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Capa simples mas bonita. |
Desenvolvido por: Quantic
Dream
Publicado por: Sony Computer Entertainment
Director: David Cage
Compositor: Normand Corbeil
Plataforma: PlayStation 3
Lançamento: 18-02-2010 (JP), 23-02-2010 (EUA), 24-02-2010 (EU)
Género(s): Interactive
drama, Psychological thriller
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Blu-Ray Dual Layer (50GB)
Funcionalidades: Instalação no disco rígido (6.4GB), Gravação de
progresso no disco rígido, Compatível com Sensor de Movimento Sixaxis,
Compatível com Função de Vibração, HD 720p
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o N vezes, para ver os finais todos.
(Come, get some! :D)
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No stickers, yay! |
O conceito de "filme interactivo" sempre foi algo
que suscitou interesse dentro do mundo dos videojogos. Por um lado por
aproximar as coisas da realidade e por outro por ser uma experiência mais
up,
close and personal para quem joga, pois as suas decisões têm impacto directo no
rumo da acção. Contudo, no passado, várias experiências foram feitas neste
campo, algumas com mais sucesso do que outras. Posso citar por exemplo
Parasite
Eve, com uma das experiências cinemáticas que no fundo era apenas mais um jogo
dentro do
Survival Horror mas com um
twist Hollywoodesco.
Fear Effect foi outra
das tentativas que a meu ver resultou mas não dentro deste género. Posso ir
ainda mais atrás e pegar em qualquer título da
MegaCD mas esses são demasiado
maus para o efeito. Se tiver que citar um bom exemplo,
Fahrenheit (conhecido por
Indigo
Prophecy no Estados Unidos), será o melhorzinho. Obviamente a tecnologia evolui
e depois deste, seguiu-se o jogo que trago até aqui hoje, desenvolvido pelo
mesmo estúdio. Este exemplar foi adquirido numa loja online, como é costume,
tendo custado cerca de 19 euros. Tratando-se da
Move Edition, já traz o
patch
para o efeito bem como outros extras que incluem a banda sonora em formato
digital, alguns temas interactivos para a
XMB da
PS3, o episódio extra
conhecido por
The Taxidermist e ainda um
origami em papel para dobrar.
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Inlay, manual, disco e origami. |
Heavy Rain pode ser
considerado por muitos como uma experiência interactiva ao invés de ser apenas
mais um jogo. Na verdade é um jogo onde não precisamos ter muita destreza
manual, que se comporta como um filme pois a ideia é mesmo essa. A grande
questão é que nós realizamos de certo modo esse filme, ou se preferirem, somos
os actores principais. Neste
thriller psicológico/drama interactivo
deparamo-nos com uma história sórdida de bizarros crimes, onde o assassino
conhecido por
Origami Killer, afoga as suas vitimas em água da chuva,
durante os períodos onde existe maior precipitação. A ideia é no mínimo
assustadora mas morbidamente apelativa. Para desvendar este mistério assumimos
não um mais quatro papéis diferentes, onde cada personagem tem a sua
perspectiva e a sua função no meio desta história.
Ethan Mars poderá ser
considerada a principal, visto o seu filho
Shaun ser a próxima vítima caso ele
não o consiga encontrar. Mas qualquer uma das outras:
Scott Shelby, um
detective privado;
Norman Jayden: um agente do
FBI e
Madison Paige, uma
foto-jornalista, têm papéis preponderantes no decorrer da história. Tudo
depende das nossas decisões.
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A desenhar se começa o dia. |
Poderá não ser dos jogos que mais me impressionou a nível
visual mas o certo é que
Heavy Rain tem um ambiente espectacular, considerando
o género. A acção decorre numa cidade, em diversos cenários, desde
apartamentos, locais públicos, fábricas, enfim, um pouco por todo o lado,
conferindo alguma variedade e acima de tudo credibilidade à acção. Diria que
tudo é muito sombrio e cinzento sendo a chuva o elemento predominante ao longo
do jogo, ou não tivesse o mesmo o nome que tem. Os efeitos visuais estão
muitíssimo bons, sobretudo os que envolvem água. O que realmente me surpreendeu
foram as personagens, no geral. Graças à tecnologia de
motion capture
conseguiram-se excelentes animações em termos de movimentos e acima de tudo,
expressões faciais, ainda que na minha opinião algumas personagens sejam mais
"humanas" e "reais" do que outras. Um exemplo é
Madison,
uma das personagens que considero mais bem conseguida neste campo. Mas em suma,
visualmente
Heavy Rain está bastante bom.
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Madison parece incrivelmente real. |
Onde
Heavy Rain descura um bocadinho é na parte sonora, por
um único motivo: a banda sonora é repetitiva. Quero com isto dizer que vamos
ouvir os mesmos temas, muitas vezes ao longo do jogo, chegando a um ponto em que
começamos a ignorá-los por termos atingido o limite. Não quer dizer que
aconteça a todos mas eu queixo-me por esta razão. Podiam ter composto algumas
música a mais para o efeito. Ainda assim gosto da sonoridade, adequada ao
cenário, conseguindo sem dúvida alguma transmitir o ambiente triste, dramático
e até de alguma tensão, a quem está a jogar. O
voice-acting é algo que existe
em largas doses neste jogo, sendo a escolha dos actores algo que me agradou
pois todos eles têm algo de característico que os individualiza mas todos
partilham uma melancolia comum. Esta minha versão porém não tem o áudio em
Português, daí não poder tecer comentários acerca do mesmo. No entanto, o áudio
original em Inglês, é impecável.
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Conhecem este actor? |
Poderia dizer que
Heavy Rain não se joga, assiste-se,
tomando-se decisões mas isso seria de certo modo não dizer a verdade. Temos de
controlar as personagens, ainda que o caminho que estas seguem seja
pré-definido na maioria dos casos, numa espécie de
on-rails. Porém, temos de os
encaminhar para algum lado, o que nos permite também pesquisar e explorar o
local onde nos encontremos, bem como interagir com quase tudo, desde que
apareça um ícone de contexto. Sendo interactivo, a história vai-se desenrolando
consoante as nossas decisões, acções e escolhas na altura de falarmos com
alguém, levando a situações diferentes em certas instâncias e obviamente a
finais diferentes. Tanto podemos desvendar o mistério, como não chegarmos a
lado nenhum. E as nossas personagens não são deuses, podendo morrer em certas alturas
se não tivermos cuidado ou simplesmente falharmos um
Quick Time Event (QTE),
algo que neste jogo é predominante pois é assim que as cenas de acção e
resolução de
puzzles funcionam. Muito boa gente não viu isto com bons olhos mas
o facto é que a interactividade resulta bem deste modo.
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Agente Mulder? Nope, Norman... |
Jogamos sempre com as quatro personagens, sendo que vamos
alternando à medida que avançamos. As decisões que tomemos com uma podem ter
impacto na vida das outras, portanto é sempre um jogo constante de moral e
ética. Fazer o que está correcto ou fazer o que nos parece correcto?
Heavy Rain
deixa-nos a pensar e é isso que o torna excelente. Esta versão inclui suporte
para o Move, algo que não experimentei pois joguei-o sempre com o
DualShock 3
mas do pouco que vi com o
Move e algumas opiniões de amigos, a experiência
torna-se mais "mexida". O episódio extra incluído e conhecido como
The Taxidermist, coloca-nos na pele de
Madison Paige, antes desta salganhada
toda, onde ela decide investigar a casa de um taxidermista, para descobrir algo
que não esperava. Este episódio visualmente nota-se que é inferior de certo
modo ao jogo, pois foi uma demo utilizada para mostrar como iria ser o produto
final. Ainda assim, apesar de pequeno é uma boa adição. Só é pena que seja o
único
DLC que foi lançado.
Após este texto todo penso que ficaram com uma boa ideia do
que esperar em Heavy Rain. É um bom jogo, sem sombra de dúvida, diferente,
intrigante e com a possibilidade de ser jogado várias vezes para se ver os
finais todos. Por tudo isto é um JOGALHÃO DE FORÇA!
Vamos regressar ao velhinho Game Boy, com puzzles, já
amanhã. :)
MURRALHÕES DE FORÇA:
Filme interactivo de última geração. Não é algo que me fascine, mas reconheço-lhe o valor por tentar levantar um género esquecido desde o Phantasmagoria, por aí.
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