28 de abril de 2017

Way of the Samurai

Badass Samurai!
Desenvolvido por: Acquire, Spike
Publicado por: Spike Co., Ltd. (JP), BAM! Entertainment (EUA), Eidos Interactive (EU)
Director: Kenji Nakanishi
Designer: Haruyuki Ohashi
Argumentista(s): Hiroaki Mirua, Shogo Sakamoto
Compositor: Noriyuki Asakura
Plataforma(s): PlayStation 2, PlayStation Portable
Lançamento: 07-02-2002 (JP), 31-05-2002 (EUA), 13-09-2002 (EU)
Género(s): Acção, Aventura
Modos de jogo: Modo história para um jogador, modo batalha para dois jogadores
Media: DVD-ROM (4.7GB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Card (124KB mínimo), Compatível com controlo analógico: apenas joysticks, Compatível com função de vibração
Outros nomes: Samurai (JP)
Estado: Completo
Condição: Boa, com algumas marcas de utilização
Viciómetro: Acabei-o umas três vezes obtendo finais diferentes.

(Tempo da treta...)

Sem autocolantes feios!
Samurais e ninjas já são coisas bem conhecidas de quem é frequentador aqui deste meu espaço. E é normal de vez em quando lá aparecer mais um jogo que se enquadra numa destas duas temáticas que tanto aprecio desde miúdo. Embora nem todos os jogos sejam bons ou até mesmo recomendáveis, o certo é que têm características específicas, suficientemente boas (e que me chamaram à atenção de certa forma) para serem relatadas. É precisamente esse o caso do jogo que trago até aqui hoje, considerado por alguns como hidden gem ou underrated mas que a meu ver apenas está repleto de boas ideias mas mal concretizadas ou sub-aproveitadas em certos aspectos. Ainda assim não deixa de ser interessante. Este exemplar aterrou na colecção algures em 2013 tendo custado 5 euros, completo e em bom estado.


Manual, papelada e DVD.
Way of the Samurai foi o pioneiro numa saga que deu origem a um total de quatro jogos (mais dois ports para PSP) e um aparente spin-off de nome Samurai Western (que gostava de arranjar futuramente) mas que não tem muito a ver com os outros. A trama decorre em 1878, após o final da era Tokugawa e inicio da era Meiji, onde assumimos o papel de um ronin (samurai sem senhor) de nome Kenji (ou o que lhe quiserem chamar pois somos nós que criamos a personagem) que chega a Rokkotsu Pass, uma zona com pouca população mas onde o conflito e tensão crescem com o passar dos dias, fruto de atrito entre duas facções rivais. Obviamente há mais do que isto para descobrir mas isso cabe-nos a nós fazer e assim progredir nesta história.

Esta senhora aparece no tutorial e depois puf...
Do muito que joguei na PS2, confesso que os visuais deste jogo ficam muito aquém de jogos lançados na mesma altura. Embora os visuais sejam fluidos e bastante clean, graficamente parece um jogo de PSOne em certos aspectos com apenas um aumento na resolução, apresentando modelos de personagens bastante simples embora alguns com boas animações, sobretudo durante o combate. Ainda assim, apenas algumas personagens, as mais proeminentes claro, se destacam das demais que se vão repetindo vezes sem conta (os inimigos menores são um claro exemplo disso). Uma vez que decorre numa área relativamente pequena, a variedade visual não é muita pois vamos ver quase sempre os mesmo locais, seja a aldeia, o campo, parte de uma floresta e templo bem como os aquartelamentos das duas facções. Ah, e temos um bocado de uma via férrea com direito a comboio e tudo ainda que seja um bocado decepcionante. As cutscenes, as poucas que existem, utilizam o motor de jogo, que faz o favor de se manter a 60 frames em todas as instâncias e somente a cutscene inicial é em vídeo (embora não seja CG pois nem os finais são).

Um dia no campo.
Uma das melhores coisas para mim neste jogo é sem dúvida a excelente banda sonora, produzida por Noriyuki Asakura que trabalhou anteriormente na saga Tenchu e volta agora a proporcionar-nos uma sonoridade tipicamente japonesa, fazendo uso dos devidos instrumentos mas misturando a música um pouco para não soar demasiado oriental em certas partes. O resultado é bastante bom embora não tão memorável como na saga Tenchu visto que algumas das faixas começam a tornar-se repetitivas ao final de algum tempo (uma ou outra são loops relativamente curtos). Mas no geral acompanha bem a acção, seja nas partes calmas ou durante as escaramuças. Voice-acting é coisa inexistente neste título, o que é uma lástima pois com a quantidade de texto que temos de ler, as personagens bem podiam falar em japonês. Mas não, quanto muito proferem palavras soltas durante alguns diálogos e em combate.

O mapa dá para nos orientar minimamente.
Relativamente à jogabilidade, Way of the Samurai é um jogo bastante simples e acessível mas com certas nuances que só se aprendem à medida que vamos jogando e acima de tudo combatendo. O combate é fluido e bastante intuitivo, com um botão de defesa, um de ataque normal, outro de ataque forte e ainda um para mudarmos de adversário quando confrontados com mobs de inimigos. À medida que vamos combatendo, podemos aprender novas técnicas que decorrem do uso de certos ataques, combos e até mesmo defendendo ataques de inimigos mais poderosos. Existem diversos tipos de espadas que nos permitem lutar com stances altas, médias ou baixas, resultando em diferentes tipos de ataque e acima de tudo mais ou menos velocidade. As espadas estão também dotadas de durabilidade, gume e flexibilidade, pelo que temos de ter estes factores em conta se não quisermos partir a mesma em combate. Como seria de esperar, podemos fazer upgrades a todas as espadas que coleccionarmos bastando ter dinheiro para tal (coisa que neste jogo é uma miragem). E podemos literalmente apanhar qualquer espada de qualquer personagem que tenha uma. Tudo isto é uma receita interessante para nos manter a jogar mas infelizmente o jogo não é assim tão bom.

Lutar para aprender!
Uma das coisas que mais apreciei foi o facto de podermos fazer aquilo que nos der na gana mal chegamos a Rokkotsu Pass. Até podemos voltar para trás no caminho e acabar logo o jogo ainda que esse final seja... aquilo que esperávamos, regressar ao ecrã inicial. Ainda assim, a liberdade que nos é dada é algo que não se via na PS2 naquela época e assim podemos logo começar por explorar qualquer um dos locais disponíveis e interagir (ou não) com os transeuntes. Querem ser maus? Podem sê-lo e matar tudo quanto mexe. Querem ser bons? Também é possível ajudar que merece e combater o mal. Querem manter-se neutros e alheios ao resto? Também dá, até certo ponto. Este conceito é sem dúvida excelente mas a sua execução é fraca uma vez que após tomarmos certas decisões não temos muita volta a dar. Se atacarmos alguém bom que se saiba defender, nem com desculpas conseguimos voltar atrás (sim, podemos interagir com certos inimigos durante o combate) e resta matar ou ser morto. E eis que surge o grande problema do jogo: o sistema de gravação. O jogo apenas permite gravar quando atingimos os pontos de não retorno definidos pelo caminho que escolhermos. Mas este gravar é apenas temporário pois o jogo grava, permitindo que voltemos a continuar mais tarde mas ao fazermos isto, o save vai ao ar! Se morrermos, temos de começar da estaca zero. Podemos contudo fazer backup do mesmo noutro Memory Card mas era algo desnecessário num jogo deste género onde queremos poder explorar todas as decisões sem ter de começar de novo. Uma grande falha a meu ver mas o que vale é que o jogo nem demora muito tempo a terminar de cada vez que se pega nele (uns 40/50 minutos se tanto).

Decisões... podem ser fatais!
Outro problema é mesmo termos de ler os diálogos todos sem podermos passar os mesmo à frente, o que torna as rondas seguintes mais enfadonhas do que deviam ser. Ainda por cima sem voice-acting a coisa não ajuda nada. A exploração é também pouca, sendo que a única razão para múltiplos replays será para ver finais diferentes e apanhar as espadas todas e aqui reside outro problema: só podemos levar três espadas de cada vez pelo que temos de escolher bem. Podemos começar apenas com uma (o que acontece inicialmente) mas sempre que terminamos o jogo ficamos com as que apanhámos/evoluímos e são essas que interessam pois os seus atributos podem aumentar-nos o ataque, defesa e vida. E por falar em vida, a única maneira de a recuperarmos após o combate é comendo cogumelos, nabos e outras tantas coisas mas como se não bastasse, os cogumelos podem ser venenosos e já sabem o efeito...

Yep, eu pensei o mesmo quando o vi...
É-me difícil recomendar este Way of the Samurai seja a quem for, mesmo a quem é fã de samurais e afins devido a estes entraves que o jogo coloca, sobretudo o escabroso sistema de gravação. Mesmo assim, de cada vez que fui jogando habituei-me ao crap factor pois queria descobrir novos caminhos a seguir e quando as coisas me começavam a fazer o sangue ferver, existem cheats para aliviar a pressão sanguínea. Bom, e sem mais demoras, este é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: um Action RPG bastante peculiar na PS3.
MURRALHÕES DE FORÇA:
 
 

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