5 de setembro de 2011

Heavy Rain [Move Edition]

Capa simples mas bonita.
Desenvolvido por: Quantic Dream
Publicado por: Sony Computer Entertainment
Director: David Cage
Compositor: Normand Corbeil
Plataforma: PlayStation 3
Lançamento: 18-02-2010 (JP), 23-02-2010 (EUA), 24-02-2010 (EU)
Género(s): Interactive drama, Psychological thriller
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Blu-Ray Dual Layer (50GB)
Funcionalidades: Instalação no disco rígido (6.4GB), Gravação de progresso no disco rígido, Compatível com Sensor de Movimento Sixaxis, Compatível com Função de Vibração, HD 720p
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o N vezes, para ver os finais todos.

(Come, get some! :D)

No stickers, yay!
O conceito de "filme interactivo" sempre foi algo que suscitou interesse dentro do mundo dos videojogos. Por um lado por aproximar as coisas da realidade e por outro por ser uma experiência mais up, close and personal para quem joga, pois as suas decisões têm impacto directo no rumo da acção. Contudo, no passado, várias experiências foram feitas neste campo, algumas com mais sucesso do que outras. Posso citar por exemplo Parasite Eve, com uma das experiências cinemáticas que no fundo era apenas mais um jogo dentro do Survival Horror mas com um twist Hollywoodesco. Fear Effect foi outra das tentativas que a meu ver resultou mas não dentro deste género. Posso ir ainda mais atrás e pegar em qualquer título da MegaCD mas esses são demasiado maus para o efeito. Se tiver que citar um bom exemplo, Fahrenheit (conhecido por Indigo Prophecy no Estados Unidos), será o melhorzinho. Obviamente a tecnologia evolui e depois deste, seguiu-se o jogo que trago até aqui hoje, desenvolvido pelo mesmo estúdio. Este exemplar foi adquirido numa loja online, como é costume, tendo custado cerca de 19 euros. Tratando-se da Move Edition, já traz o patch para o efeito bem como outros extras que incluem a banda sonora em formato digital, alguns temas interactivos para a XMB da PS3, o episódio extra conhecido por The Taxidermist e ainda um origami em papel para dobrar.


Inlay, manual, disco e origami.
Heavy Rain pode ser considerado por muitos como uma experiência interactiva ao invés de ser apenas mais um jogo. Na verdade é um jogo onde não precisamos ter muita destreza manual, que se comporta como um filme pois a ideia é mesmo essa. A grande questão é que nós realizamos de certo modo esse filme, ou se preferirem, somos os actores principais. Neste thriller psicológico/drama interactivo deparamo-nos com uma história sórdida de bizarros crimes, onde o assassino conhecido por Origami Killer, afoga as suas vitimas em água da chuva, durante os períodos onde existe maior precipitação. A ideia é no mínimo assustadora mas morbidamente apelativa. Para desvendar este mistério assumimos não um mais quatro papéis diferentes, onde cada personagem tem a sua perspectiva e a sua função no meio desta história. Ethan Mars poderá ser considerada a principal, visto o seu filho Shaun ser a próxima vítima caso ele não o consiga encontrar. Mas qualquer uma das outras: Scott Shelby, um detective privado; Norman Jayden: um agente do FBI e Madison Paige, uma foto-jornalista, têm papéis preponderantes no decorrer da história. Tudo depende das nossas decisões.

A desenhar se começa o dia.
Poderá não ser dos jogos que mais me impressionou a nível visual mas o certo é que Heavy Rain tem um ambiente espectacular, considerando o género. A acção decorre numa cidade, em diversos cenários, desde apartamentos, locais públicos, fábricas, enfim, um pouco por todo o lado, conferindo alguma variedade e acima de tudo credibilidade à acção. Diria que tudo é muito sombrio e cinzento sendo a chuva o elemento predominante ao longo do jogo, ou não tivesse o mesmo o nome que tem. Os efeitos visuais estão muitíssimo bons, sobretudo os que envolvem água. O que realmente me surpreendeu foram as personagens, no geral. Graças à tecnologia de motion capture conseguiram-se excelentes animações em termos de movimentos e acima de tudo, expressões faciais, ainda que na minha opinião algumas personagens sejam mais "humanas" e "reais" do que outras. Um exemplo é Madison, uma das personagens que considero mais bem conseguida neste campo. Mas em suma, visualmente Heavy Rain está bastante bom.

Madison parece incrivelmente real.
Onde Heavy Rain descura um bocadinho é na parte sonora, por um único motivo: a banda sonora é repetitiva. Quero com isto dizer que vamos ouvir os mesmos temas, muitas vezes ao longo do jogo, chegando a um ponto em que começamos a ignorá-los por termos atingido o limite. Não quer dizer que aconteça a todos mas eu queixo-me por esta razão. Podiam ter composto algumas música a mais para o efeito. Ainda assim gosto da sonoridade, adequada ao cenário, conseguindo sem dúvida alguma transmitir o ambiente triste, dramático e até de alguma tensão, a quem está a jogar. O voice-acting é algo que existe em largas doses neste jogo, sendo a escolha dos actores algo que me agradou pois todos eles têm algo de característico que os individualiza mas todos partilham uma melancolia comum. Esta minha versão porém não tem o áudio em Português, daí não poder tecer comentários acerca do mesmo. No entanto, o áudio original em Inglês, é impecável.

Conhecem este actor?
Poderia dizer que Heavy Rain não se joga, assiste-se, tomando-se decisões mas isso seria de certo modo não dizer a verdade. Temos de controlar as personagens, ainda que o caminho que estas seguem seja pré-definido na maioria dos casos, numa espécie de on-rails. Porém, temos de os encaminhar para algum lado, o que nos permite também pesquisar e explorar o local onde nos encontremos, bem como interagir com quase tudo, desde que apareça um ícone de contexto. Sendo interactivo, a história vai-se desenrolando consoante as nossas decisões, acções e escolhas na altura de falarmos com alguém, levando a situações diferentes em certas instâncias e obviamente a finais diferentes. Tanto podemos desvendar o mistério, como não chegarmos a lado nenhum. E as nossas personagens não são deuses, podendo morrer em certas alturas se não tivermos cuidado ou simplesmente falharmos um Quick Time Event (QTE), algo que neste jogo é predominante pois é assim que as cenas de acção e resolução de puzzles funcionam. Muito boa gente não viu isto com bons olhos mas o facto é que a interactividade resulta bem deste modo.

Agente Mulder? Nope, Norman...
Jogamos sempre com as quatro personagens, sendo que vamos alternando à medida que avançamos. As decisões que tomemos com uma podem ter impacto na vida das outras, portanto é sempre um jogo constante de moral e ética. Fazer o que está correcto ou fazer o que nos parece correcto? Heavy Rain deixa-nos a pensar e é isso que o torna excelente. Esta versão inclui suporte para o Move, algo que não experimentei pois joguei-o sempre com o DualShock 3 mas do pouco que vi com o Move e algumas opiniões de amigos, a experiência torna-se mais "mexida". O episódio extra incluído e conhecido como The Taxidermist, coloca-nos na pele de Madison Paige, antes desta salganhada toda, onde ela decide investigar a casa de um taxidermista, para descobrir algo que não esperava. Este episódio visualmente nota-se que é inferior de certo modo ao jogo, pois foi uma demo utilizada para mostrar como iria ser o produto final. Ainda assim, apesar de pequeno é uma boa adição. Só é pena que seja o único DLC que foi lançado.

Após este texto todo penso que ficaram com uma boa ideia do que esperar em Heavy Rain. É um bom jogo, sem sombra de dúvida, diferente, intrigante e com a possibilidade de ser jogado várias vezes para se ver os finais todos. Por tudo isto é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Vamos regressar ao velhinho Game Boy, com puzzles, já amanhã. :)

MURRALHÕES DE FORÇA:
 

1 comentário:

  1. Filme interactivo de última geração. Não é algo que me fascine, mas reconheço-lhe o valor por tentar levantar um género esquecido desde o Phantasmagoria, por aí.

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