14 de julho de 2022

Aconcagua

Capinha PAL custom!
Desenvolvido por: WACWAC!
Publicado por: Sony Computer Entertainment Inc.
Plataforma: PlayStation
Lançamento: 01-06-2000
Género(s): Point 'N Click, Aventura
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Card (1-15 Blocos), Compatível com Controlo Analógico, Compatível com Função de vibração DualShock
Media: CD-ROM
Estado: Não se aplica
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei-o uma vez.

E a traseira a condizer.
Para variar um bocadinho as coisas por aqui, hoje apresento-vos um jogo que é desconhecido do público em geral e que agora pode finalmente ser jogado na integra em inglês, fruto do trabalho e devoção dos fãs. Isto deve-se essencialmente pelo facto do jogo em questão nunca ter sido lançado fora do Japão e portanto nunca foi localizado em língua alguma, embora o diálogo esteja completamente em inglês e possa ser entendido perfeitamente. Contudo o texto e tudo o resto não estava e daí tudo isto. Esta situação não é recente e existem inúmeros jogos em imensas plataformas que nunca puderam ser apreciados por este mesmo motivo. Mas no caso deste, agora sim, é possível. Obviamente não é um jogo que tenha na colecção, embora agora esteja a considerar arranjar a versão original Japonesa só porque sim! Daí tive de o jogar via emulação, algo que no caso deste jogo também não é dos mais fáceis de conseguir pôr a correr decentemente. Mas já lá vamos. E agora que penso nisso, esta é provavelmente a primeira e única análise a este jogo em Português!
 

Julia a dar uma de ninja!
Aconcagua é daquelas pérolas perdidas na biblioteca da PlayStation, que sempre tive curiosidade em jogar desde que vi umas imagens numa revista da especialidade no final dos anos 90. Desde os visuais ao ambiente, algo neste jogo me cativou e agora finalmente pude satisfazer essa curiosidade, coisa que não me desiludiu. A história decorre em Meruza, um país fictício situado na Argentina que atravessa uma crise política e consequentemente se encontra à beira de um golpe de estado. É aqui que entra Pachamama, uma activista de 33 anos que lidera um movimento de independência. Durante um voo pelo país, uma bomba é detonada e o avião despenha-se no pico mais elevado conhecido por Aconcagua. É aqui que Katoh, um jornalista Japonês inicia a sua demanda pela sobrevivência, encontrando outros sobreviventes onde se encontra Pachamama e assim descobrir o motivo pelo qual tal incidente se deu.

O gangue da montanha.
Graficamente, Aconcagua é aquilo que se podia esperar de um jogo de PlayStation em 2000 com visuais simples mas bastante detalhados dados os limites do hardware. Os cenários são quase todos eles de montanha ainda que possamos ver outras vistas que incluem interiores de edifícios utilitários, uma mina de exploração e até uma base militar. As personagens embora com animações simples e um tanto rígidas, são pormenorizadas q.b. onde até mexem as bocas durante o diálogo, coisa que nem todos os jogos desta geração se podem gabar. A performance é no geral decente ainda que numa zona tenha presenciado um pequeno slowdown talvez devido ao número de personagens e efeitos no ecrã. O jogo conta ainda com imensas cutscenes sendo que todas usam o motor de jogo.

Vamos ter de meter aquilo operacional.
Em termos sonoros, a banda sonora é agradável de se ouvir com aqueles temas típicos de um filme de sobrevivência e que até me fez lembrar alguns durante o decorrer da aventura. Nem sempre ouvimos música durante o decorrer do jogo pelo que o som ambiente também se faz sentir em pequenas doses. O voice-acting é bastante competente ainda que nem sempre a performance dos diálogos seja a melhor embora não se torne corny nem entre no nível do Resident Evil original. E existe muita conversa neste jogo, que felizmente está toda em Inglês com alguns diálogos em Espanhol por motivos óbvios. Os efeitos sonoros cumprem também o seu papel, desde o som das pegadas, disparos, maquinaria e afins.

Rebentar coisas é passatempo.
No campo da jogabilidade estamos perante um simples point 'n click, onde usamos o D-pad ou o analógico esquerdo para controlar a seta e darmos indicações às personagens para onde ir e o que investigar/usar. Pessoalmente creio que o jogo funcionaria melhor com um esquema de controlo tradicional, estilo o de Resident Evil pois os ângulos de câmara são fixos mas percebo o porquê desta escolha. Como qualquer jogo do género, podemos explorar diversos locais de interesse e interagir com um certo número de coisas nos cenários de forma a resolvermos puzzles, progredir na história e até confrontar inimigos.

O bonito sol nas montanhas...
Para desvendar esta trama contamos com cinco personagens diferentes cada qual com a sua habilidade onde figuram Katoh, um jornalista Japonês experiente em montanhismo; Julia, uma jornalista americana que aparenta ser algo mais; Steve, um técnico algo cobardolas; Lopez, um homem enorme e misterioso e Pachamama, a mulher que é o alvo no meio disto tudo. Cada um tem um papel importante no decorrer da aventura, fazendo uso das suas habilidades nas mais diversas situações. Por exemplo, Pachamama é a única personagem que entende Espanhol e portanto consegue ler e perceber conversas nessa língua. Já Julia, é a única que pode fazer uso de uma faca para confrontar inimigos. Steve age como uma espécie de homem dos sete ofícios e consegue usar sistemas informáticos, abrir fechaduras e afins. Katoh, com a sua experiência em montanhismo é o único que escala tudo quanto dá para escalar e Lopez age como o tanque do grupo e carrega com tudo quanto é pesado. O jogo conta ainda com vários finais dependentes das nossas acções mas do que vi não me pareceu existir grande margem para desvios.

Katoh não é nenhum Solid Snake...
Jogar Aconcagua em 2022 pode ser feito de duas simples formas: hardware original modificado para o efeito e com uma cópia de ambos os discos com o patch aplicado ou via emulação que a meu ver é o caminho mais acessível. Ainda assim, recomendo que o façam em PC ainda que possa ser feito com um Pie ou mesmo a PlayStation Classic. Digo isto porque este jogo é esquisito com emuladores e o melhor resultado é com o Bizhawk, recomendado pelo criador do patch. Se optarem pelo RetroArch, sugiro que usem o core Beetle PSX HW pois foi o único que não me deu problemas. Se usarem o Beetle PSX ao mudarmos de CD (e como o jogo pede para gravar em intervalos regulares) após uma certa parte logo no início do disco 2 crasha não chegando ao ecrã do Memory Card. Com o PCSX ReARMed o grafismo fica cheio de glitches.

E também não é equilibrista.
E Aconcagua é isto, um jogo que ficou perdido no tempo mas agora ganha uma nova vida com esta tradução. Não é jogo para todos mas se gostam de aventura e montanhas, certamente vão gostar deste título que a meu ver merece um remake com visuais e convenções modernos. Até isso acontecer teremos sempre este JOGALHÃO DE FORÇA!

MURRALHÕES DE FORÇA:

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