24 de setembro de 2011

Duke Nukem Forever [Balls of Steel Edition]

Aí está o que faltava!
Desenvolvido por: 3D Realms, Triptych Games, Gearbox Software, Piranha Games
Publicado por: 2K Games
Designer: George Broussard
Compositor: Dan Forden
Motor Gráfico: Duke Engine (Baseado no Unreal Engine 1 build 613)
Plataforma(s): PlayStation 3, Xbox360, PC, Mac
Lançamento: 10-06-2011 (EU), 14-06-2011 (EUA)
Género(s): First Person Shooter
Modos de jogo: Modo história para um jogador, Multiplayer online para dois jogadores e online até oito jogadores
Media: Blu-Ray
Funcionalidades: Instalação de 4GB no disco rígido, Suporte HD 720p, Compatível com Função de Vibração, DLC adicional
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o três vezes até ter platina.

(Hoje é um bom dia para descansar visto o tempo estar manhoso.)

O mesmo, visto de trás.
Hail to the King, baby! Isto é apenas uma das muitas frases que Duke Nukem profere ao longo das suas aventuras contra os malvados dos alienígenas que vieram à Terra para se apoderarem das nossas mulheres e darem a luz grotescos abortos extraterrestres. Obviamente, o reportório de Duke é vasto e não se fica por aqui mas o que interessa é que a última aventura datava de 1996. Passados 15 anos e após muitos lançamentos cancelados que o catalogaram de vaporware, eis que Duke regressa à ribalta para gáudio dos fãs. Mas será que este regresso corresponde às elevadíssimas expectativas? Já lá vamos. Inicialmente estava muito reticente relativamente a este jogo pois a demo não me impressionou, antes pelo contrário, decepcionou-me mas após alguma ponderação lá decidi dar-lhe uma segunda oportunidade. Este exemplar adquiri-o online tendo ficado por cerca de 15 euros, contando que vendi a versão normal por 10 a um amigo. Para além do jogo, trás um busto do Duke, dois dados, um mini baralho de cartas, duas fichas de poker, um papercraft, cinco postais ilustrados, um comic book e o melhor, um artbook com 100 páginas. Pelo preço que foi, é uma edição mais que excelente.


Manual e disco.
Duke Nukem Forever aterrou nas consolas em 2011 e na maioria dos casos foi uma decepção total, com inúmeras críticas negativas em todos os aspectos, desde os visuais à jogabilidade. Mas as opiniões são como o olho do rabinho, cada um tem o seu e portanto, se alguns acham o jogo mau, outros acham o jogo decente. Eu comecei por achar a demo a maior porcaria dos últimos tempos mas depois de jogar o jogo propriamente dito mudei de opinião. A trama deste episódio decorre 12 anos após os eventos de Duke Nukem 3D, onde o nosso machão de serviço é agora um herói americano. Contudo, os alienígenas regressam à Terra deixando todos apreensivos, ainda que supostamente tenham vindo em paz. Para evitar confrontos, o Presidente dos Estados Unidos informa Duke que está em negociações de paz e pede para este não interferir. Desconfiado, Duke acede ao pedido mas rapidamente é contactado pelo General Graves, da Earth Defense Force (EDF), que lhe comunica a verdadeira intenção dos alienígenas. Assim Duke começa mais uma aventura cheia de violência e testosterona...

O inlay, sugestivo...
As críticas a Duke Nukem Forever começaram pela parte visual e com razão, a meu ver. Em vez de apostarem em tecnologia mais recente, o motor gráfico é baseado numa versão antiga do Unreal Engine, resultando em algo graficamente pertencente ao ano de 2005, na melhor das hipóteses. Diria que 90% do jogo tem um aspecto feio, com texturas reles, efeitos visuais fracos e no geral um grafismo abaixo da média. Contudo, em certas partes do jogo, nomeadamente alguns interiores, o aspecto melhora consideravelmente. O mesmo se pode dizer do modelos tridimensionais utilizados, tanto para as personagens como para os inimigos. Alguns estão com bom aspecto, como por exemplo os bosses mas os outros têm um ar inacabado e datado. Ainda assim, o jogo corre a uns estáveis 30 frames por segundo e sem quebras, algo que não acontece na versão de Xbox360, sem dúvida a pior de todas. Em termos de variedade, os cenários por um lado até escapam, com direito a várias localizações, algumas inspiradas em locais reais visto a acção decorrer em Las Vegas e arredores. Certos cenários estão bem povoados em termos de detalhes e pormenores mas outros são bastante insípidos e sem inspiração. Contudo, um jogo não é somente feito de grafismo e os outros componentes ajudam a melhorar a situação.

O conteúdo desta edição.
A coisa que mais fica na memória num jogo de Duke Nukem é a sua voz, fruto do talento de Jon St. John, que o tornou indubitavelmente num ícone dos videojogos. Frases como "Come, get some!" e "It's time to kick ass and chew bubblegum and I'm all outta gum!" ficam na memória de qualquer um e perduram de geração para geração. Neste Duke Nukem Forever, a voz continua a ser a mesma, com novas frases, outras tantas já clássicas mas no geral, com bastante qualidade e piada. Os diálogos entre as personagens são redundantes mas decentes q.b., sem entrarem no ridículo. O jogo foi rotulado de "muito mau gosto", devido a certas situações e coisas que Duke diz mas na minha opinião, isso já é a imprensa a bater no ceguinho, visto os jogos hoje em dia sofrerem do mesmo mal que tantas outras coisas, como os filmes, a título de exemplo. Os media podem mesmo destruir o bom nome de uma saga. Quanto à música, é praticamente inaudível ao longo do jogo, ainda que exista em alguns níveis. Obviamente, o tema de Duke está presente e melhor do que nunca.

Duke não passa sem cerveja.
Queixas e mais queixas tornaram este jogo numa espécie de Jesus Cristo dos videojogos pois foi crucificado por muitos. Isto deveu-se também à jogabilidade, criticada por muitos como atabalhoada, rígida e básica, onde a linearidade dos níveis não ajuda. A minha opinião? Quem analisou este jogo estava mais preocupado em enterrá-lo, juntamente com quem o fez do que propriamente espremer a laranja e obter algum sumo. Resumindo, quem analisou este jogo e o criticou negativamente até à exaustão é estúpido. A jogabilidade é semelhante à de muitos jogos de hoje em dia, com um esquema pré-definido à la CoD, que funciona muito bem e sem dificuldade nenhuma. A única coisa da qual me queixo é não existir Aiming Down Sight (ADS), algo que me fez confusão, pois neste jogo todas as armas fazem zoom in. Ainda assim, ultrapassada essa barreira, vi esta escolha de design como uma reminiscência dos FPS dos anos 90 e um tributo aos mesmos. A escolha do arsenal é idêntica à de Duke Nukem 3D, com as mesmas armas, ainda que só tenhamos hipótese de levar duas connosco. Podemos ainda contar com as pipe bombs e itens como esteróides que nos conferem força bruta, cerveja que nos aumenta o dano infligido e ainda o prático Holoduke para distrair os inimigos. De fora ficou o jetpack, pelo menos no modo campanha. Duke conta agora com uma barra de Ego que no fundo é a sua energia sendo que esta recarrega sozinha após levarmos dano, passado algum tempo ou se executarmos brutalmente algum inimigo sempre que se proporciona.

Um confronto clássico e épico.
Os níveis apesar de lineares, contam com alguns bosses nossos conhecidos com outros tantos novos e têm  por vezes determinados objectivos, sendo variados em termos de jogabilidade pois em certas instâncias não andamos sempre a disparar, podendo também conduzir veículos desde 4x4 a um carrinho telecomandado. Estas partes são nitidamente inspiradas em Motorstorm, especialmente na parte do deserto. E por referir isto, o jogo, como seria de esperar goza com imensos filmes e outros jogos, de forma saudável sem querer impor-se. Alguns críticos acusaram o jogo de ser de muito mau gosto, devido a ter transformado Duke numa personagem ordinária e deplorável, extremamente sexista e que rebaixa o sexo feminino. O curioso é esquecerem-se que ele sempre foi assim, pois já em Duke Nukem 3D o era, em doses menores talvez. Ninguém tenta ser politicamente correcto neste jogo. Mas voltando ao jogo em si, para além da campanha, existe ainda um modo multiplayer online que, para variar, nem sequer me dei ao trabalho de testar. Do pouco que vi, vamos evoluindo a nossa personagem e desbloqueando imensas coisas para a personalizar, bem como mobilar a penthouse de Duke. Os modos incluem Dukematch, Team Dukematch e Capture The Babe, entre outros. Vai na volta é divertido e estou a perder a toscaria toda mas tenho mais coisas para ir jogando.

Não, não é Motorstorm!
Bom, após esta análise pessoal, creio que ficaram com uma ideia do que esperar se decidirem apostar neste jogo. É preciso encará-lo como algo antigo, como uma espécie de tributo ao clássico jogo de PC e não como um jogo desta geração. Ah, e ignorem as críticas negativas e tendenciosas dos sites, revistas e afins pois é preciso ter conhecimento de causa para poder avaliar. Duke Nukem Forever é braindead mas também divertido e dá para passar umas horinhas entretido, algo que faz do mesmo um JOGALHÃO DE FORÇA!

Amanhã volto com uma trip de Suda 51, Shinji Mikami e Akira Yamaoka, na PS3. :)

MURRALHÕES DE FORÇA:
 
 

1 comentário:

  1. Este é um jogo que eu acompanho o seu desenvolvimento desde 1999, nos fóruns da 3DRealms. Foi alvo de péssimas decisões de management ao longo dos anos, resultando num jogo visualmente datado, pelo facto de andarem constantemente a mudar de engine e o perfeccionismo de George Broussard levou ao muito longo ciclo de produção do jogo, bem como aos problemas jurídicos que acabaram por resultar na aquisição da propriedade intelectual do Duke pela Gearbox, com muita pena minha. Infelizmente quando se anunciou o desmantelamento da 3DR, muita informação do jogo acabou por leakar, incluindo um guião do que consistiria o jogo. Pelo que me apercebi, o jogo que está no mercado é o mesmo descrito pelo tal guião, quando o jogar já não terei o efeito surpresa. Vou comprar a versão PC. Já estava à espera que as críticas na parte visual fossem negativas, já em relação à jogabilidade não estava à espera que Duke apenas pudesse carregar 2 armas, por exemplo. Em relação ao "toilet humor" e ao sexismo, isso já existe desde o Duke Nukem II, lançado algures em 1993, não é algo que me incomode. Ao menos com estas críticas devo conseguir comprar o jogo baratinho lá para o final do ano. o/

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