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Artwork de Tom DuBois.
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Desenvolvido por: ToyLogic
Publicado por: Konami
Director(es): Nobuya Nakazato, Daichi Kurumiya
Produtor: Nobuya Nakazato
Designer: Katsuro Ouchi
Artista: Atsushi Yamaguchi
Argumentista(s): Evan Dorkin, Sarah Dyer
Compositor(es): Takahiro Nishi, Takashi Okamoto
Plataforma(s): PlayStation 4, Microsoft Windows, Nintendo Switch, Xbox One
Lançamento: 24-09-20 (Lançamento Mundial)
Género: Run 'n Gun
Modos de jogo: Modo história para um jogador até quatro jogadores (Online e Offline), Modo Online competitivo para até 9 jogadores
Funcionalidades: Instalação no disco rígido (12GB mínimo), Gravação
de progresso no disco rígido, Função de vibração DualShock 4, PS4 Pro Enhanced, Remote Play Supported
Media: Blu-Ray
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o umas três vezes tendo repetido muitos dos níveis devido ao griding a que o jogo obriga.
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Autocolantes feios!
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Quando era pequeno, uma das sagas que mais me aliciavam no mundo dos videojogos era sem dúvida Contra, com toda aquela acção, explosões e demais artifícios que compõem cada jogo. Ainda que a conhecesse por Probotector, devido às leis que vigoravam na Alemanha durante os anos 90 e que proibiam jogos que atentassem contra seres humanos e afins. Daí que só alguns anos mais tarde é que fiquei a conhecer a sério esta saga e pude jogar alguns dos títulos tal e qual foram concebidos, sem restrições de espécie alguma. Obviamente alguns tornaram-se desde logo nos meus favoritos mas com o passar dos anos comecei a ganhar gosto por outros que tinha jogado muito menos horas e só o facto de se falar num novo jogo dentro da saga é o suficiente para comprar o bilhete para o hype train, ainda que já saiba qual é o destino: uma mão cheia de miséria e potencial desperdiçado. O jogo que trago até aqui hoje é um brilhante exemplo disso, onde podia ter sido um bom ou mesmo excelente título na saga mas é precisamente o oposto. Este exemplar foi adquirido a 19 de Janeiro de 2021 tendo custado €7.98 na Fnac do Almada Fórum.
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Papelito de DLC e disco.
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Contra: Rogue Corps é o mais recente jogo da saga (e provavelmente o último por este andar) a aterrar em tudo quanto é consola e computador, onde a história decorre pouco tempo depois dos eventos de Contra III: The Alien Wars e Contra 4, dois dos melhores jogos que a saga oferece. E caso se questionem, sim existe uma storyline na saga Contra que é no mínimo hilariante em certas partes. Neste novo capítulo, os eventos de The Alien Wars deixaram marcas catastróficas no planeta e isso reflecte-se em Damned City, uma cidade onde abundam todo o tipo de criaturas, artefactos e tecnologia. Isto deve também ao facto de existir um portal de onde saem os denominados Fiends, que atacam tudo o que mexe bem como o próprio meio ambiente da cidade provocar dano psíquico a humanos levando-os à loucura. É aqui que entram os quatro heróis, apelidados de Jaegers, um grupo de caçadores de recompensas, onde figuram: Kaiser, um cyborg reconstruido; Ms. Harakiri, uma assassina com um extraterrestre embutido no estômago; The Gentleman, um insecto extraterrestre altamente culto e inteligente e finalmente Hungry Beast, um panda cibernético.
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A capa que vem de origem.
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Visualmente, Contra: Rogue Corps é provavelmente o jogo mais feio que vi na PS4, onde o grafismo no geral parece todo esborratado com texturas bastante low res em certas partes e um aspecto pouco cuidado. Nada neste jogo, excepto os bosses, é particularmente agradável de se ver, um pouco culpa também das cores berrantes que são usadas que contrastam imenso com os cenários. Isto talvez seja uma opção de design para se perceber o que é o quê no meio do caos que por vezes ocorre durante a acção mas sinceramente não era necessário. Os modelos das nossas personagens são decentes q.b., com algum detalhe e animações competentes mas os inimigos já não carecem do mesmo cuidado e alguns parecem aquilo que se chama asset flip de outro jogo qualquer. A frame rate situa-se nos 30fps mas num jogo deste tipo pedia-se 60fps obrigatoriamente. Pelo menos não dei conta de nenhum slowdown ou solavanco durante as partes mais acesas.
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Este fica com um andar novo.
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Continuando a trend de não ser um bom jogo, na parte sonora as coisas são ainda piores a meu ver. Ainda que os efeitos sonoros sejam decentes, desde o som das armas, explosões, gritos, grunhidos e afins, a banda sonora é abismal. Digo isto porque não há nenhuma faixa que seja memorável, até porque durante o jogo é raro ouvir-se música e quando ouvimos é praticamente sempre a mesma. Existe uma faixa a fazer alusão ao tema clássico de Contra, numa variante heavy metal mas é horrível na minha mais modesta opinião, sendo que é usada em certas partes durante a acção. Fora isto, o voice acting é mediano e podemos ouvir os diálogos durante as cutscenes.
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Existem sempre inimigos obesos.
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Na parte da jogabilidade, Contra: Rogue Corps não é mau de todo mas tem a sua dose de "senãos". O controlo é bastante sólido, numa perspectiva isométrica estilo Neo Contra, onde podemos controlar a personagem com ambos os joysticks e fazer uso dos demais botões para disparar, saltar e afins. Porém, disparar, que é somente a base de qualquer Contra vem com um contratempo... todas as armas aquecem. Leram bem, não podem estar constantemente a carregar no botão de disparo e têm eventualmente de ir variando entre a arma principal e secundária. Ora isto pode ser visto com outra opção de design mas num Contra é algo que não funciona nada bem, embora com habituação lá se consiga algo. Por outro lado, temos imensas armas à nossa disposição, podendo estas serem personalizadas e evoluídas ao nosso gosto, ainda que as melhores custem demasiado dinheiro, algo que vamos apanhando ao longo do jogo. Contudo, algumas armas são relegadas para itens especiais como é o caso da Spread Shot, a minha arma favorita em qualquer Contra, onde aqui só a usamos esporadicamente durante tempo limitado.
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Um velho conhecido...
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A progressão é feita através de níveis que podem ser acedidos do hub central onde também podemos personalizar as nossas personagens individualmente, melhorando assim as suas habilidades, resistência e afins com peças para cada parte do corpo. Aqui também temos acesso ao modos multiplayer e co-op (que não experimentei). Os níveis em si começam por ser divertidos, com imensos inimigos para rebentar mas rapidamente entram na repetição pois alguns são apenas variantes dos anteriores com inimigos em locais diferentes ou mobs diferentes. Isto torna o jogo aborrecido pois para avançarmos, por vezes, temos de fazer griding para conseguirmos melhorar a personagens e termos hipótese contra o que vem a seguir. E repetir os mesmos níveis vezes sem conta nunca é divertido em nenhum jogo. Algo que gostei foram os bosses, com alguns conhecidos a regressarem e outros tantos novos, onde o combate e estratégia estão bem equilibrados e com algumas ideias engraçadas. Se apenas o resto do jogo fosse assim...
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A melhor arma só a usamos ocasionalmente.
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No fundo, Contra: Rogue Corps parece que começou como outro jogo qualquer e a dada altura decidiram meter-lhe Contra no nome e tentar facturar. Isto é particularmente triste considerando que Nobuya Nakazato é o nome por trás desta atrocidade, e este senhor no passado criou alguns dos melhores títulos nesta saga. Acredito que em co-op este jogo talvez seja ligeiramente mais tolerável mas sozinho chega a ser um suplício se quiserem tentar desbravar tudo. Ainda que esteja na colecção e seja um JOGALHÃO DE FORÇA, não é algo que vos possa recomendar a menos que sejam morbidamente curiosos como eu.
MURRALHÕES DE FORÇA:
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