23 de outubro de 2013

Silent Hill: Downpour


Artwork interessante.
Desenvolvido por: Vatra Games
Publicado por: Konami Digital Entertainment
Produtor(es): Devin Shatsky, Tomm Hulett, Jeremy Airey
Designer: Brian Gomez
Argumentista(s): Devin Shatsky, Tomm Hulett, Tom Waltz
Compositor: Daniel Licht
Motor Gráfico: Unreal Engine 3
Plataforma: PlayStation 3, Xbox360
Lançamento: 23-03-2012 (EUA), 29-03-2012 (EU), 08-11-2012 (JP)
Género: Survival Horror
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Blu-Ray
Funcionalidades: Gravação de progresso no disco rígido, Compatível com Função de Vibração, Suporte HD 720p, Compatível com 3D
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o umas cinco vezes mas duas delas foram apenas escolhas diferentes no final.

(Novo Zelda em menos de um mês ^^)

Fear and torment... uuh!
Mantendo o espírito do Halloween, hoje fazemos uma visita a uma das cidades mais conhecidas no mundo dos videojogos. Se pensaram em Raccoon City, estão redondamente enganados pois não é de zombies que esta cidade está povoada mas sim criaturas disformes e aberrações do outro mundo. Refiro-me a Silent Hill, aquela cidade que ninguém sabe muito bem como se chega lá e muito menos como se sai. Concretamente revisitamos esta através do jogo que trago até aqui hoje, Silent Hill: Downpour, um dos últimos títulos desta saga. Este meu exemplar chegou aqui à colecção algures em Março de 2013 por cerca de 18 euros, tendo sido adquirido numa loja online, como é hábito.


Manual e disco.
Confesso que já tinha saudades de andar pelas ruas de Silent Hill, simplesmente a deambular, à espera de ter um encontro imediato do 3º grau ou apenas a dar de caras com uma cena grotesca. Foi assim nos jogos anteriores e este não é excepção. A trama centra-se na nossa personagem, Murphy Pendleton, um recluso que começa esta história encarcerado e com um propósito: matar outro recluso a mando de George Sewell, um guarda prisional do mais corrupto que há. Após isto, é transferido para outro estabelecimento de alta segurança e é aqui que Murphy, subitamente, acaba às portas de Silent Hill após um estranho acidente com o autocarro onde seguia.

Decisions, decisions...
A série Silent Hill sempre teve uma componente gráfica cuidada, já desde o primeiro, embora este hoje em dia pareça demasiado arcaico, fruto do estigma da primeira PlayStation onde é raro encontrar um jogo que tenha envelhecido bem a nível visual. No caso deste Downpour, os visuais não são maus mas também não são nenhuma obra de arte. Optou-se pela utilização do Unreal Engine 3, que a meu ver, é um bom motor de jogo quando usado devidamente e com determinadas optimizações pois a idade já pesa, o que aqui não me parece que seja o caso. As personagens não são de todo algo bonito de se ver, embora tenham alguns pormenores distintos e cumpram o seu papel no geral. A nível cénico, existe pouca variedade visual pois é tudo muito cinzento ou muito castanho, dependendo de onde estamos e durante grande parte do tempo apenas vemos edifícios, passando ocasionalmente por uma floresta, uma gruta ou os interiores de vários edifícios onde temos afazeres. Não quero dizer com isto que a componente visual é má, nada disso, até porque consegue proporcionar um bom ambiente ao jogo e a nível de pormenores é bastante completa.  Podia apenas ser melhor. Existem alguns pormenores interessantes como por exemplo a passagem para o Otherworld, que é feita em tempo real e transmite uma boa sensação de tensão e até medo para os mais impressionáveis. Outro pormenor que gostei foi a chuva, que vai e vem aleatoriamente e que influencia o comportamento/dificuldade dos inimigos. Notei em certas ocasiões alguns solavancos, ao ponto de pensar que o jogo iria crashar, em zonas onde o cenário é mais aberto e a profundidade de campo tende em ser maior. Não tive oportunidade de testar a componente 3D mas duvido que melhore significativamente a experiência no seu todo.

Aquele nevoeiro esconde algo.
A parte sonora de Downpour foi alvo de alguma controvérsia e amuos por parte dos fãs por dois motivos. Um deles deve-se ao facto de Akira Yamaoka já não tratar desta componente. O outro prende-se com a escolha do tema principal do jogo, mais concretamente com a escolha da banda Korn para o efeito. Isto gerou uma onda de indignação junto dos fãs que tentaram a todo o custo, através de petições online, demover os produtores e demais intervenientes na produção desta ideia. Pois bem, tal não aconteceu. O tema principal continua a ser dos Korn e a banda sonora ficou a cargo de Daniel Licht, um nome pouco conhecido no mundo dos videojogos (fez também a banda sonora de Dishonored). E agora a minha opinião: o tema principal passou-me completamente ao lado e Daniel Licht fez um bom trabalho com o resto. A música remete-nos para o trabalho de Yamaoka presente nos jogos anteriores, com uma sonoridade estranha e completamente aterradora, algo que Licht afirma ter sido fruto do seu "trabalho de casa" e que se traduz em utilizar os sons da mesma maneira orgânica que Yamaoka costuma fazer. O resultado é muito bom mesmo e passear por Silent Hill com estes temas é uma experiência fabulosa. Contudo nem sempre contamos com esta "música" e algumas partes são apenas compostas por som ambiente, sendo este também muito bom. O voice-acting no geral convence, sem ser brilhante em nenhuma das interpretações.

Este machado vai-se tornar o nosso melhor amigo.
Um dos problemas de Downpour é a jogabilidade. Não no seu todo mas sim em alguns pormenores. Controlar Murphy é fácil e intuitivo mas o combate, seja com armas de fogo ou armas brancas é atabalhoado e, em última análise, difícil para alguns jogadores. Nota-se que não houve uma preocupação em produzir um sistema que tornasse o combate fácil e até mesmo divertido, se calhar para tornar o jogo mais "realista" ao ponto de evitarmos confrontos. Se era esse o objectivo, missão cumprida pois dei por mim a evitar a maioria dos inimigos, coisa que até nem é difícil após se conhecer bem o layout dos cenários. O armamento disponível também não ajuda muito pois armas de fogo são escassas e a munição para estas ainda mais escassa é. Quando pensamos que temos muita, em menos de nada ficamos a seco com dois ou três inimigos que teimam em não morrer. Isto no fundo é uma questão de hábito pois assim que dominarmos Murphy em combate, dois ou três tiros certeiros são morte imediata para os mauzões comuns. Ainda assim, o combate corpo a corpo é mais "rentável" pois certas armas têm uma durabilidade consideravelmente grande e dão dano suficiente para nos mantermos vivos por muito tempo. Outras armas têm utilidade fora de combate, como por exemplo, servirem para puxarem escadas até ao nosso alcance ou simplesmente cavarmos buracos. Mantenham estas debaixo de olho. Referi acima que a chuva influencia os inimigos (daí o Downpour no nome), ou seja, quanto mais forte esta cair, mais fortes eles serão, já para não falar que aparecem em maior número. Portanto ao mínimo sinal de precipitação, corram para um edifício se quiserem evitar confrontos.

Nesta situação, o melhor é mesmo CORRER!
Apesar de não existir nenhum indicativo sob a forma de uma barra ou electrocardiograma que nos informe da nossa condição física, Murphy vai revelando as sua mazelas através da roupa ensanguentada pelo que a melhor coisa a fazer será poupar nos poucos medkits e bebidas energéticas que vamos apanhando. No fundo, corram muito, lutem pouco e "resolvam as coisas a bem". Tal como noutros jogos da série, existem puzzles para resolver, uns mais complicados que outros mas nada de frustrante e ainda side-quests, possivelmente, umas das novidades de Downpour. Estas são completamente opcionais, mas ajudam a complementar a história em certas ocasiões e no fundo conta a história de outras almas perdidas em Silent Hill. Algumas são recompensadas generosamente pela sua conclusão, outras nem por isso. Encontrá-las todas requer exploração, algo que parte do jogador, visto o decorrer do jogo não nos levar directamente a todas elas. Como é tradição em Silent Hill, existem vários finais que dependem das nossas acções/performance ao longo da aventura. Neste caso, o número de inimigos mortos e as nossas decisões ao longo do jogo levam-nos a esses finais pelo que não requer muitas playthroughs se fizermos a coisa bem feita. Existe também o habitual joke ending (muito bom, por sinal), que só está acessível após completarmos o jogo a primeira vez.

A chuva deixa-as doidas.
Embora não seja o Silent Hill que os fãs estivessem à espera, Downpour supera o anterior Homecoming em vários aspectos. Noutros, continua a apresentar os mesmos problemas o que me leva a crer que a Team Silent devia seriamente pensar em regressar um dia, pois já está mais do que na hora. Até lá e sem mais demora, este é um JOGALHÃO DE FORÇA!

A onda do Halloween continuará em breve com uma ida até aos confins do espaço. :)
 
MURRALHÕES DE FORÇA:
 
 

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