidos (5GB), Gravação de progresso no disco rígido/Memory Card, HD 720p, 1080i, 1080p, DLC adicional
Media: DVD-ROM
Estado: Completo
Condição: Muito boa, muito poucas marcas de uso
Viciómetro: Acabei-o uma vez em Normal tendo começado outra ronda em Easy.

2013 foi um ano mau...
Coleccionar para a Xbox360 em 2020 é provavelmente uma das coisas mais acertadas que se pode fazer considerando os preços baixos tanto de software como de hardware e ainda com a benesse da retro-compatibilidade com a XboxOne e possivelmente com a Series X de futuro. Mas o melhor é descobrir títulos que até há pouco tempo não podiam ser jogados em mais lado nenhum com a excepção claro do PC, ainda que nesta plataforma sejam praticamente todos em formato digital. E o certo é que a Xbox360 tem excelentes jogos a serem descobertos, um pouco como acontece na PS2 e na Wii, onde se encontram alguns títulos mais obscuros ainda que não sejam necessariamente pérolas. Mas é sempre um bom exercício explorar estes jogos menos conhecidos e sem dúvida um dos que me dá mais gozo numa era onde se apela ao realismo e "altes gráfiques", coisa que sinceramente já não me diz muito. O jogo que trago até aqui hoje parece ter saído de uma PS2 para a Xbox360 visto ser daqueles primeiros títulos onde o next gen ainda não tinha chegado. E se calhar foi mesmo isso que aconteceu mas apenas posso especular. Este exemplar chegou à colecção no final de Setembro, tendo custado 8 euros usado mas em boas condições de conservação.
 

Manual e disco.
Bullet Witch é um daqueles jogos que sempre me chamou à atenção não apenas pela cover art mas também pelos inúmeros screenshots que fui vendo desde que o jogo foi lançado, onde sentia que isto mais parecia um jogo de PS2 do que outra coisa qualquer. E sendo particularmente fã desta consola da Sony, da sua estética e de como os jogos são feitos para a mesma, imediatamente quis de algum modo experimentar Bullet Witch. O grande busílis era o facto de ser exclusivo da Xbox360 e tendo eu apenas uma PS3 nessa época, rapidamente me esqueci de tal facto. Alguns anos mais tarde eis que o jogo é lançando digitalmente para PC e foi então altura não de adquirir esta versão mas sim uma Xbox360 e todos os jogos que constam na minha extensa wishlist que alberga vários sistemas. Bullet Witch é muitas vezes comparado a Bayonetta mas a única coisa que partilham em comum é o facto de terem uma protagonista que é uma bruxa e as semelhanças terminam aí. A história recai sobre Alicia, uma rapariga que é uma bruxa dos tempos modernos, onde a sua vassoura se transforma em diferentes armas de fogo para cada ocasião. Num mundo destruído pela guerra e doença, demónios começam a surgir e a dizimar o que resta da população humana, facto que não cai muito bem a Alicia uma vez que sente que existe uma ligação entre ela própria e tudo isto. Assim começa a sua demanda para esclarecer a verdade e acabar com esta ameaça.

Está de... trovoada!
Algo que sobressai logo à partida é a componente visual de Bullet Witch, que mais parece oriunda de um jogo de PS2 do que propriamente de uma consola de sétima geração. O grafismo é sem dúvida arcaico com uma geometria simples onde o level design é quase sempre todo ele muito angular e recto, desde os locais citadinos com edifícios, passando por outro locais como florestas onde as coisas são um pouco mais abertas mas ainda assim bastante simples. O mesmo se pode dizer dos inimigos que não primam muito pela variedade ainda que existam alguns de dimensões bastante grandes, bem como os bosses. Contudo embora tenha um design simples, existe alguma interactividade com o meio envolvente sendo possível destruir muitas das coisas que vemos, como por exemplo edifícios, veículos e afins. A nossa personagem apesar de ter algum detalhe não é nada de especial em termos de pormenores ainda que as animações sejam interessantes como por exemplo o ciclo de animação ao caminharmos devagar, algo que raramente vemos a menos que queiramos mesmo. O mesmo se aplica aos NPCs que nos acompanham na demanda, onde as animações são bastante simples. Algo que é realmente mau é sem dúvida a iluminação, em particular as sombras que ocasionalmente sofrem de glitches e por vezes parecem fora do sítio e desaparecem sem motivo aparente. Em certas ocasiões o jogo também tende a ser bastante escuro o que pode dificultar o combate.

A nossa menina bonita.
Na parte sonora, Bullet Witch não me deixa saudades algumas muito por culpa da banda sonora que opta por ser dinâmica num jogo que decorre ao longo de níveis e que ganhava mais se cada um tivesse um tema associado. Aqui vamos ouvir algumas faixas de tempos a tempos, sobretudo nas cenas de acção mais intensa ou história mas nada que seja memorável. O voice-acting é terrível para ser simpático, com linhas de texto cheias de pirosice e muitas delas sem nexo algum, algo que também se traduz nada falta de sentimento com que as mesmas são debitadas pelas personagens. Já os feitos sonoros cumprem o seu papel, com imensos sons de tiros e explosões, sem esquecer os grunhidos e afins que os inimigos largam.

Rebentar com bombas de gasolina é sempre giro.
No campo da jogabilidade estamos perante um third person shooter antes de ser definida a maneira como este género se joga actualmente. Portanto não existe nenhum sistema de cover, nem nada parecido que facilite o processo de combater as hordas. Porém, o controlo é relativamente fácil de apanhar e rapidamente estamos a dizimar dezenas de inimigos que não primam muito pela inteligência. Alicia pode usar a sua vassoura adoptando alguns tipos de armas que vão desde uma simples metralhadora, uma caçadeira, uma sniper e claro, uma minigun, todas elas com as suas vantagens e desvantagens. Excepto a caçadeira, neste jogo é terrível e é provavelmente a pior caçadeira que vi num videojogo. Alicia pode ainda usar magia com efeitos devastadores, algo que vamos ganhado ao longo do jogo e que é a única coisa que nos permite demolir por exemplo edifícios inteiros, algo que dá sempre um gozo tremendo mas também nos pode matar se estivermos perto dos mesmos. Não somente isto, Alicia pode ainda atacar com melee ainda que seja praticamente inútil, bem como evitar inimigos com um dodge move que é curiosamente parecido ao de Motoko Kusanagi em Ghost in the Shell: Stand Alone Complex na PS2. Isto não é surpresa pois a equipa que produziu este jogo é a mesma logo Bullet Witch é muito semelhante neste campo mas com melhor controlo.

Este gajo é grande mas não é grande coisa.
O jogo decorre ao longo de diversos níveis onde vamos ficando a saber mais sobre a nossa protagonista e esta invasão demoníaca pelo que a nossa performance é avaliada no final de cada nível onde somos recompensados com pontos que podemos usar para melhorar as nossas armas, magias e claro barras de vida/magia. Falando nisso, Alicia recupera vida e magia com o passar do tempo e ao combater inimigos, sendo que alguns NPCs que salvamos nos dão itens de consumo que aceleram o processo ainda que esse já seja rápido q.b. a meu ver. Fora o modo história existe ainda DLC adicional que se traduz em níveis extra com objectivos específicos e sem nada que acrescente à história.

De um modo geral Bullet Witch é um jogo curioso para quem gosta de coisas obscuras ou simplesmente janky como se diz na gíria para determinar certos jogos. Não é nenhuma hidden gem mas é algo que só podia ter vindo do Japão e só por isso é um JOGALHÃO DE FORÇA!

MURRALHÕES DE FORÇA:
 
 

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