Até a capa é uma lástima... |
Publicado por: Nintendo
Director: Jason Carr
Produtor: Kensuke Tanabe
Designer: Bryce Holliday
Artista: Anthony Iammarino
Compositor(es): Chad York, Darren Radtke, Mike Peacock
Plataforma(s): Nintendo 3DS
Lançamento: 19-08-2016 (EUA), 25-08-2016 (JP), 02-09-2016 (EU)
Género: First Person Shooter
Modos de jogo: Modo história de um a quatro jogadores (local e online), Multiplayer de um a seis jogadores
Funcionalidades: Gravação de progresso no cartão de jogo, Compatível com modo 3D, Compatível com StreetPass, Modo Download (2-6 jogadores), Modo de Jogo Local e Internet (1-4 jogadores), Compatível com amiibo
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o uma vez e chega.
(E parece que o Verão ainda não se foi embora.)
Aquele texto em espanhol é qualquer coisa. |
Quando se faz 30 anos é caso para se celebrar a data em grande. Afinal é um número redondo e só por isso deve ser motivo de festa. No caso de Metroid, quando a série fez 30 anos, as celebrações foram assim... digamos que muito, mas muito fraquinhas. Isto tudo tem uma explicação bastante plausível e denota o quão a Nintendo se importa com a série. Quando os fãs esperavam pelo próximo grande jogo e voltar à pele de Samus Aran, somos presenteados com um spin-off mal amanhado que mais parece ter sido outro jogo genérico ao qual espetaram com o nome Metroid e lá conseguiram meter algo que fizesse ligação à série. A recepção como devem calcular foi desastrosa mas isso era algo que à partida até um cego teria visto. No meu caso, como para além de ser morbidamente curioso mas também fanático por Metroid, decidi comprar este jogo que trago até aqui hoje logo no seu lançamento tendo custado qualquer coisa como €39.90, em Setembro de 2016.
Papelada e cartão de jogo. |
Metroid Prime: Federation Force é um erro de casting. Mas daqueles erros que só jogando é que se tem noção do quanto conseguiram errar ainda que tenha algumas (poucas) qualidades. A história decorre depois dos eventos de Metroid Prime 3 e antes de Return of Samus, onde assumimos o papel não de Samus Aran mas sim de um soldado da Galactic Federation, juntamente com o resto da sua equipa em várias missões para combater os habituais Space Pirates que desta feita se apoderaram de uma tecnologia que permite aumentar o tamanho dos seus corpos para dimensões gigantescas. Cabe-nos a demanda de os impedir, utilizando os nossos Mechs, fatos armados de enormes dimensões baseados na tecnologia do fato de Samus. Esta tem um papel completamente secundário e anda a investigar os ditos Space Pirates nos bastidores.
Rebenta tudo! |
Como referi acima, Federation Force tem algumas qualidades e na parte visual não tenho grandes razões de queixa pois o grafismo é bastante agradável e competente, com ambientes variados e consegue transmitir aquele feeling da saga Prime sem ser de todo genial. As animações e efeitos são também decentes, com tudo a mexer-se a uma velocidade mais do que aceitável e sem percalços. O que me fez espécie, e da grande, foi o facto da direcção artística ter optado por um estilo chibi, ou super deformed se preferirem, conferindo um aspecto cartoonesco a um jogo que não necessita disso. É como jogar uma versão reduzida de Prime 3 mas para miúdos e isso sinceramente deixou-me de pé atrás pois podiam ter mantido a arte e design originais e o jogo tinha sido mais agradável dentro do possível. O efeito 3D, contudo, é bastante bom e em certos locais proporciona uns visuais bastante bons mas não é isso que salva este pacote de se afundar.
Com a malta é bem mais fácil. |
No campo audível também não lhe aponto defeitos pois a banda sonora é bastante boa, com faixas a proporcionar aquela atmosfera característica da saga, excelente som ambiente e efeitos sonoros. A jogabilidade foi algo que até me conseguiu surpreender pois consegue ser bastante boa, sobretudo ao utilizar o Circle Pad Plus onde a coisa se desenrola de forma simples e eficaz. O controlo do nosso Mech é fluído, utilizando uma mecânica de lock-on para não perder os inimigos de vista, com o habitual arsenal à nossa disposição. Em certas partes podemos mesmo sair do Mech mas isto está reduzido a alguns puzzles e zonas específicas.
Houston, we have a problem... |
Até aqui tudo parece bem mas os problemas começam a surgir após os dois níveis iniciais. O jogo foi feito de raiz a pensar no co-op e isso começa logo a fazer-se sentir devido ao salto em dificuldade de certos níveis, onde a presença de outros jogadores é crucial para o sucesso. A questão é que o jogo pode ser todo jogado sozinho mas claramente não houve balanço nenhum de dificuldade e certas zonas tornam-se imensamente frustrantes pois em vez de termos outros Mechs controlados pela IA, temos apenas uns ajudantes voadores que pouco ou nada fazem e são fracos que nem manteiga numa tarde de Verão. As missões são variadas, desde o habitual search and destroy passando por missões de escolta e algumas de defesa, entre outras. E são estas duas últimas que me fizeram perder as estribeiras pois sem existência de ajuste de dificuldade, as coisas tornam-se para lá do que se pode tolerar, por vezes aliadas a limites de tempo que só tornam a situação ainda pior.
Blast Ball, o passatempo lá na Federação. |
Imaginem um cenário onde temos de defender um local de diversos misseis inimigos, rebentando-os para o efeito enquanto hordas intermináveis de Space Pirates, alguns com pontos fracos muito específicos nos enchem o rabo de chumbo. Imaginem isto sozinho com os nossos ajudantes inúteis e têm aí a receita para o desastre. Em multiplayer resulta, se todos fizerem o seu melhor e com coordenação mas sozinho foi um verdadeiro teste à paciência. Os bosses são hit or miss, com algumas batalhas divertidas mas outras extremamente entediantes onde podemos ter de repetir tudo novamente pois a margem de erro é bastaste ténue. Algo também interessante mas frustrante de igual forma são os puzzles, mais uma vez, pensados com o co-op em mente, algo que se reflecte negativamente a jogar por si só. Existe ainda um modo chamado Blast Ball que nos permite jogar uma espécie de futebol futurista com armas e que achei divertido durante cinco minutos. E é isso.
Em suma, Metroid Prime: Federation Force é um jogo que deveria ter sido outra coisa qualquer mas que a Nintendo achou por bem espetar com o nome da minha saga favorita e dar as coisas como concluídas. Foi um tiro de canhão no próprio pé. A verdadeira prenda dos 30 anos (se não contarmos com AM2R, a melhor coisa de sempre na saga Metroid) só viria cerca de um ano mais tarde mas isso é uma história para outro dia. Por agora e embora não tenha apreciado este jogo, por estar na minha colecção não deixa de ser um JOGALHÃO DE FORÇA!
Próximo jogo: de volta à vida de Sam Fisher na PS2.
MURRALHÕES DE FORÇA:
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